Tópico: Eleições Reitoria USP

[Atheist]

Serra escolhe 2º colocado em votação para reitor da USP

 DIÓGENES MUNIZ
editor de Multimídia da Folha Online

O professor João Grandino Rodas foi escolhido pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB), para o cargo de reitor da USP (Universidade de São Paulo). Segundo apurou a Folha Online, a decisão foi tomada nesta noite pelo político tucano e só deve ser anunciada oficialmente amanhã. Essa é a primeira vez que o mais votado na USP não é empossado reitor desde a ditadura militar.

Ayrton Vignola/Folha Imagem
 
Escolhido por Serra, novo reitor é bem relacionado com o primeiro escalão tucano

Rodas disputava o cargo com Glaucius Oliva e Armando Corbani Ferraz --ambos receberam apoio extraoficial da atual reitora, Suely Vilela, com quem Serra tem divergências. O escolhido pelo governador foi o segundo mais votado.

Serra tem autonomia para escolher qualquer um dos três candidatos. Mas, tradicionalmente, a escolha recai sobre o primeiro da lista --a última vez que a tradição foi quebrada ocorreu em 1981, quando o então governador Paulo Maluf optou por Antônio Hélio Vieira, quarto de uma lista sextupla feita na época.

Grandino é diretor da Faculdade de Direito. Ele recebeu apoio de três ex-reitores (Guerra Filho, Fava de Moraes e Adolpho Melfi) e de ex-ministros (três de Estado, um do Supremo Tribunal Federal e um do Superior Tribunal Militar).

O professor escolhido já trabalhou com Aloysio Nunes Ferreira, chefe da Casa Civil, e foi indicado pelo vice-governador, Alberto Goldman, para o Conselho Estadual de Educação.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u651773.shtml

[Dbohr]

É atribuição do Governador e tal, mas... porra, custava respeitar o resultado do pleito? A autonomia universitária é uma ficção, mesmo!

[Zeichner]

Se lista tríplice não vale, apenas o mais votado, então teria que se mudar tudo.
Lista tríplice é isso, pode não parecer justo mas é legal, porque é uma atribuição do governador, o gestor dos recursos públicos que sustentam a universidade, escolher um nome dentre os três mais votados.
O povo o escolheu como gestor, e ele tem o direito de escolher alguém de sua confiança entre os 3.

[Dbohr]

Ninguém contesta que isso é atribuição do Governador e que ele está no direito dele, que não é ilegal, nem nada. Não é esse o ponto. O ponto é que a vontade da comunidade da USP foi desrespeitada e que o reitor foi nomeado por um critério de conveniência política e não técnico. E é exatamente esse tipo de conveniência política que leva advogados e engenheiros agrônomos a ocuparem postos estratégicos na gestão das Minas e Energia e Itaipu...

[HFC]

É atribuição do Governador e tal, mas... porra, custava respeitar o resultado do pleito? A autonomia universitária é uma ficção, mesmo!

Democracia moderada e direcionada ... Isso me faz rir !!!    Ou chorar ...  :'(

O papel da universidade acaba por se restringir a só mais uma carta não mão do administrador, carta para ser usada conforme sua conveniência ...

[Zeichner]

Se não pode, mude-se a lei.
Se a lei permite que o governador possa escolher o candidato com seu apoio, nada a se fazer.

Para mim o Toffoli também não poderia jamais ser ministro do Supremo, mas se é uma atribuição do presidente, pode até colocar um advogado que não conseguiu duas vezes passar no Concurso de Juiz.

Não é a democracia pregado pelo Lula, se o povo o escolheu para escolher, então é democrático?

[Dbohr]

Ninguém votou no Toffoli, ou no Lobão, ou no diretor de Itaipu. Não gostei de nenhuma dessas indicações, mas pelo menos não houve uma eleição por trás para agravar os sentimentos contrários aos nomes.

[HFC]

A decisão é tecnicamente correta e legalmente válida, Zeichner.
Isso não se discute. Nisso o Serra está absolutamente correto.

O problema envolvido é a "autonomia" das universidades e o respeito a liberdade de pensamento e decisão dentro do ambiente acadêmico. Uma decisão contrária a vontade da maioria desagrada e muito a opinião de alunos, professores e funcionários da universidade. Como ex-uspiano, eu não concordo com a decisão do governador ( apesar de vê-la como correta em termos legais - e de nem longe ter cogitado em votar nele ). Entre os peessedebistas, ele é uma figura desagradável e inssossa, em minha opinião.  

[Zeichner]

Pois é. O problema é esta autonomia Universitária.
Se o professor escolhido fosse uma pessoa tremendamente detestável, não teria entrado na lista tríplice. E foi o segundo.

Será que não é democrático? Ou democracia só vale se respeita os meus interesses?

[Dbohr]

Bom, não sei na USP, mas na UERJ, UNICAMP e UFRJ raramente eleições para a Reitoria têm mais que 3 candidatos...

[Zeichner]

Questiono muito estas noções de democracia que existe. Se o povo elege alguém de quem não gostam, o povo vota errado porque é alienado. Se escolhe quem lhe interessa, a voz do povo é a voz de deus, o todo-foderoso.
Votaram nele. Não foi o primeiro mas também não foi o último.
Não foi imposto goela abaixo, foi escolhido por uma parcela dos alunos a ponto de estar na lista tríplice.
Foi democrático?

[Zeichner]

Veja o título do post.  Uma coisa absolutamente legal, dentro dos princípios de todas as universidades, leva a imputação política... perdeu meu voto.
Como se algum dia teve a intenção de votar pro Serra? Ou foi só uma oportunidade de proselitismo?

Misturaram as coisas, ao meu ver.

