Autor Tópico: Eleições na Colômbia  (Lida 459 vezes)

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Eleições na Colômbia
« Online: 24 de Maio de 2010, 11:35:14 »
Termina a campanha à presidência na Colômbia

Antanas Mockus e Juan Manuel Santos fecharam no domingo suas campanhas eleitorais. As eleições na Colômbia acontecem no dia 30

Os candidatos favoritos à presidência da Colômbia, Antanas Mockus e Juan Manuel Santos,encerraram no domingo suas campanhas após a disputa eleitoral mais acirrada das últimas décadas.

Os últimos comícios foram feitos a uma semana das eleições, como determina a legislação eleitoral. Pelos próximos sete dias, os candidatos poderão participar de debates de televisão, mas não realizar atos públicos.

Devido às fortes chuvas, especialmente em Bogotá, Mockus iniciou com mais de duas horas de atraso seu ato político na Praça de Bolívar. No entanto, milhares de simpatizantes chegaram a pé ou de bicicleta com guarda-chuvas e camisetas verdes, a cor que simbolizou sua campanha. Do palanque, o candidato do Partido Verde, transformado na revelação desta disputa com uma proposta baseada na legalidade e na educação, pediu união e confiança entre os cidadãos para mudar o rumo e transformar a Colômbia em um país "poderoso".

"Algum dia três colombianos quaisquer confiarão entre si, como já estamos confiando todos os que aqui estamos. Que essa confiança reine e permita à Colômbia ser um país extremamente poderoso", disse à multidão. Afirmou ainda que confiança gera comunicação, transparência e sinceridade, e faz com que a "violência se torne obsoleta". Mockus disse também que espera que o país, imerso em um conflito armado interno há meio século, não enfrente mais esse tipo de problema dentro de 20 anos.


Antanas Mockus discursa durante seu último comício em Bogotá, capital da Colômbia

Juan Manuel Santos

Santos, por seu lado, fechou a campanha na caribenha Cartagena de Indias com um grande show no qual participaram cantores e onde apostou em uma mudança social que permita gerar emprego e oportunidades de educação para os colombianos. "Aqui prestei meu serviço militar, aprendi a dançar (...) tenho grandes lembranças de Cartagena", disse Santos, ao assegurar que a região do Caribe será a que lhe dará "a diferença na vitória do dia 30 de maio".

Segundo as últimas pesquisas, Santos e Mockus estão empatados nas intenções de voto e ambos disputariam a presidência da Colômbia em um segundo turno previsto para o dia 20 de junho.

Santos prometeu que, se ganhar as eleições, seu governo criará 2,5 milhões de empregos e serão formalizados outros 500 mil, que hoje são informais. Além disso, disse que se fortalecerão os recursos para a educação, infância e serão financiados programas de competitividade e desenvolvimento tecnológico.


Juan Manuel Santos discursa em Cartagena, na Colômbia, no último dia de comícios

Já a conservadora Noemí Sanín terminou sua campanha em Soacha, localidade vizinha de Bogotá e lar de milhares de deslocados do conflito e emblemático cenário do escândalo dos "falsos positivos", as execuções extrajudiciais praticadas pelo Exército. Sem nenhuma possibilidade de chegar ao segundo turno, Noemí disse, sob chuva torrencial, que brigará "por ser a primeira mulher presidente" da Colômbia e que seu governo, se ganhar as eleições, velará pelos direitos humanos.

Esta campanha foi marcada pela incerteza, já que há apenas três meses ninguém apostava que Mockus e Santos fossem ser os finalistas da disputa, tendo em vista que todos os olhos apontavam para a reeleição do presidente, Álvaro Uribe. Uma vez que a Corte Constitucional impediu que Uribe fosse candidato pela terceira vez consecutiva, Santos se consolidou como líder até que Mockus irrompeu inesperadamente na disputa, apoiado pelas redes sociais da internet e por sua decisão de pedir ao ex-prefeito de Medellín Sergio Fajardo que fosse seu candidato à vice-presidência.

