O mico macro de um brilhante físico teórico*
Marcelo Gleiser abordou o design inteligente (DI) na sua coluna 
“Micro/Macro” na Folha de São
Paulo de 19/06/05. Um sinal importante, promissor e deplorável: o DI 
está chegando à mesa do debate acadêmico tupiniquim, mas desde 1998 
somos desancados na grande mídia, especialmente na FSP.
Gleiser não mencionou, mas a renomada revista científica Nature destacou 
o Design Inteligente:
http://www.nature.com/nature/journal/v434/n7037/full/4341062a.html.
Apesar de distinguir entre o DI e o criacionismo, Gleiser et al parecem 
usar sempre a macro Control
+ Alt + DI = ‘idéias ... supostamente científicas’(falta de argumentação 
científica em relação à
TDI?). A ‘complexidade irredutível’ de sistemas biológicos (Behe) e a 
‘informação complexa
especificada’ (Dembski), teses fundamentais do DI, são cientificamente 
derivadas da Biologia e da
Matemática, mas isso foi omitido ao leitor leigo.
A teoria da evolução de Darwin ‘não dá conta da incrível complexidade 
observada nos seres vivos’,
não porque os proponentes do DI afirmam isso: são as evidências 
encontradas na natureza que
teimam não corroborar as especulações transformistas de Darwin.
O problema do(s) processo(s) darwinista(s???) macroevolutivos (são 
necessárias grandes
quantidades de informação genética) é a sua persistente e comprovada 
insuficiência epistêmica não
corroborada pelas evidências, isto é, não explica ‘a intricada 
bioquímica essencial para a vida, a
coreografia das proteínas, máquinas altamente sofisticadas que coordenam 
os vários processos
metabólicos que ocorrem ao nível celular’. Nenhuma teoria científica 
subsiste sem a devida
suficiência epistêmica. Por que Darwin subsiste?
Nós proponentes do DI afirmamos: ‘causas inteligentes’ estão ‘por trás 
disso’. Pelas suas limitações
teóricas (característica de teoria científica) a TDI não tem como 
identificar o ‘designer’. A TDI
propõe-se apenas identificar sinais de design inteligente.
Embora não afirmemos que ou quem seja o designer, Gleiser (judeu 
agnóstico?) desconsidera o DI,
não pelo seu valor científico, mas pelo fato de nossos ‘maiores 
financiadores dos centros de DI’
(???) serem grupos evangélicos conservadores que conhecem a identidade 
do designer. Somos
culpados por associação. Gleiser não desconhece: David Berlinski também 
é judeu agnóstico, mas
faz parte do DI.
A propósito, o Big Bang tem implicações teológicas, mas ao usá-lo como 
referencial teórico os
cientistas não são nomeados como ‘criacionistas’. Por que então uma 
teoria física com implicações
teológicas tem validade científica, mas uma teoria biológica não tem? O 
que motiva isso? A ciência
ou a ideologia?
Gleiser, como a maioria de nossos críticos, escreve sobre o DI apenas de 
‘ouvir falar’. Contrário do
afirmado, os teóricos e proponentes do DI afirmam sim a existência da 
aleatoridade, necessidade e
design na natureza.
Não temos apenas ‘dois cientistas por trás do DI’: somos mais de 400 nos 
Estados Unidos. Temos
até cientista indicado cinco vezes ao prêmio Nobel. Já somos vários 
(professores e alunos de
graduação e pós-graduação) aqui no Brasil em universidades públicas e 
privadas.
A pergunta de Behe de como surgiu o flagelo bacteriano e de necessitar 
todas as suas partes para
funcionar é que precisa ser respondida pela teoria de Darwin. Ou por 
Gleiser.
O DI é eliminado retorica e categoricamente por Gleiser: esse tipo de 
argumento não rende muito
em ciência. Como que não rende, se desde 1997 vários livros e artigos 
foram escritos, mas não há
quem tenha rebatido a tese de Behe? É preciso sim explicar a presença 
das 30 ou mais proteínas na
bactéria por processos naturais e gradativos, ‘fazendo outra função até 
que (macroevocadabra?)
passaram a participar do flagelo’.
