Autor Tópico: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"  (Lida 3340 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Online: 10 de Agosto de 2010, 00:43:28 »

http://japscrota.tumblr.com/post/917680340

Eu acho meio ingênuo. Parece assumir que um cara que consegue ter uma ereção e transar com uma mulher (ou cara) contra a vontade dela, em meio a berros, choro e resistência, é meio como um cara que de vez em quando joga papel de bala ou bituca de cigarro na rua, e não no cesto de lixo.

Offline Diegojaf

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 24.204
  • Sexo: Masculino
  • Bu...
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #1 Online: 10 de Agosto de 2010, 07:08:59 »
Ficou muito sutil, acho.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #2 Online: 10 de Agosto de 2010, 21:44:25 »
Não sei se é sutil, só acho que é totalmente ineficaz, não vai "tocar" nenhum potencial estuprador, da mesma forma que pôsteres com "quando eu vi aquelas criancinhas indefesas e livres de qualquer proteção, não as esquartejei", não vai ajudar em nada na prevenção de crimes por iniciativa de quem os cometeria.

Offline Hold the Door

  • Editores
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.656
  • Sexo: Masculino
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #3 Online: 10 de Agosto de 2010, 23:08:09 »
Eu acho meio ingênuo. Parece assumir que um cara que consegue ter uma ereção e transar com uma mulher (ou cara) contra a vontade dela, em meio a berros, choro e resistência, é meio como um cara que de vez em quando joga papel de bala ou bituca de cigarro na rua, e não no cesto de lixo.
Mas pelo que parece a propaganda não é dirigida a esses casos, mas ao "date rape", que é basicamente quando no meio de um encontro a mulher desiste mas o homem não.

Só que existem várias nuances e a impressão que dá é que muitas mulheres americanas não tem certeza do que querem e podem mudar de idéia no dia seguinte. Aliás, a primeira vez que li sobre isso foi há alguns anos, acho que na Veja ou similar, em que na reportagem sobre date rape era relatado o caso de um casal de amigos que foram uma festa, tomaram todas e acabaram transando. Acordaram no dia seguinte na mesma cama. Constrangidos, cada um foi para a sua casa. Alguns dias depois, o rapaz foi preso, acusado de estupro porque a garota "decidiu" que não tinha sido consensual...
Hold the door! Hold the door! Ho the door! Ho d-door! Ho door! Hodoor! Hodor! Hodor! Hodor... Hodor...

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #4 Online: 10 de Agosto de 2010, 23:49:50 »
Bem, não sei se "date rape" é bem o termo correto para isso, acho que geralmente se considera assim quando a mulher (ou o homem) é mais "unilateralmente" embebedada ou mesmo drogada, com aditivos na bebida, e as coisas se transcorrem quase como se o cara transasse com uma comatosa.

E, se no meio do encontro a mulher desiste e o cara não, e ainda assim há sexo, a tendência são as coisas serem como "esses casos" que eu falei...

...mas acho que percebo a "linha cinzenta" que está sugerindo, não exatamente ela "desistir", mas meio que "conceder" não tanto no sentido de "vontade de ambas as partes", mas de "concessão", de "abrir mão" da vontade contrária. Talvez por uma sensação de "obrigação", não necessariamente nem por ameaça física (ainda que talvez por medo, mas nem necessariamente), mas como no exemplo do último poster, por exemplo. Daí a experiência não é exatamente agradável, cresce um sentimento de culpa, e de ter sido vítima, e então meio que "interpreta" como tendo sido estupro, apesar desse "consentimento".

Nesse caso, até acho que talvez possa fazer algum sentido.  Se funcionasse, algo assim, talvez até ajudasse a diminuir os casos considerados como "falsas denúncias" de estupro, que, segundo li há algum tempo, são raros, mas vão minando a credibilidade das denúncias verdadeiras.

Mas ainda assim, tenho lá minhas dúvidas sobre essa mensagem surtir algum efeito em quem achasse suficientemente interessante sexo apenas nesse nível tão mínimo de "consentimento".

