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20/07/2005 - 13h11 Resultado do emprego em SP é "frustrante", diz Seade/Dieese CLARICE SPITZda Folha OnlinePelo segundo mês consecutivo, a taxa de desemprego na região metropolitana ficou estável em 17,5% da PEA (População Economicamente Ativa) em junho. Para coordenadores da pesquisa divulgada hoje pela Fundação Seade/Dieese, o resultado é "frustrante", já que nos meses de junho tradicionalmente registra-se queda no desemprego.A estabilidade pode ser explicada pela saída de 19 mil pessoas no mercado de trabalho que "compensaram" o saldo negativo de 15 mil pessoas que perderam o emprego no mês passado. Houve uma redução de 4.000 no número de desempregados, que, no entanto, não foi suficiente para alterar o índice de desemprego. No total, o contingente de desempregados na região metropolitana de São Paulo atingiu 1,757 milhão.Em junho, o comércio eliminou 44 mil postos de trabalho, enquanto a indústria criou 5.000 novos postos. Já o setor de serviços criou 17 mil vagas e os chamados outros setores --que inclui construção civil e serviços domésticos-- abriram 7.000 vagas."Se esses 19 mil permanecessem à procura de trabalho haveria, com certeza, um desemprego maior", afirmou Clemente Ganz Lucio, diretor técnico do Dieese.O setor varejista, que corresponde a 78,5% da estrutura dos setor de comércio, teve queda de 6,1% no número de novas vagas abertas em junho ante o mesmo mês do ano passado.RendimentoA renda média do trabalhador apresentou leve queda de 0,4% em maio sobre abril, passando de R$ 1.028 para R$ 1.024, o que é considerada estabilidade pelo Seade/Dieese.Segundo a pesquisa, em junho houve uma redução de 31 mil postos com carteira assinada e um aumento de 38 mil trabalhadores autônomos em relação a maio.De acordo com os pesquisadores, estes são outros dois motivos de frustração, pois revelam que não há crescimento sustentado e indicam uma precarização da mão-de-obra."A criação de postos de trabalho tem a ver com economia e o clima político. Os investimentos continuam muito baixos. Além disso, o consumo interno não cresce", afirma Alexandre Loloian, gerente de pesquisas do Seade.Futuro incertoSegundo Lucio, a ausência de novos postos de trabalho em alguns setores, a ausência de aumento de rendimento e a diminuição de postos de trabalho com carteira assinada revelam insegurança em relação ao futuro. Ele prevê uma pequena queda nas taxas de desemprego para o segundo semestre, que costuma apresentar melhores resultados que o primeiro.Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores e que traz temores à qualidade das vagas abertas é o fato de pelo segundo mês consecutivo haver maior taxa de desemprego entre chefes de família com mais de 40 anos (6,2%) --em tese, pessoas com maior nível de escolaridade."O que frustra é que não vamos conseguir aproveitar o momento internacional ótimo porque o investimento não foi retomado e o setor exportador está sofrendo constrangimento com o real valorizado", afirma Loloian.