Tópico: Quem crer em deus é mais feliz?

[ronysalles]

Resposta a um email de um amigo que disse:

(...) As pessoas que seguem alguma religião ou adoram alguma divindade são mais felizes. Isso é fato comprovado cientificamente. Em suma, a fé  em alguma coisa, esperança de uma vida eterna , por exemplo, faz com que a gente se sinta feliz.

Eu respondi:

Perdoe-me amigo, mas eu não posso concordar com você quando diz que pessoas religiosas são mais felizes. Eu concordo que a religião exerce uma função importante na vida de muita gente, mas isso não é aplicável a todas as pessoas. Você sabe que existem exceções a regras, não sabe? Eu estou incluído nessa exceção. Para mim a religião só tem um significado: cultural.

Outra coisa, a "espiritualidade" a meu ver não está ligada necessariamente a uma entidade sobrenatural. Para mim a ela pode está no bem estar consigo mesmo e com seus semelhantes.

Deixe me perguntar: se a religião é uma fonte de felicidade, por que os mulçumanos em nome de deus matam e se matam? Por que padres na égide de sua “espiritualidade e crença” cometem crimes de pedofilia? Por que pastores não se contentam com uma vida simples e humilde, estão sempre buscando ganhar mais dinheiro? Não esqueça que essas pessoas ACREDITAM em algum deus. Pelo visto tal crença não fez diferença.

Ao longo da história muitas pessoas morreram em guerras religiosas. Isso é fato, ninguém pode negar. Até hoje se matam.

E pra finalizar, eu diria que a felicidade não depende da crença em algum deus, e sim nos seguintes fatores: boa saúde, boa educação, felicidade amorosa, boa condição financeira, união familiar, amizades, esporte, lazer etc. Faça um teste: quando estiver no meio das pessoas – seja no trabalho ou por onde andar – observe no que as pessoas mais falam. Você pode ter certeza que de deus elas muito pouco falaram, mas de dinheiro é conversa não faltará. Na verdade, cá comigo, para mim a maioria das pessoas finge acreditar em seres sobrenaturais – há exceções, é tanto que algumas se matam por isso.

Um abraço e até a próxima.  

[Micrômegas]

E pra finalizar, eu diria que a felicidade não depende da crença em algum deus, e sim nos seguintes fatores: boa saúde, boa educação, felicidade amorosa, boa condição financeira, união familiar, amizades, esporte, lazer etc. Faça um teste: quando estiver no meio das pessoas – seja no trabalho ou por onde andar – observe no que as pessoas mais falam. Você pode ter certeza que de deus elas muito pouco falaram, mas de dinheiro é conversa não faltará. Na verdade, cá comigo, para mim a maioria das pessoas finge acreditar em seres sobrenaturais – há exceções, é tanto que algumas se matam por isso.

Um abraço e até a próxima.  

Quem se apega a algo não pode ser feliz meu caro, pois se perde, já não é mais feliz. E se felicidade é estar feliz (não momentos felizes) qualquer coisa que lhe trás uma perda, é o caminho contrário à felicidade.


"Há certos homens que pretendem ser felizes todos aqueles que vivem a seu bel-prazer. Mas tal é falso, de todos os pontos de vista, porque não há desgraça pior do que querer o que não convém. És menos infeliz por não conseguires o que queres, do que por ambicionar obter algo inconveniente. De fato, a malícia da vontade ocasiona ao homem males maiores do que a fortuna pode lhe trazer de bens".

Além do exemplo acima, do "querer e não poder" que tras a infelicidade, há muitos outros que mostra que seus exemplos de pessoas felizes está redondamente errado. Só um exemplo:

Hoje acordei tranqüilo, sem nenhum problema, nem preocupação, até quando resolvi viajar 100 km para renovar minha CNH no Detran. Encostei meu carro embaixo de uma árvore, e quando voltei tinha um amassado enorme em cima do capô. Quando meu amigo me mostrou chegou doer o coração. Não consegui mais me concentrar em nada, e fiquei a tarde todo nervoso, e angustiado, como se tivesse perdido um "dente da frente". Para completar perdi minha lente de contato quando fui pegar para fazer os exames de vista. Estava tão "nas nuvens", que deixei as lentes caírem, e só encontrei uma. Cheguei na clínica médica puto da vida, e se aquele médico me reprovasse, eu não sei nem o que eu faria de tão nervoso que eu estava.