"Esta campanha além de apaixonante tem elementos que a tornaram exemplar", assegurou Mockus este domingo a revista "Semana" em artigo no qual analisou o processo eleitoral, e no qual afirma que "ninguém se atreve a fazer apostas sérias sobre quem vai ser o próximo presidente da Colômbia". De acordo com o periódico, a corrida pela Presidência colombiana se encontra perante "uma verdadeira festa democrática", devido à diversidade de candidatos, que expuseram ideias e programas sem violência eleitoral.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/termina+a+campanha+a+presidencia+na+colombia/n1237634118095.html

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Re: Eleições na Colômbia
« Resposta #1 Online: 28 de Maio de 2010, 09:43:11 »
Farc chamam à abstenção em eleições presidenciais na Colômbia

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) convocaram nesta quinta-feira os eleitores colombianos à abstenção nas eleições presidenciais do próximo domingo por considera que todos os candidatos "prometem mais gasto militar e mais guerra".

Por meio de um comunicado difundido nesta quinta-feira pela agência Anncol, a guerrilha afirma que nenhum candidato presidencial abordou durante a campanha "os temas vitais que têm à nação no profundo abismo de desigualdades e terror", diz o documento.

"É obscuro o horizonte que desejam esses candidatos e, por essas razões, estamos convocando à abstenção, convencidos de que só a força de mobilização de todos os colombianos poderá impor um destino certo de paz e justiça", diz a guerrilha no comunicado.

No comunicado, as Farc afirmam que o mandato de Álvaro Uribe, que termina em agosto, foi um "período escuro e letal" que "jamais se apagará da história da Colômbia".

Interior

A guerrilha ainda criticou os escândalos que marcaram a gestão Uribe como os casos de espionagem da agência de inteligência DAS e o caso chamado de falsos-positivos, quando o Exército passou a utilizar como prática o assassinato de jovens da periferia para inflar os números de guerrilheiros mortos em combate.

No comunicado, as Farc afirmam que sua intenção era conquistar "uma mudança de regime pacificamente", mas que esse caminho "nos foi fechado violentamente com o pretexto fascista oficial de combater supostas 'repúblicas independentes'".

Como costuma acontecer históricamente, as Farc e do Exército de LIbertação Nacional (ELN) intensificaram suas ações no interior do país como mecanismo de demonstração de força frente ao governo.

Nesta quinta-feira, as Forças Armadas da Colômbia anunciaram estado de alerta máximo para garantir a normalidade das eleições presidenciais, em especial, nos seis departamentos (estados) em que os grupos rebeldes têm mais influência.

No domingo, os colombianos irão às urnas para eleger o sucessor do presidente Álvaro Uribe, após oito anos de governo. Na corrida eleitoral aparecem empatados o candidato governista Juan Manuel Santos e o candidato do partido Verde, Antanas Mockus.

Se nenhum dos nove candidatos que concorrem ao pleito alcançar 50% dos votos mais 1, as eleições serão levadas à segundo turno, que deve ser realizado em 20 de junho.

http://noticias.br.msn.com/mundo/artigo-bbc.aspx?cp-documentid=24391063

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Re: Eleições na Colômbia
« Resposta #2 Online: 28 de Maio de 2010, 10:27:10 »
Candidato colombiano defende união latino-americana

Em entrevista ao iG, opositor Antanas Mockus diz que atuação em bloco aumentará peso da região e defende maior parceria com Brasil

O opositor colombiano Antanas Mockus, do Partido Verde, conseguiu em três meses projetar-se como um dos favoritos para as eleições presidenciais da Colômbia, saindo de 3% nas intenções de voto em fevereiro para um atual empate técnico com o candidato governista, o ex-ministro da Defesa Juan Manoel Santos, do direitista Partido da Unidade Nacional.

