Vamos por partes.
Ele não é um caso profundo no espectro autista, mas foi diagnostica como Asperger. No geral, é a incapacidade de decifrar as emoções das outras pessoas, o que leva a ser muito retraído, porque nunca sabe se a pessoa está sendo gentil, carinhosa ou agressiva e violenta. Um tapinha nas costas, sem este contexto, realmente parece ser uma agressão.
Como é um jovem muiiiito tímido e reservado, que não sentava com ninguém, não fazia amizades, não fazia trabalhos em grupos, tem aquele bigodinho penugem de adolescente, não olha ninguém nos olhos, é alvo perfeito para a zoação dos colegas. É ser zoado, ridicularizado, chamado de louco, esquisito, etc, etc. Mas tem ali um adolescente sofrendo muito, sem entender o que se passa e incapaz de falar com alguém sobre o que está acontecendo, porque não consegue entender quando é normal ou não.
Depois que reuni duas turmas que tinham contato com ele e abri o jogo, expliquei o que era, porque ele é assim e os motivos, a mudança foi enorme. os colegas entenderam que ele é assim por não ter escolha, não por ser babaca ou arrogante.
E é muito bom conviver, porque precisa ser direto nas explicações, objetivo, sem deixar subentendidos, porque não vai entender. É dizer o que precisa ser feito, o prazo e o que se espera. E ele faz perfeitamente.
E agora estou o convencendo a escrever. Já me produziu um conto de Ficção Científica, que estou ajudando a revisar. Está sendo muito bom conviver com ele.