Vira e mexe eu vejo que alguém cita "O Senhor dos Anéis" como exemplo de uma religião fictícia. Na verdade a religião está mais ou menos descrita no Silmarillion, que nem todo mundo deve ter lido, assim a referência pode não ser bem compreendida. Pensei em postar aqui um apanhado do que seria essa religião como referência, se o moderador achar que não deveria estar nessa seção, poderia mudar.
Primeiramente, Tolkien era um católico fervoroso e um admirador da cultura e mitos da Inglaterra anglo-saxã e da Escandinávia, por isso a religião em seu mundo parece querer conciliar as duas visões.
O Silmarillion é composto de 5 "livros": Ainulindalë, Valaquenta, Quenta Silmarillion, Akallabêth e Dos Anéis de Poder e da Terceira Era.
O Ainulindalë (A Música dos Ainur) trata da criação do mundo e a linguagem utilizada é bem parecida com a do Gênese.
Deus é chamado de Eru, o Único, também chamado de Ilúvatar. O mundo é chamado de Arda, mas eu acho que seja em um contexto mais ampliado, como plano mortal. Eru criou primeiro os Ainur, os Sagrados, a partir de seus pensamentos e lhes propunha temas musicais. No início cada um cantava separadamente, já que eles brotaram de partes diferentes da mente de Ilúvatar. Mas Ilúvatar os reuniu e mostrou um tema tão grandioso do início ao seu final que eles emudeceram e se curvaram. A partir do tema eles deveria criar uma Música Magnífica e, inspirados com a Chama Imperecível, eles demonstraria poderes ornamentando o tema, com seus próprios pensamentos e recursos. Ilúvatar sentou e escutou. Conforme a melodia era executada o Vazio era preenchido. A música não possuía falhas, mas surgiu no coração de Melkor (o Ainur mais poderoso) a intenção de inserir outros motivos que não estavam em harmonia com o tema de Ilúvatar. Melkor procurava no vazio a Chama Imperecível para poder dar existência a suas próprias coisas, mas ele não achava porque ela estava com Ilúvatar. Pra ele, Ilúvatar não dava atenção ao vazio e ele se impacientava com isso.
Os pensamentos dissonantes de Melkor começou a comprometer a música e a influenciar outros Ainur que parecia uma tempestade. Ilúvatar ergue-se sorrindo e, levantando a mão esquerda, propôs outro tema. Mas novamente havia dissonância em Melkor. Ergue-se novamente Ilúvatar com a expressão severa, levantou a mão direita, e mostrou outro tema. Duas músicas surgiram um bela e outra alta e fútil que tentava abafar a primeira. Ilúvatar ergueu-se então com uma expressão terrível, levantou ambas as mãos e a música cessou. Ilúvatar passa um sermão em Melkor. Depois leva os Ainur ao Vazio e mostrou a imagem que a música havia produzido. Havia várias coisas na visão que eles não haviam imaginado e uma delas eram os Filhos de Ilúvatar (os Elfos, primogênitos, eos Homens, os sucessores), que foram concebidos apenas por ele.
Melkor desejava ir para Arda para ordear tudo pelo bem dos Filhos de Ilúvatar, mas fingia isso até para si mesmo a princípio pois tinha inveja e desejava ser um Senhor.
Cada Ainu teve o pensamento em alguma coisa, assim a água foi de Ulmo, os ares e ventos Manwë, a terra Aulë.
A visão então desapareceu. Ilúvatar disse então que as coisas existissem e elas existiram: Eä, o Mundo que É. Alguns Ainur continuaram a residir com Ilúvatar, mas outros foram habitar no Mundo, mas os poderes deles ficaram restritos e contidos no Mundo, e eles deveriam permanecer no mundo até que ele se completasse. Foram chamados de Valar, os Poderes do Mundo.
Quando os Valar entraram em Eä, perceberam que tudo ainda estava incompleto e que eles deveriam construir. Melkor interferia em tudo e queria que aquele fosse seu reino. Houve então uma batalha entre Melkor e outros Valar e ele recuou. Os Valar adotaram formas parecidascom os dos Filhos de Ilúvatar, mas que usavam como vestes. A Terra foi moldada na primeira Batalha dos Valar contra Melkor, mas disso os elfos pouco sabem, já que esse conhecimento foi passado para eles em Valinor.
Depois eu faço um resumão do Valaquenta