Autor Tópico: Lula tentou violentar companheiro de cela  (Lida 21481 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline O Grande Capanga

  • Nível 39
  • *
  • Mensagens: 3.872
Lula tentou violentar companheiro de cela
« Online: 27 de Novembro de 2009, 16:18:21 »
Os filhos do Brasil
   
CÉSAR BENJAMIN
ESPECIAL PARA A FOLHA

A PRISÃO na Polícia do Exército da Vila Militar, em setembro de 1971, era especialmente ruim: eu ficava nu em uma cela tão pequena que só conseguia me recostar no chão de ladrilhos usando a diagonal. A cela era nua também, sem nada, a menos de um buraco no chão que os militares chamavam de “boi”; a única água disponível era a da descarga do “boi”. Permanecia em pé durante as noites, em inúteis tentativas de espantar o frio. Comia com as mãos. Tinha 17 anos de idade.
Um dia a equipe de plantão abriu a porta de bom humor. Conduziram-me por dois corredores e colocaram-me em uma cela maior onde estavam três criminosos comuns, Caveirinha, Português e Nelson, incentivados ali mesmo a me usar como bem entendessem. Os três, porém, foram gentis e solidários comigo. Ofereceram-me logo um lençol, com o qual me cobri, passando a usá-lo nos dias seguintes como uma toga troncha de senador romano.
Oriundos de São Paulo, Caveirinha e Português disseram-me que “estavam pedidos” pelo delegado Sérgio Fleury, que provavelmente iria matá-los. Nelson, um mulato escuro, passava o tempo cantando Beatles, fingindo que sabia inglês e pedindo nossa opinião sobre suas caprichadas interpretações. Repetia uma ideia, pensando alto: “O Brasil não dá mais. Aqui só tem gente esperta. Quando sair dessa, vou para o Senegal. Vou ser rei do Senegal”.
Voltei para a solitária alguns dias depois. Ainda não sabia que começava então um longo período que me levou ao limite.
Vegetei em silêncio, sem contato humano, vendo só quatro paredes -”sobrevivendo a mim mesmo como um fósforo frio”, para lembrar Fernando Pessoa- durante três anos e meio, em diferentes quartéis, sem saber o que acontecia fora das celas. Até que, num fim de tarde, abriram a porta e colocaram-me em um camburão. Eu estava sendo transferido para fora da Vila Militar. A caçamba do carro era dividida ao meio por uma chapa de ferro, de modo que duas pessoas podiam ser conduzidas sem que conseguissem se ver. A vedação, porém, não era completa. Por uma fresta de alguns centímetros, no canto inferior à minha direita, apareceram dedos que, pelo tato, percebi serem femininos.
Fiquei muito perturbado (preso vive de coisas pequenas). Há anos eu não via, muito menos tocava, uma mulher. Fui desembarcado em um dos presídios do complexo penitenciário de Bangu, para presos comuns, e colocado na galeria F, “de alta periculosia”, como se dizia por lá. Havia 30 a 40 homens, sem superlotação, e três eram travestis, a Monique, a Neguinha e a Eva. Revivi o pesadelo de sofrer uma curra, mas, mais uma vez, nada ocorreu. Era Carnaval, e a direção do presídio, excepcionalmente, permitira a entrada de uma televisão para que os detentos pudessem assistir ao desfile.
Estavam todos ocupados, torcendo por suas escolas. Pude então, nessa noite, ter uma longa conversa com as lideranças do novo lugar: Sapo Lee, Sabichão, Neguinho Dois, Formigão, Ari dos Macacos (ou Ari Navalhada, por causa de uma imensa cicatriz que trazia no rosto) e Chinês. Quando o dia amanheceu éramos quase amigos, o que não impediu que, durante algum tempo, eu fosse submetido à tradicional série de “provas de fogo”, situações armadas para testar a firmeza de cada novato.
Quando fui rebatizado, estava aceito. Passei a ser o Devagar. Aos poucos, aprendi a “língua de congo”, o dialeto que os presos usam entre si para não serem entendidos pelos estranhos ao grupo.
Com a entrada de um novo diretor, mais liberal, consegui reativar as salas de aula do presídio para turmas de primeiro e de segundo grau. Além de dezenas de presos, de todas as galerias, guardas penitenciários e até o chefe de segurança se inscreveram para tentar um diploma do supletivo. Era o que eu faria, também: clandestino desde os 14 anos, preso desde os 17, já estava com 22 e não tinha o segundo grau. Tornei-me o professor de todas as matérias, mas faria as provas junto com eles.
Passei assim a maior parte dos quase dois anos que fiquei em Bangu. Nos intervalos das aulas, traduzia livros para mim mesmo, para aprender línguas, e escrevia petições para advogados dos presos ou cartas de amor que eles enviavam para namoradas reais, supostas ou apenas desejadas, algumas das quais presas no Talavera Bruce, ali ao lado. Quanto mais melosas, melhor.
Como não havia sido levado a julgamento, por causa da menoridade na época da prisão, não cumpria nenhuma pena específica. Por isso era mantido nesse confinamento semiclandestino, segregado dos demais presos políticos. Ignorava quanto tempo ainda permaneceria nessa situação.
Lembro-me com emoção -toda essa trajetória me emociona, a ponto de eu nunca tê-la compartilhado- do dia em que circulou a notícia de que eu seria transferido. Recebi dezenas de catataus, de todas as galerias, trazidos pelos próprios guardas. Catatau, em língua de congo, é uma espécie de bilhete de apresentação em que o signatário afiança a seus conhecidos que o portador é “sujeito-homem” e deve ser ajudado nos outros presídios por onde passar.
Alguns presos propuseram-se a organizar uma rebelião, temendo que a transferência fosse parte de um plano contra a minha vida. A essa altura, já haviam compreendido há muito quem eu era e o que era uma ditadura.
Eu os tranquilizei: na Frei Caneca, para onde iria, estavam os meus antigos companheiros de militância, que reencontraria tantos anos depois. Descumprindo o regulamento, os guardas permitiram que eu entrasse em todas as galerias para me despedir afetuosamente de alunos e amigos. O Devagar ia embora.

