Autor Tópico: Status, aspirações e estereótipos entre crianças americanas negras  (Lida 1798 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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Race and the Workforce: Occupational Status, Aspirations, and
Stereotyping Among African American Children


Rebecca S. Bigler and Cara J. Averhart
The University of Texas at Austin

Lynn S. Liben
The Pennsylvania State University

This study examined whether African American children’s perceptions of occupational status and their
own vocational interests are affected by racial segregation of the workforce. Children (N ϭ 92) rated
familiar occupations with respect to status, desirability, and stereotyping. Children also rated novel jobs
that had been depicted with African Americans, European Americans, or both African and European
Americans. As predicted, for familiar jobs, children’s judgments were linked to their knowledge of racial
segregation of these jobs. In addition, novel occupations that had been depicted with African Americans
were judged as lower in status than the identical occupations that had been depicted with European
Americans, demonstrating a causal influence of workers’ race on children’s judgments. Children’s age
and socioeconomic background moderated their occupational judgments.

http://pdfcast.org/download/race-and-the-workforce-occupational-status-aspirations-and-stereotyping-among-african-american-children.pdf







Offline Dr. Manhattan

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Re: Status, aspirações e estereótipos entre crianças americanas negras
« Resposta #2 Online: 28 de Maio de 2010, 16:26:32 »
Deprimente, esse vídeo. :(
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Offline CyberLizard

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Re: Status, aspirações e estereótipos entre crianças americanas negras
« Resposta #3 Online: 28 de Maio de 2010, 23:08:56 »
 :( O meu humor que já não estava muito bom hoje, agora piorou mais ainda. Comecei a ficar com muita raiva e muito triste com isso! O que faz com que aquelas crianças tenham essa visão!? O racismo existente na sociedade que é muitas muitas vezes camuflado é tão grande que faz com que até crianças tão novas e negras o assimilem e interiorizem isso? Como será que seria o resultado se fôsse feito o teste no Brasil?

Offline Geotecton

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Re: Status, aspirações e estereótipos entre crianças americanas negras
« Resposta #4 Online: 28 de Maio de 2010, 23:17:25 »
Não vi qual foi a base amostral da pesquisa com as crianças, mas se o que foi mostrado no vídeo é representativo, então é simplesmente asqueroso o que uma parte da sociedade estadunidense fez com estas (e provavelmente muitas outras) crianças.
Foto USGS

Offline Moro

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Re: Status, aspirações e estereótipos entre crianças americanas negras
« Resposta #5 Online: 28 de Maio de 2010, 23:20:39 »
:-(

Há o movimento black is beautiful entre outras atividades positivas (atores e cantores negros de sucesso, esportistas, etc..)

Não sei o quanto isso é comum... mas duvido que seja tão raro
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Offline CyberLizard

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Re: Status, aspirações e estereótipos entre crianças americanas negras
« Resposta #6 Online: 28 de Maio de 2010, 23:59:27 »
Uma coisa que me deixou um pouco melhor (mas não muito). Pelo que li no artigo, a metodologia foi selecionar 96 crianças, todas de uma mesma escola nos Estados Unidos. Então a amostragem está bem viciada. Isso demonstra que naquela escola em questão há um racismo muito grande interiorizado nas crianças. Mas para se tirar uma conclusão para o país todo, precisa-se fazer amostragens mais bem espalhadas em vários estados e camadas da sociedade. Daria um trabalho muito maior.

Outra coisa: a margem de erro nos percentuais está em cerca de 7% para mais ou para menos nas pesquisas, já que somente metade (92) das crianças que atendiam aos pré-requisitos participaram (em metade dos casos os pais não autorizaram a pesquisa). Isso é um bocado alto, mas acho que não invalida a conclusão da pesquisa feita na escola.

