Tópico: Igreja critica novo livro de José Saramago, "Caim", e escritor ataca a Bíblia

[Unknown]

Igreja critica novo livro de José Saramago, "Caim", e escritor ataca a Bíblia

"Caim", livro mais recente do português José Saramago, gerou polêmica ao chegar às livrarias nesta segunda-feira, depois que o episcopado lusitano afirmou que se trata de uma mera "operação publicitária" do Prêmio Nobel de Literatura de 1998.

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O escritor português José Saramago em março, durante evento na capital espanhola

O livro, que narra em tom irônico a história bíblica de Caim, filho de Adão e Eva que matou o irmão Abel, foi apresentado no domingo em Penafiel pelo autor.

"A Bíblia é um manual de maus costumes, um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana", declarou Saramago. "Sem a Bíblia, um livro que teve muita influência em nossa cultura e até em nossa maneira de ser, os seres humanos seriam provavelmente melhores", completou.

O romancista denunciou "um Deus cruel, invejoso e insuportável, que existe apenas em nossas mentes", e afirmou que sua obra não causará problemas com a Igreja Católica "porque os católicos não lêem a Bíblia". "Admito que o livro pode irritar os judeus, mas pouco me importa".

O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, Manuel Marujão, chamou o livro de "operação publicitária". "Um escritor da dimensão de José Saramago deveria tomar um caminho mais sério. Pode fazer críticas, mas entrar em um gênero de ofensas não fica bem a ninguém, e muito menos a um Prêmio Nobel", afirmou.

O rabino Elieze du Martino, representante da comunidade judaica de Lisboa, afirmou que "o mundou judeu não vai se escandalizar com os escritos de Saramago nem de ninguém". "Saramago desconhece a Bíblia e sua exegese. Faz leituras superficiais da Bíblia", disse.

Saramago provocou revolta em 1992 com "Evangelho segundo Jesus Cristo", no qual mostra um Jesus que perdeu sua virgindade com Maria Madalena e que era utilizado por Deus para ampliar seu poder no mundo. O escritor se mudou pouco depois de Portugal e foi morar em Lanzarote, no arquipélago espanhol das Canárias.

http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/2009/10/19/igreja+critica+novo+livro+de+saramago+8875915.html

[Lua]

Se a igreja não criticasse, não seria a igreja. Isso por duas razões: a primeira, o livro é do Saramago, um ateu que vive desafiando deus; segundo, porque o livro expõe, mais uma vez, a saga bíblica ao 'ridículo'.

Sou fã do Saramago e estou louca para ler esse livro... O anterior, sobre a mesma temática - O evangelho segundo JC - é excelente.

[Dbohr]

O Evangelho Segundo Jesus Cristo é um soco no estômago. É um dos livros que me fizeram repensar minha crença e que me levaram ao ateísmo.

[Sr. Alguém]

"porque os católicos não lêem a bíblia".
Essa frase é interessante.Não conheço nenhum católico que leia a bíblia frequentemente.

[Moro]

Saramago não gosta de religiões. Só a comunista hehe

[Südenbauer]

"porque os católicos não lêem a bíblia".
Essa frase é interessante.Não conheço nenhum católico que leia a bíblia frequentemente.

Pelo o que eu observo, os católicos se preocupam mais em saber sobre os santos deles, enquanto que a leitura da Bíblia fica por conta dos protestantes. Isso é bem ilustrado até numa casa de ambos seguimentos, no lugar onde uma tem alguns santos, a outra tem uma Bíblia.

[Unknown]

Católicos também têm bíblias, e muitas vezes as deixam expostas em casa, só que não costumam lê-la com a mesma frequência dos protestantes.

[Eremita]

"porque os católicos não lêem a bíblia".
Essa frase é interessante.Não conheço nenhum católico que leia a bíblia frequentemente.

Pelo o que eu observo, os católicos se preocupam mais em saber sobre os santos deles, enquanto que a leitura da Bíblia fica por conta dos protestantes. Isso é bem ilustrado até numa casa de ambos seguimentos, no lugar onde uma tem alguns santos, a outra tem uma Bíblia.

A questão é cultural, mesmo. Embora católicos gostem de ter bíblias em casa, eles são incentivados a deixar que uma autoridade - o padre - interprete para eles e mostre o "verdadeiro sentido" de cada passagem. Já o protestante rejeita a figura da autoridade sacerdotal, vendo-a como um empecilho entre o fiel e Jesus; embora os protestantes também ouçam um sacerdote falando e interpretando a Bíblia, eles sentem-se incentivados a lê-la por si mesmos.

Aliás, algo deve ser dito... se Saramago queria deixar a ICAR furiosa, era mais eficiente citar os protestantes que os judeus! Até acho engraçado que nenhum dos dois lados resolveu distorcer o que Saramago disse como anti-semitismo... hehe.

O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, Manuel Marujão, chamou o livro de "operação publicitária". "Um escritor da dimensão de José Saramago deveria tomar um caminho mais sério. Pode fazer críticas, mas entrar em um gênero de ofensas não fica bem a ninguém, e muito menos a um Prêmio Nobel", afirmou.

"Gênero de ofensas"? Se ele tá falando do livro... peraí, agora a ICAR virou sepulcro inviolável e toda crítica vira ofensa? Não vejo como ofensivos os textos do Saramago.

[Spitfire]

A ICAR que vá TNC...

Crítica? Sim! Ofensa? Tô pouco me fodendo... Saramago também. 

[Wolfischer]

Saramago é um grande escritor, seus livros por vezes são difíceis, mas atravessá-los é sempre uma aventura proveitosa.
Já ouvi crentes falando mal dele, queriam mesmo que fosse queimado na estaca, se isso não fosse tradição católica. Por outro lado, já ouvi pastores protestantes, da linhagem mais intelectual e crítica, falando muito bem mesmo do "evangelho" de Saramago, e recomendando aos crentes que o lessem para futura discussão em escola bíblica.