São Paulo, 1994. Eu estava na casa que servia para a produção dos programas de televisão da campanha de Lula. Com o Plano Real, Fernando Henrique passara à frente, dificultando e confundindo a nossa campanha.
Nesse contexto, deixei trabalho e família no Rio e me instalei na produtora de TV, dormindo em um sofá, para tentar ajudar. Lá pelas tantas, recebi um presente de grego: um grupo de apoiadores trouxe dos Estados Unidos um renomado marqueteiro, cujo nome esqueci. Lula gravava os programas, mais ou menos, duas vezes por semana, de modo que convivi com o americano durante alguns dias sem que ele houvesse ainda visto o candidato.
Dizia-me da importância do primeiro encontro, em que tentaria formatar a psicologia de Lula, saber o que lhe passava na alma, quem era ele, conhecer suas opiniões sobre o Brasil e o momento da campanha, para então propor uma estratégia. Para mim, nada disso fazia sentido, mas eu não queria tratá-lo mal. O primeiro encontro foi no refeitório, durante um almoço.
Na mesa, estávamos eu, o americano ao meu lado, Lula e o publicitário Paulo de Tarso em frente e, nas cabeceiras, Espinoza (segurança de Lula) e outro publicitário brasileiro que trabalhava conosco, cujo nome também esqueci. Lula puxou conversa: “Você esteve preso, não é Cesinha?” “Estive.” “Quanto tempo?” “Alguns anos…”, desconversei (raramente falo nesse assunto). Lula continuou: “Eu não aguentaria. Não vivo sem boceta”.
Para comprovar essa afirmação, passou a narrar com fluência como havia tentado subjugar outro preso nos 30 dias em que ficara detido. Chamava-o de “menino do MEP”, em referência a uma organização de esquerda que já deixou de existir. Ficara surpreso com a resistência do “menino”, que frustrara a investida com cotoveladas e socos.
Foi um dos momentos mais kafkianos que vivi. Enquanto ouvia a narrativa do nosso candidato, eu relembrava as vezes em que poderia ter sido, digamos assim, o “menino do MEP” nas mãos de criminosos comuns considerados perigosos, condenados a penas longas, que, não obstante essas condições, sempre me respeitaram.
O marqueteiro americano me cutucava, impaciente, para que eu traduzisse o que Lula falava, dada a importância do primeiro encontro. Eu não sabia o que fazer. Não podia lhe dizer o que estava ouvindo. Depois do almoço, desconversei: Lula só havia dito generalidades sem importância. O americano achou que eu estava boicotando o seu trabalho. Ficou bravo e, felizmente, desapareceu.

