Autor Tópico: Moralidade independe de religião, diz estudo  (Lida 986 vezes)

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Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Moralidade independe de religião, diz estudo
« Online: 09 de Fevereiro de 2010, 15:22:41 »
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De onde vem a religião? O fato de que todas as sociedades humanas conhecidas acreditam (ou acreditavam) em algum tipo de divindade - seja ela Deus, Alá, Zeus, o Sol, a Montanha ou espíritos da floresta - intriga os cientistas, que há tempos buscam uma explicação evolutiva para esse fenômeno.

Seria a religião uma característica com raiz evolutiva própria, selecionada naturalmente por sua capacidade de promover a moralidade e a cooperação entre indivíduos não aparentados de uma população? Ou seria ela um subproduto de outras características evolutivas que favorecem esse comportamento social independentemente de crenças religiosas?

A origem mais provável é a segunda, de acordo com um artigo científico publicado ontem na revista Trends in Cognitive Sciences. Os autores fazem uma revisão dos estudos já publicados sobre o tema e concluem que nem a cooperação nem a moralidade dependem da religião para existir, apesar de serem influenciadas por ela.

"A cooperação é possível graças a um conjunto de mecanismos mentais que não são específicos da religião. Julgamentos morais dependem desses mecanismos e parecem operar independentemente da formação religiosa individual", escrevem os autores. "A religião é um conjunto de ideias que sobrevive na transmissão cultural porque parasita efetivamente outras estruturas cognitivas evoluídas."

O artigo é assinado por Ilkka Pyysiäinen, da Universidade de Helsinki, na Finlândia, e Marc Hauser, dos Departamentos de Psicologia e Biologia Evolutiva Humana da Universidade Harvard, nos Estados Unidos.

Em entrevista ao Estado, Hauser disse que a religião "fornece apenas regras locais para casos muito específicos" de dilemas morais, como posições sobre o aborto ou a eutanásia. Já questões de caráter mais abstrato são definidas com base numa moralidade intuitiva que independe de religião.

Estudos em que pessoas são convidadas a opinar sobre dilemas morais hipotéticos mostram que o padrão de julgamento de religiosos é igual ao de pessoas sem religião ou ateias. Em outras palavras: a capacidade de distinguir entre certo e errado, aceitável e inaceitável, é intuitiva ao ser humano e independe da religião, apesar de ser moldada por ela em questões específicas.

"Isso pode sugerir como é equivocado fazer juízos sobre a moralidade das pessoas com base em suas religiões", disse ao Estado o pesquisador Charbel El-Hani, coordenador do Grupo de Pesquisa em História, Filosofia e Ensino de Ciências Biológicas da Universidade Federal da Bahia. "Entre os ateus, assim como entre os religiosos, há a variabilidade usual dos humanos. Há ateus tão altruístas quanto Irmã Dulce, assim como há religiosos tão dados à desonestidade e a faltas éticas quanto pessoas não tão religiosas."

Segundo Hauser, o ser humano não tem uma propensão a ser religioso, mas sim a buscar causas e propósitos para o mundo ao seu redor - o que muitas vezes acaba desembocando em alguma forma de divindade. Nesse caso, a religião seria um produto da evolução cultural, e não da evolução biológica. "O fato de algo ser universal não significa que faça parte da nossa biologia", diz o pesquisador de Harvard.

Ele e Pyysiäinen sugerem que "a maioria, se não todos, dos ingredientes psicológicos que integram a religião evoluiu originalmente para solucionar problemas mais genéricos de interação social e, subsequentemente, foi cooptada para uso em atividades religiosas."

Ao estabelecer regras coletivas de conduta, a religião funcionaria como uma ferramenta de incentivo e controle da cooperação - tanto pelo lado da salvação quanto da punição. "Que a religião está envolvida na cooperação não há dúvida. Mas dizer que ela evoluiu para esse propósito é algo completamente diferente", afirma Hauser.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100209/not_imp508375,0.php

Offline lusitano

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Re: Moralidade independe de religião, diz estudo
« Resposta #1 Online: 09 de Fevereiro de 2010, 20:08:11 »
Dante Cardoso Pinto de Almeida

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Seria a religião uma característica com raiz evolutiva própria, selecionada naturalmente por sua capacidade de promover a moralidade e a cooperação entre indivíduos não aparentados de uma população? Ou seria ela um subproduto de outras características evolutivas que favorecem esse comportamento social independentemente de crenças religiosas?

A origem mais provável é a segunda, de acordo com um artigo científico publicado ontem na revista Trends in Cognitive Sciences. Os autores fazem uma revisão dos estudos já publicados sobre o tema e concluem que nem a cooperação nem a moralidade dependem da religião para existir, apesar de serem influenciadas por ela.

"A cooperação é possível graças a um conjunto de mecanismos mentais que não são específicos da religião. Julgamentos morais dependem desses mecanismos e parecem operar independentemente da formação religiosa individual", escrevem os autores. "A religião é um conjunto de ideias que sobrevive na transmissão cultural porque parasita efetivamente outras estruturas cognitivas evoluídas."

A mim parece-me evidente, que a religião aparece em consequência do Homem ser um animal gregário; portanto político e sociável.
 
Portanto considero plausível, que a religião é um sub-produto relativamente parasitário, da actividade social. Derivado principalmente de actividades políticas mais ou menos astutas, com a finalidade de favorecer determinados tipos de lideranças; conservá-las e legitimá-las através de herança, doada por um poder impossível de contestar: os "deuses" muitíssimo mais fortes e poderosos que qualquer simples humano mortal.
Vamos a ver se é desta vez que eu acerto, na compreensão do sistema.

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Especulando realismo fantástico, em termos de
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Offline N3RD

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Re: Moralidade independe de religião, diz estudo
« Resposta #2 Online: 09 de Fevereiro de 2010, 20:22:40 »
"Elementar, meu caro Watson"
Não deseje.

Offline diego_h

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Re: Moralidade independe de religião, diz estudo
« Resposta #3 Online: 11 de Fevereiro de 2010, 02:03:55 »
com a finalidade de favorecer determinados tipos de lideranças; conservá-las e legitimá-las através de herança, doada por um poder impossível de contestar: os "deuses" muitíssimo mais fortes e poderosos que qualquer simples humano mortal.

E bota "muitissimo" ai... ::)

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