Autor Tópico: "A recessão nos EUA acabou!"  (Lida 889 vezes)

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Rhyan

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"A recessão nos EUA acabou!"
« Online: 17 de Fevereiro de 2010, 00:16:52 »
"A recessão nos EUA acabou!"

30/10/2009 por Leandro Roque

Toda a mídia está divulgando com grande regozijo os recentes dados sobre o PIB americano.  Âncoras brasileiros chegaram inclusive a anunciar 'o fim da recessão americana'.

Mas será que isso procede?  Uma simples analisada nos números revela um cenário bem mais desanimador.

Primeiramente convém notar que a taxa de crescimento divulgada, de 3,5%, é um taxa anualizada, e não a taxa trimestral realmente obtida entre julho e setembro.  Isso significa que a verdadeira taxa de crescimento ocorrida no período de julho a setembro (taxa trimestral) foi elevada ao expoente quatro (pois há quatro trimestres em um ano) para que assim tenhamos a taxa que teoricamente ocorreria no período de um ano.

Confuso?  Mas é assim que eles fazem.  O fato é que a taxa trimestral de crescimento entre julho e setembro foi de meros 0,86% - se fosse esse o número divulgado, os ânimos estariam bem mais contidos.

Mas como o número oficial é 3,5%, então trabalhemos com ele e vejamos o que é fato e o que é ficção.

Desses 3,5%, nada menos que 1,6 ponto percentual (quase 46% do total) se deve exclusivamente ao programa Cash For Clunkers.  Tal programa, que em uma tradução livre significa "Dinheiro por Sucata", funciona da seguinte maneira: o sujeito vai a uma revendedora e troca seu carro por um modelo mais novo, mais econômico e menos poluidor.  Nessa troca, ele ganha um desconto que varia de 3.500 a 4.500 dólares, proporcional à diferença de consumo entre o automóvel antigo e o novo.  Quem banca essa diferença?  O governo - isto é, o próprio contribuinte.

E o que é feito com o carro que foi entregue pelo comprador?  O dono da revendedora é obrigado a inutilizá-lo.  Joga-se uma solução de silicato de sódio no cárter, o motor é acionado, a solução se cristaliza e trava o motor.

É realmente algo muito racional.  Destrói-se um bem inteiramente útil e perfeitamente funcional, e a consequência disso - a compra subsidiada de outro veículo - acaba sendo computada como crescimento econômico.  Aparentemente é preciso ter um Ph.D. em economia keynesiana para achar que destruir um bem em perfeitas condições de uso é igual a criar riqueza.  É impossível dizer que tal situação configura geração de riqueza: um carro foi comprado e outro, em perfeito estado, foi destruído.

Aliás, nem com muito otimismo poderíamos dizer que houve um empate, uma vez que foi utilizado dinheiro público nessa transação - isto é, alguém foi obrigado a subsidiar a transação sem tomar parte dela.  Portanto, tal arranjo configura indubitavelmente uma destruição de riqueza.  Mas a matemática econômica consegue reverter a realidade e fazer parecer com que tenha havido geração de riqueza.  E tal raciocínio se passa por ciência econômica hoje em dia, é ensinado nas universidades e aplicado pelo governo mais poderoso do mundo.

Portanto, se o seu carro for destruído na rua, sorria e repita para si próprio: "Que legal, o PIB vai disparar!"

Outro componente que "ajudou" no crescimento do PIB foi o número de construções de imóveis.  Por que houve um aumento nas construções?  Porque o governo americano, além de estar subsidiando as hipotecas, está dando também subsídios de 8 mil dólares para pessoas que forem comprar imóveis e que não tenham comprado nenhum nos últimos três anos.  Detalhe: não importa que a pessoa já tenha um imóvel; se ela estiver há três anos sem ter comprado um, ela pode se qualificar para esse assistencialismo.

Como resultado desse estímulo, houve uma retomada na construção de imóveis.  O problema é que o país já está com um excesso de imóveis construídos (afinal, o termo bolha imobiliária tem algum significado, certo?).  Por que construir mais, se um grande número deles está desocupado?

