Autor Tópico: China enfrenta a 'revolta' da mão de obra  (Lida 1199 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline calvino

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.387
  • Sexo: Masculino
China enfrenta a 'revolta' da mão de obra
« Online: 26 de Julho de 2010, 12:06:46 »
Citar
Greves e protestos de operários não são um fenômeno raro no país. A novidade agora é que as paralisações ganharam destaque na imprensa oficial, totalmente sujeita à censura do governo, e atingiram as grandes companhias multinacionais instaladas na China.


Nos últimos três meses, a Honda enfrentou quatro ondas de greves na China, que terminaram em aumentos de salários para milhares de operários de suas fábricas e de seus fornecedores.

A Foxconn, maior fabricante de produtos eletrônicos do mundo, anunciou em junho que elevaria em pelo menos um terço o pagamento de seu exército de 600 mil empregados chineses, depois que dez deles se suicidaram neste ano. E, no início deste mês, algumas regiões reajustaram em cerca de 20% o valor do salário mínimo, que não é unificado nacionalmente.

A sucessão de manchetes sobre conflitos laborais, o aumento da remuneração e a escassez de operários desencadearam um acirrado debate, no qual economistas se dividem entre os que acreditam no fim da era da mão de obra barata e abundante e os que sustentam que ainda há um longo caminho a ser percorrido até que a China perca a vantagem comparativa dada por milhões de empregados mal pagos.

Greves e protestos de operários não são um fenômeno raro no país, diz a economista brasileira Paula Nabuco, da Universidade Federal Fluminense, que elabora tese de doutorado sobre economia e relações de trabalho na China. A novidade agora é que as paralisações ganharam destaque na imprensa oficial, totalmente sujeita à censura do governo, e atingiram as grandes companhias multinacionais instaladas na China, especialmente japonesas.

A montadora Honda foi alvo da mais longa greve registrada em empresas estrangeiras no país, que interrompeu por três semanas sua linha de montagem em Foshan, na província sulista de Guangdong, a maior base exportadora chinesa. A paralisação terminou no início de junho, depois que os operários conquistaram reajuste salarial de 24%.

A mais recente onda de greves enfrentada pela companhia japonesa chegou ao fim na quinta-feira na Atsumitec, que produz peças para os freios do Honda Accord. Os operários conquistaram aumento de 45%, o que elevou sua remuneração a 1.420 yuans mensais. Mesmo com o reajuste, os 1.420 yuans equivalem a R$ 370,00, pouco mais de dois terços do valor do salário mínimo brasileiro, de R$ 510,00.

Stephen Roach, presidente do banco Morgan Stanley na Ásia, afirmou em artigo publicado no portal da revista The Economist que é "totalmente prematuro" sustentar que chegou ao fim a vantagem comparativa dos custos trabalhistas na China.

O executivo observou que os operários chineses ganhavam US$ 0,81 por hora em 2006, o que correspondia a 2,7% do que trabalhadores norte-americanos recebiam. Mesmo se tivessem obtido reajustes anuais de 25% no período de 2007-2010 - hipótese descartada por ele -, a remuneração no país asiático seria hoje de US$ 1,98 a hora, ou 4% do que é pago nos Estados Unidos e metade do valor registrado no México.


Fonte: http://migre.me/1023e
"Se a moralidade representa o modo como gostaríamos que o mundo funcionasse, a economia representa o modo como ele realmente funciona" Freakonomics.

Offline Pregador

  • Conselheiros
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.056
  • Sexo: Masculino
  • "Veritas vos Liberabit".
Re: China enfrenta a 'revolta' da mão de obra
« Resposta #1 Online: 26 de Julho de 2010, 14:32:01 »
É óbvio, a China não vai ter meios de conter 500 milhões de pessoas sem ceder.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re: China enfrenta a 'revolta' da mão de obra
« Resposta #2 Online: 26 de Julho de 2010, 14:34:55 »
Se as greves realmente forem deflagradas sem o controle ou a supervisão do PC Chinês (o que eu acho muito difícil), seria o início do fim da vantagem competitiva chinesa.

O lado ruim é que haveria uma inflação estrutural mundial ou uma redução na demanda de produtos chineses com reflexos na demanda de insumos, principalmente das "commodities".
Foto USGS

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re: China enfrenta a 'revolta' da mão de obra
« Resposta #3 Online: 26 de Julho de 2010, 15:37:24 »
Ainda tem varios paises pra substituir a China como mão de obra barata...
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Vito

  • Webmaster
  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.554
  • Sexo: Masculino
    • Realidade
Re: China enfrenta a 'revolta' da mão de obra
« Resposta #4 Online: 26 de Julho de 2010, 17:34:54 »
Ainda tem varios paises pra substituir a China como mão de obra barata...
Por exemplo a Índia?

Offline Khronos

  • Nível 15
  • *
  • Mensagens: 398
  • Sexo: Masculino
Re: China enfrenta a 'revolta' da mão de obra
« Resposta #5 Online: 26 de Julho de 2010, 19:52:06 »
Acho que as greves e protestos na China sempre foi algo meio previsível
Com os salários e condições de trabalho que é oferecida lá é até meio obvio que algum dia os trabalhadores se revoltassem e fizessem algumas exigências aos empregadores e/ou ao governo

Ainda tem vários países pra substituir a China como mão de obra barata...
Por exemplo  a Índia?

