Um cara que não gosta do Lulla escreveu um livro e deixou na web depois que nenhuma editora se prontificou a publicá-lo.
Se alguém tem disposição para ler, divirta-se!
http://www.escandalodomensalao.com.br/Capítulo 4
A história do 'acordo criminoso' da
chapa Lula/José Alencar em 2002
A revelação dos detalhes da negociação entre o Partido dos Trabalhadores e o Partido Liberal para acertar a chapa Lula/José Alencar que disputaria a Presidência da República em 2002 constituiu um dos episódios mais graves da era Lula. Não teve a repercussão merecida. A verdade é que não houve entendimento político em torno de propostas para o País, nem tampouco o debate sobre um programa de governo. Tratou-se de dinheiro, apenas. De quanto o PT repassaria para o PL, a fim de obter apoio do partido ao qual era filiado o homem que Lula desejava como seu vice-presidente.
Ao denunciar o escândalo do mensalão, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, qualificou a aliança eleitoral entre PT e PL de "acordo criminoso". Ele acusou o deputado cassado José Dirceu (PT-SP) e os presidentes nacionais das duas legendas, deputado José Genoino (PT-SP) e o na época ex-deputado Valdemar Costa Neto (PL-SP), que havia renunciado para se livrar de eventual cassação do mandato por quebra de decoro. Mas deixou de fora Lula (PT-SP) e José Alencar (PL-MG). Trecho da denúncia encaminhada ao STF (Supremo Tribunal Federal), na qual o procurador-geral abordou as operações de lavagem de dinheiro com as quais o PT pagou o PL:
"De fato, consciente de que os montantes eram oriundos de organização criminosa voltada para o cometimento de crimes contra a administração pública e contra o sistema financeiro nacional, os denunciados articularam mecanismo para dissimular a origem, natureza e destino dos valores auferidos."
A história do acordo PT/PL quase não repercutiu porque foi revelada num dos momentos mais graves do escândalo do mensalão e acabou ofuscada pela enxurrada de acontecimentos. A revista Época que trouxe a entrevista com Valdemar Costa Neto confessando a operação de suborno circulou em 13 de agosto de 2005, no dia seguinte àquele em que Lula admitiu ter sido "traído por práticas inaceitáveis" e afirmou não ter vergonha de dizer ao povo brasileiro "que nós temos de pedir desculpas. O PT tem que pedir desculpas. O governo, onde errou, tem que pedir desculpas".
Lula, aliás, jamais iria apontar quem o traíra. Nem tampouco é o caso de simplesmente pedir desculpas para se livrar de atos criminosos. Lula procurava ganhar tempo na tentativa de reduzir os danos do depoimento do publicitário Duda Mendonça à CPI dos Correios, ocorrido na véspera. Talvez tenha sido o fato mais marcante da crise. O homem responsável pela campanha que elegera o presidente da República confessara o recebimento de R$ 11,9 milhões em caixa 2. Dinheiro repassado por Marcos Valério, e que serviu para pagar os serviços prestados a Lula por Duda Mendonça em 2002. Para muitos analistas, teria sido o momento certo para deflagrar o processo por crime de responsabilidade contra Lula, cuja pena seria o seu impeachment.