Se não houvesse esses estímulos e se o governo não estivesse envolvido no setor, os preços dos imóveis estariam caindo, possibilitando às pessoas menos abastadas adquirirem esses imóveis.  Mas, ao contrário, as construções continuam e os programas do governo se encarregam de manter os preços dos imóveis artificialmente elevados, impossibilitando os mais pobres de finalmente adquirirem um imóvel. 

Ambas as medidas - "dinheiro por sucatas" e subsídios para a compra de imóveis - representam uma incrível malversação de recursos escassos.  Mão-de-obra, bens de capital e outros recursos que poderiam estar sendo utilizados em atividades mais produtivas, atividades que realmente criassem riqueza genuína, estão sendo desviados para atividades que nada mais são do que mero consumo de capital.  Não se está produzindo nada que tenha sido genuinamente demandado pelos consumidores, não se está investindo em nada de longo prazo; está-se apenas desperdiçando capital em atividades de efeito temporário, atividades cuja única intenção é maquiar o PIB.

Se não houvesse esses incentivos, as pessoas provavelmente estariam poupando dinheiro ou utilizando-o para saldar suas dívidas.  Mas ao invés disso, elas foram comprar carro e casa só porque o governo estava dando dinheiro.  Dados do Fed mostram que a taxa de poupança das famílias despencou nesse último trimestre.  Não tinha como ser diferente.

O terceiro e último fator que estimulou o PIB foram os gastos do governo americano.  No terceiro trimestre, a gastança cresceu 7,9% em relação ao segundo trimestre, sendo que no segundo trimestre ela havia crescido 11,4% em relação ao primeiro trimestre.

Com isso, o déficit e a dívida do país atingiram níveis pornográficos, do tipo que fariam as aventuras de Cicciolina parecer histórias de convento.  Veja os gráficos:

Déficit:




Dívida:




Por fim, vale lembrar que, durante a Grande Depressão, o período entre 1934 e 1937 foi de crescimento consecutivo do PIB.  A média de crescimento foi de 8,5% ao ano.  Será que alguém crê que a Depressão acabou em 1934 só porque ali começou uma época de "crescimento"?  O fato é que após quatro anos de PIB crescendo a 8,5% ao ano, o desemprego estava em 15%.  E disparou para 19% em 1938.

Isso dá uma boa lição sobre a diferença entre crescimento estatístico e crescimento real.

________

Leandro Roque é o editor e tradutor do site do Instituto Ludwig von Mises Brasil.



Fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=444

Offline Moro

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Re: "A recessão nos EUA acabou!"
« Resposta #1 Online: 17 de Fevereiro de 2010, 13:28:35 »
interessante que o texto se baseia na premissa de que a intervenção do governo não gera riqueza real. Não dá dados algum para rebater que essa riqueza não é gerada, apenas coloca isso como premissa, como se todos nós tivéssemos que concordar com a assertiva.

Eu realmente concordo que o governo não é a melhor maneira de garantir riqueza. Mas isso é diferente de não poder gerá-la também, ainda que de maneira não sustentavel no longo prazo.
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Offline DDV

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Re: "A recessão nos EUA acabou!"
« Resposta #2 Online: 17 de Fevereiro de 2010, 15:34:37 »
"A recessão nos EUA acabou!"

30/10/2009 por Leandro Roque

Toda a mídia está divulgando com grande regozijo os recentes dados sobre o PIB americano.  Âncoras brasileiros chegaram inclusive a anunciar 'o fim da recessão americana'.

Mas será que isso procede?  Uma simples analisada nos números revela um cenário bem mais desanimador.

Primeiramente convém notar que a taxa de crescimento divulgada, de 3,5%, é um taxa anualizada, e não a taxa trimestral realmente obtida entre julho e setembro.  Isso significa que a verdadeira taxa de crescimento ocorrida no período de julho a setembro (taxa trimestral) foi elevada ao expoente quatro (pois há quatro trimestres em um ano) para que assim tenhamos a taxa que teoricamente ocorreria no período de um ano.

Confuso?  Mas é assim que eles fazem.  O fato é que a taxa trimestral de crescimento entre julho e setembro foi de meros 0,86% - se fosse esse o número divulgado, os ânimos estariam bem mais contidos.

Mas como o número oficial é 3,5%, então trabalhemos com ele e vejamos o que é fato e o que é ficção.

