Autor Tópico: Obama, o terror dos keynesianos  (Lida 1153 vezes)

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Rhyan

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Obama, o terror dos keynesianos
« Online: 17 de Fevereiro de 2010, 00:11:36 »
Obama, o terror dos keynesianos

13/11/2009 por Leandro Roque


Tenho para mim que todo keynesiano que se preze, principalmente o da vertente pós-keynesiana, está fazendo todo o tipo de promessa e mandinga na esperança de que Obama saia o mais rápido possível da Casa Branca - caso contrário, a profissão vai cair em descrédito (para alívio mundial).

Aluno aplicadíssimo - certamente o mais aplicado que já passou pela Casa Branca desde Lyndon Johnson -, Obama até agora vem seguindo a cartilha (pós) keynesiana à risca: imprimiu dinheiro sem medo, reduziu os juros a quase zero, gastou o que tinha e o que não tinha, aumentou o déficit orçamentário, estourou a dívida pública e transformou o governo em empresário, substituindo a "ineficiência" do setor privado pela onisciência governamental.

Sendo tão aplicado assim, qual o problema que os (pós) keynesianos teriam com ele?

Simples: a teoria keynesiana diz que suas intervenções econômicas trazem resultado já no curto prazo - isto é, crescimento econômico e queda do desemprego.  Se Obama assumiu o governo em janeiro desse ano, 11 meses de keynesianismo em escala mastodôntica teoricamente já deveria ter surtido alguns resultados positivos.  Mas houve algum?  Não, pelo contrário.

O crescimento econômico ocorrido no terceiro trimestre, como já explicamos, é totalmente fictício e insustentável, tendendo a cair tão logo os estímulos sejam retirados.  Já o desemprego... Ah, essa é a melhor parte.

Veja o gráfico a seguir.




A linha branca mostra a previsão feita pelos economistas da Casa Branca sobre como seria a taxa de desemprego com a aplicação dos pacotes de estímulo adotados pelo governo americano.

A linha cinza mostra a previsão desses mesmos economistas caso não houvesse pacotes de estímulo.

E a linha vermelha mostra o real comportamento da taxa de desemprego, com todos os estímulos.


Realmente, uma imagem vale mais que mil palavras.

Mas sejamos justos.  Quem começou os pacotes de estímulo foi o próprio Bush.  Obama simplesmente deu continuidade - numa apavorante reprise do que fez a dupla Hoover/Roosevelt, um disputando com o outro para ver quem era o mais intervencionista.

Assim, quando a crise começou em agosto de 2007 (quando as bolsas começaram a cair após terem constatado o castelo de cartas das hipotecas subprime), o desemprego estava em 4,7%.  O Fed baixou os juros.  Em setembro de 2008, o desemprego já estava em 6,2%.  Os pacotes foram sendo aprovados.  Quando Obama assumiu, em janeiro de 2009, o desemprego já estava em 7,6%.  Pela teoria keynesiana, tudo o que foi feito deveria garantir que o desemprego ficasse pelo menos ao redor desse valor.  Hoje, 26 meses após o início dos estímulos, o desemprego já está em 10,2% -  117% maior do que quando tudo começou.  (Veja os números aqui).

Por fim, vale uma observação interessante, que já fizemos aqui: no ano 2000, o orçamento total do governo dos EUA foi de 1,8 trilhão de dólares.  Já em 2008, o orçamento total foi de $3 trilhões, o que significa que em 8 anos os gastos cresceram 66%.  Ou seja, já tinha havido uma explosão nos gastos governamentais antes que toda essa balela de "estímulo" tivesse sido inventada. 

Pergunta-se: por que esse aumento de 66% nos gastos em 8 anos não impediu a depressão americana?  De acordo com Keynes, era para a economia americana estar bombando.

