0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.
Notícias Quinta-Feira, 21 de julho de 2005 JC e-mail 2815, de 20 de Julho de 2005. Reunião Anual: Os europeus também têm problemas União Européia desenvolve plano de valorização para evitar fuga de cérebros para os EUA e atrair novos pesquisadoresAndré Augusto Castro e Diego Amorim escrevem para a “UnB Agência”: Nem mesmo os gestores de ciência e tecnologia (C&T) dos países europeus tinham idéia de quantos pesquisadores deixavam as fronteiras da União Européia (UE) rumo aos EUA. Foi preciso que os norte-americanos divulgassem que 400 mil cientistas oriundos do velho continente desenvolviam trabalhos em seu território para que evitar essa fuga de cérebros se tornasse uma preocupação séria. De acordo com o presidente da Euroscience, entidade européia semelhante à SBPC, Jean-Patrick Connerade, o caminho para barrar o êxodo passa pela valorização social do trabalho dos pesquisadores. Connerade mostrou os esforços feitos pela União Européia na conferência Modelos Europeus de Governança de Ciência e Tecnologia, realizada na manhã de terça-feira, 19 de julho, pela programação sênior da 57ª Reunião Anual da SBPC, que acontece na Universidade Estadual do Ceará (Uece) até o dia 22 de julho. A principal dificuldade em chegar a uma integração de iniciativas é que a União Européia tem hoje 25 países e 25 diferentes sistemas de ciência e tecnologia. A fim de corrigir isso, foram firmados dois acordos em Lisboa (Portugal) e Barcelona (Espanha) em 2001, com o ambicioso plano de chegar a 3% do Produto Nacional Bruto (PNB) de investimento no setor até 2010. Atualmente, a média é 1,9%.Reconhecimento – Esse investimento deve ser de 2% por parte das indústrias (com recursos para pesquisa aplicada) e de 1% pelo Estado (em pesquisa básica). “Isso é lógico, mas até hoje fizemos ao contrário. O Estado não tem know-how para competir em pesquisa aplicada e a indústria não tem interesse na pesquisa básica”, explica Connerade. Além dessa mudança de concepção, a União Européia trabalha com a intenção de criar um novo Conselho de Ciência e Pesquisa para substituir a comissão que atua na área. A primeira missão do conselho será implantar a “tabela européia para pesquisadores”, documento que estabelece direitos e deveres dos cientistas e também dos empregadores, sejam eles indústrias, institutos de pesquisa ou o próprio estado. A medida visa a reconhecer socialmente a profissão de pesquisador, com planos de carreira definidos, e é vista por Connerade como fundamental para estimular o interesse dos jovens pela área. “Não há muitos pesquisadores novos porque o tempo para se formar é muito grande e a falta de reconhecimento, um desestímulo. Enquanto ainda estão estudando, seus colegas já têm empregos. Mas não se pode chamar de estudante alguém no nível de doutorado ou PhD”, explica. O presidente da Euroscience estima que o documento seja apreciado pelos países até setembro de 2005. Caso aprovado, valerá para pesquisadores de qualquer nacionalidade que desenvolvam trabalhos na UE. Isso servirá não apenas para deter a evasão de pesquisadores europeus como também para chamar a atenção de cientistas de outros continentes. Sem evasão – “As sociedades do futuro se destacarão pela capacidade de atrair cientistas para seus territórios”, afirma Connerade. No entanto, ele reconhece que dificilmente o plano de aplicar 3% do PNB será atingido até 2010. E culpa os políticos europeus por isso, acusando-os de concordarem com a necessidade de investir na área de C&T mas de não se empenharem o suficiente para garantir os recursos. “Políticos gostam muito de controlar os caminhos da pesquisa em qualquer lugar do mundo. O conselho que queremos vai tirar esse poder deles, funcionando como uma agência para alocar recursos”, define. Para o vice-presidente da SBPC, Carlos Vogt, apesar de ambicioso e pouco factível em curto prazo, o plano europeu inova em diversos aspectos, principalmente nas características éticas de inclusão e na garantia de que os cientistas possam voltar aos seus países para exercer sua atividade como profissionais capacitados. “É uma moldura ética muito interessante porque valoriza socialmente a atividade de pesquisa, inclusive com um manual de conduta para pesquisadores e contratantes”, destaca. Ele acrescenta ainda que, caso seja adotado, o modelo poderá servir para todo o mundo como exemplo de valorização das condições de trabalho dos pesquisadores. Vogt, no entanto, descarta a possibilidade de isso levar a uma evasão de cérebros do resto do mundo para a UE. (UnB Agência)
E aquele papo de evasão de doutores dos E.U.A. por causa de George Bush? Hein? Hein? Hein?