Autor Tópico: Afinal, brasileiro reclama de quê?  (Lida 1470 vezes)

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Offline 4 Ton Mantis

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Afinal, brasileiro reclama de quê?
« Online: 30 de Abril de 2010, 08:11:38 »
http://mais.uol.com.br/view/r71k1ntkdfex/afinal-o-brasileiro-reclama-de-que-0402366AC8C98346?types=A&


O brasileiro (felizmente há exceções) é assim:

- Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.
- Estaciona nas calçadas, até mesmo debaixo das próprias placas de proibição.
- Suborna, ou tenta subornar, quando é pego cometendo infração.
- Troca voto por qualquer coisa: cesta básica, areia, cimento, tijolo, dentadura.
- Fala ao celular enquanto dirige.
- Trafega pela direita nos acostamentos durante um congestionamento.
- Pára em filas duplas, triplas, em frente às escolas.
- Viola a lei do silêncio.
- Dirige após consumir bebida alcoólica.
- Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.
- Espalha mesas, churrasqueira, banca de camelô nas calçadas.
- Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.
- Faz gato de luz, de água e de TV a cabo.
- Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.
- Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda, também para pagar menos imposto.
- Escreve que a cor da pele é mais morena, para ingressar na universidade através do sistema de cotas.
- Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou R$ 10, pede nota de R$ 20.
- Comercializa os objetos doados em campanhas pós-catástrofes.
- Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.
- Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.
- Compra produto piratas com a plena consciência de que são piratas.
- Substitui o catalisador do carro por um que de catalisador só tem a casca.
- Se bater num carro estacionado, some fazendo de conta que não tem nada com isso.
- Mente a idade do filho para que passe por baixo da roleta do ônibus sem pagar passagem.
- Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.
- Frequenta caça-níqueis e faz fezinha no jogo do bicho.
- Leva das empresas onde trabalha pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis, etc., como se isso não fosse roubo.
- Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas em que trabalha.
- Rouba assento de vaso sanitário e papel higiênico de restaurantes e de banheiros públicos.
- Falsifica tudo, tudo mesmo. Só não falsifica o que ainda não foi inventado.
- Quando volta do exterior, nunca fala a verdade quando o policial pergunta o que traz na bagagem.
- Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.





E querem que os políticos sejam honestos... Ora, os políticos, policiais, delegados, promotores, desembargadores, procuradores, ministros que aí estão saíram do meio desse mesmo povo. Ou não?
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Offline Diegojaf

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Re: Afinal, brasileiro reclama de quê?
« Resposta #1 Online: 30 de Abril de 2010, 08:16:21 »
É. Só brasileiro faz essas coisas... ¬¬
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline 4 Ton Mantis

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Re: Afinal, brasileiro reclama de quê?
« Resposta #2 Online: 30 de Abril de 2010, 08:18:06 »
É. Só brasileiro faz essas coisas... ¬¬

Mas o brasileiro tem mais "fama" de fazer essas coisas...
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Offline Diegojaf

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Re: Afinal, brasileiro reclama de quê?
« Resposta #3 Online: 30 de Abril de 2010, 08:22:46 »
É. Só brasileiro faz essas coisas... ¬¬

Mas o brasileiro tem mais "fama" de fazer essas coisas...

Quem disse?
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline 4 Ton Mantis

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Re: Afinal, brasileiro reclama de quê?
« Resposta #4 Online: 30 de Abril de 2010, 08:24:45 »
É. Só brasileiro faz essas coisas... ¬¬

Mas o brasileiro tem mais "fama" de fazer essas coisas...

Quem disse?

Bem,vc talvez deva ter alguns conhecidos de outros países...como os mesmos vêm o Brasil ?
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Offline Diegojaf

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Re: Afinal, brasileiro reclama de quê?
« Resposta #5 Online: 30 de Abril de 2010, 08:29:54 »
Nós somos honestos?
O que encontramos ao "perdermos" 960 celulares ao redor do mundo.
Por Simon Hemelryk

Depois do almoço, enquanto caminhava de volta para o trabalho por uma rua arborizada nos arredores da Av. Paulista, em São Paulo, Denis Martins passa por um celular abandonado. O telefone está tocando. O técnico de informática de 26 anos pára e atende. "É, você deixou o aparelho em cima de uma mureta", diz à mulher no outro lado da linha. "Onde você está?"

