Autor Tópico: Morre autor de O apanhador no campo de centeio  (Lida 917 vezes)

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Morre autor de O apanhador no campo de centeio
« Online: 31 de Janeiro de 2010, 00:22:08 »
Citação de: [url=http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,morre-o-escritor-jd-salinger--aos-91-anos--nos-eua,503117,0.htm]O Estado de São Paulo[/url]
Morre o escritor J.D. Salinger, aos 91 anos, nos EUA

Autor do clássico 'O Apanhador no Campo de Centeio', vivia isolado em sua casa em New Hampshire

Morre o escritor J.D. Salinger, autor de O Apanhador no Campo de Centeio, em New Hampshire. Tinha 91 anos. Era considerado a Greta Garbo da literatura americana e seu romance, mais do que um cult das letras universais, tornou-se um emblema de uma ou mais gerações.

O filho do escritor, em um comunicado divulgado pelo representante literário de Salinger, disse que ele morreu de causas naturais. Desde 1953 vivia isolado, por vontade própria, em sua casa em Cornish. Salinger sempre foi avesso a jornalistas, mantendo-se distante das entrevistas e fotos, como aqui no Brasil fazem os escritores brasileiros Rubem Fonseca e Dalton Trevisan.

"Gosto de escrever e asseguro a vocês que escrevo com regularidade", disse Salinger em uma breve entrevista com Baton Rouge Advocate em Luisiana, em 1980. "Mas escrevo para mim mesmo, por prazer. E quero ficar sozinho para escrever".

Salinger foi o autor de um dos maiores clássicos da literatura mundial, o romance O Apanhador no Campo de Centeio, com seu personagem principal marcando gerações com o tipo adolescente, rebelde e atormentado Holden Caulfield. Foi lançado em 1951, em plena Guerra Fria, mas fez sucesso por muitas décadas. O assassino de John Lennon, Mark David Chapman, carregava um exemplar no bolso e pediu um autógrafo do ex-Beatle nele no dia em que atirou contra Lennon diante do edifício onde morava, em Nova York, em 1980. Depois, disse que a explicação para o que tinha feito estava nas páginas de O Apanhador no Campo de Centeio.

Nascido em 1919, Salinger escrevia para adultos, mas jovens de todo o mundo se identificaram com os temas da alienação, inocência e fantasia de seu romance. Vendeu 65 milhões de exemplares.

Aqui no Brasil, O Apanhador no Campo de Centeio é publicado  pela Editora do Autor, que no ano passado lançou uma caixa com os três principais livros de Salinger. Além de sua obra-prima, incluia o volume de contos Nove Estórias (1953) e a novela entitulada Franny & Zooey (1961), reunindo duas histórias publicadas na prestigiada revista New Yorker. A editora carioca fundada por Fernando Sabino (1923-2004), Rubem Braga (1913-1990) e comandada pelo sócio Walter Acosta, de 93 anos, lançou a primeira edição de O Apanhador aqui, em 1965. No ano passado surgiu no mercado uma sequência de seu clássico romance, 60 Years Later: Coming Through the Rye (60 anos mais tarde: passando pelo centeio), de um autor identificado como J.D. Califórnia. Salinger moveu uma ação na Justiça contra autor e editora.

Segundo o jornal The New York Times, muitos críticos gostam mais de Nove Estórias do que de O Apanhador..., como Philip Roth e John Updike, pela ácida crítica social de seus contos, mas especialmente sobre a arquitetura literária de suas histórias curtas, a chamada short story.

Jerome David Salinger nasceu em 1.º de janeiro de 1919, na cidade de Nova York. Seu pai era um comerciante judeu que importava queijos e carnes e sua mãe era cristã de origem irlandesa-escocesa; a família viveu por anos em Park Avenue. Como o personagem de seu romance, Holden, Salinger era um estudante com um histórico de problemas em várias escolas. Aos 15 anos, foi enviado para a Academia Militar de Valley Forge, onde escrevia durante à noite à luz de uma lanterna e com o tempo conseguiu seu diploma. Em 1940, publicou seu primeiro texto de ficção, The Young Folks, na revista Story.

Leia trecho de 'O Apanhador no Campo de Centeio'

"- Que maravilhoso encontrar com você! - ela falou. Puro fingimento. - Como vai teu irmão? - perguntou. Era só isso que ela queria saber.

(…)

- Você está sozinho meu querido? - a safada da Lillian perguntou. Ela estava interrompendo a droga do trânsito todo na passagem. A gente via logo que ela gostava um bocado de parar o trânsito. Tinha um garçon esperando que ela saísse da frente, mas ela nem reparou no sujeito. Era engraçado. Estava na cara que o garçon não gostava dela e que nem o cara da Marinha gostava muito dela, embora estivesse saindo com ela. E eu não gostava muito dela. Ninguém gostava. De certa maneira a gente tinha que sentir pena da infeliz.

