Produtores rurais dizem que são contra ocupações de terraA CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil) divulgou nota nesta terça-feira na qual se diz favorável à proposta do governo de reforma agrária, mas condenou as ocupações de terra.
"A CNA esclarece que não é responsável pelas dificuldades de eventuais programas do governo, como é o caso da reforma agrária. A CNA nada tem contra a reforma agrária, proposta que diz respeito ao governo.
O que a CNA não considera aceitável, assim como a maioria do povo brasileiro, são as invasões de terra. O compromisso da CNA e do Brasil é com o Estado de Direito e a democracia", diz a nota, assinada pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da entidade.
No documento, a CNA não cita nenhum movimento de trabalhadores rurais sem-terra, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ou a Via Campesina, que hoje realizaram manifestações em 12 Estados em protesto pela reforma agrária.
Em Brasília, os manifestantes ligados ao MST e à Via Campesina ocuparam o prédio do Ministério da Fazenda por cerca de oito horas. Eles reivindicavam uma audiência com representantes dos ministérios da Fazenda, Reforma Agrária e Casa Civil para discutir uma pauta de reivindicações.
Os sem-terra deixaram o prédio após um acordo com o governo federal e uma ordem da Justiça de reintegração de posse concedida pelo juiz Alaor Piacini, da 1ª Vara Federal de Brasília, que atendeu ao pedido feito pela AGU (Advocacia Geral da União).
De acordo com os sem-terra, o governo vai receber os manifestantes para uma conversa com representantes dos ministérios da Fazenda, Reforma Agrária e Casa Civil. O encontro com o governo será realizado amanhã pela manhã.
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u608356.shtml