Agradecida, a dona lhe diz estar a três quadras dali. Pouco depois, Denis a encontra e lhe entrega o celular.

Em outra parte do mundo, numa praça do agitado Soho, no centro de Londres, outro celular foi largado próximo a uma estátua do rei Carlos II. Ali perto, um homem de casaco preto, 20 e poucos anos, dá migalhas de pão aos pombos. Ele espera passar um grupo de turistas e pega o celular. Olhando para os lados, desaparece apressado na movimentada Oxford Street. Não liga para nenhum dos números armazenados no aparelho, e o dono nunca mais vê o celular.

Na capital húngara, Budapeste, Ildikó Juhász, pensionista, de aparência jovem, encontra outro celular tocando, dessa vez num shopping. Pega o aparelho, fala com a mulher que o perdeu e espera num banco até que ela venha buscá-lo. “Eu devolvo tudo o que acho”, diz Ildikó. "Certa vez, encontrei uma carteira de identidade e passei uma semana procurando o dono."

Em cada um desses casos, quem "esqueceu" o telefone não era uma pessoa comum descuidada, mas um pesquisador do Reader’s Digest que realizava uma experiência. Em julho de 2006, fomos manchete no mundo inteiro ao avaliarmos a gentileza das pessoas (Afinal, o brasileiro é bonzinho?). Este ano, decidimos testar a honestidade mundial, enviando repórteres às cidades mais populosas de 32 países, para que "abandonassem" ao todo 960 celulares, de preço médio, em locais públicos movimentados.

Nós ficávamos observando o celular a distância, ligávamos para ele e esperávamos para ver se alguém atenderia e o devolveria, se ligaria mais tarde para os números que havíamos gravado no aparelho, ou se ficaria com o telefone. Afinal, eram celulares tentadores, novinhos em folha, com cartões SIM que permitiriam às pessoas usá-los, caso decidissem ficar com eles.

Depois, classificamos a honestidade de cada lugar pesquisado, de acordo com a quantidade de telefones devolvidos. Não foi um estudo científico, mas um retrato do comportamento de pessoas comuns quando inusitadamente confrontadas com uma possibilidade de escolha: tento devolver o telefone ou fico com ele para mim? O que descobrimos foi surpreendente.

A Eslovênia pode ser um país jovem – ficou independente da Iugoslávia em 1991 e só em 2004 entrou para a União Européia –, mas as pessoas da capital, Liubliana, têm uma noção bem tradicional de cidadania. Digna de cartão-postal, essa cidadezinha localizada nos contrafortes dos Alpes era de longe a menor da pesquisa, com apenas 267 mil habitantes. Talvez por isso tenha terminado em primeiro lugar na disputa de honestidade. Da freira no ponto de ônibus ao jovem garçom na cafeteria – que também devolveu a jaqueta de couro que nosso repórter acidentalmente esqueceu –, as pessoas foram quase todas exemplares, com apenas um dos nossos 30 telefones não devolvido.

Será que os cidadãos de uma cidade muito maior, com todo o estresse e a correria, conseguiriam ser honestos assim? As pessoas de Toronto (com 5,4 milhões de habitantes), no Canadá, chegaram perto, devolvendo 28 dos 30 telefones que perdemos lá. "Se podemos ajudar o próximo, por que não?", perguntou o corretor de seguros Ryan Demchuk, 29 anos, que devolveu o celular encontrado próximo a uma agência bancária, numa estação de metrô. "A integridade nesta cidade é incrível. Eu perdi a carteira, e me devolveram. E já devolvi duas carteiras em uma semana."

Seul, na Coréia do Sul, ficou em terceiro lugar no nosso ranking, seguida de Estocolmo, na Suécia, onde, para as pessoas com quem conversamos, fazer o certo era parte da vida cotidiana. A inspetora de passagens de trem Lotta Mossige-Norheim encontrou o celular numa rua e o devolveu: "Estou sempre ligando para pessoas que deixaram aparelhos no trem", disse.

Algumas pessoas ficaram surpresas, quando, no ano passado, Nova York terminou entre os primeiros na nossa classificação global de boas maneiras, mas os nova-iorquinos provaram que não se tratava de um episódio isolado. Nova York ficou em quinto lugar este ano, empatando com Mumbai, na Índia, e Manila, nas Filipinas. Em cada uma, 24 dos 30 telefones foram devolvidos.