Dias depois de ter retornado para a solitária, ainda na PE da Vila Militar, alguém empurrou por baixo da porta um exemplar do jornal “O Dia”. A matéria da primeira página, com direito a manchete principal, anunciava que Caveirinha e Português haviam sido localizados no bairro do Rio Comprido por uma equipe do delegado Fleury e mortos depois de intensa perseguição e tiroteio. Consumara-se o assassinato que eles haviam antevisto.
Nelson, que amava os Beatles, não conseguiu ser o rei do Senegal: transferido para o presídio de Água Santa, liderou uma greve de fome contra os espancamentos de presos e perseverou nela até morrer de inanição, cerca de 60 dias depois. Seu pai, guarda penitenciário, servia naquela unidade.
Neguinho Dois também morreu na prisão. Sapo Lee foi transferido para a Ilha Grande; perdi sua pista quando o presídio de lá foi desativado. Chinês foi solto e conseguiu ser contratado por uma empreiteira que o enviaria para trabalhar em uma obra na Arábia, mas a empresa mudou os planos e o mandou para o Alasca. Na última vez que falei com ele, há mais de 20 anos, estava animado com a perspectiva do embarque: “Arábia ou Alasca, Devagar, é tudo as mesmas Alemanhas!” Ele quis ir embora para escapar do destino de seu melhor amigo, o Sabichão, que também havia sido solto, novamente preso e dessa vez assassinado. Não sei o que aconteceu com o Formigão e o Ari Navalhada.
A todos, autênticos filhos do Brasil, tão castigados, presto homenagem, estejam onde estiverem, mortos ou vivos, pela maneira como trataram um jovem branco de classe média, na casa dos 20 anos, que lhes esteve ao alcance das mãos. Eu nunca soube quem é o “menino do MEP”. Suponho que esteja vivo, pois a organização era formada por gente com o meu perfil. Nossa sobrevida, em geral, é bem maior do que a dos pobres e pretos.
O homem que me disse que o atacou é hoje presidente da República. É conciliador e, dizem, faz um bom governo. Ganhou projeção internacional. Afastei-me dele depois daquela conversa na produtora de televisão, mas desejo-lhe sorte, pelo bem do nosso país. Espero que tenha melhorado com o passar dos anos.
Mesmo assim, não pretendo assistir a “O Filho do Brasil”, que exala o mau cheiro das mistificações. Li nos jornais que o filme mostra cenas dos 30 dias em que Lula esteve detido e lembrei das passagens que registrei neste texto, que está além da política. Não pretende acusar, rotular ou julgar, mas refletir sobre a complexidade da condição humana, justamente o que um filme assim, a serviço do culto à personalidade, tenta esconder.

CÉSAR BENJAMIN, 55, militou no movimento estudantil secundarista em 1968 e passou para a clandestinidade depois da decretação do Ato Institucional nº 5, em 13 de dezembro desse ano, juntando-se à resistência armada ao regime militar. Foi preso em meados de 1971, com 17 anos, e expulso do país no final de 1976. Retornou em 1978. Ajudou a fundar o PT, do qual se desfiliou em 1995. Em 2006 foi candidato a vice-presidente na chapa liderada pela senadora Heloísa Helena, do PSOL, do qual também se desfiliou. Trabalhou na Fundação Getulio Vargas, na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na Prefeitura do Rio de Janeiro e na Editora Nova Fronteira. É editor da Editora Contraponto e colunista da Folha.
« Última modificação: 27 de Novembro de 2009, 16:20:35 por Jesús Malverde »

Offline André T.

  • Nível 17
  • *
  • Mensagens: 494
  • Sexo: Masculino
  • All this pain is an illusion.
    • Meu blog
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #1 Online: 27 de Novembro de 2009, 17:00:17 »
Então, a direita está comemorando isso aí com força.

Resta saber pq o César Benjamin só resolveu falar disso agora, tanto tempo passado depois. Suspeito.
"Feed my will to feel this moment urging me to cross the line.
Reaching out to embrace the random.
Reaching out to embrace whatever may come."
Meu blog

Offline Mr. Mustard

  • Nível 39
  • *
  • Mensagens: 3.918
  • Sexo: Masculino
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #2 Online: 27 de Novembro de 2009, 17:35:52 »
Isto aí não vai dar em nada... Eu sinceramente nunca vi um Governo tão blindado com este.

