Autor Tópico: Mitos e verdades sobre a Guerra do Paraguai  (Lida 4207 vezes)

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Offline O Grande Capanga

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Mitos e verdades sobre a Guerra do Paraguai
« Online: 18 de Janeiro de 2010, 22:54:18 »
"É Impossível ser neutro", diz Júlio José Chiavenato

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u336867.shtml

Chiavenato "revolucionou" a visão sobre a Guerra do Paraguai, mas depois de anos, sugiu Doratioto que esmagou essa visão "revolucionária" que ele "criou" sobre a Guerra:

http://rv.cnt.br/viewtopic.php?p=405187#p405187

Citação de: Acauan
A diferença entre Doratioto e Chiavenato não é ideológica.
Doratioto é um historiador de verdade, um pesquisador dedicado e um cientista social qualificado.
Chiavenato é um farsante.

A diferença entre os autores se reflete em suas respectivas obras.
"Maldita Guerra" é um primor de pesquisa histórica. Praticamente todas as informações do livro estão marcadas por notas que indicam a fontes primárias utilizadas, todas autênticas e rastreáveis. As opiniões do autor são claramente identificadas como tal, destacadas da narração dos fatos documentados.

"Genocídio Americano" é um pastiche, uma coleção de boatos sem lastro de qualquer documentação histórica confiável ou então facilmente rastreáveis aos movimentos revisionistas paraguaios liderados primeiro por interesses particulares dos herdeiros de Lopez (a começar da vagabunda da viúva dele) e depois por nacionalistas locais interessados em reconstruir a dignidade do país, abalada pela derrota.
A título de exemplo, consta nestas fontes revisionistas que um milhão de paraguaios morreu na guerra, enquanto a população total da nação guarani na época não passava de quatrocentos mil.

Chiavenato chega ao cúmulo de fazer uma acusação gravíssima contra o (grande) Duque de Caxias, que segundo o jornalista metido a historiador teria contaminado rios da bacia do Prata com cadáveres de vítimas da cólera.  Como prova citou uma suposta carta do comandante imperial, documento este que ninguém nunca viu em lugar nenhum, muito menos no lugar que Chiavenato disse que estava.

E ao invés de responsabilizar Solano Lopez por ter enviado para a guerra TODOS os homens capazes de segurar uma arma – inclusive meninos, acusa de genocídio o Exército Imperial, por não se deixar matar por estas tropas armadas que, como convinha à honra de um guerreiro guarani – lutavam até a morte.

E toda base de "Genocídio Americano" é uma bobagem.
A historinha de que o Paraguai era uma espécie de "aldeia dos irredutíveis gauleses do Asterix" resistindo à dominação britânica em um cone sul totalmente dominado pela Inglaterra é uma mentira que omite o fato decisivo de que as relações entre o Império e a coroa britânica estavam estremecidas até pouco antes da guerra por conta de um entrevero entre os dois países que culminou em um bloqueio de portos brasileiros imposto pela Marinha Real.
Do outro lado, o Paraguai mantinha intensas relações comerciais com a Grã Bretanha antes da guerra, chegando a encomendar aos estaleiros ingleses uma frota de encouraçados fluviais que poderiam ter mudado a história do conflito se o estúpido do Solano tivesse esperado a chegada deles antes de invadir o Mato Grosso e o Rio Grande do Sul.

Chiavenato também deve ter achado dado sem importância o fato de o Paraguai, às vésperas da Guerra, possuir um exército com oitenta mil alistados – em um país com quatrocentos mil habitantes – enquanto o Império do Brasil, com nove milhões de habitantes na época, somava efetivos de vinte mil homens, o que indica uma mobilização militar paraguaia proporcionalmente cem vezes maior.
Basta este número para deixar claro que as intenções de Solano Lopez não deviam ser lá muito pacíficas.

E gostem ou não revisionistas, esquerdistas e cínicos, Caxias, Osório e Barroso foram heróis sim, dos maiores que esta nação produziu.
Assim como foram heróis todos os brasileiros que se mantiveram leais à bandeira do Império, defenderam seu país e tombaram com glória, no campo da honra.

A estes bravos devemos nossa nação e isto não deve ser esquecido e sua memória nunca deve ser manchada.

A Guerra do Paraguai sob nova visão
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100103/not_imp489869,0.php (Livro sobre mulher de Solano López reabre o debate sobre o conflito)

Guerra e paz com o Paraguai
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090501/not_imp363754,0.php (Texto escrito por Aldo Rebelo, que, incrivelmente, não é ideológico e trata de desmentir a farsa sobre a Guerra do Paraguai, entre outras coisas)

Parece-me que a contaminação ideológica (pró-historinha do Chiavenato) não está tão grande assim. O livro do Doratioto é visto como a obra de referência sobre o assunto, que ainda botou pra escanteio a obra do Chiavenato.

 

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