Desses 3,5%, nada menos que 1,6 ponto percentual (quase 46% do total) se deve exclusivamente ao programa Cash For Clunkers.  Tal programa, que em uma tradução livre significa "Dinheiro por Sucata", funciona da seguinte maneira: o sujeito vai a uma revendedora e troca seu carro por um modelo mais novo, mais econômico e menos poluidor.  Nessa troca, ele ganha um desconto que varia de 3.500 a 4.500 dólares, proporcional à diferença de consumo entre o automóvel antigo e o novo.  Quem banca essa diferença?  O governo - isto é, o próprio contribuinte.


Caramba, 46% da taxa de crescimento se deveu à esse programa governamental? Ou seja, se não fosse pelo mesmo, a economia teria crescido 46% menos?!

Melhor apologia a esse programa (e à intervenção estatal como um todo) não poderia haver!

Ou seja, o governo fez, de forma bem sucedida, justamente o papel do mesmo que a teoria keynesiana atribui em épocas de recessão, que é atenuar a queda, encurtar o período recessivo (reduzindo os danos e sofrimentos decorrentes do mesmo) e impulsionar a retomada.

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E o que é feito com o carro que foi entregue pelo comprador?  O dono da revendedora é obrigado a inutilizá-lo.  Joga-se uma solução de silicato de sódio no cárter, o motor é acionado, a solução se cristaliza e trava o motor.

É realmente algo muito racional.  Destrói-se um bem inteiramente útil e perfeitamente funcional, e a consequência disso - a compra subsidiada de outro veículo - acaba sendo computada como crescimento econômico.  Aparentemente é preciso ter um Ph.D. em economia keynesiana para achar que destruir um bem em perfeitas condições de uso é igual a criar riqueza.  É impossível dizer que tal situação configura geração de riqueza: um carro foi comprado e outro, em perfeito estado, foi destruído.


Isso SEMPRE foi feito, e desde MUITO antes da teoria keynesiana.

O primeiro livro de economia (microeconomia) que eu li na minha vida foi de Alfred Marshall, um dos maiores expoentes da economia clássica (liberal), e nesse livro ele preconiza a destruição de mercadorias quando não há compradores em número satisfatório, para evitar a "saturação do mercado". Os próprios empresários fazem isso espontaneamente, vez ou outra se vê na TV. Durante a Grande Depressão isso era constantemente feito (bem antes da publicação da teoria keynesiana, em 1936).

Trata-se de algo meio "instintivo" e lógico no ponto de vista do vendedor, que é inutilizar os bens não-comprados que não podem ser armazenados, ou seja, bens não-duráveis (inutilizar bens duráveis, como carros, foi provavelmnente por pressão governamental, explicarei depois o provável porquê).

Porque os empresários destroem os bens que não conseguem vender? Porque se os venderem a preço de banana ou os distribuirem de graça, irão saturar o mercado com os mesmos mesmos, dificultando posteriores vendas por preços maiores. Na verdade, a maioria tenta soluções menos tristes, como doações a comunidades muito pobres (que já não seriam compradores potenciais de qualquer jeito) ou venda a preços mínimos ("queima de estoque").

Se com bens não-duráveis é inevitável que os empresários dêem algum fim nos mesmos, porque eles também inutilizaram bens duráveis, ou seja, bens que poderiam ser estocados para uso/venda posterior?

Baseado no que conheço da teoria keynesiana, é provável que o governo tenha pressionado os mesmos a inutilizar os carros para impedir que mais tarde esses mesmos carros sejam revendidos, a preços variáveis, concorrendo com os carros novos que seriam produzidos, o que não seria nada bom para o emprego das pessoas envolvidas direta ou indiretamente na produção desses carros novos. O que pode parecer algo absurdo e mesquinho (porque tais pessoas merecem tanta proteção assim?) ganha outra cara se pensarmos que estamos em uma depressão econômica, ou seja, em uma situação onde toda e qualquer queda na demanda efetiva global é perigosíssima e deve ser evitada ao máximo.

 
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Aliás, nem com muito otimismo poderíamos dizer que houve um empate, uma vez que foi utilizado dinheiro público nessa transação - isto é, alguém foi obrigado a subsidiar a transação sem tomar parte dela.  Portanto, tal arranjo configura indubitavelmente uma destruição de riqueza.  Mas a matemática econômica consegue reverter a realidade e fazer parecer com que tenha havido geração de riqueza.  E tal raciocínio se passa por ciência econômica hoje em dia, é ensinado nas universidades e aplicado pelo governo mais poderoso do mundo.

