Achei as palavras dele muito verossímeis. Eu, que atuo em humanas e, muitas vezes, sinto-me um ET por fazer severas críticas a minha área, com diversas indagações semelhantes às que ele faz nesse texto. Uma das principais é essa falta de diálogos com outras áreas e uma insistência em tratar a matemática, por exemplo, como o extremo oposto inatingível do qual devemos correr como o diabo foge da cruz.
E não é porque não há possibilidade de diálogo, mas porque as pessoas que estão do lado de cá preferem bancar os intelectuais e fazer um discurso hipócrita de preocupção com a humanidade, com a sociedade, com o preconceito, quando, na verdade, nem para essa humanidade e sociedade se dispõem a dividir seu conhecimento. Diálogo com outras áreas? Precisamos é ter aquilo que é só nosso! Essa é a lógica que vejo circulando aqui dentro.
Faço o adendo de que o autor deveria rever seu conceito de ciência, pois em humanas também há ciência, embora haja, também, muita produção pseudocientífica - o que não vem ao caso e ao texto que ele coloca. No mais, parabenizo-o pelas indagações, pelas inquietações - que são as mesmas que as minhas - e pela capacidade autocrítica. Uma raridade dentro da academia.