Tópico: Enquete sobre assalariado e escravo

[ronysalles]

Tentem justificar suas respostas. Um abraço e bom debate.

[Buckaroo Banzai]

Não. Uma pessoa que recebe salário mínimo é livre, não é propriedade de outra pessoa, não foi seqüestrada por inimigos e vendida a outros, pode procurar outro emprego, pode se demitir e trabalhar por si próprio, etc.

Os escravos hoje em dia, a "versão atualizada", ainda são os escravos de antigamente, que existem em alguns lugares, a diferença sendo a sua ilegalidade plena, e não serem livres e receberem um salário consideravelmente baixo.

Acho que a comparação, ainda que não intencionalmente, faz pouco caso do que foi e é a escravidão.

[DDV]

Comparar as 2 coisas é subestimar dramaticamente o que é a escravidão.

O trabalhador assalariado é livre, o patrão não pode fazer tudo o que quiser com ele. Ele pode mudar de trabalho e até mesmo optar por cultivar uma terra invadida, abandonada ou mendigar se todas as condições de trabalho encontradas forem intoleráveis.

Na pior das hipóteses, em um local com propriedade excessivamente concentrada, sem leis trabalhistas e programas sociais, o assalariado ficaria em condições desumanas..mas ainda assim estaria bem longe do que é a escravidão.

[Gaúcho]

Não consigo nem começar uma comparação.

[FZapp]

Não entendi o intuito da enquete.

E olha que são 04 da manhã e estou trampando...

[Fabrício]

Não dá para comparar.

[FxF]

Em alguns casos, vida de um trabalhalador assalariado hoje não se compara a de um ricaço, mas ainda é muito superior a de um escravo...

[Eremita]

Pra começo de conversa, já aviso que vou simplificar grotescamente a coisa, a um modo irreal: não falando de qualquer proletário, mas de um proletário que receba somente o salário suficiente para sua subsistência e cuja vida dependa sumariamente desse salário.

Ele é tão forçado a trabalhar quanto o escravo, neste caso; então, sim, acaba sendo um escravo 3.0*. Muitas vezes, devido ao salário que ele recebe ser baixo demais, ele acaba sendo forçado a trabalhar mais (por horas extras, por exemplo).

Entretanto, reconheço que mesmo nisso há diversas diferenças - a ausência de castigo físico direto, poder escolher entre o fogo e a frigideira (algumas vezes), são duas que penso agora.

Se a gente for se ater somente ao título da enquete, é isso. Entretanto, indo pra uma situação mais real, a diferença quantitativa entre o proletariado e o escravo é grande e, especialmente o proletariado melhor remunerado; a gama de opções que ele tem, em comparação à do escravo (ou mesmo ao servo feudal) é absurdamente maior.

*Obs: sim, 3.0, já que a versão 2.0 pra mim foi o servo da Idade Média.

[Moro]

Comparar as 2 coisas é subestimar dramaticamente o que é a escravidão.

2

[ronysalles]

Eremita,  gostei muito da sua resposta.

Eu trabalho numa empresa – como professor de língua-, só porque eu resolvi dar aulas de reforço em casa eu sofri duramente. Minha patroa, sem deixar claro, eu soube pela coordenadora, me tirou as turmas que eu tinha. Sabe por quê? Porque ela não quer que seus funcionários “ande com os próprios os pés”.

Eu tenho uma amiga, que tu não tens ideia do quanto ela sofre na empresa onde ela trabalha, ela é costureira.

Para mim. O assalariado  é um escravo sim, 3.0.

[_Juca_]

[quote author=Eremita link=topic=22044.0.html#msg496725

*Obs: sim, 3.0, já que a versão 2.0 pra mim foi o servo da Idade Média.

Eremita,  gostei muito da sua resposta.

Eu trabalho numa empresa – como professor de língua-, só porque eu resolvi dar aulas de reforço em casa eu sofri duramente. Minha patroa, sem deixar claro, eu soube pela coordenadora, me tirou as turmas que eu tinha. Sabe por quê? Porque ela não quer que seus funcionários “ande com os próprios os pés”.

Eu tenho uma amiga, que tu não tens ideia do quanto ela sofre na empresa onde ela trabalha, ela é costureira.

Para mim. O assalariado  é um escravo sim, 3.0.

Não da para chamar de escravo o trabalhador de hoje, muito longe disso.
Mas a liberdade do trabalhador é relativa ao nosso tempo.

[FxF]

*Obs: sim, 3.0, já que a versão 2.0 pra mim foi o servo da Idade Média.

Eremita,  gostei muito da sua resposta.