Acho que é o país mais provável de "substituir" a China na mão de obra ...
Mas assim como ocorre na China vai acabar ocorrendo (Se não é que já esteja ocorrendo) greves e protestos pela Índia Também
"Cognoscetis Veritatem, et veritas liberabit vos." João 8.32

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re: China enfrenta a 'revolta' da mão de obra
« Resposta #6 Online: 26 de Julho de 2010, 20:11:06 »
Tem Bangladesh, Sri Lanka, Tailândia, Vietnan, etc, etc, etc... Fora o contibente africano inteiro. Mão de ovra semi-escrava é o que não falta.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline biscoito1r

  • Nível 30
  • *
  • Mensagens: 1.740
  • 笑顔
Re: China enfrenta a 'revolta' da mão de obra
« Resposta #7 Online: 27 de Julho de 2010, 10:33:52 »
Tem Bangladesh, Sri Lanka, Tailândia, Vietnan, etc, etc, etc... Fora o contibente africano inteiro. Mão de ovra semi-escrava é o que não falta.

O problema é que alguns desses países, principalmente os não asiáticos, não possuem uma cultura de disciplina e devoção como a China.
Be ashamed to die until you have won some victory for humanity

Offline Barata Tenno

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 16.283
  • Sexo: Masculino
  • Dura Lex Sed Lex !
Re: China enfrenta a 'revolta' da mão de obra
« Resposta #8 Online: 27 de Julho de 2010, 10:35:42 »
Tem Bangladesh, Sri Lanka, Tailândia, Vietnan, etc, etc, etc... Fora o contibente africano inteiro. Mão de ovra semi-escrava é o que não falta.

O problema é que alguns desses países, principalmente os não asiáticos, não possuem uma cultura de disciplina e devoção como a China.
Sem problema, põe tres no lugar de um, pelo mesmo preço.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Unknown

  • Conselheiros
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.331
  • Sexo: Masculino
  • Sem humor para piada ruim, repetida ou previsível
China enfrenta a 'revolta' da mão de obra
« Resposta #9 Online: 30 de Julho de 2010, 20:38:50 »
China enfrenta a 'revolta' da mão de obra

Nos últimos três meses, a Honda enfrentou quatro ondas de greves na China, que terminaram em aumentos de salários para milhares de operários de suas fábricas e de seus fornecedores

Nos últimos três meses, a Honda enfrentou quatro ondas de greves na China, que terminaram em aumentos de salários para milhares de operários de suas fábricas e de seus fornecedores.

A Foxconn, maior fabricante de produtos eletrônicos do mundo, anunciou em junho que elevaria em pelo menos um terço o pagamento de seu exército de 600 mil empregados chineses, depois que dez deles se suicidaram neste ano. E, no início deste mês, algumas regiões reajustaram em cerca de 20% o valor do salário mínimo, que não é unificado nacionalmente.

Leia mais:

A sucessão de manchetes sobre conflitos laborais, o aumento da remuneração e a escassez de operários desencadearam um acirrado debate, no qual economistas se dividem entre os que acreditam no fim da era da mão de obra barata e abundante e os que sustentam que ainda há um longo caminho a ser percorrido até que a China perca a vantagem comparativa dada por milhões de empregados mal pagos.

Greves e protestos de operários não são um fenômeno raro no país, diz a economista brasileira Paula Nabuco, da Universidade Federal Fluminense, que elabora tese de doutorado sobre economia e relações de trabalho na China. A novidade agora é que as paralisações ganharam destaque na imprensa oficial, totalmente sujeita à censura do governo, e atingiram as grandes companhias multinacionais instaladas na China, especialmente japonesas.

A montadora Honda foi alvo da mais longa greve registrada em empresas estrangeiras no país, que interrompeu por três semanas sua linha de montagem em Foshan, na província sulista de Guangdong, a maior base exportadora chinesa. A paralisação terminou no início de junho, depois que os operários conquistaram reajuste salarial de 24%.

A mais recente onda de greves enfrentada pela companhia japonesa chegou ao fim na quinta-feira na Atsumitec, que produz peças para os freios do Honda Accord. Os operários conquistaram aumento de 45%, o que elevou sua remuneração a 1.420 yuans mensais. Mesmo com o reajuste, os 1.420 yuans equivalem a R$ 370,00, pouco mais de dois terços do valor do salário mínimo brasileiro, de R$ 510,00.

Stephen Roach, presidente do banco Morgan Stanley na Ásia, afirmou em artigo publicado no portal da revista The Economist que é "totalmente prematuro" sustentar que chegou ao fim a vantagem comparativa dos custos trabalhistas na China.

O executivo observou que os operários chineses ganhavam US$ 0,81 por hora em 2006, o que correspondia a 2,7% do que trabalhadores norte-americanos recebiam. Mesmo se tivessem obtido reajustes anuais de 25% no período de 2007-2010 - hipótese descartada por ele -, a remuneração no país asiático seria hoje de US$ 1,98 a hora, ou 4% do que é pago nos Estados Unidos e metade do valor registrado no México. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://economia.ig.com.br/china+enfrenta+a+revolta+da+mao+de+obra/n1237727434335.html

"That's what you like to do
To treat a man like a pig
And when I'm dead and gone
It's an award I've won"
(Russian Roulette - Accept)

Offline Luiz Souto

  • Nível 33
  • *
  • Mensagens: 2.356
  • Sexo: Masculino
  • Magia é 90% atitude
Re: China enfrenta a 'revolta' da mão de obra
« Resposta #10 Online: 30 de Julho de 2010, 20:59:40 »
Caracteristicamente movimentos reivindicatórios trabalhistas se tornam mais intensos nos períodos de expansão da economia. E a concentração de massas de trabalhadores em unidades de produção cria o surgimento de um consciência sindicalista ( ou trade-unionista no jargão do séc XIX).
Junte os dois fatores como é o caso da China atual e o problema se amplia até escapar da censura totalitária ( quantas e a quanto tempo ocorrem greves na China? Só o PCC sabe...).
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

Conheça a seção em português do Marxists Internet Archive

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!