Antes de pegar o celular e falar conosco, o técnico Derrick Wolf, 25 anos, cutucou com o pé o aparelho que havíamos deixado próximo a um chafariz no Central Park, em Nova York. "Achei que podia ser uma bomba", explicou. "O medo pode impedir alguns nova-iorquinos de pegar um celular estranho, mas a maioria é bem honesta."

Em Mumbai, os habitantes foram tão ávidos em demonstrar integridade que, quando um homem pegou o telefone que deixamos num armazém e informou ao proprietário do estabelecimento, Manoj Patil, que ficaria com o aparelho, este mobilizou um grupo de amigos para buscar o sujeito numa loja de roupas ali perto, onde ele era vendedor, e levá-lo de volta ao armazém para enfrentar as conseqüências do seu ato. "Eu ia devolver o telefone", disse o homem, tentando convencer nosso repórter, enquanto um grupo de pessoas encolerizadas o repreendia por seu comportamento.

"Então por que o desligou?", perguntou o repórter. O homem soltou uma risada constrangida e fugiu.

Empatadas em último lugar ficaram a capital da Malásia, Kuala Lumpur, e Hong Kong, com apenas 13 de nossos 30 celulares devolvidos.

No shopping Times Square, em Causeway Bay, Hong Kong, um segurança pegou o telefone, perguntou a um grupo de pessoas que fumavam se pertencia a algum deles e, em seguida, o enrolou num papel. Quando nosso repórter o abordou, o homem disse: “Que telefone? Não vi telefone algum. Se você perdeu alguma coisa, vá à central de Achados e Perdidos.” Enquanto falava, apertava o celular na mão.

De fato, parece que nem sempre podemos confiar nos homens fardados, pois este foi apenas um dos seis seguranças de shoppings, em diferentes partes do mundo – de Buenos Aires a Sydney –, que nossos repórteres viram embolsando aparelhos. Mas o fato de todos os policiais que encontramos terem agido com honestidade (inclusive em São Paulo, onde não se confirmou a idéia de corrupção generalizada dos policiais brasileiros) nos tranqüiliza.

Em Bucareste, Romênia – empatada em último lugar com Amsterdã no ranking europeu, com 16 telefones não devolvidos –, um homem de seus 30 anos, vestindo casaco azul, mostrou-se particularmente ávido em ficar com o celular que deixamos num carrinho de supermercado. Desligou o aparelho enquanto nosso repórter tentava ligar, correu para o carro, pisou fundo no acelerador e saiu do estacionamento cantando pneu. Na verdade, parece haver necessidade de uma força maior para incentivar a honestidade na capital romena. A Sra. Stanciu Vica, de 68 anos, foi uma das várias pessoas que mencionaram a religião ao explicar por que nos ajudaram. "Como eu poderia ficar com algo que não era meu?", perguntou. "Deus me transformaria em pedra!"

Riqueza não foi garantia de honestidade. Na próspera Nova Zelândia, uma mulher bem-vestida, de seus 50 anos, pegou o celular "perdido" numa prateleira da loja de departamentos Smith and Caughey’s, na sofisticada Auckland, desceu a rua às pressas e jamais tentou contatar nosso repórter. No entanto, uma jovem, que parecia quase miserável e trazia três filhos a reboque, devolveu o aparelho que encontrou no Parque Ibirapuera, em São Paulo. "Posso não ser rica", ela disse, "mas meus filhos vão saber o valor da honestidade."

Em muitos países, as pessoas pensavam que os jovens se comportariam pior do que os mais velhos. Mas descobrimos que jovens são tão honestos quanto os idosos. No centro de alimentação da Plaza Universidad, na Cidade do México, um casal grisalho, por volta dos 70 anos, passou pelo celular, e em seguida o homem voltou para pegá-lo. O casal ignorou a ligação do repórter e fugiu o mais rápido possível por uma escada rolante.

Mas no Harlem, em Nova York, um jovem pegou o telefone no chão e combinou de encontrar nosso repórter numa esquina aquela noite. Johnnie Sparrow, 16 anos, estava acompanhado de um grupo de meninos negros mais novos, que claramente o respeitavam. Quando o repórter lhes contou sobre o teste secreto que havíamos realizado com seu líder, Johnnie orgulhosamente lhes disse: "Eu fiz o certo."

