Interessante. Principalmente se notarmos que todos (ou boa parte) dos grandes mitos, tem uma mensagem que visaria tirar o homem de sua cegueira quanto a si mesmo. Buda, Jesus, e outros "viviam" dizendo para nós enxergarmos nossos próprios defeitos etc, mas ironicamente, quanto mais a pessoa cultua a estes, mais alienada ela fica. É meio que um non sense total. Aí acontece disso, do cara conseguir abrir os olhos, mas só para a religião dos outros, que é falsa por mil motivos, mas a sua é verdadeira, mesmo que caia nos mesmos erros das que ele nega.
Esses dias, conversando com um colega, e lembrando de minhas crenças antigas e do processo que me levou ao ateísmo, percebi que foi o incômodo, a sensação de conflito de idéias, que iam me levando cada vez mais longe. Cada vez que eu via que uma crença não batia com a realidade, ficava dias sem dormir, brigando comigo mesmo, até que um dia eu acordava com a mente livre, e fui me libertando rsrs (parece até testemunho de crente, mas ao contrário). A mente parece não suportar viver em conflito, ela sempre busca um equilíbrio, no meu caso eu tento sempre optar (e espero que esteja) pela verdade dos fatos, ou o mais próximo possível.
Mas parece que certas pessoas não vivem estes conflitos. É como se sua fé estivesse bloqueada em sua mente, de modo que esta fica em uma área protegida, e ela não aplica os mesmos raciocínios que dispensa a outros mitos à sí próprio, de modo que o conflito não surge, e a mente vive nesse estado tranquilamente. Daí que quando fala dos outros, é tudo cristalino, mas quando fala da própria fé, vive de mistérios.