É interessante contemplar um riacho luxuriante, atapetado com numerosas
plantas pertencentes a numerosas espécies, abrigando aves que cantam nos ramos,
insetos variados que volitam aqui e ali, vermes que rastejam na terra úmida,
se se pensar que estas formas tão admiravelmente construídas, tão diferentemente
conformadas, e dependentes umas das outras de uma maneira tão complexa,
têm sido todas produzidas por leis que atuam em volta de nós. Estas leis, tomadas
no seu sentido mais lato, são: a lei do crescimento e reprodução; a lei da hereditariedade
que implica quase a lei de reprodução; a lei de variabilidade, resultante da
ação direta e indireta das condições de existência, do uso e não uso; a lei da multiplicação
das espécies em razão bastante elevada para trazer a luta pela existência,
que tem como conseqüência a seleção natural, que determina a divergência
de caracteres, a extinção de formas menos aperfeiçoadas. O resultado direto desta
guerra da natureza que se traduz pela fome e pela morte, é, pois, o fato mais
admirável que podemos conceber, a saber: a produção de animais superiores.
Não há uma verdadeira grandeza nesta forma de considerar a vida, com os seus
poderes diversos atribuídos primitivamente pelo Criador a um pequeno número de
formas, ou mesmo a uma só? Ora, enquanto que o nosso planeta, obedecendo à
lei fixa da gravitação, continua a girar na sua órbita, uma quantidade infinita de
belas e admiráveis formas, saídas de um começo tão simples, não têm cessado
de se desenvolver e desenvolvem-se ainda!
Charles Darwin, A Origem das Espécies, último parágrafo.
Você ensinaria esse lixo para o seu filho???????????????????