Eu trabalho numa empresa – como professor de língua-, só porque eu resolvi dar aulas de reforço em casa eu sofri duramente. Minha patroa, sem deixar claro, eu soube pela coordenadora, me tirou as turmas que eu tinha. Sabe por quê? Porque ela não quer que seus funcionários “ande com os próprios os pés”.

Eu tenho uma amiga, que tu não tens ideia do quanto ela sofre na empresa onde ela trabalha, ela é costureira.

Para mim. O assalariado  é um escravo sim, 3.0.

Nada a ver com escravidão... =/

[_tiago]

Concordo com o Foxes, por mais que alguns trabalhos escaldem o indivíduo a ponto de perturbá-lo e mesmo sufocá-lo, e que seja impossível, por necessidade nossa de vida, evitá-los e buscar coisa melhor, ainda é diferente. Ninguém apanha ou vive confinado. Por mais que haja a impressão de grilhões nos nossos pés, o fato de não haver fisicamente nada ali, o que nos possbilita dormir em casa, sem essa violência física que não é pouca coisa, é diferente sim.
Chamar de escravo 3.0 é elaborar uma relação absurda, não me serve nem como eufemismo, prefiro o termo corriqueiro, sub-emprego.
Eu tenho certeza que todos trabalham oito horas por dia, assistem novela e futebol e domingo, pra que um dia o mundo seja melhor, vão à missa.

[Moro]

2

[FxF]

Concordo com o Foxes, por mais que alguns trabalhos escaldem o indivíduo a ponto de perturbá-lo e mesmo sufocá-lo, e que seja impossível, por necessidade nossa de vida, evitá-los e buscar coisa melhor, ainda é diferente. Ninguém apanha ou vive confinado. Por mais que haja a impressão de grilhões nos nossos pés, o fato de não haver fisicamente nada ali, o que nos possbilita dormir em casa, sem essa violência física que não é pouca coisa, é diferente sim.
Chamar de escravo 3.0 é elaborar uma relação absurda, não me serve nem como eufemismo, prefiro o termo corriqueiro, sub-emprego.
Eu tenho certeza que todos trabalham oito horas por dia, assistem novela e futebol e domingo, pra que um dia o mundo seja melhor, vão à missa.

Bah, eu já acho que estão tratando como se as outras pessoas tivessem uma vida maravilhosa. Quase todo mundo não gosta de trabalhar. Alguns podem ganhar mais dinheiro, mas isso pode muito bem não significar nada. Convenhamos, ser um empresário hoje em dia é ficar o dia inteiro estressado além de fazer mal para a saúde.

[_Juca_]

Concordo com o Foxes, por mais que alguns trabalhos escaldem o indivíduo a ponto de perturbá-lo e mesmo sufocá-lo, e que seja impossível, por necessidade nossa de vida, evitá-los e buscar coisa melhor, ainda é diferente. Ninguém apanha ou vive confinado. Por mais que haja a impressão de grilhões nos nossos pés, o fato de não haver fisicamente nada ali, o que nos possbilita dormir em casa, sem essa violência física que não é pouca coisa, é diferente sim.
Chamar de escravo 3.0 é elaborar uma relação absurda, não me serve nem como eufemismo, prefiro o termo corriqueiro, sub-emprego.
Eu tenho certeza que todos trabalham oito horas por dia, assistem novela e futebol e domingo, pra que um dia o mundo seja melhor, vão à missa.

Bah, eu já acho que estão tratando como se as outras pessoas tivessem uma vida maravilhosa. Quase todo mundo não gosta de trabalhar. Alguns podem ganhar mais dinheiro, mas isso pode muito bem não significar nada. Convenhamos, ser um empresário hoje em dia é ficar o dia inteiro estressado além de fazer mal para a saúde.

Concordo. Mas ganhar mais dinheiro sempre significa alguma coisa...

[FxF]

Dependendo montante, você pode fugir do emprego, como por exemplo o Bill Gates alguns anos atrás depois de ter se fudido bastante. Mas para a maioria das pessoas, mais dinheiro as torna ainda mais dependentes do emprego...

[Dr. Manhattan]

Comparar as 2 coisas é subestimar dramaticamente o que é a escravidão.

2

3

Algo que não foi citado ainda é que todas essas formas de relação com o trabalho existem dentro
de um certo contexto. O trabalhador atual, por mais desagradável que seja o seu trabalho está, em
princípio, protegido por certas leis e possui uma liberdade muito maior que o escravo. Tem até a
liberdade para ficar sem trabalhar - recebendo auxílio do governo [1]

No final das contas, a melhor forma de diferenciar um do outro seria perguntar a um escravo se ele
gostaria de ser um trabalhador assalariado, mesmo ganhando pouco.

[1] E não, não estou sendo sarcástico.