Autor Tópico: Explosão sem rastros em Júpiter  (Lida 532 vezes)

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Explosão sem rastros em Júpiter
« Online: 05 de Julho de 2010, 15:19:26 »
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Explosão sem rastros em Júpiter
Postado por Cássio Barbosa em 14 de junho de 2010 às 17:26



Dia 3 de junho uma explosão foi avistada em Júpiter por dois astrônomos amadores em diferentes  países. Imediatamente, a explosão foi creditada a um cometa ou asteroide que foi tragado por Júpiter, como já aconteceu várias vezes. Recentemente, temos os casos do cometa Shoemaker-Levy 9, que em 1994 atingiu o planeta gigante deixando uma série de manchas escuras (originárias da desintegração do cometa e da mistura das camadas atmosféricas de diferentes profundidades). Em 2009, um asteroide deve ter se chocado com Júpiter e só fomos capazes de perceber isso por causa das manchas que surgiram logo em seguida.

O mistério no evento do dia 3 é que as tais manchas nunca surgiram. Glen Orton do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa comentou sua surpresa, confessando que era um dos que esperaram pelas manchas logo depois do anúncio do evento. Com a falta das manchas, várias hipóteses foram levantadas. Nenhuma confirmada.

A primeira delas eu nem vou comentar: uma espaçonave alienígena teria passado por maus momentos durante uma visita a Júpiter.

A segunda hipótese levanta a suspeita de que nunca houve uma colisão, que teria sido um enorme relâmpago em Júpiter. Isso parece extremamente improvável, segundo Orton. Nem mesmo a sonda Galileu conseguiu registrar um relâmpago durante o dia joviano. Para isso acontecer teria de ser uma descarga de extrema intensidade. Mesmo em Júpiter isso não deve acontecer. Um relâmpago na atmosfera terrestre pode ser descartado de imediato, pois o clarão foi registrado por um astronômo na Austrália e outro nas Filipinas. Ao que parece, houve um impacto em Júpiter mesmo.

Curioso, também, é notar que o impacto se deu na região onde as duas faixas atmosféricas de Júpiter sumiram. Eu cheguei a postar sobre isso há pouco tempo e uma das explicações para esse sumiço seria uma ocultação delas por uma camada alta de cirrus (nuvem constituída de cristais e situada em grandes altitudes). Teriam esses mesmos cirrus ocultado as marcas do impacto? Segundo Olson não, pois os cometas que caem em Júpiter se desintegram acima dos cirrus. Onde estão as cicatrizes do choque, então?

Por enquanto, não há respostas. A melhor hipótese é que um cometa pequeno tenha caído em Júpiter. Tão pequeno, que se ele deixou alguma marca, era pequena demais para ser detectada. Ainda assim, telescópios do mundo inteiro (e fora dele, como o Hubble) estão de olho em Júpiter para ver se algo aparece.

P.S. Estou no Chile há 3 dias e por isso dei uma sumida. A partir deste domingo estarei observando no Gemini e mais para o fim da semana que vem estarei no SOAR. Ambos estão na mesma montanha e prometo postar durante as observações. Não percam!

P.S. 2 No exato instante em que terminei esse post aconteceu um terremoto! Fraco para os padrões locais, eu acho, mas muito mais forte do que o primeiro que eu senti há uns 7 anos, quando vim para cá observar pela primeira vez. Legal, mas assustador!
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FONTE:http://colunas.g1.com.br/observatoriog1/

São casos como estes que demonstram a importância da astronomia amadora. Efeitos transientes como esses seriam raramente detectados por equipamentos profissionais, dada sua reduzida quantidade. Como existem milhares de amadores ao redor do mundo olhando constantemente para os céus, a possibilidade de algum deles flagrar um evento desse tipo é bem significativa.

Caso semelhante acontece com cometas, vez ou outra descobertos por amadores em suas espreitadas celestes. A quantidade de cometas batizados com nomes de astrônomos amadores é bem grande.
« Última modificação: 05 de Julho de 2010, 15:23:35 por West »
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
Agora não se acham nem no céu."
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Provérbio Iídiche.

"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não
existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento.
Entres elas, o fato de que eles nunca aparecem."
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Protágoras.Ensaio sobre os deuses. Séc. V a.C.

 

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