As mulheres se mostraram ligeiramente mais propensas a devolver o celular do que os homens. "As mulheres costumam buscar oportunidades de melhorar as relações, e a boa ação é uma maneira de fazer isso", observa Terrence Shulman, advogado e fundador do Centro Shulman para Tratamento de Roubo e Gastos Compulsivos (Shulman Centre for Compulsive Theft and Spending), em Franklin, Michigan. "Elas também são menos propensas a ter inclinação criminosa."

No mundo todo, a razão mais comum que as pessoas nos deram para devolver o telefone foi que elas também haviam perdido algum objeto de valor e não queriam que outros passassem pelo que tinham passado. "Já me roubaram o carro três vezes, e até levaram minha roupa limpa da lavanderia do prédio", disse Kristiina Laakso, 51 anos, que nos ajudou em Helsinque.

O agente imobiliário Lewis Lim devolveu nosso celular "esquecido" no distrito financeiro de Cingapura, em vez de deixá-lo sob risco de ser encontrado por alguém menos escrupuloso. “Quando perdi um celular, recebi uma mensagem da pessoa que o encontrou dizendo que eu teria de pagar 200 dólares para recebê-lo de volta. Agora nem ouso usar aparelhos caros.”

Outros cidadãos conscienciosos sabiam da importância que o telefone pode ter, independentemente do preço, por causa das informações pessoais que ele contém. Yann, mensageiro que encontrou o celular perto do Banco HSBC, em Paris, explicou: "Certa vez, achei um celular lindo que era de uma autoridade da embaixada egípcia. Estava cheio de números de pessoas importantes, e claro que devolvi."

A influência dos pais teve peso para alguns. "Meus pais me ensinaram que, se algo não é meu, não devo pegá-lo", disse Muhammad Faizal Bin Hassan, empregado de um complexo comercial de Cingapura, onde atendeu à nossa ligação.

Ao verem o telefone, muitos adultos acompanhados de crianças ficavam ansiosos para mostrar aos mais jovens como se comportar. Em São Paulo, Claudir Roberto de Miranda, 39 anos, estava com os dois filhos quando atendeu à nossa chamada e confirmou ter encontrado o celular em cima de uma estátua, no Parque Ibirapuera. "Fico feliz que meus filhos estejam aqui para ver isso. Espero que lhes sirva de bom exemplo", comentou.

Nem todos, porém, estavam tão preocupados em causar uma boa impressão aos filhos. Em Amsterdã, um menino holandês de seus 10 anos implorou aos pais que o deixassem ficar com o celular encontrado na Kalverstraat. Eles pareceram hesitar, mas, depois que o menino deu um beijo no rosto da mãe e abriu um sorriso, os dois cederam.

Mas como podemos avaliar o planeta Terra no nosso teste de honestidade?

Em todos os lugares aonde fomos, os repórteres ouviram muito pessimismo sobre as chances de recuperarmos os telefones. "A desonestidade tomou conta da Alemanha", reclamou Doreen, vendedora de Berlim. Muitos tailandeses que entrevistamos em Bangcoc achavam que teríamos sorte se revíssemos metade dos telefones. Os repórteres de Milão estavam certos de que os italianos seriam "embusteiros demais" para devolver os aparelhos. Os moradores da Cidade do México disseram que a má economia levaria as pessoas a agir com egoísmo. E, no entanto: dos 30 celulares, 21 foram devolvidos em Berlim e Bangcoc; e 20 em Milão e na Cidade do México.

No total, 654 celulares – animadores 67% – foram devolvidos. "Apesar do que nos diz a mídia, o crime não é a regra", afirma Paul Ekman, psicólogo da Universidade da Califórnia, autor de Emotions revealed (Emoções reveladas) e especialista em detecção de mentira. "As pessoas querem confiar e ser dignas de confiança."

Ferenc Kozma concordaria. Este húngaro de 52 anos, que antigamente trabalhava como mestre-de-obras, é sem-teto há seis anos, mas jamais lhe ocorreu ficar com o telefone que encontrou numa estação de trem, em Budapeste. Ele o entregou a um vendedor de jornais. “Podemos achar e perder objetos”, disse. “Mas nunca perdemos a honestidade.”