Offline DDV

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Re: Status, aspirações e estereótipos entre crianças americanas negras
« Resposta #7 Online: 29 de Maio de 2010, 13:39:45 »
A depender da idade das crianças, não se pode descartar a hipótese de uma real e simples preferência estética por modelos brancos, dentro de uma sociedade onde elas têm contato com ambos os modelos desde cedo.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline DDV

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Re: Status, aspirações e estereótipos entre crianças americanas negras
« Resposta #8 Online: 29 de Maio de 2010, 13:42:33 »
Geralmente não se exige e espera das pessoas que tenham, individualmente, preferências estéticas por padrões físicos que correspondam ao delas. Com os padrões étnico/raciais o mesmo não ocorre, não se sabe por quê.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline calvino

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Re: Status, aspirações e estereótipos entre crianças americanas negras
« Resposta #9 Online: 29 de Maio de 2010, 14:31:51 »
horrível
"Se a moralidade representa o modo como gostaríamos que o mundo funcionasse, a economia representa o modo como ele realmente funciona" Freakonomics.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Status, aspirações e estereótipos entre crianças americanas negras
« Resposta #10 Online: 29 de Maio de 2010, 17:44:51 »
A depender da idade das crianças, não se pode descartar a hipótese de uma real e simples preferência estética por modelos brancos, dentro de uma sociedade onde elas têm contato com ambos os modelos desde cedo.

Ou a combinação da influência da sociedade e dessas perguntas binárias, que conduzem a uma resposta binária.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Status, aspirações e estereótipos entre crianças americanas negras
« Resposta #11 Online: 29 de Maio de 2010, 17:47:59 »
Mais uma série de resumos de artigos e notícias meio relacionadas:

Citar
Three-month-olds, but not newborns, prefer own-race faces

Adults are sensitive to the physical differences that define ethnic groups. However, the age at which we become sensitive to ethnic differences is currently unclear. Our study aimed to clarify this by testing newborns and young infants for sensitivity to ethnicity using a visual preference (VP) paradigm. While newborn infants demonstrated no spontaneous preference for faces from either their own- or other-ethnic groups, 3-month-old infants demonstrated a significant preference for faces from their own-ethnic group. These results suggest that preferential selectivity based on ethnic differences is not present in the first days of life, but is learned within the first 3 months of life. The findings imply that adults' perceptions of ethnic differences are learned and derived from differences in exposure to own- versus other-race faces during early development.




Citar
Estudo prova que a maioria das pessoas é racista por educação

Os cientistas há muito sabem que quando a pessoa testemunha a dor de outra pessoa, indiretamente ela pode sentir desconforto físico somente por presenciar a situação. A nova evidência sugere que o poder deste efeito depende da pessoa ser da mesma "raça".

Demonstrou-se ainda que quanto mais sinais de preconceito racial demonstra uma pessoa, menos empatia ela sente ao testemunhar a dor de outras raças. Isso mostra como o racismo se alimenta de si mesmo - a falta de empatia causando maior desumanização, que por sua vez leva a mais racismo.

No estudo, com italianos e africanos, os participantes foram convidados a assistir e prestar atenção aos filmes que mostravam agulhas penetrando uma mão branca e uma mão preta.

Um scanner cerebral, em seguida, registrou que os neurônios sinalizavam dor na pessoa que assistia o filme, porém, em média havia muito menos sinalização quando as pessoaa estavam assistindo uma mão de cor diferente receber as agulhas.

Não importa se a mão era preta ou branca, o efeito foi o mesmo, o que fez a diferença na pesquisa foi o preconceito racial. Quanto mais uma pessoa racista, menos empatia ela sente pela pessoa da raça oposta.

Para provar que era realmente racismo, mostrou-se um vídeo igual, porém com uma mão roxa. A resposta foi a mesma dada ao vídeo com a mão igual a da cor da pessoa, não houve "diminuição da empatia"

Isto prova que as pessoas não tendem a ter mais empatia pelas pessoas de sua cor ou raça, mas que isso é fruto de um aprendizado, ou melhor dizendo, de um mal-aprendizado, de algo totalmente cultural.

Professor Salvatore Aglioti, da Universidade de Roma, coordenador do estudo disse: "Quando nós não tivemos nenhum preconceito, eramos mais propensos a simpatizar. Isso é muito importante porque sugere que os seres humanos simpatizam uns com os outros, a menos preconceitos estejam em jogo".