Apesar de as últimas pesquisas indicarem que Mockus, de 58 anos, pode perder por pouco o primeiro turno eleitoral, que ocorre no domingo de 30 de maio, tem boas chances de vencer o segundo, em 20 de junho. Segundo o último levantamento, divulgado pelo Instituto Ipsos-Napoleón Franco em 22 de maio, Santos venceria o primeiro turno com dois pontos de vantagem sobre Mockus: 34% a 32%. Na segundo turno, porém, a pesquisa indica que Mockus ganharia com 45% a 40%, numa disputa apertada que transformou as eleições deste ano nas mais eletrizantes em muito tempo no país de 44 milhões de habitantes.


O candidato presidencial Antanas Mockus, do Partido Verde, segura girassol e cópia da Constituição colombiana no comício de encerramento de sua campanha (23/05/2010)

O segredo para o bom desempenho do ex-prefeito de Bogotá (1995-1998 e 2001-2003) é a campanha pautada na defesa da “legalidade democrática”. O lema é uma crítica direta aos escândalos dos oito anos do governo pró-EUA de Álvaro Uribe, cuja popularidade de 74% tem como base a política de Segurança Democrática, que contou com US$ 6 bilhões de Washington para conseguir isolar a guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Além disso, o matemático e filósofo de origem lituana fez algo inédito na Colômbia. Inspirados pela estratégia bem-sucedida do presidente dos EUA, Barack Obama, nos EUA em 2008, os responsáveis por sua campanha usaram a internet para chegar aos eleitores, principalmente aos jovens.

Hoje, ele é a sétima pessoa em número de amigos no Facebook e o político colombiano com maior número de seguidores no Twitter. Numa mostra da eficiência de sua campanha, o iG recebeu em poucas horas as diretrizes para conseguir uma entrevista, em uma mensagem que terminava com a frase: “Muito obrigado por seu apoio. A meta é nos multiplicar cada vez mais e, para consegui-lo, você também é importante.”

As respostas do candidato, como prometido, chegaram no prazo. Nela, Mockus indica que, diferentemente de Uribe, não privilegiará os EUA em detrimento dos países latino-americanos e manterá a política de combate às Farc. Leia a seguir a entrevista que concedeu ao iG.

iG: O sr. disse que, se eleito, usará a diplomacia e recuperará o comércio com a Venezuela, que tem várias divergências com o governo Uribe. Diferentemente do atual presidente, o sr. priorizará mais seus vizinhos regionais em vez dos EUA?
Mockus:
Desde nossa candidatura promovemos a internacionalização das relações políticas, econômicas, sociais, culturais e ecológicas sobre as bases da equidade, igualdade, reciprocidade e conveniência nacional. Asseguramos que as relações com os EUA e os países da região tenham como base o respeito à soberania nacional, à autodeterminação dos povos, à pluralidade, à diversidade e ao reconhecimento e cumprimento dos princípios, tratados e acordos multilateriais aceitos pela Colômbia. Acreditamos que se deve buscar a união regional. O fortalecimento de instituições como a CAN (Comunidade Andina de Nações) e a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) é fundamental. A Europa é um exemplo de que, atuando em bloco, podemos ter mais peso no panorama mundial.

iG: Qual é a relação que pretende estabelecer com o Brasil?
Mockus:
Afiançar as relações internacionais, sobretudo com nossos vizinhos, é crucial, e isso é especialmente certo com o Brasil, independentemente do novo governante que será eleito neste ano. Devemos nos aproximar mais especialmente na cooperação recíproca em matéria comercial, ambiental, energética, educativa, científica, tecnológica e de segurança. O objetivo de alcançar um desenvolvimento latino-americano integral e sustentável é de todos os nossos povos, por isso a ajuda mútua, generosa e respeitosa da soberania é indispensável para alcançar esse objetivo comum.

iG: Documento da Polícia Federal do Brasil indicou a atuação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) na Amazônia brasileira para atividades de narcotráfico. Se eleito, como planeja atuar para evitar que a guerrilha ultrapasse as fronteiras colombianas?
Mockus:
Para isso, são necessárias a cooperação binacional e a melhora das comunicações e ações contra o narcotráfico. A responsabilidade no combate aos cartéis deve ser compartilhada entre cidadãos e Estados e entre Estados produtores (de entorpecentes) e consumidores. A América Latina e a América do Norte devem se integrar com mecanismos de cooperação e apoio contra a cultura da ilegalidade associada ao narcotráfico. Países consumidores e produtores devem realizar um debate conjunto sobre qual deverá ser a política antidrogas mais efetiva para a próxima década.