O mal-agradecido

Trabalhávamos em dupla. Eu "perdia" os celulares e a editora Liane Mufarrej fazia as ligações e "negociava" com os que tentavam nos devolver os aparelhos. Otimista e tarimbado pela pesquisa de honestidade de Seleções há dez anos, quando "perdemos" carteiras com dinheiro em dez cidades do país, achei que em uma manhã cumpriria a meta de perder dez celulares na região da Av. Paulista, em São Paulo. Mas a manhã chegava ao fim, e eu ainda carregava quatro celulares comigo. Sentei-me no banco de um ponto de ônibus movimentado e aguardei. Um ônibus parou. As pessoas ao meu lado se levantaram e eu, após olhar em volta furtivamente, deixei escapulir do bolso um dos celulares e saí. Quando já comemorava a "desova", ouço uma mulher gritando: "Você esqueceu o celular!" Para a pesquisa, esse não valeu. Fui buscar o aparelho disfarçando a expressão de contrariedade. A mulher, que fazia a boa ação do dia, ficou surpresa com a minha reação fria. Ainda ouvi um resmungo de "mal-agradecido", enquanto ela se afastava. Bem, eis meu pedido de desculpas.

Sérgio Charlab
 
Posição
no ranking   Cidade   País   Telefones
recuperados
(de 30)
1   Liubliana   Eslovênia   29
2   Toronto   Canadá   28
3   Seul   Coréia do Sul   27
4   Estocolmo   Suécia   26
5   Mumbai   Índia   24
    Manila   Filipinas   24
    Nova York   EUA   24
8   Helsinque   Finlândia   23
    Budapeste   Hungria   23
    Varsóvia   Polônia   23
    Praga   República Checa   23
    Auckland   Nova Zelândia   23
    Zagreb   Croácia   23
14   São Paulo   Brasil   21
    Paris   França   21
    Berlim   Alemanha   21
    Bangcoc   Tailândia   21
18   Milão   Itália   20
    Cidade do México   México   20
    Zurique   Suíça   20
21   Sydney   Austrália   19
    Londres   Reino Unido   19
23   Madri   Espanha   18
24   Moscou   Rússia   17
25   Cingapura   Cingapura   16
    Buenos Aires   Argentina   16
    Taipei   Taiwan   16
28   Lisboa   Portugal   15
29   Amsterdã   Holanda   14
    Bucareste   Romênia   14
31   Hong Kong   Hong Kong   13
    Kuala Lumpur   Malásia    13

http://www.selecoes.com.br/n%C3%B3s_somos_honestos_3134
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Diegojaf

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Re: Afinal, brasileiro reclama de quê?
« Resposta #6 Online: 30 de Abril de 2010, 08:37:22 »
É. Só brasileiro faz essas coisas... ¬¬

Mas o brasileiro tem mais "fama" de fazer essas coisas...

Quem disse?

Bem,vc talvez deva ter alguns conhecidos de outros países...como os mesmos vêm o Brasil ?

Essa é a visão que qualquer país tem sobre os seus próprios "espertos". Não deve ser difícil encontrar listas assim em vários países.
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Offline 4 Ton Mantis

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Re: Afinal, brasileiro reclama de quê?
« Resposta #7 Online: 30 de Abril de 2010, 08:39:02 »
É. Só brasileiro faz essas coisas... ¬¬

Mas o brasileiro tem mais "fama" de fazer essas coisas...

Quem disse?

Bem,vc talvez deva ter alguns conhecidos de outros países...como os mesmos vêm o Brasil ?

Essa é a visão que qualquer país tem sobre os seus próprios "espertos". Não deve ser difícil encontrar listas assim em vários países.

No Japão,roubo,por mais insignificante que seja o objeto,é considerado crime grave.
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Offline Diegojaf

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Re: Afinal, brasileiro reclama de quê?
« Resposta #8 Online: 30 de Abril de 2010, 08:58:27 »
No Japão,roubo,por mais insignificante que seja o objeto,é considerado crime grave.

