Tópico: Religiosos mudam lei que proíbe igrejas em zonas residenciais

[Fernando Silva]

"O Globo"   30/06/10

Novo Plano Diretor pode mudar regra para templos
Emenda permite que igrejas sejam erguidas em áreas residenciais sem necessidade de Estudo de Impacto de Vizinhança

Luiz Ernesto Magalhães

O novo Plano Diretor, em discussão na Câmara de Vereadores, poderá autorizar a instalação de templos religiosos em qualquer área da cidade, inclusive estritamente residenciais, e sem estudos prévios do impacto que trariam sobre os bairros. As propostas são de integrantes da própria comissão de Revisão do Plano Diretor: o católico Chiquinho Brazão (PMDB) e o evangélico Jorge Braz (PT do B), bispo da Igreja Universal do Reino de Deus.

A emenda de Chiquinho altera a legislação que criou regras de Zoneamento da Cidade, em vigor desde 1976. Hoje, templos não são permitidos em áreas exclusivamente residenciais (conhecidas como ZRs 1 e 2).

— A Constituição assegura o livre exercício da religião. Se bares e restaurantes podem se instalar em áreas residenciais, por que uma igreja não teria o direito de levar a palavra de Deus aos seus fiéis? Caberá à prefeitura autorizar ou não o funcionamento da entidade religiosa, independente de credo, levando em consideração critérios técnicos que avaliem o impacto da atividade — disse Brazão.

A presidente da Associação de Moradores do Leblon, Evelyn Rosenzweig critica:

— Isso não tem nada a ver com liberdade de religião, independentemente da fé professada.

Sou judia e, mesmo assim, participei de um movimento contra a instalação de uma sinagoga no Jardim Pernambuco, na década de 90, porque a região sempre foi classificada como ZR-1.

Secretário municipal de Urbanismo do governo Marcos Tamoyo (1975-1979), Pedro Teixeira Soares Neto, que participou dos estudos que das atuais regras de Zoneamento do Rio, critica a proposta:

— A diversidade de zoneamentos permite ao cidadão escolher entre morar em áreas mais residenciais ou com mais serviços — disse.

A emenda de Braz, por sua vez, exclui os templos religiosos da exigência de Estudos de Impacto de Vizinhança. O dispositivo, previsto no Estatuto das Cidades (legislação federal), será regulamentado pelo Plano Diretor. O mecanismo prevê que a prefeitura deve exigir uma análise detalhada do impacto de empreendimentos que atraem grande concentração de pessoas ou tráfego (como igrejas, shoppings e hotéis, entre outros).

Braz argumenta que, mesmo com a dispensa do estudo, os templos continuarão a cumprir, outras regras para funcionar, como ser dotados de revestimento acústico. Ele acrescentou que, com a medida, quer evitar que critérios subjetivos — como preconceitos contra alguma corrente religiosa — acabem influindo na concessão de novas autorizações.

— Os templos geralmente funcionam em horários de pouco movimento e em fins de semana e feriados, quando o impacto no trânsito não é tão grande. E, independente de crença, eles sempre trazem um impacto positivo na região onde estão instalados. Essas instituições desenvolvem trabalhos sociais e ajudam a conter a violência — disse Braz.  

Esse Chiquinho Brazão é um dos fichas sujas.

[Mahul]

Esperar o que dessa corja? Se aproveitam da imensa ignorância em que o povão está mergulhado para conseguir cargos na politicanalha. Lamentável!

[Geotecton]

Aqui no Paraná, um deputado, pastor é claro, propos uma lei para isentar de ICMS todas as contas de serviços públicos das igrejas (telefone, energia elétrica, água tratada).

Estes infelizes não produzem nada e ainda querem isenção. Eu tenho duas empresas, emprego 15 pessoas e batalho para pagar as minhas contas e, indiretamente, a destes... destes... deixa para lá.

[Anne]

Verdadeiros filhos da p*, é o que são

Há alguns anos, quando morava de aluguel, fui obrigada a me mudar por causa do barulho que faziam em frente a minha casa.

[Lion]

É foda, o barulho incomoda qualquer um. Veja esse caso aqui --> ../forum/topic=22143.0.html

[calvino]

Verdadeiros filhos da p*, é o que são

Há alguns anos, quando morava de aluguel, fui obrigada a me mudar por causa do barulho que faziam em frente a minha casa.

Em Jundiaí-SP eles exigem isolamento acústico das igrejas.

[Dbohr]

Tenho um amigo católico que diante de notícias como essa murmura, meio brincando, meio sério: "que saudades do tempo em que essa gente era queimada..."

[Lion]

Não é para tanto. 

[Darkside]

Meu, ele está dizendo que quer retirar critérios objetivos para considerar se uma igreja é desejada ou não em determinada área por causa de possíveis critérios subjetivos.

Sou só eu que fico apavorado com esse tipo de inconsistência evidente pra qualquer pessoa que saiba ler em discursos de políticos do tipo? Sério, é de causar medo.

Cristãos de boa índole não deveriam concordar com isso.

[Lua]

O grande problema é que geralmente evangélicos - sim, sobretudo eles - não tem limites quando se trata de respeitar o direito alheio à descrença ou crença em algo diferente. Com a missão inafastável de salvar e condenar a todos, pensam que somos obrigados a suportá-los buscando abrigo em suas crenças falhas que os incentiva a peregrinar em busca do resgate da fé. Não há respeito, não há tolerância e agora querem tornar possível a abertura de igreja em todo local - apesar de que isso praticamente já existe.

[Mahul]

O grande problema é que geralmente evangélicos - sim, sobretudo eles - não tem limites quando se trata de respeitar o direito alheio à descrença ou crença em algo diferente. Com a missão inafastável de salvar e condenar a todos, pensam que somos obrigados a suportá-los buscando abrigo em suas crenças falhas que os incentiva a peregrinar em busca do resgate da fé. Não há respeito, não há tolerância e agora querem tornar possível a abertura de igreja em todo local - apesar de que isso praticamente já existe.

Assino embaixo, Lua. Os evangélicos, principalmente neopentelhostais, não reconhecem limites em matéria de (in)tolerância religiosa. Eles herdaram o proselitismo da ICAR, mas conseguiram ser muito piores. Graças a Deus esse pessoal não tem mais poder para mandar os hereges para as fogueiras santas.

[Fernando Silva]

Resposta de um pastor quando a vizinhança reclamou que não conseguia nem escutar a TV:
"Vocês deveriam ficar felizes por estar ouvindo a palavra de Deus em vez dessas porcarias da TV".

E outro:
"Se é para gritar para Jesus, então vamos gritar mesmo!"
E a gritaria recomeçou ainda mais alta.