Isso foi hoje pela manhã, e até agora estou angustiado por causa do amassado no carro, e a perda da lente. Ou seja: se eu não tivesse me apegado ao carro, nem a lente, certamente não teria passado por essa angústia toda, que acabou com meu dia. Esse exemplo serve até para um simples celular que as pessoas se apegam, e quando notam um arranhãozinho, perdem seus dias.

Portando, nem dinheiro, nem amigos, nem uma namorada linda, nem condições financeiras boas, nem mesmo uma boa família unida, pode ser considerado como forma de felicidade. Pois, a felicidade é estar feliz, ou seja, feliz em absoluto,  e não  momentos felizes, e para estar feliz é preciso de uma coisa muito difícil de se aprender: não se apegar a nada de material nem perecível.



abraços


                                                            

[Advogado do Diabo]

Felicidade? Quem precisa disso? É preciso ter o caos dentro de si para dar à luz uma estrela fulgurante.

[Enio]

Vou provar que esse negócio de acreditar em vida eterna e em deus não traz necessariamente felicidade. No meu caso, eu mesmo aceito a existência de uma fonte primordial, de uma vida da qual irei experimentar após o cérebro apagar e na reencarnação. Só que...


Primeiro: O fato de haver a possibilidade de numa vida futura viver melhor do que agora não vai me tornar mais feliz nesta vida.

Segundo: O fato de eu aceitar a existência de uma fonte primordial natural que deu origem a tudo não me faz mais feliz por isso. Pois já sei que nenhuma divindade vai descer até a mim e me ajudar. Até porque pra mim essa fonte é insensível e inconsciente. E eu me nego a acreditar num deus como as religiões pregam porque acho ridículo a forma como as religiões encaram essa suposta fonte.

Terceiro: O fato de eu aceitar a reencarnação não me faz ter esperança numa vida futura. E além disso, temo ter que voltar a reencarnar novamente aqui na Terra, e digo isso por inadequação social e de nesta nova encarnação voltar a estar como estou agora, inadequado. Na verdade eu quero mesmo é partir deste orbe mesmo (desde que não me joguem num mundo primitivo, o que será pior pra mim). Não precisaria ser um mundo muito mais adiantado que a Terra, mas ao menos num no qual consiga me encaixar melhor, numa sociedade mais adequada a mim. Portanto aceitar a reencarnação não é garantia de felicidade.

Portanto, o fato de eu aceitar essa realidade sobrepujada não me torna mais feliz. E eu não aceito isso por razões emocionais, mas por ter sempre achado natural aceitar isso. Ou seja, eu não faço uso desta minha aceitação para alimentar uma série de falsas esperanças com base numa religiosidade. Ou seja, então esta minha aceitação nada tem a ver com meu estado emocional, é completamente independente. Talvez eu seja mesmo uma exceção.

Ao contrário de estar feliz, neste momento, sinto é que a minha auto-estima está sendo drenada, está minando lentamente. E sinto que a tendência é que com o tempo isso se intensifique. Portanto realmente nem mesmo a minha própria convicção, próxima a do Espiritismo, foi capaz de aumentar minha serotonina.

Portanto aceitar tanto religião ou espiritualidade ou ambas não é garantia de felicidade. Pode ajudar, mas pode ser que não, dependendo do indivíduo. No meu caso pra eu estar feliz precisaria de algo mais sólido, concreto mesmo. Portanto, achar que isso necessariamente vai te fazer feliz é BULLSHIT isso sim!!!

Bem, pode fazer efeito para a maioria das pessoas, como sempre, mas não necessariamente a mim, pois como quase sempre, sou uma excessão.

Bem, então este é o meu relato. Acho que sou uma contra-prova.

[West]

A religião, de uma forma geral, não traz felicidade. Pelo contrário, normalmente são grandes fontes de infelicidade e descontentamento.