Offline O Grande Capanga

  • Nível 39
  • *
  • Mensagens: 3.872
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #3 Online: 27 de Novembro de 2009, 18:09:29 »
Isto aí não vai dar em nada... Eu sinceramente nunca vi um Governo tão blindado com este.

Concordo, infelizmente.

O cara pode fazer a merda que for, que se fosse outro no lugar, a coisa seria diferente.

Daqui a pouco vão aparecer por aí (na mídia), lulo-petistas justificando o ato.

Offline FxF

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.720
  • Sexo: Masculino
  • Yohohoho!
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #4 Online: 27 de Novembro de 2009, 18:17:02 »
Não me surpreendente. É coerente com o conhecimento que temos quanto a moral e ética do Lula.

Offline Mr. Mustard

  • Nível 39
  • *
  • Mensagens: 3.918
  • Sexo: Masculino
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #5 Online: 27 de Novembro de 2009, 18:25:52 »
Se bobear, o PT vai contra-atacar dizendo que o FHC fez a mesma coisa, só que com uma criança com com síndrome de Dawn.

Offline FxF

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.720
  • Sexo: Masculino
  • Yohohoho!
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #6 Online: 27 de Novembro de 2009, 18:29:31 »
Disso eu não tenho dúvidas. Vão inventar alguma coisa do FHC.

Offline Blues Brother

  • Nível 16
  • *
  • Mensagens: 422
  • Sexo: Masculino
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #7 Online: 27 de Novembro de 2009, 19:21:55 »
O Cesar Benajim é o cara que foi pro PSOL pra detonar os antigos "cumpanheiros" do PT e acabou arranjando novas rixas com os novos profetas socialistas.

Realmente, é estranho que o cara venha falar um troço terrível desse no FIM do segundo mandato...

PQP! 

Offline Gigaview

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.604
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #8 Online: 27 de Novembro de 2009, 19:54:08 »
Fica difícil saber que tem mais merda na cabeça. Tudo farinha do mesmo saco.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline FxF

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.720
  • Sexo: Masculino
  • Yohohoho!
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #9 Online: 27 de Novembro de 2009, 21:38:33 »
Se os petistas não admitem os crimes em massa no estilo nazistas cometidos pelo Che Guevara, não vão dar bola para um estuprozinho ou uma mortesinha por aí... é difícil derrubar um ícone do socialismo!
Realmente, é estranho que o cara venha falar um troço terrível desse no FIM do segundo mandato...
Lidando com uma máfia, até não é tão difícil de imaginar o porque... mas ainda é estranho, e meio tardio...

Offline Moro

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 20.984
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #10 Online: 27 de Novembro de 2009, 23:13:40 »
me parece mentira. E se não for, vão dizer que é e ninguém vai poder provar nada.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline André T.

  • Nível 17
  • *
  • Mensagens: 494
  • Sexo: Masculino
  • All this pain is an illusion.
    • Meu blog
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #11 Online: 27 de Novembro de 2009, 23:43:50 »
O cara alega que havia outras pessoas no lugar, o segurança do Lula e tal. Provavelmente, mesmo que seja verdade, o segurança vai negar.

Mas eu também não acredito, o artigo foi um longo choro de 'oohhh, pq não dão atenção pra mim e dão atenção pro Lulaaaa'?

Isso sem contar a possibilidade do Lula estar exagerando ou brincando com algo que de fato aconteceu, coisa que também não seria difícil de se esperar.
"Feed my will to feel this moment urging me to cross the line.
Reaching out to embrace the random.
Reaching out to embrace whatever may come."
Meu blog

Offline Spitfire

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 7.530
  • Sexo: Masculino
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #12 Online: 28 de Novembro de 2009, 00:59:23 »
Eu não duvido...

Offline Dbohr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.179
  • Sexo: Masculino
  • 無門關 - Mumonkan
    • Meu blog: O Telhado de Vidro - Opinião não-solicitada distribuída livremente!
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #13 Online: 28 de Novembro de 2009, 06:50:01 »
Se a FSP ou a Veja escrevessem que o Lula alimenta tubarões com crianças ia ter gente acreditando...  :roll:

Offline Rambo

  • Nível 12
  • *
  • Mensagens: 236
Tendler: "Só um débil mental não viu que era piada do Lula"
« Resposta #14 Online: 28 de Novembro de 2009, 09:42:43 »
Citação de: [url=http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4126783-EI6578,00-Tendler+So+um+debil+mental+nao+viu+que+era+piada+do+Lula.html]http://terramagazine.terra.com.br[/url]
Tendler: "Só um débil mental não viu que era piada do Lula"