iG: O sr. planeja manter o mesmo nível de pressão de Uribe no combate à guerrilha?
Construiremos sobre as bases do que foi alcançado pelos governos que nos antecederam, em particular o do presidente Uribe, e consolidaremos nas mãos do Estado o monopólio no uso legítimo da força. A segurança se consolida nas regiões com a presença de uma justiça próxima do cidadão e eficaz em sua tarefa. E também com as oportunidades criados pela prosperidade baseada na legalidade.

iG: Analistas opinam que seu crescimento nas pesquisas se deve em parte à campanha contra a corrupção, em uma referência aos escândalos do governo Uribe. Se eleito, quais medidas pretende adotar para evitar desvios e atos ilegais?
Mockus:
Nossa proposta fundamental está centrada no respeito à lei. Essa é a única maneira de conseguir a prosperidade sem atalhos, sem a ideia equivocada de que o fim justifica os meios. Pelo contrário, são os meios – deliberativos, participativos, democráticos – que legitimam os fins. Por isso impulsionarei como principais políticas na Colômbia a legalidade democrática e a educação e mudança cultural como motor de desenvolvimento.

iG: No Facebook, o sr. é a sétima pessoa do mundo com mais amigos. E, entre os candidatos colombianos, lidera em número de seguidores no Twitter. Qual é o papel da internet no bom desempenho de sua campanha?
Antanas Mockus:
Nossa campanha na internet mostra uma forma de fazer política que não havia sido feita antes no país e certamente nos ajudou bastante a chegar aos jovens. O crescimento da campanha mostra que os cidadãos descobriram a importância do voto de consciência. Durante muitos anos as eleições na Colômbia giraram em torno de cargos, favores e clientelismo, causando pobreza, desilusão e desencanto. Hoje a onda verde rompe a lógica eleitoral, mostra que com três ideias centrais – legalidade democrática, respeito absoluto pela vida humana e gerenciamento transparente dos recursos públicos – se pode abrir a política. Nossa liderança se deve à forma de fazer política e ao fato de os colombianos desejarem uma mudança na forma de governar.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/candidato+colombiano+defende+uniao+latinoamericana/n1237636651067.html

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Re: Eleições na Colômbia
« Resposta #3 Online: 30 de Maio de 2010, 22:56:24 »
Eleições presidenciais na Colômbia vão ao 2º turno

Juan Manuel Santos e Antanas Mockus disputarão a sucessão de Uribe em 20 de junho

Com quase 100% das urnas apuradas na Colômbia, o candidato governista Juan Manuel Santos aparece como vencedor das eleições presidenciais deste domingo, mas não conseguiu evitar um segundo turno em 20 de junho, contra o candidato do partido Verde, Antanas Mockus. O órgão eleitoral colombiano afirma que Santos conquistou mais de 46% dos votos válidos, enquanto Mockus obteve pouco mais de 21%. Para decidir o pleito em turno único, eram necessários 50% mais um dos votos.

Germán Vargas Lleras do partido Cambio Radical aparece em terceiro com cerca de 10%, seguido do candidato esquerdista Gustavo Petro, com mais de 9% dos votos. Os partidos tradicionais sairam derrotados no pleito. A candidata do partido Conservador Noemí Sanín ficou por volta de 6%, e o Rafael Pardo, do partido Liberal, teve pouco mais de 4%.

O candidato governista Juan Manuel Santos, é o herdeiro e defensor da controvertida política de Segurança Democrática da administração Uribe. Neste domingo, Santos defendeu o voto como saída para "derrotar o terrorismo".

Confrontos armados

Ex-ministro de Defesa do atual governo, Santos disse que pretende ser recordado como o presidente "que deu trabalho aos colombianos".

Já o adversário verde, Mockus, prometeu governar dentro da legalidade e combater a corrupção no país. Ele confirmou ser o preferido dos eleitores mais jovens e o favorito nos grandes centros urbanos.

