Tópico: Cristãos podem ter se inspirado em catacumbas judaicas

[Südenbauer]

Cristãos de Roma podem ter se inspirado em catacumbas judaicas

 Costumes judaicos podem ter influenciado o uso de catacumbas pelos cristãos na Roma antiga, disseram cientistas holandeses na quarta-feira.

Acreditava-se que as famosas catacumbas romanas, tanto as judaicas como as cristãs, datassem de entre os séculos 3 a 5 d.C. Mas pesquisadores da Universidade de Utrecht, na Holanda, descobriram que a catacumba judaica de Villa Torlonia é cem anos mais antiga que sua equivalente cristã.

"Acreditamos que as catacumbas judaicas são mais velhas que as cristãs, e portanto podem ter influenciado a idéia supostamente dos cristãos de realizar enterros em catacumbas", disse o professor Leonard Rutgers, especialista na Antiguidade e em estudos judaicos da universidade.

A descoberta, descrita na revista científica Nature, levanta dúvidas sobre a extensão da influência do judaísmo sobre o cristianismo.

"O trabalho que fizemos nas catacumbas judaicas nos dá uma confirmação maior da teoria de que as raízes judaicas do cristianismo são bastante tangíveis e importantes", disse Rutgers.

O pesquisador e sua equipe usaram a datação por radiocarbono para determinar a idade da madeira de Villa Torlonia.

"Essa evidência indica que a catacumba de Villa Torlonia começou a ser usada no século 2 d.C., um século antes do início da construção das primeiras catacumbas cristãs", disseram os cientistas na revista.

Eles sabem que Villa Torlonia era uma catacumba judaica por causa das pinturas nas paredes que mostram o candelabro típico e de inscrições que se referem à sinagoga, afirmou Rutgers.

Ele e sua equipe acreditam que as catacumbas superior e inferior datam de entre 50 a.C. até 400 d.C.

Os historiadores já sabiam que houve uma comunidade judaica em Roma no século 1 a.C., mas não sabiam bem onde eles tinham enterrado seus mortos.

"Agora, com esses dados, podemos alegar que elas (as catacumbas) podem ser do século 1 d.C. ou até do século 1 a.C.", disse Rutgers.
 
Reuters

Fonte: Terra Notícias