Alessio Avenanti, co-autor da Universidade de Bologna, disse: "Sem estereótipos, as pessoas se vêem igualmente a todos os outros. No entanto, o preconceito racial pode suprimir essa reação empática, levando a uma percepção desumanizada da experiência dos outros".

http://www.telegraph.co.uk/science/7771834/We-are-less-likely-to-feel-the-pain-of-people-from-other-races-a-study-suggests.html
http://mundoemcolapso.blogspot.com/2010/05/estudo-comprova-que-maioria-das-pessoas.html

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Status, aspirações e estereótipos entre crianças americanas negras
« Resposta #12 Online: 29 de Maio de 2010, 18:00:20 »
Geralmente não se exige e espera das pessoas que tenham, individualmente, preferências estéticas por padrões físicos que correspondam ao delas. Com os padrões étnico/raciais o mesmo não ocorre, não se sabe por quê.

Acho que pouquíssima gente "exige" qualquer coisa nesse sentido (e desconheço gente que saia pelas ruas fazendo esse tipo de exigência ou as faça de qualquer outra forma), mas quanto ao "esperado", os estudos indicam haver uma preferência geral endorracial ou da raça do progenitor do sexo oposto, no caso de mestiços. Também parece que, mesmo em traços fisionômicos, as pessoas tendem a preferir aqueles mais parecidos com os delas mesmas, mas talvez isso seja apenas decorrência da preferência determinada pela aparência (e até odor) dos pais, que, por acaso, pode em boa parte do tempo ser "puxada" pelos filhos e filhas. Mas também há quem sugira até que os casais tendam até a ir convergindo em aparência de acordo com o tempo da relação, o que deve ser difícil de distinguir dessas outras possibilidades, mas ainda assim, se enquadra dentro dessas preferências por um padrão correspondente ao próprio.



Citar
Convergence in the physical appearance of spouses

R. B. Zajonc1    , Pamela K. Adelmann1, Sheila T. Murphy1 and Paula M. Niedenthal1

(1)    Research Center for Group Dynamics, The University of Michigan, 48106 Ann Arbor, Michigan

[/b]Abstract[/b] 

This study attempted to determine whether people who live with each other for a long period of time grow physically similar in their facial features. Photographs of couples when they were first married and 25 years later were judged for physical similarity and for the likelihood that they were married. The results showed that there is indeed an increase in apparent similarity after 25 years of cohabitation. Moreover, increase in resemblance was associated with greater reported marital happiness. Among the explanations of this phenomenon that were examined, one based on a theory of emotional efference emerged as promising. This theory proposes that emotional processes produce vascular changes that are, in part, regulated by facial musculature. The facial muscles are said to act as ligatures on veins and arteries, and they thereby are able to divert blood from, or direct blood to, the brain. An implication of the vascular theory of emotional efference is that habitual use of facial musculature may permanently affect the physical features of the face. The implication holds further that two people who live with each other for a longer period of time, by virtue of repeated empathic mimicry, would grow physically similar in their facial features. Kin resemblance, therefore, may not be simply a matter of common genes but also a matter of prolonged social contact.


http://www.springerlink.com/content/u59r1291345u048p/

Offline DDV

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Re: Status, aspirações e estereótipos entre crianças americanas negras
« Resposta #13 Online: 29 de Maio de 2010, 18:06:46 »
A depender da idade das crianças, não se pode descartar a hipótese de uma real e simples preferência estética por modelos brancos, dentro de uma sociedade onde elas têm contato com ambos os modelos desde cedo.

Ou a combinação da influência da sociedade e dessas perguntas binárias, que conduzem a uma resposta binária.

Por isso o "a depender da idade" dito na frase. Se as crianças pesquisadas forem muito novas, ainda sem nenhuma noção dos conceitos de "prestígio", "raça" e demais valores que os adultos têm, e ainda sem tempo suficiente para receberem uma educação racista por parte de seus progenitores, é bem provável que seja uma simples preferência estética mesmo.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline DDV

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Re: Status, aspirações e estereótipos entre crianças americanas negras
« Resposta #14 Online: 29 de Maio de 2010, 18:12:25 »
Geralmente não se exige e espera das pessoas que tenham, individualmente, preferências estéticas por padrões físicos que correspondam ao delas. Com os padrões étnico/raciais o mesmo não ocorre, não se sabe por quê.

