Autor Tópico: O céu é bom?  (Lida 958 vezes)

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Offline ronysalles

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O céu é bom?
« Online: 24 de Dezembro de 2009, 16:29:10 »
Um gene perfeito que deu a luz a genes doentes.   :histeria:

Imagine algo sem nenhum defeito sequer, absolutamente perfeição. Perfeição ao mais extremo que se possa imaginar. Imagine algo que seja tão perfeito quanto a um circulo perfeito. Assim como uma forma virtual, como a mais perfeita das cópias que se possa imaginar: um DVD, um CD, uma foto, um arquétipo, enfim algo que seja perfeito por natureza. Por exemplo: a cópia de um DVD original na mais alta qualidade, de modo a não permitir qualquer alteração em seu conteúdo. Pois é, PERFEIÇÃO.

Tudo era só alegria. Não havia a possibilidade de algo perfeito produzir algo contrário a sua natureza. O céu era o mais alto grau de perfeição que se possa pensar. Deus se dispôs de trilhões, e trilhões, e trilhões de séculos para que ele começasse a PENSAR em como ele iria executar sua mais perfeita obra: primeiro, o céu; depois, os anjos e depois os seres humanos e os demais. Era o mais tremendo dos projetos. Não havia como errar. Basta comparar que um engenheiro humanamente falando, leva uns 5 anos para se formar e mais 3 para adquirir experiência, assim como nosso gênio Oscar Niemayer. Depois disso, é só colocar em prática o que aprendeu durante a vida – que não é nada comparado ao Grandíssimo.

Então o Grandíssimo, primeiro pensou, em algum momento dos confins da eternidade. Talvez estava deitado, não sei aonde, ou sentado, também não sei. Enfim, ele teve uma idéia: vou realizar uma obra. Vou construir um céu. Depois construo os anjos, as coisas do céu, não sei o que. Assim deus começou a imaginar, a elaborar seu plano arquitetônico. Tomou notas, fez pesquisas, não assim como as dos homens, mas do tipo viajando pelo interior de seu cérebro em busca das melhores estratégias de modo a executar o melhor possível. E assim o grandíssimo começa a por em prática suas ideias. Considerando que o tempo não foi pouco, os quintilhões de séculos que ele dispôs para então executar sua obra, certamente ele não iria fazer besteiras.

De repente ele começa a ditar as coisas, não sei como isso aconteceu, mas foi assim. Ele disse: haja o céu perfeito, sem mácula e só alegria, vou mudar pra lá. Depois ele disse: haja anjos para me bajularem, vou precisar, se não o negócio fica tedioso. Portanto haja anjos perfeitos e com mentes perfeitas, sem defeitos. De repente até eram clones uns dos outros. Não sei.

   Depois de tudo pronto: céu, anjos perfeitos, coisas celestes perfeitas, ele também designou um capataz de confiança – não sei como foi isso, mas foi assim -, para tomar conta dos subordinados. É, isso mesmo. Eu já disse, eu não sei como foi isso, mas que é perfeito é.

Ao passar alguns bilhões de trilhões de anos, algo de esquisito surge: parece que o produto não está cumprindo com os parâmetros de garantia anteriormente estabelecidos. Se tudo era perfeito ao mais extremo, como algo poderia sair errado? Pois é, algo saiu errado. Infelizmente o projeto mais ambicioso e elaborado do Sabe-tudo apresentou um defeito: surge na mente de um de seus subordinados a idéia de inveja... Tem algo esquisito nessa estória, isso nos leva a pensar que o tal capataz não estava achando tudo tão perfeito assim. Ou seja, ele sentiu necessidade de algo mais; não estava plenamente satisfeito com tudo aquilo. O que aconteceu?

Passaram-se alguns dias, ou décadas, não sei. Então o invejoso começou a conspirar contra seu criador... Engraçado, será que o Homem não percebeu nada nas profundezas de sua inteligência eterna algo de estranho? Tipo: “êpa, bem aí vai dar zebra, então deixa eu corrigir antes que eu o ponha em prática, deixa eu ajeitar esse negócio antes de vir a ser”. Mas o fato é que o dissimulado chutou o balde e resolveu criar um motim... Isso não é o mais intrigante em relação a toda essa perfeição oriunda da mente do infalível. O mais intrigante é que uma grande quantidade de anjos também estava insatisfeita com a administração do Homem. Ou não? Então, o capeta começa a formar sua equipe para uma manifestação de direitos divinais. Aquele negócio não podia mais continuar assim, eles tinham que tomar uma atitude drástica. Talvez expulsar o grandalhão de lá, eu não sei, eu só sei que o negócio ficou preto por lá.

De repente o subversivo começa a fazer a cobra fumar, ou melhor, ele mesmo fumou; mandou bronca. A essa altura, ele já tinha uma gangue bem organizada, não se sabe desde quando eles estavam se organizando... Será que o cara já não sabia desse negócio e fingia que não?

Então de repente eles agem com tudo. Saem às ruas, ou seja lá o que for. Saíram e foram em busca de seus direitos.

Revelação 12: 7 - “E irrompeu uma guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam com o dragão, e o dragão e os seus anjos batalhavam, mas ele não prevaleceu, nem se achou mais lugar para eles no céu. Assim foi lançado para baixo o grande dragão, a serpente original, o chamado Diabo e Satanás”

Outra coisa interessante nessa estória é de como eles combatiam. Alguém aí sabe que tipo de confronto poderia ser? Tipo guerra dos mundos, guerra nas estrelas, eu não sei, só sei que o bicho pegou. Outra coisa, lá tem gravidade: lançando para baixo o grande dragão, ah, dragões existem, não esqueçam!!

Deus não teria como construir um cárcere por lá mesmo? Será que o espaço lá é insuficiente? Por que ele teve que manda essa corja de gente ruim logo pra cá?



Como teria sido o ato de reflexão do Bondoso nessas horas? Teria ele feito uma revisão nas papeladas de seu projeto, pra saber onde estava o erro? Teria ele ficado assustado em vista de uma falha tão terrível? Teria ele duvidado de suas próprias habilidades em algum momento? Enfim, são muitas as perguntas em vista de tão grande revolução, ou fiasco, sei lá!

E como fica a reputação do céu? Imagino que o Grande tenha revisado os defeitos e depois corrigido, para evitar que o mal se repita. Será que dessa vez ele acertou? Ou será que algum de seus anjinhos não esteja se preparando na surdina pra agir quando tiver a oportunidade?

Quem pode nos garantir que não haverá um novo conflito celestial?

E antes que o Grandíssimo fizesse a tal obra arquitetônica, acaso antes disso, não estaria bom o bastante? Era realmente necessário criar alguma coisa? E por falar nisso, como se chamava a coisa antes do céu?  

Será que céu é bom mesmo? Não esqueça do que aconteceu depois que ele fez o céu: a Terra, os seres humanos. Não esqueça da zebra que deu com essas últimas obras-de-arte.

cadê o fundamentalista? eu queria que ele desse um parecer aí, só pra variar.



 



  
« Última modificação: 24 de Dezembro de 2009, 16:31:24 por ronysalles »
“A maior decepção de um crente fervoroso seria, ao chegar no céu, vê um ateu”. ronysalles

 

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