Bob Fernandes

César Benjamin, 55 anos, é ex-preso político e um dos fundadores do PT. Na sexta-feira, 27, Benjamin escreveu um artigo na Folha de S. Paulo e acusou o hoje presidente Lula de ter revelado, em 1994, uma tentativa de estupro dele, Lula, contra um "menino do MEP". Tentativa que teria acontecido em 1980, quando o então líder sindical Lula esteve preso por 30 dias, e na mesma prisão, com o jovem da organização de esquerda que já não existe, o MEP. César Benjamin cita, em seu texto, uma testemunha, "um publicitário brasileiro que trabalhava conosco cujo nome também esqueci".

O "publicitário" é o cineasta Silvio Tendler, que em 1994 trabalhou na campanha de Lula à presidência da República. De início, afirma Tendler:

- Ele diz não se lembrar de quem era o "publicitário", mas sabe muito bem que sou eu. Eu estava lá e vou contar essa história...

Sobre os fatos e a acusação, gravíssima, o cineasta, o documentarista Silvio Tendler conta o que viu e o que recorda daquele almoço em meio à campanha presidencial de 1994:

- Era óbvio para todos que ouvimos a história, às gargalhadas, que aquilo era uma das muitas brincadeiras do Lula, nada mais que isso, uma brincadeira. Todos os dias o Lula sacaneava alguém, contava piadas, inventava histórias. A vítima naquele dia era um marqueteiro americano. O Lula inventou aquela história, uma brincadeira, para chocar o cara...só um débil mental, um cara rancoroso e ressentido como o Benjamin, guardaria dessa forma dramática e embalada em rancor, durante 15 anos, uma piada, uma evidente brincadeira...

Silvio Tendler já fez cerca de 40 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens. Além de vários prêmios é detentor das três maiores bilheterias de documentários na história do cinema brasileiro: "O Mundo Mágico dos Trapalhões" (1 milhão e 800 mil espectadores), "Jango" (1 milhão de espectadores) e "Anos JK" (800 mil espectadores).

Na 33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, neste 2009, Silvio Tendler lançou o documentário "Utopia e Barbárie", no qual trabalhou durante 19 anos. Dentre os personagens ouvidos pelo documentarista mundo afora, o general vietnamita Vo Nguyen Giap, que derrotou os exércitos francês e americano. "Giap, o maior general do século XX", segundo o cineasta.


O ex-preso político César Benjamin (foto Agência Brasil)

Na conversa que se segue, o documentarista Silvio Tendler recorda a história da história de Lula e o "menino do MEP".

Terra Magazine - Silvio Tendler, é você o publicitário citado por César Benjamin no artigo na Folha de S.Paulo?
Silvio Tendler - Eu mesmo, em pessoa.

Você estava lá? Você, o Lula, o César Benjamin, o publicitário Paulo de Tarso e o tal marqueteiro dos Estados Unidos?
Na verdade eu não me lembro é do César Benjamin lá no almoço (...) e, sim, o publicitário que ele diz não lembrar era eu. E ele, se estava lá, sabe e se lembra que era eu; não tinha mais três publicitários na campanha, portanto ele sabe que era eu quem estava lá...mas eu não sei se ele estava, não me lembro, de verdade, se ele tava na sala. Ele agora diz não se lembrar do "publicitário" porque sabe que eu não iria corroborar essa maluquice, até porque eu vi, testemunhei, a quantidade de erros, de bobagens que ele cometeu durante a campanha...

Ele, César Benjamin?
Ele, Benjamin...por exemplo: já tava tudo perdido, um dos poucos apoios que o Lula ainda tinha depois daqueles erros de ataques da campanha ao Plano Real, era o da Igreja. E de repente o César resolveu botar como pauta do dia o quê?

O quê?
O aborto! Só isso. Esse cara montava e desmontava os programas como se fosse um expert em comunicação... e não era. Me lembro de outra história dele. Tinham inventado uma legislação casuística, criada para segurar o Lula, que tinha feito aquelas caravanas pelo Brasil. Não podia ter imagem externa em movimento... então fizemos um video-clip, eu e minha ex-mulher, a jornalista Tânia Fusco. Ela fez o texto, e eu, com as fotos dele na caravana e outras imagens, fiz, fizemos um clip, uma biografia do Lula a partir de fotos...

