Tópico: População vive mais enquanto diminui a fertilidade

[Südenbauer]

População vive mais enquanto diminui a fertilidade[/size]

A queda da fertilidade e o aumento da expectativa de vida fazem prever a estagnação do crescimento da população e o envelhecimento da população mundial, segundo os especialistas reunidos no 25º Congresso da População, em Tours, na França. Esta é uma das conclusões dos 2 mil pesquisadores que discutem sobre demografia no centro da França até o próximo sábado.

Os dados utilizados pelos especialistas indicam que a taxa de natalidade média no mundo será de 1,8 filho por mulher em 2050, com grandes diferenças entre o norte e o sul, enquanto a expectativa de vida terá maior aumento nos países em vias de desenvolvimento do que nos desenvolvidos.

Dessa forma, os países menos desenvolvidos terão que enfrentar um envelhecimento da população de forma muito mais rápida, o que trará mais problemas, segundo os especialistas.

Nos debates em Tours, os pesquisadores tentaram mostrar graficamente os efeitos de uma pirâmide de população que não se renova pela base, enquanto continua aumentando no topo.

Atualmente, 10% da população tem mais de 65 anos, uma porcentagem que passará para 21% em 2040. Por isso, os pesquisadores acreditam que o envelhecimento da população será "um dos problemas do século XXI". Mas o aumento será mais acentuado nos países em vias de desenvolvimento, como a China, onde entre 2010 e 2030 a taxa de pessoas com mais de 65 anos passará de 8% para 15%, um passo que na França levou um século para acontecer.

"Os sistemas de aposentadoria dos países do norte terão que evoluir, mas o verdadeiro desafio está nos países do sul, nos quais o envelhecimento da população será muito mais rápido e onde a solidariedade familiar se desgasta sem que uma solidariedade coletiva tome o lugar", dizem os especialistas.

A China, que atualmente tem 7 mil pessoas com 100 anos ou mais, terá que atender a 470 mil em 2050. Neste mesmo ano, a Índia e o Paquistão terão expectativa de vida de 74 anos, e o número de pessoas com mais de 65 anos será quase cinco vezes maior, até superar os 44 milhões de pessoas.

Daqui a 45 anos, a Índia terá se tornado o país mais povoado do planeta, superando a China, graças a uma fertilidade de três filhos por mulher que, no entanto, não está distribuída de forma regular em todo o país, por isso alguns estados não têm garantida a substituição geracional.

Na maior parte do planeta, enquanto o número de idosos cresce, a natalidade fica estagnada ou diminui. Atualmente, mais da metade da população vive em países cuja taxa de fertilidade é inferior a 2,1 filhos por mulher, considerado o índice mínimo para garantir a substituição da população.

Com este esquema, e apesar do aumento generalizado da expectativa de vida, os demógrafos foram obrigados a rever suas previsões de população a médio prazo.

Se há alguns anos se dava como certo que em meados do século o mundo teria 15 bilhões de pessoas (diante dos 6,5 bilhões atuais), atualmente acredita-se que não serão mais que 9 bilhões. Além disso, os especialistas dizem que serão necessárias novas práticas para que um número cada vez menor de jovens fiquem ocupados com uma população envelhecida em crescimento.

Na Europa, por exemplo, os estudos mostram que nos países do norte os laços familiares são menores que nos do sul. Além disso, os estudos indicam que, quanto maior o grau de educação da população, menos contato têm com os idosos da família.

Mas a situação é realmente preocupante nos países em vias de desenvolvimento, onde, por falta de meios, os laços familiares não são substituídos por estruturas sociais. "Será imprescindível inventar algo para evitar que os adultos de hoje não acabem a vida na miséria", alertam os especialistas.

Fonte: Terra Notícias