Autor Tópico: Crise desnuda mazelas de países ricos e expõe insegurança em emergentes  (Lida 316 vezes)

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Crise desnuda mazelas de países ricos e expõe insegurança em emergentes como China e Rússia

Aqui tem problemas, mas há coisa pior entre os BRIC, de pirataria tolerada por Pequim a autoritarismo

Os problemas recorrentes de uma economia que não encontrou ainda o caminho do crescimento sustentado, que se manifeste sem inflação ou o seu antípoda dos juros altos, uma e outra expressões da pouca capacidade produtiva frente à renda disponível dos consumidores em situação de normalidade, parecem relativizados pelos investidores.

A crise desnudou mazelas mais graves nos países avançados e expôs a insegurança institucional em vários dos emergentes, como China e Rússia, duas das letras do acrônimo BRIC, das economias candidatas ao panteão dos ricos no mundo, completado com a Índia e o Brasil.

Ao contrário de muitas das críticas, a assimetria dos juros caros no país, resultado da política do Banco Central para encaixar o pé do consumo no sapato justo da produção, embora uma das distorções à espera de solução, talvez seja hoje o menor dos atrativos para a enxurrada dos dólares dos investidores.

Mais crível é supor que os capitais externos estejam sendo menos críticos em relação aos não poucos problemas a resolver. E isso porque as opções se afinaram.

Ainda esta semana, em conversa ouvida entre três empresários na antessala de um banco, um deles executivo de montadora, os outros de grandes indústrias com negócios no exterior, as histórias sobre contratempos na China e Rússia remetem a “invasão de privacidade” do presidente Lula sobre os negócios privados da Vale ao campo das picuinhas políticas e dos excessos de um dirigente sem limites.

Na China, por exemplo, o empresário brasileiro recebeu proposta mais vantajosa para alugar um galpão em que estoca produtos para serem exportados. Negociou o rompimento do contrato do endereço em que estava, que previa multa de três meses de aluguéis. O locador pediu nove aluguéis. Ele negou e cumpriu o que dizia o contrato. No dia da mudança encontrou o galpão trancado, sem energia. Chamou a polícia. Ela nada fez, alegando que o problema era comercial.

Os advogados da empresa brasileira foram à Justiça e descobriram que a demanda levaria, no mínimo, nove meses, precisamente o tempo da multa reivindicada pelo locador chinês. Desistiu e pagou.

O carro-cópia chinês

O executivo da montadora, baseada na Europa, tinha a sua história também. Ou histórias. Na Rússia, nada anda sem relações especiais com a nova nomenclatura que comanda o governo, a ponto de a matriz já cogitar cair fora enquanto há tempo.

Na China, o caso foi muito mais bizarro. Uma fábrica foi instalada com sócio chinês que, sem mais, quase que simultaneamente, começou a fazer outra ao lado. Nela, instalou uma linha de montagem simulando a do parceiro para montar um carro igual, um modelo compacto, com outro nome.

Levado ao governo o caso, os executivos da montadora foram aconselhados a não fazerem nada sob o argumento de que a “fábrica-cópia” montaria “apenas” 50 mil carros, enquanto ela, a “original”, faria 300 mil. Havia mercado para todo mundo, disseram. E assim ficou.

Chávez compra prédio

Mas divertida foi a experiência reportada ao amigo brasileiro por um industrial venezuelano. Um dia, fazendo jogging na rua, avistou o presidente Hugo Chávez, que o chamou e pediu que ligasse. Ele ligou, e nada. Semanas depois, repete-se a cena. Chávez o chama e cobra. Ouviu que fizera o que o presidente pedira.

Chávez reclama com o ajudante de ordens e manda marcar a reunião. Nela, ele ouve Chávez perguntar quanto custava o edifício-sede de sua empresa. O empresário disse que não estava à venda. Chávez replicou que não fora isso o que indagara, mas quanto custava. Ele chutou um valor, e Chávez mandou pagar, sem titubear, assinando ele mesmo a ordem.

B de BRIC brilha mais

Autor do acrônimo BRIC, o economista-chefe do Goldman Sachs, Jim O’Neill, passou esta semana por São Paulo e reconheceu que antes muitos questionavam a letra B da expressão e, hoje, criticam o R.

Para ele, ambos os questionamentos não procedem. A Rússia, como exportadora de petróleo, sentiu mais a crise que outros emergentes e tem muitos desafios. Mas antes da rebordosa global sua economia crescia mais que a do Brasil. Aqui, porém, estão agora as grandes oportunidades. O’Neill elogiou Lula por associar o crescimento ao social. “Só assim o desenvolvimento será sustentável”, disse.

Ele criticou o baixo nível dos investimentos e o peso do governo na economia. É o que os empresários e economistas também lamentam. Nem por isso eles e O’Neill torcem o nariz. Lá fora há coisa pior. Ser escolhido por eliminação e se iludir com o sucesso da hora são perigos, se tomados como licença para não resolver problema algum.

Dólares que incomodam

O atestado de bom comportamento passado pelo capital estrangeiro não deve ser tomado pelo que valem seus dólares. Eles valem cada vez menos, quase US$ 1,50 por euro, R$ 1,70 medido contra o real.

Setores do governo se incomodam com a imaginação estreita do BC para peneirar tais ingressos, dificultando o que menos importa. Tipo o quê? Para aplicação financeira.

Não seria problema se não exigisse a emissão de dívida pública ao custo maior do que rendem os dólares aplicados. E se não levasse à apreciação do real a um nível que inviabiliza a exportação de manufaturados.

Não dá para acumular reservas à base de dívida. Não é assim que a China faz.

http://cidadebiz.oi.com.br/paginas/50001_51000/50078-1.html
« Última modificação: 20 de Outubro de 2009, 19:41:21 por Unknown »

"That's what you like to do
To treat a man like a pig
And when I'm dead and gone
It's an award I've won"
(Russian Roulette - Accept)

 

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