(…)

- Holden, vem sentar conosco. Traz o teu drinque.

- Não, obrigado. Já estava saindo - respondi. - Tenho um encontro marcado.

(…)

Aí foi embora. O cara da Marinha e eu dissemos que tinha sido um prazer conhecer um ao outro. Esse é um troço que me deixa maluco. Estou sempre dizendo: "Muito prazer em conhecê-lo" para alguém que não tenho nenhum prazer em conhecer. Mas a gente tem que fazer essas coisas para seguir vivendo.

Depois que eu disse a ela que tinha um encontro marcado, não podia mesmo fazer droga nenhuma senão sair. Nem podia ficar por lá para ouvir o Ernie tocar alguma coisa minimamente decente. Mas não ia de jeito nenhum sentar numa mesa com Lillian Simmons e com aquele cara da Marinha e morrer de chateação. Por isso saí. Mas fiquei danado quando apanhei meu sobretudo. As pessoas estão sempre atrapalhando a vida da gente."
Citação de: [url=http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,j-d-salinger-deixou-um-cofre-cheio-de-duvidas,503784,0.htm]O Estado de São Paulo[/url]
J. D. Salinger deixou um cofre cheio de dúvidas

Autor de "O Apanhador no Campo de Centeio" guardado manuscritos inéditos em um cofre em New Hampshire

A morte de J.D. Salinger marcou o fim de uma das vidas mais misteriosas da literatura e deixa ainda mais dúvidas sobre a pergunta que não quer calar: Teria o autor de "O Apanhador no Campo de Centeio" guardado manuscritos inéditos em um cofre em New Hampshire? Seriam obras-primas, curiosidades ou simples rascunhos?

O representante literário do escritor, Phillis Westberg, da Harold Ober Associates Inc., disse que não tem nada a comentar sobre isso.

Marcia B. Paul, que foi advogada de Salinger quando o autor entrou na Justiça no ano passado para impedir a publicação da sequência de "O Apanhador no Campo de Centeio" não respondeu aos telefonemas, e o filho de Salinger, Matt, disse que as perguntas sobre o legado do autor deveriam ser dirigidas a Westberg.

As histórias sobre um possível tesouro oculto de Salinger existem por muitos anos. Em 1999, um vizinho de New Hampshire, Jerry Burt, contou que o autor havia dito anos antes que tinha pelo menos 15 livros que não haviam sido publicados e que os conservava em um cofre em sua casa. Uma ano antes, a autora e ex-noiva de Salinger, Joyce Maynard, escreveu que o escritor mantinha um diário que guardava pelo menos dois romances inéditos.

Salinger morreu na quarta, 27, aos 91 anos. Começou a publicar contos e relatos na década de 1940 e tornou-se mundialmente conhecido na de 1950, após a publicação de seu único romance, "O Apanhador no Campo de Centeio". A partir de 1953 ele manteve uma reclusão quase total. Seu último livro, "Raise High the Roof Beam, Carpenters, and Seymour_an Introduction", surgiu em 1963 e sua última obra publicada foi o conto "Hapworth 16, 1924", publicado na revista The New Yorker em 1965.

Jay McInerney, um jovem astro da década de 1980 por seu romance "Bright Lights, Big City" não é fanático de Hapworth e ascético em relação aos supostos manuscritos do cofre.

"Acho que poderíamos encontrar muito ali, mas não estou certo de que seja necessariamente o que esperamos", disse McInerney, na quarta-feira. "'Hapworth' não era uma obra de ficção tradicional ou excepcionalmente satisfatória. Era um monólogo epistolar delirante praticamente sem forma e disforme. Tenho a sensação de que sua obra posterior está neste tom".

O autor e editor Gordon Lish, que escreveu na década de 1970 uma história anônima que convenceu alguns de sus leitores de que se tratava de um original de Salinger, disse que estava "certo" de que havia boas obras guardadas em Nueva Hampshire. A romancista Curtis Sittenfeld, autora do romance "Prep" e que já foi comparada a Salinger disse: "não vejo a hora de saber, pois hoje em dia com a publicidade descarada dos escritores é extraordinário e quase incrível pensar que alguém escreva à sério somente por escrever".

Algumas das grandes obras da literatura foram publicadas após a morte dos autores e inclusive contra a sua vontade, como as novelas de Franz Kafka como O Processo e O Castelo, que o autor checo ordenou que fossem destruídas.