Vejamos o exemplo do cristianismo. Para o cristão ser feliz, necessariamente terá de cumprir com os ditames e preceitos de sua doutrina. Como é logicamente impossível que ele consiga a todo tempo ser fiel a essas normas, constatemente estará infeliz, ora por falhar em sua fidelidade para com deus, ora por temer falhar. O cristão também acaba tornando-se uma pessoa infeliz ao reprimir os seus desejos e vontades frente aos ditames de sua fé. É claro que tudo isso só é válido para quem leva a sua religião a sério, o que a maioria das pessoas não faz. O normal é que as pessoas relevem a maioria das exigências das suas religiões e se apeguem apenas a parte teoricamente boa, como recompenas, vida eterna, etc. Contudo, é inevitável que hora ou outra sejam confrontadas com tais exigências.

Assim, o cristão é sempre uma pessoa frustrada por estar continuamente em falta para com o seu deus e atormentada pelo medo de que sua infielidade possa levá-lo à condenação. Para ele, o abandono da doutrina traria um alívio momentâneo, mas se a pessoa continua apegada às crendices da religião, o medo do castigo acabará sumplantando esse alívio e a pessoa acabará retornando ao estado anterior.

Mas tudo isso é uma questão pessoal. Muitos preferem encarar a infelicidade da religião a aceitar a idéia da morte como fim de tudo.
Pessoalmente me sinto mais aliviado ao imaginar a morte como o fim. Vejo nisso uma espécie de descanso merecido.

[André Luiz]

Cristaos contornam isso dizendo que todos ja sao pecadores mesmo, entao eles podem dar uma "escapadinha" das inumeras regras de vez em quando

Vejo isso todo dia

[Mr. Mustard]

Não entendi.

Tudo bem, mesmo que seja "comprovado cientificamente" que religião deixa as pessoas mais felizes, o que isto tem haver com aquelas pessoas que não seguem uma religião e são tão felizes quanto?

Que mania chata de moldar todo mundo numa matriz!

[West]

Não entendi.

Tudo bem, mesmo que seja "comprovado cientificamente" que religião deixa as pessoas mais felizes, o que isto tem haver com aquelas pessoas que não seguem uma religião e são tão felizes quanto?

Que mania chata de moldar todo mundo numa matriz!

Acho que não há essa comprovação.

[Mr. Mustard]

Não entendi.

Tudo bem, mesmo que seja "comprovado cientificamente" que religião deixa as pessoas mais felizes, o que isto tem haver com aquelas pessoas que não seguem uma religião e são tão felizes quanto?

Que mania chata de moldar todo mundo numa matriz!

Acho que não há essa comprovação.

Então, mesmo que tenha, qual o problema ser feliz sem uma religião? O que acho ridículo é colocar na felicidade um termômetro, um padrão. Não tem nada a ver.

[West]

Não entendi.

Tudo bem, mesmo que seja "comprovado cientificamente" que religião deixa as pessoas mais felizes, o que isto tem haver com aquelas pessoas que não seguem uma religião e são tão felizes quanto?

Que mania chata de moldar todo mundo numa matriz!

Acho que não há essa comprovação.

Então, mesmo que tenha, qual o problema ser feliz sem uma religião? O que acho ridículo é colocar na felicidade um termômetro, um padrão. Não tem nada a ver.

O problema é que os religiosos não aceitam o fato de alguém ser feliz sem religião, como não aceitam o fato de pessoas de outras religiões também serem felizes. É apenas uma questão de sectarismo.

[Fernando Silva]

Os crentes podem ser mais felizes se sua crença for forte o suficiente para que fiquem insensíveis ao sofrimento e lhes dê esperança de uma vida futura mais feliz.

Entretanto, a felicidade deles é do mesmo tipo que a felicidade de um bêbado: é conseguida através da negação da realidade, ou pela auto-ilusão ou por uma substância química.

Como eu não tenho esse poder de auto-ilusão, talvez um dia eu tenha que encher a cara...

[Micrômegas]

O problema é que os religiosos não aceitam o fato de alguém ser feliz sem religião, como não aceitam o fato de pessoas de outras religiões também serem felizes. É apenas uma questão de sectarismo.

É apenas coisa de sua cabeça