Offline Felius

  • Nível 34
  • *
  • Mensagens: 2.746
  • Sexo: Masculino
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #5 Online: 11 de Agosto de 2010, 17:17:20 »
Ja falaram basicamente tudo que tinha pra falar, mas só pra comentar que o ultimo ainda por cima tem chance de ter efeito contrário. A enfase esta grande demais na parte "owe me". Tinha que pelo menos colocar o "didn't" do mesmo tamanho. Assim primeira coisa que você ve é assimila é "owe me" e só depois que ve o owe.
"The patient refused an autopsy."

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #6 Online: 11 de Agosto de 2010, 19:18:34 »
Realmente foi um design porco.

Passa a impressão, que teria a pontuação "when I paid for our date, she didn't. OWE ME", em vez de "didn't OWE ME".

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #7 Online: 11 de Agosto de 2010, 19:57:09 »
Realmente foi um design porco.

Passa a impressão, que teria a pontuação "when I paid for our date, she didn't. OWE ME", em vez de "didn't OWE ME".

Bem observado.

E acho que será ineficiente se o público alvo forem os  "estupradores de fato".
Foto USGS

Offline Diegojaf

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 24.204
  • Sexo: Masculino
  • Bu...
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #8 Online: 11 de Agosto de 2010, 20:04:45 »
Realmente foi um design porco.

Passa a impressão, que teria a pontuação "when I paid for our date, she didn't. OWE ME", em vez de "didn't OWE ME".

Bem observado.

E acho que será ineficiente se o público alvo forem os  "estupradores de fato".

Estuprador em série só para de um jeito.

Aliás, dois... :twisted:
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Dbohr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.179
  • Sexo: Masculino
  • 無門關 - Mumonkan
    • Meu blog: O Telhado de Vidro - Opinião não-solicitada distribuída livremente!
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #9 Online: 12 de Agosto de 2010, 12:02:08 »
Eu acho meio ingênuo. Parece assumir que um cara que consegue ter uma ereção e transar com uma mulher (ou cara) contra a vontade dela, em meio a berros, choro e resistência, é meio como um cara que de vez em quando joga papel de bala ou bituca de cigarro na rua, e não no cesto de lixo.
Mas pelo que parece a propaganda não é dirigida a esses casos, mas ao "date rape", que é basicamente quando no meio de um encontro a mulher desiste mas o homem não.

Também tive a mesma impressão que o Angelo. E tirante a história de terror que ele contou (acontece, e muito...), realmente existe isso de Date Rape. Nestes casos a propaganda pode servir como um "aviso amigável", sim.

Offline Dr. Manhattan

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.342
  • Sexo: Masculino
  • Malign Hypercognitive since 1973
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #10 Online: 12 de Agosto de 2010, 12:13:31 »
Eu acho meio ingênuo. Parece assumir que um cara que consegue ter uma ereção e transar com uma mulher (ou cara) contra a vontade dela, em meio a berros, choro e resistência, é meio como um cara que de vez em quando joga papel de bala ou bituca de cigarro na rua, e não no cesto de lixo.
Mas pelo que parece a propaganda não é dirigida a esses casos, mas ao "date rape", que é basicamente quando no meio de um encontro a mulher desiste mas o homem não.

Também tive a mesma impressão que o Angelo. E tirante a história de terror que ele contou (acontece, e muito...), realmente existe isso de Date Rape. Nestes casos a propaganda pode servir como um "aviso amigável", sim.

Os casos de date rape que ouvi falar eram em geral mais sérios: o sujeito colocava Roypinol (?) na bebida da menina.

Quando eu estudava fora houve um caso em que o casal fez sexo consensual, mas no dia seguinte ele resolveu dizer a
ela que não estava interessado em uma relação séria (oops). Ela então o acusou de assédio sexual na universidade.
Ele foi investigado e posteriormente inocentado (eu conhecia os dois de passagem - biólogos, colegas de laboratório, e
o sujeito era um notório paquerador).
You and I are all as much continuous with the physical universe as a wave is continuous with the ocean.