E aí?
Aí fui dar aula no Rio de Janeiro por dois dias, o comando da campanha era em São Paulo, e quando voltei o clip estava desfigurado pelo gênio da comunicação. Onde havia poesia o César colocou chavões do tipo "arrocho salarial"...

Por quê?
Porque se acha um gênio, melhor do que todo mundo... peguei meu boné e fui embora pro Rio...

E o César?
Ele continuou com suas trapalhadas. E quinze anos depois ele segue em campanha, agora contra o Lula diretamente. Ele atrapalhou o Lula em 94 e segue tentando atrapalhar o Lula.

Ok, esses detalhes à parte, você estava à mesa do almoço no dia da tal conversa do Lula?
Eu estava lá, sentado à mesa. Eu sou o publicitário "anônimo" que estava lá. O Lula, um cara que foi brincalhão durante toda a campanha, mesmo quando já tava tudo perdido. Eu até pensava "esse cara passa a noite pensando em como sacanear os outros", porque todo dia tinha uma piada, um brincadeira, uma vítima de gozação... nesse dia o Lula queria chocar o tal marqueteiro americano...

O James Carville era...
O James Carville tinha sido contratado para ajudar na campanha do Fernando Henrique e nós tínhamos o nosso americano também. O Lula brincava: "O americano do Fernando Henrique fez a campanha do Bill Clinton, o nosso americano fez a campanha do Daniel Ortega" (NR: Ex e atual presidente da Nicarágua). Bem, o Carville já tinha ou tava sendo mandado embora da campanha do FHC e a campanha do Lula também ia despachar o "nosso" americano.

E o que aconteceu?
...e aí, nesse dia, o Lula, claramente num clima de brincadeira, tava a fim de sacanear, de chocar o americano com essa história dele "seco" na prisão, todos na mesa, nós todos, sabíamos que aquilo era uma brincadeira, era gozação, sacanagem, e imaginando como seria se fosse traduzido pro cara...

Você tem, teve então a certeza de que era uma brincadeira? Não teve e não tem nenhuma dúvida?
Nenhuma. Era claro, óbvio que era uma brincadeira, mais uma piada, mais uma gozação do Lula, nenhuma dúvida. E além disso a história, a cena toda não teve de forma alguma esse ar, essa dramaticidade que o César enfiou nesse texto melodramático. É incrível essa história... todos sabíamos que aquilo era uma brincadeira, como tantas outras feitas durante a campanha...

As tais "conversas de homem"...
Nem era esse clima "conversa de homem", era brincadeira, pura gozação, nenhuma responsabilidade, nunca, nunca com esse tom de "confissão" que o Benjamin fez parecer que teve. E você acha que se isso fosse, soasse verdadeiro, todos nós não ficaríamos chocados? Todos ali da esquerda, com amigos presos, ex-presos e tudo mais, você acha que nós ouviríamos aquilo com tom de verdade, se assim fosse ou parecesse, e não reagiríamos, não ficaríamos chocados?

Na sua opinião, que conhece os personagens dessa história, o que aconteceu?
O César Benjamin guardou ressentimentos por 15 anos para agora despejar todo esse rancor. Ele pirou com o sucesso do Lula. Ele transformou uma piada num drama, vai ganhar o troféu "Loura do ano".

O Paulo de Tarso estava lá?
Estava. E estava o americano... pensa só uma coisa: você acha que o Lula, logo o Lula, tão pouco esperto como ele é, em meio a uma campanha presidencial, vai chegar na frente de um gringo que ele mal conhecia, um gringo que vai voltar pro país dele e contar tudo o que viu, você acha que o Lula vai chegar pra um gringo que nunca viu, na frente de testemunhas, e vai contar que tentou estuprar alguém? É, foi óbvio, evidente, que aquilo era gozação, piada, brincadeira, sem nada desse drama todo do Benjamin de agora... rimos e ninguém deu a menor importância àquilo...

Você, um cineasta, um documentarista que viveu a cena, relembrando-a quadro a quadro, o que verdadeiramente pensa, o que diria hoje?
O Lula adorava provocar... era óbvio para todos que ouvimos a história, às gargalhadas, que aquilo era uma das muitas brincadeiras do Lula, nada mais que isso, uma brincadeira. Todos os dias o Lula sacaneava alguém, contava piadas, inventava histórias. A vítima naquele dia era o marqueteiro americano. O Lula inventou aquela história, uma brincadeira, para chocar o cara... como é possível que alguém tenha levado aquilo a sério?