É. A cultura do Japão é regra pelo mundo...
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Offline _Juca_

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Re: Afinal, brasileiro reclama de quê?
« Resposta #9 Online: 30 de Abril de 2010, 08:58:42 »
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Offline Dr. Manhattan

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Re: Afinal, brasileiro reclama de quê?
« Resposta #10 Online: 30 de Abril de 2010, 09:33:06 »
Concordo com o Jaf, mas com uma ressalva: em muitos paises, a chance do "esperto" ser punido por cometer os
delitos da lista acima é Muito maior do que no Brasil. É como sempre digo: o problema nao é que somos desonestos, mas sim
a nossa atitude perante a desonestidade.
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Offline Lua

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Re: Afinal, brasileiro reclama de quê?
« Resposta #11 Online: 30 de Abril de 2010, 12:23:40 »
Também acho que existe gente desonesta em toda parte, mas como convivo com brasileiros, me dou ao direito de falar mal do que vejo. Olha, eu detesto gente mal educada. Detesto quem fura fila, joga lixo no chão, grita com todo mundo que passa, liga o som na maior altura se sentindo o dono da rua, entre outras coisas. Tenho verdadeiro pavor disso tudo e estou tentando me controlar e não me incomodar tanto - fico chateada mesmo, indignada.

Sinceramente, também morro de vergonha de gente que vende voto, que quer viver sustentada por político. Sou de uma família de políticos e morro de vergonha quando vejo como a política é de verdade e como o povo negligencia seus direitos e esquece o que são deveres.

Em síntese: essa postura das pessoas me deprime, me faz entender o quanto a educação é importante e deveria ser alvo do maior investimento do governo. Podem me esculachar aqui, mas Lula está longe de ser um presidente tão bom quanto afirmam: Presidente bom investe em educação, em povo formado, capaz de escolher e de ter dignidade para poder escolher. Dar esmola para comprar e não passar fome é fácil, mas é difícil ensinar a ter consciência. O mesmo vale para a maior parte dos políticos desse país.

Mas como disse algum sábio que não lembro o nome: "Pra que ensinar o povo a pensar se a eleição e permanência de gente desonesta no poder depende da cegueira geral?".
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"A estupidez insiste sempre." Albert Camus

Offline Barata Tenno

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Re: Afinal, brasileiro reclama de quê?
« Resposta #12 Online: 30 de Abril de 2010, 12:54:44 »
É verdade que isso ocorre em qualquer país do mundo, mas ocorre com muito mais incidencia em países pobres e com pouca educação, não exclusivamente no Brasil.
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Offline Lua

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Re: Afinal, brasileiro reclama de quê?
« Resposta #13 Online: 03 de Maio de 2010, 20:00:40 »

Justamente o que eu quis dizer, Barata. Em um país que não preza pela educação do seu povo, a tendência não é mostrar uma grande evolução social e cultural... sem falar na questão da consciência de cidadania, direitos e deveres, etc.
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Offline Mr."A"

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Re: Afinal, brasileiro reclama de quê?
« Resposta #14 Online: 03 de Maio de 2010, 23:10:01 »
Faltou citar os jovens bons de saúde que entram nas filas especiais de supermercado e que sentam no banco reservado do ônibus.

Ou ainda aqueles que enxem o carrinho de compras no supermercado e vai para a fila do caixa rápido. Essas filas são as mais demoradas dos supermercados graças a esses indivíduos.

Esqueceu também o funcionalismo público. Aqui na Ufba, há uma infinidade de servidores que simplesmente não cumprem sua função, chega em um horário e registra que chegou em outro, entre outras coisitas mas.

É. Só brasileiro faz essas coisas... ¬¬
Não nos cabe afirmar isso, assim como não nos cabe afirmar que só no Brasil há corrupção. Mas Brasil é a realidade que conhecemos, na qual vivemos e sobre a qual podemos tirar cocnlusões, independente de como as coisas procedem lá fora.

Em síntese: essa postura das pessoas me deprime, me faz entender o quanto a educação é importante e deveria ser alvo do maior investimento do governo. Podem me esculachar aqui, mas Lula está longe de ser um presidente tão bom quanto afirmam: Presidente bom investe em educação, em povo formado, capaz de escolher e de ter dignidade para poder escolher. Dar esmola para comprar e não passar fome é fácil, mas é difícil ensinar a ter consciência. O mesmo vale para a maior parte dos políticos desse país.
Não seja tão malvada com o Lula. O Governo Federal só pode investir em educação formal e mesmo que investisse pesadamente, isso não garantiria educação doméstica nem formação moral dos indivíduos. São coisas que começam em casa e se constroem no dia-a-dia.
8-)

 

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