Brasileiros desenvolvem tecnologia para facilitar pesquisa sobre biodiversidadeCom o objetivo de facilitar o trabalho de organizações e pesquisadores voltados à conservação da biodiversidade, um grupo de cientistas brasileiros desenvolveu o OpenModeller, uma nova ferramenta de acesso a informações que permite estudar a distribuição de espécies biológicas em diversos cenários, o que contribui para o estudo de estratégias de preservação ambiental.
OpenModeller facilita pesquisa sobre biodiversidadeA ferramenta foi desenvolvida pelo Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Além de facilitar o planejamento de ações para a conservação da biodiversidade, a produção de modelos de distribuição de espécies pode ser útil para a previsão de impactos de mudanças climáticas e de atividades humanas. Outra função do OpenModeller é indicar as melhores soluções para o controle de doenças infecciosas.
No estudo da Leishmaniose, por exemplo, são necessários diversos dados, como ocorrência do vetor e do hospedeiro e o nível de chuvas numa determinada região. “É preciso que toda essa infraestrutura de dados possa ser acessada de forma transparente a fim de que os pesquisadores possam reunir as informações com maior facilidade e chegar a um resultado mais rápido”, diz Vanderlei Perez Canhos, diretor-presidente do Cria.
Menos limitações Segundo Renato De Giovanni, coordenador do projeto, o OpenModeller pode ser utilizado em várias plataformas virtuais. “Sistemas capazes de gerar tais modelos já existiam, mas normalmente estavam sujeitos a sérias limitações. Vários programas funcionam apenas em Windows”, diz.
Outra característica da ferramenta é a possibilidade de usar diversas metodologias durante o estudo, que podem proporcionar resultados variados. “A vantagem é o pesquisador poder escolher os dados que quer utilizar, o método mais adequado para isso e visualizar os diferentes modelos gerados”, afirma Canhos.
O próximo passo do centro é dar continuidade à ampliação da infraestrutura de dados, com foco na qualidade e precisão das informações. O OpenModeller conta hoje com 3,5 milhões de registros em 180 coleções biológicas brasileiras. Até o final de 2011, o Cria espera ter cerca de 5 milhões de registros.
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