Tópico: Final dos tempos: Lula dá aula de gramática

[O Grande Capanga]

Lula dá aula de gramática para Tarso

Leio que, ontem, na reunião da coordenação política do governo, o ministro Tarso Genro lascou um “interviu”. Lula o corrigiu: “Tarso, é interveio”. Diante da estupefação do outro, emendou compreensivo: “Muita gente fala ‘interviu’, mas é interveio”.

A que ponto chegamos, não?

Já escrevi aqui, algumas vezes, para protesto de muitos, que Lula é um dos políticos mais inteligentes do Brasil - inteligência e ignorância são coisas que podem conviver. Se o presidente não fosse, do ponto de vista intelectual, um tanto arrogante e preguiçoso, seria um homem culto também.

Mas e Tarso, hein?

“Interviu” é coisa de gente que chega ao topo sem a devida formação intelectual. Atenção: político que fala “interviu” até pode ser presidente da República, eleito pelo voto direto. De um líder assim, não se cobra, embora possa ser desejável, que seja exímio usuário da língua. Mas de um ministro da Justiça? Ah, de um ministro da Justiça, a gente exige, sim! A habilidade com a inculta & bela indica intimidade com o estudo das leis.

Só esse pito gramatical já vale uma renúncia.

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/lula-da-aula-de-gramatica-para-tarso/

[Orbe]

O importante é memorizar a conjugação de todos os verbos possíveis e imagináveis ou fazer seu trabalho direito?

[Nina]

O importante é usar o bolsa família pra ganhar votos.

[Lua]

O importante é memorizar a conjugação de todos os verbos possíveis e imagináveis ou fazer seu trabalho direito?

[2]

Uma professora minha que é o supra-sumo em matéria de direito público só fala 'menas' e nem por isso os alunos faziam chacota dela.

[Nina]

"Menas" é um pouco demais...

Mas existe uma escola nas Letras que diz que o importante é a comunicação. Se a mensagem chegou ao interlocutor, está valendo.

[Nyx]

Pois é, uma amiga que tá fazendo letras veio com esse papo.

Ela disse que não importa como você fale a mensagem, porque é cultura, desde que você escreva corretamente.

o.o Só que eu simplesmente não concordo com isso.

A nossa tendência é escrever como falamos. Se uma pessoa diz 'menas' ela vai escrever 'menas', se ela disser 'sôra' ela vai escrever 'sôra'.

Prova disso é o erro mais comum dos alunos que estão sendo alfabetizados, escrevem 'boua'.

>< Uma coisa é sotaque, outra bem diferente é falar de modo incorreto.

[Orbe]

Isso é comum durante a alfabetização. Mas depois a pessoa passa a escrever corretamente mesmo que continue falando errado.

[Atheist]

Isso é comum durante a alfabetização. Mas depois a pessoa passa a escrever corretamente mesmo que continue falando errado.

Em que planeta?

Tá certo que melhora um pouquinho, mas só um pouquinho... A maioria escreve como fala, principalmente porque não lê. E tenho a experiência de já ter corrigido provas de mais de 2000 alunos.

[Gaúcho]

Eu não escrevo di jeitu nenhum como eu falu.

[Orbe]

Isso é comum durante a alfabetização. Mas depois a pessoa passa a escrever corretamente mesmo que continue falando errado.

Em que planeta?

Tá certo que melhora um pouquinho, mas só um pouquinho... A maioria escreve como fala, principalmente porque não lê. E tenho a experiência de já ter corrigido provas de mais de 2000 alunos.

E quem disse que esses 2 mil alunos eram alfabetizados? O que não falta por aí são semi-analfabetos e analfabetos funcionais diplomados. Óbvio que quem não costuma ler tem um vocabulário mais limitado e vai escrever uma palavra que desconhece da forma que fala/ouviu falarem.  

Uma pessoa bem alfabetizada vai escrever corretamente mesmo falando errado. Já vi inúmeros exemplos disso. O modo como se fala depende muito dos ambientes frequentados, da cultura local e da personalidade do indivíduo. A escrita, no entanto, depende apenas da pessoa ter sido alfabetizada e ter um bom vocabulário (ou pelo menos dela ter a boa vontade de procurar palavras desconhecidas no dicionário).

[Matheus de Souza]

Uma professora minha que é o supra-sumo em matéria de direito público só fala 'menas' e nem por isso os alunos faziam chacota dela.