[Dbohr]

Você está confundindo duas questões, eu acho. Ninguém está questionando a legitimidade do novo reitor, nem a atribuição do Serra escolher dentro da lista tríplice. Ou mesmo do Lula nomear quem ele quiser para Ministérios.

O que eu estou dizendo é que é uma tradição (para não falar em boa política) respeitar o resultado de pleitos universitários para não minar a autonomia da instituição. E que nomear por critérios políticos em vez de técnicos muitas vezes não dá muito certo.

[Zeichner]

Só acho então que a moderaçãomude o nome do post para se evitar proselitismo.

[Dbohr]

Eu acho desnecessário. Se algum outro moderador achar que precisa, pode mudar.

[Atheist]

Veja o título do post.  Uma coisa absolutamente legal, dentro dos princípios de todas as universidades, leva a imputação política... perdeu meu voto.
Como se algum dia teve a intenção de votar pro Serra? Ou foi só uma oportunidade de proselitismo?

Misturaram as coisas, ao meu ver.

Eu já cogitei sim, votar no Serra. Dependendo dos demais candidatos até votaria.

Sei que é legal, que é assim que funciona. Mas não concordo. Para início de conversa, se fosse para ser apenas os três mais votados não deveria haver candidatura (e normalmente são três) e cada um deveria poder votar em quem quisesse. Os três mais votados seriam indicados em lista tríplice. Ok, seria mais justo.

No entanto, existe todo um sistema para eleição, mesmo que o nome seja consulta pública. Existem debates, existem campanhas. É uma eleição.

Eu não sou aluno, professor ou funcionário da USP, portanto não importa para mim quem seja o reitor desta universidade. Me importa é saber que com Serra na presidência, a escolha do reitor da minha universidade, que é federal, pode ser ameaçada por conchavos políticos. Ou seja, uma pessoa que não está no meio, que não convive os problemas e as questões que envolvem diretamente a comunidade universitária, escolhe meramente por critérios de amizade/simpatia (ou por sugestão de correligionários envolvidos na comunidade e ligados diretamente com as campanhas).

Qualquer futuro presidente poderá fazer isso em uma ou outra universidade, mas prefiro dar o benefício da dúvida. Serra já sei que é capaz de fazer isso, por isso ele perdeu de vez a possibilidade de meu voto.

[Atheist]

Só acho então que a moderaçãomude o nome do post para se evitar proselitismo.

Proselitismo? Se eu fosse petista até aceitaria esse argumento, mas não vejo assim.

[HFC]

Só acho então que a moderaçãomude o nome do post para se evitar proselitismo.

Talvez até seja necessário, Zeichner ... Apoiarei essa sua idéia se o tópico piorar e pessoas desrespeitarem as outras pela preferência política ...

  

[HFC]

Eu não sou aluno, professor ou funcionário da USP, portanto não importa para mim quem seja o reitor desta universidade. Me importa é saber que com Serra na presidência, a escolha do reitor da minha universidade, que é federal, pode ser ameaçada por conchavos políticos. Ou seja, uma pessoa que não está no meio, que não convive os problemas e as questões que envolvem diretamente a comunidade universitária, escolhe meramente por critérios de amizade/simpatia (ou por sugestão de correligionários envolvidos na comunidade e ligados diretamente com as campanhas).

Aqui vou discordar vc, numa linha off-topic. Importa sim e muito quem é o reitor da maior universidade do Brasil. Ele vai privilegiar e decidir sobre institutos e programas de graduação e pós. Vai resolver conflitos internos e dar a visibilidade a universidade - assim como dará visibilidade à produção dela. Em minha visão, é uma escolha que é relegada a 2º plano, para um cargo importantíssimo. Neste caso, vejo que mesmo política e técnico-administrativa, a decisão de um presidente ou governador sobre tais cargos, precisa ser justificada e muito bem justificada. Vejo ela como questão de política pública e planejamento - mas tenho impressão que ela se reduz a só uma questão de preferência partidátria e acomodação de interesses particulares - uma triste e vazia decisão. 

[Atheist]

Eu não sou aluno, professor ou funcionário da USP, portanto não importa para mim quem seja o reitor desta universidade. Me importa é saber que com Serra na presidência, a escolha do reitor da minha universidade, que é federal, pode ser ameaçada por conchavos políticos. Ou seja, uma pessoa que não está no meio, que não convive os problemas e as questões que envolvem diretamente a comunidade universitária, escolhe meramente por critérios de amizade/simpatia (ou por sugestão de correligionários envolvidos na comunidade e ligados diretamente com as campanhas).

Aqui vou discordar vc, numa linha off-topic. Importa sim e muito quem é o reitor da maior universidade do Brasil. Ele vai privilegiar e decidir sobre institutos e programas de graduação e pós. Vai resolver conflitos internos e dar a visibilidade a universidade - assim como dará visibilidade à produção dela. Em minha visão, é uma escolha que é relegada a 2º plano, para um cargo importantíssimo. Neste caso, vejo que mesmo política e técnico-administrativa, a decisão de um presidente ou governador sobre tais cargos, precisa ser justificada e muito bem justificada. Vejo ela como questão de política pública e planejamento - mas tenho impressão que ela se reduz a só uma questão de preferência partidátria e acomodação de interesses particulares - uma triste e vazia decisão. 

Neste sentido concordo que importa sim. O que quis dizer é que desconheço os nomes dos candidatos e pouco posso dizer quem seria mais indicado para o cargo. Por isso imagino que a comunidade Uspiana é quem deve escolher. É um sistema que às vezes acerta, às vezes erra, até porque um reitor não governa sozinho, mas com uma equipe de pró-reitores e diretores que não mostra a cara nas eleições e muitas vezes estas escolhas acabam também tendo que ser políticas (por políticas internas ou não) e colocam tudo a perder.

[Atheist]

Alterei o título do tópico.