Autor Tópico: China é o farol do mundo, mas ainda há muita escuridão na economia  (Lida 299 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Unknown

  • Conselheiros
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.331
  • Sexo: Masculino
  • Sem humor para piada ruim, repetida ou previsível
China é o farol do mundo, mas ainda há muita escuridão na economia
« Online: 15 de Outubro de 2009, 21:12:39 »
China é o farol do mundo, mas ainda há muita escuridão na economia

Mesmo nos momentos mais escuros da encrenca econômica global, o farol chinês continuava a iluminar. Imagine agora com os tênues sinais de recuperação? A crise inclusive serviu para a China movida a exportações arrebatar ainda mais fatias de mercado dos seus competidores. O domínio está consolidado e os chineses já ultrapassaram os alemães como os maiores exportadores do planeta.

Trata-se de uma fatia maior de um bolo que deu uma encolhida. Mas nem é isto que preocupa tanto Stephen Roach, o veterano economista do banco Morgan Stanley, que hoje dirige suas operações na Ásia, uma parte do mundo que ele conhece muito bem. Roach tem fama de "urso perene", ou seja, nunca se deslumbrou com o estouro da boiada (os "bulls") em Wall Street. Com seu farol baixo, ele advertiu primeiro contra a bolha da Internet no final dos anos 90 e a nossa mais presente bolha de crédito. Roach, portanto, tem credibilidade para alertar que a Ásia, em particular a China, pode ser a próxima bolha.

Este é o tema que percorre o livro de ensaios que ele acaba de publicar ("The Next Asia", editora Wiley, US$ 39.95). Ele insiste não ser pessimista. Fala do seu otimismo a longo prazo, mas vamos tirar a média e defini-lo como um cauteloso realista. Roach adverte que os chineses não podem simplesmente apostar que os bons tempos voltarão, colocando suas fichas em uma estratégia de crescimento dependente de exportações. Não dá porque a estratégia era baseada em consumidores americanos que se enforcaram com suas dívidas. Os americanos precisam se reinventar (poupando mais) e os chineses também (gastando mais).

Roach não quer parecer agourento e tenta calibrar suas advertências sobre o risco de complacência (tudo voltará a ser como antes) com a celebração das conquistas asiáticas nas últimas décadas, mas ele quer distância dos livros deslumbrados sobre a China que foram publicados recentemente. Roach enfatiza que a maioria dos asiáticos (com exceção da Ïndia) precisa reequilibrar a balança entre consumo doméstico e exportações.

No geral, Roach não está animado com o empenho chinês. Nas palavras dele, "o país tem estratégias de crescimento antiquadas", inclinadas para projetos de infraestrutura ao velho estilo, relegando ao plano secundário medidas de incentivo ao consumo doméstico, como montar uma rede de proteção social (um sólido plano de saúde governamental, por exemplo). Na ausência desta rede social, os cidadãos chineses têm medo para os saltos de consumo, priorizando a poupança.

A China foi uma grande beneficiada da globalização. O mundo precisa muito do seu vigor, mas ironicamente para o bem deles e também do resto, os chineses ainda governados pelo execrável Partido Comunista precisam investir cada vez mais dentro de casa naquela execrável sociedade de consumo capitalista.

http://ultimosegundo.ig.com.br/opiniao/caio_blinder/2009/10/15/china+e+o+farol+do+mundo+mas+ainda+ha+muita+escuridao+na+economia+8834087.html

"That's what you like to do
To treat a man like a pig
And when I'm dead and gone
It's an award I've won"
(Russian Roulette - Accept)

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!