A questão toda nem é divagar sobre como tudo poderia estar melhor caso nada tivesse sido feito - isto é, caso não tivessem ocorrido os déficits, o aumento da dívida, as estatizações, a gastança, a inflação monetária e a diminuição artificial dos juros.

A questão principal é: por que após seguidas demonstrações de uma abismal incapacidade de solucionar problemas econômicos, a teoria keynesiana segue sendo levada a sério, garantindo empregos vitalícios para vários acadêmicos e "pesquisadores" que só pensam em enriquecer sem esforço, sem concorrência e à custa dos outros?

Acho que a resposta está contida na própria pergunta.

__________

Leandro Roque é o editor e tradutor do site do Instituto Ludwig von Mises Brasil.



Fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=470

Offline DDV

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Re: Obama, o terror dos keynesianos
« Resposta #1 Online: 17 de Fevereiro de 2010, 16:18:16 »
A crise americana durou quanto tempo?... 2 anos?...Qual o impacto que a mesma teve na economia e na sociedade?... qual o impacto dela nos demais países e no Brasil?

Responda agora às mesmas questões acima sobre a crise iniciada em 1929. Só eu vejo uma diferença abismal entre elas?

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

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Re: Obama, o terror dos keynesianos
« Resposta #2 Online: 17 de Fevereiro de 2010, 16:20:57 »
Oa americanos e demais países são todos burros e os ultraliberais são os únicos que estão certos, sendo vítimas incompreendidas de uma conspiração ou da má vontade de todos.
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Rhyan

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Re: Obama, o terror dos keynesianos
« Resposta #3 Online: 17 de Fevereiro de 2010, 18:27:51 »
Pergunte para o Peter Schiff, ele previu essa crise. A crise não durou 2 anos, pois ela não acabou ainda.

Rhyan

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Re: Obama, o terror dos keynesianos
« Resposta #4 Online: 17 de Fevereiro de 2010, 19:34:15 »
Oa americanos e demais países são todos burros e os ultraliberais são os únicos que estão certos, sendo vítimas incompreendidas de uma conspiração ou da má vontade de todos.

Ad populum?

O socialismo keynesiano diz aquilo que o governo quer ouvir, e causa o boom em curto prazo (a longo prazo estaremos todos mortos). As políticas austríacas são a longo prazo. Numa democracia o povo pensa a curto prazo.

Não é ultraliberais e sim libertários.

Algum comentário sobre o gráfico?

Como pode haver recuperação economica com desemprego?

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Re: Obama, o terror dos keynesianos
« Resposta #5 Online: 17 de Fevereiro de 2010, 22:15:14 »
Oa americanos e demais países são todos burros e os ultraliberais são os únicos que estão certos, sendo vítimas incompreendidas de uma conspiração ou da má vontade de todos.

Ad populum?


Como eu já esperava, você não vai fazer nenhuma contraposição in loco às respostas minhas, apenas colar textos.

Responda às postagens, faça suas contraposições, refute, mostre o racional por trás de suas idéias. Fazendo isso, você poderá nos convencer que esses textos da Escola Austríaca não são apenas panfletos de extremistas (a exemplo dos panfletos comunistas) os quais postergamos de ler o máximo que podemos.

A propósito, a postagem minha acima não é um "argumento", é apenas um toque, um convite à ligação do desconfiômetro.

Citação de: Ryhan
O socialismo keynesiano diz aquilo que o governo quer ouvir, e causa o boom em curto prazo (a longo prazo estaremos todos mortos). As políticas austríacas são a longo prazo. Numa democracia o povo pensa a curto prazo.

Keynesianismo é "socialismo"? Ah...já sei! Tudo que não for ultraliberalismo (escola austríaca, libertarianismo, anarquismo, etc) é socialismo. Entendido.

As políticas keynesianas são focadas basicamente em evitar (se ou quando possível), postergar, atenuar e acelerar o fim de recessões. São focadas também na busca do pleno emprego.  