Então...
Isso não tem, não deveria ter importância nenhuma. Só um débil mental, um cara rancoroso e ressentido como o Benjamin, guardaria dessa forma dramática e embalada em rancor, durante 15 anos, uma piada, uma evidente brincadeira...

Offline Eremita

  • Nível 38
  • *
  • Mensagens: 3.833
  • Sexo: Masculino
  • Ecce.
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #15 Online: 28 de Novembro de 2009, 11:54:23 »
Disso eu não tenho dúvidas. Vão inventar alguma coisa do FHC.
Não precisa. O FHC é pedófilo e promovia orgias com menores de idade, e isso é fato conhecido há tempos.
Latebra optima insania est.

Offline _tiago

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 6.343
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #16 Online: 28 de Novembro de 2009, 20:47:02 »
Esse texto do Rambo é o que me parece mais provável.
Tem muito nêgo assim em qualquer lugar com o mesmo tipo de brincadeira que eu acho idiota e só.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #17 Online: 28 de Novembro de 2009, 21:21:15 »
Já li que a prisão do Lula foi moleza. Que deixaram ele até ir visitar a família num feriado ou algo assim. Acho que se quisesse mulher, teriam arranjado.

Offline Eremita

  • Nível 38
  • *
  • Mensagens: 3.833
  • Sexo: Masculino
  • Ecce.
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #18 Online: 28 de Novembro de 2009, 22:36:32 »
As prisões atuais permitem visita íntima, alguém sabe se na época também o permitiam?
Especialmente pra homem...
Latebra optima insania est.

Offline _tiago

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 6.343
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #19 Online: 28 de Novembro de 2009, 22:57:28 »
É coisa recente. Não me lembro do marco e não me lembro desde quando.
O Lula foi privilegiado por era conhecido, era dos sindicatos... Os desconhecidos normalmente eram bastante judiados.

Offline Arcanjo Lúcifer

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 22.730
  • Sexo: Masculino
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #20 Online: 28 de Novembro de 2009, 23:31:45 »
Já li que a prisão do Lula foi moleza. Que deixaram ele até ir visitar a família num feriado ou algo assim. Acho que se quisesse mulher, teriam arranjado.

Tem uma foto dele no banco traseiro de um camburão, junto aos policiais.


A época na prisão foi tão dura que ele não andava no chiqueirinho...

Offline Arcanjo Lúcifer

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 22.730
  • Sexo: Masculino
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #21 Online: 28 de Novembro de 2009, 23:46:34 »
http://www.vozativa.kit.net/pagini71.htm

E existem outras fontes além da citada.



Camburão do DEOPs, 1980.

Offline Unknown

  • Conselheiros
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.331
  • Sexo: Masculino
  • Sem humor para piada ruim, repetida ou previsível
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #22 Online: 29 de Novembro de 2009, 01:58:24 »
Já li que a prisão do Lula foi moleza. Que deixaram ele até ir visitar a família num feriado ou algo assim. Acho que se quisesse mulher, teriam arranjado.
Não. O Tuma deixou ele sair uma vez porque a mãe dele estava p/ morrer, mas foi algo sem autorização.

"That's what you like to do
To treat a man like a pig
And when I'm dead and gone
It's an award I've won"
(Russian Roulette - Accept)

Offline Rambo

  • Nível 12
  • *
  • Mensagens: 236
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #23 Online: 29 de Novembro de 2009, 19:05:27 »
A versão do Tendler é muito mais plausível né?  :histeria:

Só alguém muito tarado pra querer comer o outro por ficar 30 dias sem mulher. E até aonde se sabe não há qualquer evidência de que Lula seja gay e goste garotinhos;
O Lula pode ter suas limitações mas não seria tão demente de confessar uma coisa como essas pra quem quer que seja, ainda mais para pessoas não tão intimamente ligadas a ele.

Acho que esse assunto já deu foi muito pano pra manga, isso sim  :histeria:

Offline Gaúcho

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.288
  • Sexo: Masculino
  • República Rio-Grandense
Re: Lula tentou violentar companheiro de cela
« Resposta #24 Online: 29 de Novembro de 2009, 19:15:23 »
Morra, Lula, morra.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!