As teses de Orr et al já foram respondidas satisfatoriamente pelo DI há 
muito tempo: (1) a
co-optação não é explicação viável de como as partes do flagelo 
bacteriano se juntaram, e (2) que
uma “bomba molecular” seja uma parte que realmente co-optou no flagelo 
bacteriano.
Gleiser, físico, seguiu H. Allen Orr, biólogo, na infeliz analogia: as 
‘partes que têm uma aplicação
limitada’ tecnológica, somente ‘passam a ser essenciais para outras 
funções’ porque, ‘após certo
tempo’ os engenheiros (designers?) pensaram (intenção?) sua 
essencialidade ‘para outras funções’
(telos?) (in “The New Yorker”: 
http://www.newyorker.com/fact/content/articles/050530fa_fact. Isso
não é evolução qua Darwin, pois o relojoeiro é cego. Isso é Design 
Inteligente.
A analogia de Orr dos Sistemas de Posicionamento Global (GPS) é 
logicamente falha como
exemplo de evolução aleatória, por necessidade e ateleológica: embora 
considerados hoje
‘amenidade’, futuramente eles serão ‘necessários. Os carros [design 
intencional de hardware?]
serão possivelmente dirigidos por computadores [design intencional de 
inteligência artificial?] não
funcionarão sem GPS [design intencional de software?]. Darwin ou Design 
Inteligente puro?
Dembski escreveu: “Na verdade, se tais relatos [da evolução do flagelo] 
estivessem disponíveis [na
literatura especializada], Orr só precisaria citá-los e o DI estaria 
acabado” (in Evolution's Logic of
Credulity: An Unfettered Response to Allen Orr):
http://www.iscid.org/papers/Dembski_ResponseToOrr_010703.pdf&e=10313 Realmente, a nossa ignorância não deve ser ‘preenchida por artesãos 
misteriosos, inexplicáveis’,
mas a ciência qua ciência também não pode e nem deve viver emitindo 
‘notas promissórias
epistêmicas’ que nunca serão empiricamente resgatadas.
Gleiser pergunta: ‘O que aprendemos com isso?’ Ele mesmo responde: 
‘Absolutamente nada’.
Será? Ora, se o não-saber é ‘pré-condição do saber’ que ‘reflete o uso 
da inteligência’ tentando
‘explicar aquilo que não sabemos’, o DI tenta demonstrar isso: a 
‘inteligência tem intenção’ e os
sinais de design são empiricamente detectados na natureza. É falso dizer 
que Hume e Darwin
alijaram definitivamente a teleologia da ciência: uma rápida mas atenta 
leitura demonstra -- no
dia-a-dia os biólogos não conseguem se livrar da linguagem teleológica 
(?) nos seus trabalhos e
pesquisas.
Não explicamos ‘qual é a do Grande Designer’ porque desconhecemos a Sua 
mente...
A proposta de Gleiser se alguém ‘encontrar um besouro caído de costas, 
aflito, tentando se virar,
condenado à morte’, e perguntar o ‘que ele acha da inteligência do 
Designer’, não é uma pergunta
científica, é teológica.
Ao escrever impensadamente este pequeno artigo panfletário, Gleiser agiu 
como Calvin e Hobbes,
http://www.ucomics.com/calvinandhobbes ‘imaginando montar numa caixa e 
sair voando sobre
terreno evolutivo traiçoeiro que a natureza teria de atravessar a pé. 
Não há razão para os céticos
confiarem nas imaginações dos darwinistas’ (Behe).
Gleiser é incensado nesta FSP como um grande divulgador científico, mas 
talvez não seja do conhecimento dos Srs. que ele não é tão confiável 
assim naquilo que divulga. Vide:
http://www.ifi.unicamp.br/~ghtc/ram-r66.htm http://www.ifi.unicamp.br/~ghtc/ram-r67.htm Ora, se Gleiser não é confiável na divulgação de temas relativos à sua 
formação acadêmica, como a FSP aceita que ele 'pontifique' em outras áreas?
Atenciosamente,
Enézio E. de Almeida Filho
Coordenador
NBDI - Núcleo Brasileiro de Design Inteligente
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