Já que se sabe tão pouco sobre o que Salinger fazia ou não fazia há muito espaço para a especulação. McInernay disse que uma velha amiga que conheceu Salinger lhe disse que o autor escrevia principalmente sobre saúde e nutrição. Lish contou que Salinger lhe disse que na década de 1960 escrevia sobre a família Glass, retratada em grande parte de suas obras.

Porém, novas obras de Salinger podem existir somente em nossos sonhos, como o segundo volume de As Almas Mortas, de Nikolai Gogol, que o escritor russo queimou pouco antes de morrer. O cofre de Salinger também pode ser como o conto de Henry James Os Papéis de Aspern, no qual a busca do narrador por cartas de um poeta termina quando lhe dizem que foram destruídas.

Margaret Salinger, a filha do escritor, escreveu em uma autobiografia publicada em 2000 que seu pai tinha um sistema de arquivo preciso para seus textos: una marca vermelha significava que o livro poderia ser publicado "como está" se o autor morresse. Uma marca azul significava que o manuscrito devia ser editado.

"Há uma grande paz no fato de não publicar", disse J.D. Salinger ao The New York Times em 1974. "Publicar é uma terrível Invasão à minha privacidade. Eu gosto de escrever, amo escrever, mas escrevo só para mim mesmo e para meu próprio prazer".
Citação de: [url=http://colunistas.ig.com.br/sergiorodrigues/2010/01/28/j-d-salinger-1919-2010/]Sérgio Rodrigues[/url]
J.D. Salinger (1919-2010)

Depois de passar décadas enterrado voluntariamente em vida, J.D. Salinger, autor de “O apanhador no campo de centeio”, está morto. Segundo comunicado da agência literária que o representa, o escritor morreu ontem “de causas naturais” e “sem dor” na casa de campo em que se isolou há meio século, em Cornish, no estado americano de New Hampshire.

Salinger é praticamente o inventor do adolescente moderno – ou pelo menos seu maior porta-voz literário – na figura de Holden Caulfield, 16 anos, narrador e personagem principal de seu livro mais famoso, lançado em 1951.

Polêmico, “O apanhador no campo de centeio” virou um best-seller imediato, especialmente entre jovens, e vende regularmente até hoje. Seu alcance cultural transcendeu os limites da literatura para entrar no terreno do mito – a ponto de, para mencionar um exemplo maluco, o assassino de John Lennon, Mark Chapman, ter declarado que a explicação para o crime podia ser encontrada em suas páginas.

Holden Caulfield se expressava de forma coloquial, era desbocado para os padrões da época e desconfiado de tudo o que se referisse ao mundo “fajuto” (phony) dos adultos. Um adolescente-mala como a ficção jamais produziu antes ou depois e que continua sendo leitura divertida e instigante no século 21, embora o livro, inevitavelmente, tenha perdido boa parte de seu impacto.

A pequena obra de Salinger conta ainda com os contos de “Nove histórias”, “Franny e Zooey” e “Carpinteiros, levantem bem alto a cumeeira & Seymour: uma apresentação”, este o último livro que publicou, em 1963 – todos influentes, embora de alcance mais restrito aos meios literários.

No auge da fama, Salinger se trancou em casa e, após uma última novela aparecida na “New Yorker” em 1965, nunca mais publicou uma linha. “Há uma paz maravilhosa em não publicar… Publicar é uma terrível invasão de minha privacidade. Eu gosto de escrever. Eu amo escrever. Mas escrevo apenas para mim e para meu próprio prazer”, disse em uma rara entrevista de 1974.

Se a idéia era alimentar o mito, conseguiu. Em memórias publicadas em 1998, uma ex-namorada, Joyce Maynard, descreveu-o como um ególatra hipocondríaco; dois anos depois foi a vez de sua própria filha, Margaret, lançar um livro em que o retratava como um louco que bebia a própria urina. Mas a ex-namorada confirmou que, sim, Salinger continuava escrevendo. A caça ao seu suposto baú ainda promete render muitas histórias.

"That's what you like to do
To treat a man like a pig
And when I'm dead and gone
It's an award I've won"
(Russian Roulette - Accept)

Offline Südenbauer

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Re: Morre autor de O apanhador no campo de centeio
« Resposta #1 Online: 08 de Fevereiro de 2010, 01:16:18 »
Taí um livro que eu não entendi. Diversos amigos meus tiveram orgasmos quando o leram mas eu achei uma chatice, um guri que só sabe reclamar o livro inteiro, parecia o Woddy Allen nos filmes dele. Achei tudo bem óbvio, ingênuo ou infantil, nada muito: "Nossa, que vazio que esse personagem tem!"

E nem é o estilo, porque On the Road eu adorei.

 

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