Posso lhe afirmar, com 95% de certeza, que os impostos gastos nessas transações impediram perdas ulteriores muito maiores, decorrentes do desemprego maciço, falências e prejuízos generalizados que uma grande depressão gera. 

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Portanto, se o seu carro for destruído na rua, sorria e repita para si próprio: "Que legal, o PIB vai disparar!"

Pera aí? O que estou aqui pensando é verdade? Não pode ser...

SERÁ QUE O AUTOR DO TEXTO NÃO SABE O QUE É PIB?!

PIB não é o total de riquezas acumuladas em um país, mas o total de riquezas produzidas ANUALMENTE.

Quando se fala que a economia de um pais cresceu 5%, não se está afirmando que agora há 5% mais riquezas dentro do país, está-se afirmando que a capacidade produtiva da economia aumentou 5%. Fazendo uma analogia com a física, se o total de riquezas acumuladas em um país for o espaço, o PIB seria a velocidade.

Logo, o carro que você possui não tem nenhuma influência no PIB. O que conta para o PIB é a produção nova realizada no período de 1 ano.

Seu carro ser destruido vai reduzir sim a riqueza total acumulada do país, mas não vai ter influência nenhuma no PIB, que é a capacidade produtiva do país. O autor do texto deveria saber disso.

Na verdade, o carro que você possui atualmente mais atrapalha do que ajuda o crescimento do PIB (supondo que você não o use para fins "produtivos" que compensem), uma vez que a existência do mesmo provavelmente lhe dissuade de comprar outro, o que significará um carro a menos a ser produzido, ou seja, um carro a menos no PIB  :)
 



Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline DDV

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Re: "A recessão nos EUA acabou!"
« Resposta #3 Online: 17 de Fevereiro de 2010, 16:13:20 »
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Se não houvesse esses estímulos e se o governo não estivesse envolvido no setor, os preços dos imóveis estariam caindo, possibilitando às pessoas menos abastadas adquirirem esses imóveis. 

Como as pessoas menos abastadas estariam comprando imóveis, se estariam desempregadas e provavelmente na miséria?

O objetivo do governo em subsidiar os imóveis (assim como é o objetivo de qualquer subsídio, seja nos EUA ou na Europa) foi impedir a falência generalizada e consequênte desemprego de milhões de pessoas envolvidas direta ou indiretamente na produção dos mesmos, o que poderia iniciar um círculo vicioso de desemprego/queda no consumo/falência/desemprego/queda do consumo... que poderia mergulhar a economia em uma depressão de proporções piores do que a iniciada em 1929, e NINGUÉM quer isso. Apenas quem nunca vivenciou uma depressão não tem medo ou até esnoba a mesma (como fazem os ultraliberais que pregam que o governo deve deixar as coisas se f* sozinhas para "depurar" os maus investimentos... não sabem o que estão dizendo).


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Mas, ao contrário, as construções continuam e os programas do governo se encarregam de manter os preços dos imóveis artificialmente elevados, impossibilitando os mais pobres de finalmente adquirirem um imóvel.

Aposto com você que esses mesmos pobres estando completamente desprovidos de emprego e renda seria algo bem pior. Duvida?

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Ambas as medidas - "dinheiro por sucatas" e subsídios para a compra de imóveis - representam uma incrível malversação de recursos escassos.  Mão-de-obra, bens de capital e outros recursos que poderiam estar sendo utilizados em atividades mais produtivas, atividades que realmente criassem riqueza genuína, estão sendo desviados para atividades que nada mais são do que mero consumo de capital.  Não se está produzindo nada que tenha sido genuinamente demandado pelos consumidores,

Ué...os ultraliberais agora sabem decidir o que é algo "genuinamente" demandado e necessário e o que não é???

Eu achava que só os comunistas sabiam decidir pelas pessoas o que é melhor para elas.

As pessoas não estão comprando obrigadas, ao que eu saiba.


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não se está investindo em nada de longo prazo; está-se apenas desperdiçando capital em atividades de efeito temporário, atividades cuja única intenção é maquiar o PIB.