O que seria "longo prazo" para você? Para mim, longo prazo é o período necessário para que investimentos em bens de capital (máquinas, instalações, transportes, etc) comecem a dar rendimentos.

 Ora, se as políticas keynesianas focam-se justamente em evitar os fatores que desencorajam investimentos em bens de capital (como queda acentuada do consumo global, por exemplo), como ela seria uma política que "não se preocupa" com o longo prazo?

Já sei! Esse papo de "longo prazo" é uma forma de justificar a precariedade da economia gerida pelos ultraliberais. Ao dizer que sua preocupação é com o "longo prazo", justificariam a mediocridade da economia durante a maior parte do tempo (de preferência, o tempo necessário para que estejam todos mortos), pois eles contam apenas com as variações fortuitas na "coragem" das pessoas para consumir e dos empresários para investir.

Citação de: Rhyan
Não é ultraliberais e sim libertários.

Tanto faz. Eu costumo evitar termos politicamente carregados, como "neoliberal" (conotação marxista) e "libertário" (conotação de seus apologistas).

Citação de: Rhyan
Algum comentário sobre o gráfico?

O gráfico mostra apenas que os economistas (todos) estavam otimistas demais, o que  não é nenhuma novidade.

(É de se perguntar também como estariam as taxas de desemprego SEM os pacotes de estímulo).

Citação de: Rhyan
Como pode haver recuperação economica com desemprego?

Seria muito mais difícil com a "depuração" de empregos e empresas rolando solta, como defendem os ultraliberais. Você agora está contradizendo eles próprios ao dizer que é emprego é essencial para a recuperação da economia.
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Re: Obama, o terror dos keynesianos
« Resposta #6 Online: 18 de Fevereiro de 2010, 00:29:00 »
Debater comigo é muito fácil, não sou economista. Mas você demostra que só conhece a mitologia estatólatra de Keynes. Por acaso já leu algum livro libertário na vida? Ação Humana?

Mas não fique aborrecido, meu irmão também é economista e teve o cérebro lavado com keynesianismo, não sabia quem era Mises nem Hayek, nunca ouviu falar em praxeologia.
« Última modificação: 18 de Fevereiro de 2010, 00:32:01 por Rhyan »

Rhyan

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Re: Obama, o terror dos keynesianos
« Resposta #7 Online: 18 de Fevereiro de 2010, 00:40:17 »
As políticas keynesianas são focadas basicamente em evitar (se ou quando possível), postergar, atenuar e acelerar o fim de recessões. São focadas também na busca do pleno emprego.

E porque sempre dá errado? Em breve vai surgir a nova corrente keynesiana, super-keynesianismo-agora-vai-dar-certo. 

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Já sei! Esse papo de "longo prazo" é uma forma de justificar a precariedade da economia gerida pelos ultraliberais.

Por que critica algo que não conhece?

Qual a razão da crise americana, segundo sua teoria socialista? Sim socialista por que vê buracratas iluminando guiando a economia com sua onisciência.

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Re: Obama, o terror dos keynesianos
« Resposta #8 Online: 18 de Fevereiro de 2010, 15:09:53 »
As políticas keynesianas são focadas basicamente em evitar (se ou quando possível), postergar, atenuar e acelerar o fim de recessões. São focadas também na busca do pleno emprego.

E porque sempre dá errado?

Só vi o keynesianismo falhar até o momento em um aspecto, que é a crença (agora superada) na capacidade de estímulos estatais (sejam monetários ou fiscais) alavancar a economia mesmo quando há obstáculos do lado da oferta (Ex: escassez de insumos, escassez devido problemas políticos, devido a taxações, etc).

Essa crença fez com que os países na década de 70 gastassem bastante para superar uma recessão que tinha sua origem em uma dificuldade do lado da oferta (no caso, no excessivo aumento dos custos decorrentes da alta do petróleo). Esses estímulos obviamente trariam mais inflação do que boom econômico, e levariam aos problemas fiscais (dívidas) que esses países sofreram nos anos 70 e 80. A "economia do lado da oferta", ou "neoliberalismo" ressurgiu no bojo dessa crise.