Acho que pouquíssima gente "exige" qualquer coisa nesse sentido (e desconheço gente que saia pelas ruas fazendo esse tipo de exigência ou as faça de qualquer outra forma),

Nunca vi ninguém recriminando outra pessoa por esta considerar o seu padrão físico (seja em relação ao corpo, cabelo, nariz, etc) menos bonito do que outros. Porém, quando se trata de um negro que diz preferir o padrão estético branco, todos recriminam. E o interessante é que essa mesma recriminação não costuma ocorrer quando se trata de um oriental ou um mediterrâneo dizendo preferir um padrão nórdico.

Citar
mas quanto ao "esperado", os estudos indicam haver uma preferência geral endorracial ou da raça do progenitor do sexo oposto, no caso de mestiços. Também parece que, mesmo em traços fisionômicos, as pessoas tendem a preferir aqueles mais parecidos com os delas mesmas, mas talvez isso seja apenas decorrência da preferência determinada pela aparência (e até odor) dos pais, que, por acaso, pode em boa parte do tempo ser "puxada" pelos filhos e filhas. Mas também há quem sugira até que os casais tendam até a ir convergindo em aparência de acordo com o tempo da relação, o que deve ser difícil de distinguir dessas outras possibilidades, mas ainda assim, se enquadra dentro dessas preferências por um padrão correspondente ao próprio.

Onde e como entra esse estudo com essas crianças nessa tese aí?
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Status, aspirações e estereótipos entre crianças americanas negras
« Resposta #15 Online: 29 de Maio de 2010, 18:12:46 »
A depender da idade das crianças, não se pode descartar a hipótese de uma real e simples preferência estética por modelos brancos, dentro de uma sociedade onde elas têm contato com ambos os modelos desde cedo.

Ou a combinação da influência da sociedade e dessas perguntas binárias, que conduzem a uma resposta binária.

Por isso o "a depender da idade" dito na frase. Se as crianças pesquisadas forem muito novas, ainda sem nenhuma noção dos conceitos de "prestígio", "raça" e demais valores que os adultos têm, e ainda sem tempo suficiente para receberem uma educação racista por parte de seus progenitores, é bem provável que seja uma simples preferência estética mesmo.



Mas isso tenderia a ser só esperado depois de alguma exposição a cultura que desviasse a preferência delas do "natural", que é endorracial, desde os três meses de idade.

O que eu quis dizer é que, talvez, poderia nem haver de verdade uma "lavagem cerebral" tão grande, nem eles terem esses auto-conceitos tão ruins quanto parecem ter, e ainda assim, responderem desse jeito (binário), e de acordo com o que elas esperam que fosse a resposta "certa", ao menos em quantidade suficiente para fazerem essa edição.

Offline DDV

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Re: Status, aspirações e estereótipos entre crianças americanas negras
« Resposta #16 Online: 29 de Maio de 2010, 18:19:40 »
A depender da idade das crianças, não se pode descartar a hipótese de uma real e simples preferência estética por modelos brancos, dentro de uma sociedade onde elas têm contato com ambos os modelos desde cedo.

Ou a combinação da influência da sociedade e dessas perguntas binárias, que conduzem a uma resposta binária.

Por isso o "a depender da idade" dito na frase. Se as crianças pesquisadas forem muito novas, ainda sem nenhuma noção dos conceitos de "prestígio", "raça" e demais valores que os adultos têm, e ainda sem tempo suficiente para receberem uma educação racista por parte de seus progenitores, é bem provável que seja uma simples preferência estética mesmo.



Mas isso tenderia a ser só esperado depois de alguma exposição a cultura que desviasse a preferência delas do "natural", que é endorracial, desde os três meses de idade.

O que eu quis dizer é que, talvez, poderia nem haver de verdade uma "lavagem cerebral" tão grande, nem eles terem esses auto-conceitos tão ruins quanto parecem ter, e ainda assim, responderem desse jeito (binário), e de acordo com o que elas esperam que fosse a resposta "certa", ao menos em quantidade suficiente para fazerem essa edição.

E que talvez, se não for todavia, não seja tão talvez assim, de acordo com o "esperado" dentro de um conceito binário de "talvez", o que não seria tão ruim caso seja.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Status, aspirações e estereótipos entre crianças americanas negras
« Resposta #17 Online: 29 de Maio de 2010, 18:36:42 »
Geralmente não se exige e espera das pessoas que tenham, individualmente, preferências estéticas por padrões físicos que correspondam ao delas. Com os padrões étnico/raciais o mesmo não ocorre, não se sabe por quê.