Está sim. Ao impedir que a demanda efetiva global tenha vertiginosa e perpetuada queda, o governo está garantindo que os investidores não fiquem com medo de investir em mais bens de capital (que seriam os "investimentos para longo prazo"). Só há investimentos quando os investidores acreditam que os mesmos terão retorno, lembre-se disso. E além disso, as expectativas dos investidores são mais influenciadas para baixo do que para cima, ou seja, é necessário 1 susto para ele desistir de arriscar seu dinheiro e 10 boas surpresas para ele decidir o contrário.


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Se não houvesse esses incentivos, as pessoas provavelmente estariam poupando dinheiro ou utilizando-o para saldar suas dívidas.

Não estariam. Estariam provavelmente desempregadas ou falidas, ou então com queda acentuada na renda. Nessas condições, a poupança tende a ser menor, pois sobraria menos dinheiro para ser poupado.

As pessoas poupam mais à medida que ganham mais, segundo Keynes.

As dívidas ficariam mais difíceis de pagar, pois o valor da dívida não seria "corrigido" para baixo para ficar compatível com o novo patamar de rendas e preços.

Ex: Uma dívida de 10 000 para quem ganha 5000 por mês não é igual aos mesmos 10 000 para quem agora ganha 1000. O mesmo se pode dizer dos preços: se antes o cara poderia pagar uma dívida vendendo 100 unidades de um determinado produto, agora terá que vender mais unidades do produto para pagar a mesma dívida (os preços caem durante recessões).

Ou seja,  as dívidas ficam mais DIFÍCEIS de pagar, e não mais fáceis como o cara do texto parace defender.

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  Mas ao invés disso, elas foram comprar carro e casa só porque o governo estava dando dinheiro.  Dados do Fed mostram que a taxa de poupança das famílias despencou nesse último trimestre.  Não tinha como ser diferente.

A poupança excessiva é uma das principais causas da depressão econômica. Tanto as medidas anti-recessivas quanto a própria queda na renda das pessoas tende a diminuir a percentagem de dinheiro destinada à poupança.

Lembre-se: durante recessões, a poupança é vilão, e  não mocinho.


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O terceiro e último fator que estimulou o PIB foram os gastos do governo americano.  No terceiro trimestre, a gastança cresceu 7,9% em relação ao segundo trimestre, sendo que no segundo trimestre ela havia crescido 11,4% em relação ao primeiro trimestre.

Com isso, o déficit e a dívida do país atingiram níveis pornográficos, do tipo que fariam as aventuras de Cicciolina parecer histórias de convento.  Veja os gráficos:

Déficits necessários e bem aplicados. Podem ser recuperados facilmente em épocas de expansão econômica. Pior seria a depressão, inclusive para as próprias receitas do governo.
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Rhyan

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Re: "A recessão nos EUA acabou!"
« Resposta #4 Online: 17 de Fevereiro de 2010, 18:23:11 »
PIB é um estatística falsa para um "austríaco", o que vale é o Produto Privado Remanescente.

Rhyan

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Re: "A recessão nos EUA acabou!"
« Resposta #5 Online: 17 de Fevereiro de 2010, 19:31:22 »
Algum comentários sobre os gráficos?

Offline DDV

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Re: "A recessão nos EUA acabou!"
« Resposta #6 Online: 17 de Fevereiro de 2010, 22:29:05 »
PIB é um estatística falsa para um "austríaco", o que vale é o Produto Privado Remanescente.

PIB uma estatística falsa?!

Elabore.

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Algum comentários sobre os gráficos?

Pra começar, um gráfico mais "correto", estatisticamente falando, deveria ser um gráfico com a relação déficit/PIB, e não com o número absoluto do déficit, pois isso daria a falsa impressão de que o déficit atual é absurdamente maior do que o dos anos 40, sendo que atualmente o PIB deve ser uns 10 vezes maior.

Ex: um défict de 1 bilhão para um PIB de 100 bilhões seria equivalente a um déficit de 100 bilhões para um PIB de 10 trilhões. Não é correto portanto olhar para o segundo déficit e fazer Ohhhhh...que indecência!


E completando, o governo americano costuma efetuar déficits orçamentários durante guerras e durante recessões, o que é ABSOLUTAMENTE esperado. Qual a novidade?
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