Alan Watts

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #11 Online: 12 de Agosto de 2010, 19:43:25 »
Foi a primeira vez que ouvi "date rape" nessa forma tão "leve" talvez até questionável como estupro propriamente dito. Sempre como algo que não tinha o elemento "date" como uma espécie de ameno, mas só um contexto, não diferente de se falar "alley rape", "park rape", "subway rape".

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #12 Online: 02 de Maio de 2011, 01:38:52 »
Um pouco mais sobre o assunto.





Acho isso meio idiota, porque acho que faz parecer que não-estupraré meio como uma questão de "etiqueta", enquanto que eu penso que é mais uma questão de não-psicopatia, não algo ao qual a sociedade pode "educar" a pessoa de forma assim tão específica, como se educa alguém a não jogar lixo na rua ou não falar de boca cheia. O estupro é anti-natural num desenvolvimento normal, então a educação para não estuprar é meio como falar em educação para as mães não espremerem os olhos de seus bebês com os polegares, não queimarem as crianças com a brasa do cigarro, etc.

O problema seria só essa "linha turva" que eu imaginei como interpretação para o "a mulher desistir e o homem não" ser algo "menos" que estupro, talvez aí sim fizesse sentido algum tipo de "educação", no sentido dos homens tentarem ser mais perceptivos quanto a mulher não estar realmente a fim, e até as mulheres serem mais assertivas nesse sentido (o que não acho que é "culpar a vítima").



Esse aqui está me custando um trabalho numa discussão que me arrependi de ter me pronunciado:

Citar
    Rape Culture 101:

    After I was date-raped, I had to explain to the authorities:

    -what outfit I wore

    -what I drank

    -what I ate

    -what I said

    -if I crossed my legs

    -how I laughed

    -if I laughed

    -the makeup I wore

    -what underwear I wore

    -who I talked to

    -what bar I went to

    -who my friends are

    -what type of car I drive

    -what type of shoes I wore

    -if I wore tights

    -how many sexual partners I have had

    -my sexual orientation

    -the age I lost my virginity

    -if I was wearing perfume

    -the color of my hair

    -if I said “no”

    -when I said “no”

    -how I said “no”

    -how many times I said “no”

    -why it was in my bed

    -why I had no bruises

    -why his number was programmed in my phone

    -why we were friends on facebook

    -why I said yes to a date

    -why I let him pay

    -why I went to class the next day

    -if I showered

    -why I didn’t stop him

    After he raped me, he had to explain:

    …

    nothing.  because they never asked him.

    “Rape culture” is living a society where rape is defined by the circumstances rather than the action.

 O que mais me chamou atenção foi o final, a expectativa da moça em ter o acusado interrogado, mesmo diante da inexistência de provas. Em função disso, ousei defender os policiais, sem nem ver direito todas as perguntas. Mas mesmo as vendo, não sei se são necessariamente tão descabidas quanto podem parecer -- as mais estranhas me parecem ser sobre a idade em que perdeu a virgindade e o número de parceiros. As demais, embora a moça tenha contextualizado como uma grande dúvida contra ela, acho que podem em muitos casos ser simplesmente parte necessária da contextualização, de ter uma base a partir de onde se procurar alguma evidência.




Numa nota paralela, sempre que vejo algo nesse assunto, é constante colocarem que a pergunta sobre o que a mulher estaria vestindo seria algo contra ela, se vestisse algo provocante. Mas não seria argumentavelmente o contrário? Meio como, se uma comida sumiu, e você acusa crianças de terem pego, não é mais provável que elas tenham pego se for um doce, do que se fosse, sei lá, giló, algo menos "provocante" ao apetite?

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #13 Online: 25 de Maio de 2011, 19:52:52 »
Citar
DICAS PARA PREVENIR ESTUPROS. NÃO SE OFENDA!



[/url]Siga essas dicas de prevenção de estupro. Sim, sabemos que é difícil, mas... você consegue! (Imagem tirada daqui, de um texto que circula já faz um tempinho na internet. Tradução minha).

