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Polícia não descarta motivo passional para morte de padre
« Online: 25 de Julho de 2005, 20:44:09 »
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Polícia não descarta motivo passional para morte de padre

Rio de Janeiro - A polícia ainda não sabe o motivo do assassinato do padre Paulo Henrique Keler Machado, de 36 anos, executado na madrugada desta segunda-feira com cinco tiros, em Nova Iguaçu. Não está descartada a possibilidade de crime passional. A perícia recolheu na casa do padre bebidas alcoólicas e preservativo usado. Vice-coordenador das pastorais da diocese do município, Machado dava apoio às famílias das vítimas da Chacina da Baixada, que deixou 30 mortos em 31 de março deste ano.

O padre foi assassinado por volta de 4 horas no Centro de Nova Iguaçu. De acordo com a polícia, o padre dirigia o seu carro e foi encontrado morto na pista. "Acredito que ele tenha sido baleado dentro do carro por uma pessoa que estaria no banco do carona. E quando tentou fugir, levou mais tiros", disse o delegado Francisco Coelho da Silva, da 52.ª Delegacia de Polícia (Comendador Soares).

O delegado acredita que o primeiro tiro tenha atingido o padre Paulo na cintura, por isso a suspeita de que o assassino estava a seu lado. Os demais tiros acertaram o religioso no ombro, pescoço, costas e perna. Apesar de o celular e a carteira do padre terem sumido, Silva não acredita em latrocínio (roubo seguido de morte). "Alguém pode ter forjado o roubo".

Para ele, a possibilidade de o assassinato ter relação com o massacre da Baixada também é remota. "É cedo para vincular os crimes. O que os autores da chacina teriam contra ele? O padre ajudava as vítimas". Sobre a bebida alcoólica e um preservativo usado encontrado na casa do padre, o policial comentou que teve a informação através dos peritos. "O material ainda não chegou às minhas mãos".

Apesar de a polícia e a Igreja ainda não terem certeza da ligação do assassinato com a chacina da baixada, militantes da área de direitos humanos acreditam que o padre Paulo morreu por sua atuação junto às famílias das vítimas. O vice-presidente da comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio, Alessandro Molón, classificou o crime como "um atentado contra a democracia".

O padre Paulo morava nos fundos da paróquia Sagrada Família, no bairro da Posse, onde era pároco havia três anos. A igreja é próxima da Rua Gama, onde nove foram mortos na Chacina da Baixada. Formou-se padre em 2001, depois de sete anos no Seminário Paulo VI, em Nova Iguaçu, onde nasceu e foi criado. Segundo fiéis, o padre foi visto pela última vez na igreja, por volta de 19 horas de domingo. Na manhã deste dia, rezou as missas, como de hábito.

Cerca de 400 pessoas se amontoaram na paróquia local para se despedir do religioso. Para esta terça-feira de manhã, às 9 horas, está prevista uma missa de corpo presente na paróquia e, em seguida, Padre Paulo será enterrado. O arcebispo do Rio, cardeal dom Eusébio Scheid, disse, através de sua assessoria de imprensa, ter ficado "chocado" com o assassinato. Ele celebrará a missa de corpo presente.


fonte: http://www13.estadao.com.br/cidades/noticias/2005/jul/25/181.htm


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