Tinha uma professora que falava "Murango", mas no nosso caso a gente zuava tanto que ela quase pediu demissão

[Madame Bovary]

O importante é memorizar a conjugação de todos os verbos possíveis e imagináveis ou fazer seu trabalho direito?

 

Cansamos de ver "erratas" ou "erramos" em um monte de veículos de peso.

Reinaldo Azevedo é incrível! Olha o mais novo e interessante argumento que ele achou para criticar o presidente Lula 
Ser contra é uma coisa mas esse indivíduo já se tornou um doente.

A nossa tendência é escrever como falamos. Se uma pessoa diz 'menas' ela vai escrever 'menas', se ela disser 'sôra' ela vai escrever 'sôra'.

Não concordo. Se fosse assim, escreveríamos textos cheios de gírias, internetês, a gente, me dá isso aí, etc. Mesmos os adolescentes que não fazem uso da norma culta na fala não cometem os mesmos erros na escrita (claro que tem uma turma que comete equívocos pra todo lado).

[Atheist]

Isso é comum durante a alfabetização. Mas depois a pessoa passa a escrever corretamente mesmo que continue falando errado.

Em que planeta?

Tá certo que melhora um pouquinho, mas só um pouquinho... A maioria escreve como fala, principalmente porque não lê. E tenho a experiência de já ter corrigido provas de mais de 2000 alunos.

E quem disse que esses 2 mil alunos eram alfabetizados? O que não falta por aí são semi-analfabetos e analfabetos funcionais diplomados. Óbvio que quem não costuma ler tem um vocabulário mais limitado e vai escrever uma palavra que desconhece da forma que fala/ouviu falarem. 

Uma pessoa bem alfabetizada vai escrever corretamente mesmo falando errado. Já vi inúmeros exemplos disso. O modo como se fala depende muito dos ambientes frequentados, da cultura local e da personalidade do indivíduo. A escrita, no entanto, depende apenas da pessoa ter sido alfabetizada e ter um bom vocabulário (ou pelo menos dela ter a boa vontade de procurar palavras desconhecidas no dicionário).

Sim, existem algumas questões de gírias, regionalismos e sotaque que acabam mudando o modo como falar (por exemplo, fora gaúchos e paranaenses, todos acham que leite termina em i...) heheheh

[pablito]

Olá,

A grande questão do texto (oral ou escrito) é o contexto.

Não há nada de errado com o “internetês” ou mesmo com o uso de gírias pra lá de específicas, desde que no contexto certo.
No MSN não preciso escrever como se estivesse fazendo uma petição de habeas corpus ao STF (olha a mente pré-programada para a criminalidade do brasileiro em ação, hem?) . Do mesmo modo, não preciso falar no trabalho do mesmo jeito que falo com os vendedores ambulantes nas praias da bahia quando estou de férias.

Aliás, é importante saber se virar em diferentes estilos da língua.

O problema é que a fragilidade de nossa educação formal e mesmo a ausência de formalidade em nossas relações profissionais não nos incentiva a dominar diferentes estilos da língua.

O mais comum é utilizarmos o mesmo vocabulário pobre e os mesmos erros gramaticais nos diferentes contextos, sejam eles toleráveis ou não nesses contextos.

Por isso há certas coisas que não se podem desculpar, como uma advogada que está lecionando falar “menas”. O contexto exige formalidade. Mas...

Abraço,

[Lua]

A nossa tendência é escrever como falamos. Se uma pessoa diz 'menas' ela vai escrever 'menas', se ela disser 'sôra' ela vai escrever 'sôra'.

Não concordo com você, Lela. Essa professora que citei é autora de vários artigos e oferecia apostilas aos alunos elaboradas por ela. Mesmo quando escrevia durante a aula, sua gramática era perfeita. O mesmo para vários outros professores meus que falavam palavras erradas e escreviam com perfeição.

[Sr. Alguém]

Eu tinha uma professora de física que falava Noviorque.

[Nina]

A de zoologia falava "Tioria".

Fala sério... quem está nessa posição precisa se cuidar mais.

[ReVo]

O que eu acho engraçado é aluno rindo de professor antigo que fala "aCcessório" ou "senhÔra", quando, pelo menos aqui, isto era o comum na época da juventude do professor. Rir por achar engraçado, diferente é aceitável, mas rir por chacota, como se isto fosse errado ou inferior, merece uma lição, em todos os sentidos, moral e de história mesmo para ser colocado no devido lugar.