Eu o senti com uma cara de bosta, mas posso estar errado e foi só um dia cansativo de trabalho! Mas a compleição de Obama quando do discurso pelo recebimento do prêmio Nobel era de derrota, de melancolia, não havia confiança, muito menos agradecimento, parecia antes ter recebido um fardo que não sabe ainda até onde poderá ele arrastá-lo. Ocorreu-me, afirmando esse descontentamento, se poderia ele recusar o prêmio? (Por não se achar preparado ou por perceber o exagero do prêmio...) Enfim, se poderia e não fez ou é por nele agirem forças, como normal parece ser em pessoas da condição presidencial, além da sua própria, ou não recusou o prêmio por motivações pessoais, que a intimidade de cada um esconde e revela apenas uma sombra, no caso dele, amarga.
A primeira hipótese pode, num momento, engolir a segunda, que é quando a estrutura que rodeia um presidente não precisa de alguma forma de intimidação: ou encontra-se o figura suficientemente intimidado ou já adquiriu o pensamento corrente dessa estrutura. Dessa forma, a opinião pessoal do indivíduo é o discurso de um conjunto de interesses do poder, e onde existe uma harmonia de idéias um indivíduo sozinho dificilmente resiste (ou seja, não há como ele recusar o prêmio, por mais que quisesse!). Na segunda hipótese, da motivação pessoal, considerando o pressuposto do desgosto, pode ser alguma consciência da própria condição... Talvez a consciência do despreparo para essa imensa responsabilidade, a falta de coragem em demonstrar alguma fraqueza, quem sabe a esperança de que fará sim a diferença e é só esperar, receio de não corresponder com a imagem mundial dele (que nada menos é que de a solução para um monte de coisas).
(Senti um pouco de pena dele!)