Acho que pouquíssima gente "exige" qualquer coisa nesse sentido (e desconheço gente que saia pelas ruas fazendo esse tipo de exigência ou as faça de qualquer outra forma),

Nunca vi ninguém recriminando outra pessoa por esta considerar o seu padrão físico (seja em relação ao corpo, cabelo, nariz, etc) menos bonito do que outros. Porém, quando se trata de um negro que diz preferir o padrão estético branco, todos recriminam. E o interessante é que essa mesma recriminação não costuma ocorrer quando se trata de um oriental ou um mediterrâneo dizendo preferir um padrão nórdico.

Bem, sei lá, eu já vi tanto recriminação (especificamente, pelo Agnaldo Timóteo) quanto indiferença para todos os lados nesse tipo de coisa, e não sei de estudos detalhados a respeito.



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mas quanto ao "esperado", os estudos indicam haver uma preferência geral endorracial ou da raça do progenitor do sexo oposto, no caso de mestiços. Também parece que, mesmo em traços fisionômicos, as pessoas tendem a preferir aqueles mais parecidos com os delas mesmas, mas talvez isso seja apenas decorrência da preferência determinada pela aparência (e até odor) dos pais, que, por acaso, pode em boa parte do tempo ser "puxada" pelos filhos e filhas. Mas também há quem sugira até que os casais tendam até a ir convergindo em aparência de acordo com o tempo da relação, o que deve ser difícil de distinguir dessas outras possibilidades, mas ainda assim, se enquadra dentro dessas preferências por um padrão correspondente ao próprio.

Onde e como entra esse estudo com essas crianças nessa tese aí?

Essa tese de que os cônjuges vão ficando mais parecidos um com o outro com o tempo? Sei lá, eu postei isso mais pela parte da preferência endorracial (e até mesmo mais "fina" que isso, de similaridade fisionômica) aparentemente se manter, desde que é formada, aos três meses, e aparentemente até se correlacionar com uma duração mais longa do casamento.




Observação: eu não sei a origem desse vídeo, parece que é algum documentário da BBC; não sei, então, se é um estudo mesmo, feito com todos os cuidados necessários, ou algo mais voltado para a exibição na tv. Sei que uma vez, acho que a BBC mesmo, reproduziu o experimento Milgram com atores, ainda que tivesse visto gente vendo aquilo e pensando que era o "real", o que sugere que talvez eles não tenham muita preocupação em frisar o que é estudo mesmo e o que é encenação. O estudo mesmo que postei com crianças não-bebês é só o do efeito dos estereótipos quanto ao julgamento das profissões.





E um viva para a extensão Lazarus do google chrome, que salvou essa mensagem de ter sido perdida com o fim do tempo da sessão.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Status, aspirações e estereótipos entre crianças americanas negras
« Resposta #18 Online: 29 de Maio de 2010, 18:38:35 »
A depender da idade das crianças, não se pode descartar a hipótese de uma real e simples preferência estética por modelos brancos, dentro de uma sociedade onde elas têm contato com ambos os modelos desde cedo.

Ou a combinação da influência da sociedade e dessas perguntas binárias, que conduzem a uma resposta binária.

Por isso o "a depender da idade" dito na frase. Se as crianças pesquisadas forem muito novas, ainda sem nenhuma noção dos conceitos de "prestígio", "raça" e demais valores que os adultos têm, e ainda sem tempo suficiente para receberem uma educação racista por parte de seus progenitores, é bem provável que seja uma simples preferência estética mesmo.



Mas isso tenderia a ser só esperado depois de alguma exposição a cultura que desviasse a preferência delas do "natural", que é endorracial, desde os três meses de idade.

O que eu quis dizer é que, talvez, poderia nem haver de verdade uma "lavagem cerebral" tão grande, nem eles terem esses auto-conceitos tão ruins quanto parecem ter, e ainda assim, responderem desse jeito (binário), e de acordo com o que elas esperam que fosse a resposta "certa", ao menos em quantidade suficiente para fazerem essa edição.

E que talvez, se não for todavia, não seja tão talvez assim, de acordo com o "esperado" dentro de um conceito binário de "talvez", o que não seria tão ruim caso seja.

Possivelmente.

 

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