Pouco antes de votar, na manhã deste domingo, Mockus, disse que os colombianos "lembrarão que pela primeira vez não votou contra e sim a favor" de um projeto.

As eleições presidenciais da Colômbia foram marcadas por confrontos armados na zona rural colombiana entre militantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e soldados do governo que deixaram pelo menos três mortos e "impediram que muitos votassem", segundo observadores do pleito.

Mesmo com a segurança reforçada em todo o país por 340 mil homens, foram registradas 17 ações armadas, de acordo com o Movimento de Observação Eleitoral (MOE) colombiano.

"Esses ataques impediram que muitos eleitores chegassem aos centros de votação", afirmou à BBC Brasil Ariel Ávila, da direção do MOE.

Os confrontos aconteceram nos departamentos (Estados) de Cauca, Antioquia e Caquetá. Um guerrilheiro das Farc teria morrido no sudoeste do país. Nos departamentos de Meta e Bolívar, dois soldados do Exército também teriam caído em enfrentamentos.

O ministro do Interior, Fabio Valencia Cossio, disse ainda que a Polícia Nacional desativou três artefatos explosivos antes da abertura das urnas para o pleito que escolherá o sucessor do atual presidente colombiano, Álvaro Uribe.

Tranquilidade nas cidades

Nas cidades, o pleito transcorreu normalmente. Nos centros de votação em Bogotá, marcados com intenso fluxo de eleitores, era possível ver a polarização criada pelas candidaturas presidenciais e pelo polêmico governo de Álvaro Uribe.

O estudante universitário Sebastián Prieto, de 18 anos, que votou pela primeira vez neste domingo disse preferir Mockus porque o candidato "não pensa em consertar as consequências e sim as causas" dos problemas na Colômbia.

"Uribe fez coisas boas, mas com métodos muito caros para o país", afirmou Prieto à BBC Brasil ao criticar o caso dos chamados "falsos-positivos".

O caso, um dos escândalos que marcou a era Uribe, gira em torno de execuções extrajudiciais de jovens de baixa renda do campo e da cidade, assassinados e em seguida vestidos como guerrilheiros com o objetivo de inflar as estatísticas do Exército no combate aos grupos armados.

'Guerra'

A posição do comerciante German Díaz se dirigia à outro extremo. Pouco antes de votar, no centro da capital, na praça Bolívar, Diaz disse apoiar o candidato governista "porque viveu a guerra". A seu ver, o novo presidente deve continuar a política militar de combate às guerrilhas.

"Sei o que é viver no campo e ter que pagar pedágio para guerrilha, paramilitar, Exército, ver a morte de perto", disse Diaz à BBC Brasil.

A poucos metros deste centro de votação, a vendedora ambulante Bertha Gaitán, se queixava da situação do país, enquanto preparava "obleas", uma espécie de bolacha fininha recheada com doce de leite.

" A única coisa que resta aos pobres é trabalhar assim, na rua, sem segurança, sem direito à aposentadoria, nada", disse à BBC Brasil, ao criticar a gestão do presidente Uribe, que deixará o governo após oito anos.

"Uribe se cercou de mafiosos, governou para os ricos e está vendendo o país para os gringos (Estados Unidos)", afirmou a vendedora que até o meio dia não havia decidido se votaria ou não nestas eleições.

Alvo de críticas da esquerda e de organizações sociais, Uribe que se tornou o principal aliado dos Estados Unidos na região terminará seu controvertido mandato com cerca de 68% de popularidade.

Seu sucessor receberá um país mais seguro que há oitos anos, porém com 20 milhões de pobres, em uma população de 44 milhões, com 3,5 milhões de pessoas vítimas de deslocamento forçado em consequência do conflito armado, com 12% de desemprego, um dos mais altos índices da América Latina e com uma crise de credibilidade institucional, segundo analistas entrevistados pela BBC Brasil.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/bbc/eleicoes+presidenciais+na+colombia+vao+a+2+turno/n1237645026755.html

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