Atualmente, o mainstrean da economia é a Síntese Neoclássica (se eu não em engano), que junta elementos macroeconômicos keynesianos com embasamento microeconômico clássico (ou "liberal").

(Se eu estiver enganado, algum economista corrija, por favor)

A Escola Austríaca é uma teoria meio excêntrica e extremista, com representatividade comparável ao marxismo no meio acadêmico. Não confudam Escola Austríaca com os neoliberais, neoclássicos e monetaristas.

O keynesianismo em sua história acumula muito mais sucesso do que a maioria das outras teorias econômicas. Graças ao mesmo a economia teve um boon desde o pós-guerra até os anos 70 (época conhecida como "Era de Ouro do Capitalismo"). É também provável que o seu conforto atual (ou seja, a não-queda do seu padrão de vida a níveis próximos aos ocorridos durante a Grande Depressão iniciada em 1929) se deva ao keynesianismo.


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Já sei! Esse papo de "longo prazo" é uma forma de justificar a precariedade da economia gerida pelos ultraliberais.

Por que critica algo que não conhece?

Qual a razão da crise americana, segundo sua teoria socialista? Sim socialista por que vê buracratas iluminando guiando a economia com sua onisciência.


Se a única crítica que você tem ao keynesianismo é usando o ad hominen de "socialismo", então ele está bem!

A crise americana? A causa dessa crise é a que todos sabem: uma onda de créditos ultra-facilitados, promovida por bancos e instituições financeiras completamente desregulamentadas, fez com que as pessoas obtivessem empréstimos e créditos para comprar imóveis, às vezes até especulando. Chegou uma hora que a capacidade de pagamento das pessoas se mostrou "duvidosa", e aío a coisa começou a ruir....

Essa crise tem algumas semelhanças com a de 1929: em ambas, há uma superprodução (mais bens disponíveis para venda do que demanda efetiva para comprá-los) e uma onda prévia de especulações que fez uma demanda não-efetiva imaginar que era efetiva* e se comportar como tal, levando a uma bolha que explode e "revela" a situação para todos, levando a um pânico geral que ocasiona queda nos investimentos, no consumo e depressão da atividade econômica.

* Demanda é desejo das pessoas de adquirir determinado bem. Demanda efetiva é o desejo de adquirir + a capacidade de adquirir o bem (no caso, dinheiro). O termo "demanda efetiva" foi cunhado por Keynes. Os economistas não-keynesianos ignoravam completamente a diferença entre demanda e demanda efetiva, considerando tudo a mesma coisa.

** A onda especulativa que criou a bolha em 1929 foi principalmente com ações na bolsa de valores, a bolha atual foi com os imóveis.

http://en.wikipedia.org/wiki/Financial_crisis_of_2007%E2%80%932010

http://en.wikipedia.org/wiki/2008%E2%80%932009_Keynesian_resurgence
« Última modificação: 18 de Fevereiro de 2010, 15:13:52 por DDV »
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Re: Obama, o terror dos keynesianos
« Resposta #9 Online: 18 de Fevereiro de 2010, 15:18:57 »
Uma prova de que o pessoal da escola austríaca não sabe o que diz: os créditos ultra-facilitados que levaram à bolha imobiliária foi mais culpa dos bancos do que do governo. Na verdade, na ausência completa de regulação estatal no mercado financeiro e bancário (Ex: ausência do encaixe bancário), como defendem os ultraliberais, a situação seria bem pior. O governo no todo age mais brecando iniciativas temerárias dos bancos (impedindo-os de emprestar o que não tem confiando na ausência de "corrida aos bancos") do que estimulando-as.

As medidas contra a crise atual serão, em quase todos os aspectos, keynesianas.
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