[/url]

1. Não coloque drogas nas bebidas das pessoas para controlar o comportamento delas.
2. Quando você vir alguém andando sozinha, deixe-a só.
3. Se você encostar seu carro para ajudar alguém com problemas no carro, lembre-se de não estuprá-la.
4. Nunca arrombe uma janela ou porta trancada sem ser convidado.
5. Se você estiver num elevador e mais alguém entrar, não a estupre!
6. Use o sistema de amizades! Se você não for capaz de deixar de estuprar as pessoas, peça a um amigo para ficar com você enquanto estiver em público.
7. Seja sempre honesto com as pessoas! Não finja ser um amigo preocupado para conseguir a confiança de alguém que você pensa em estuprar. Pense em falar pra ela que você pensa em estuprá-la. Se você não comunicar suas intenções, a outra pessoa pode ver isso como um sinal que você não pensa em estuprá-la.
8. Não se esqueça: você não pode transar com alguém a menos que ela esteja acordada!
9. Leve um apito! Se você está preocupado que pode estuprar alguém acidentalmente, você deve dar o apito à pessoa com quem você está para que ela possa usá-lo se você tentar alguma coisa.
10. Não estupre.
---



Se você, homem, sente-se ofendido porque escrevo o estuprador no masculino e a vítima no feminino, saiba que infelizmente é assim que o estupro funciona no nosso mundo. Em vez de reclamar desta realidade, que tal tentar mudá-la?

Faça a sua parte.
 Faz meses que li esta notinha [url=http://fuckyeahfeminism.tumblr.com/post/777488036/dear-everyman]num tumblr americano.
Agora a traduzo: 



Caro Todososhomens,
Quando nós  reclamamos sobre homens estuprando, abusando, incomodando e recusando-se a nos dar direitos humanos, e você vem furioso dizendo 'Mas não são todos os homens que são assim! Como vocês ousam inferir que eu posso ser assim?”, você não acha que o problema pode vir do fato que você fica furioso com a gente por reclamar, ao invés de ficar furioso com seus colegas garotos e homens por esta misoginia duradoura? Ao invés de ficar furioso por nós apontarmos que tantos homens agem dessa forma -– incluindo homens em quem as mulheres confiam plenamente –- fique furioso que existam homens que tratarão mal sua mãe, irmã, filha, amiga, namorada simplesmente por elas serem mulheres. Não apenas isso, mas esses homens te dão uma má fama, não a nós. 
Atenciosamente,
Mulheres

Tradução imagem 1: Vivemos numa sociedade que ensina a não ser estuprada, ao invés de não estuprar.
Imagem 2: Beber não é crime. Estupro sim. (Crise de Estupro – Escócia).
Imagem 3, da série “Minha força não é pra machucar”: Então quando paguei o nosso jantar, ela não me devia nada. Slogan: Homens podem parar com o estupro.



http://www.escrevalolaescreva.blogspot.com/




Citar
‘Gray Rape’: A New Form of Date Rape?
By SEWELL CHAN
When Robert D. Laurino, chief assistant prosecutor for Essex County in New Jersey, told a friend that he was speaking on a panel about the topic of “gray rape,” the friend was confused. “Are you talking about the rape of the elderly?” the friend asked.

An article in the September issue of Cosmopolitan magazine, “A New Kind of Date Rape,” defined “gray rape” as “sex that falls somewhere between consent and denial and is even more confusing than date rape because often both parties are unsure of who wanted what.”

A standing-room-only audience packed the lobby of the Gerald W. Lynch Theater at the John Jay College of Criminal Justice this morning to listen to a vigorous panel discussion on the idea of “gray rape” — and whether the term is even meaningful, helpful or harmful. Not too many events in the intellectual life of New York City bring together Jeremy Travis, the legal expert and former city police official who is the president of John Jay, and Kate White, editor in chief of Cosmopolitan, which sponsored the event.

The panel had four women and three men and was moderated by Ashleigh Banfield, the Court TV anchor. Ms. White promised a “very scintillating discussion.”

Laura Sessions Stepp, a Washington Post journalist, wrote the September article on “gray rape.” It has stirred considerable discussion on blogs and discussion boards. (Ms. Stepp’s latest book, “Unhooked: How Young Women Pursue Sex, Delay Love and Lose at Both,” about how smart, ambitious young women do emotional damage to themselves by getting physical with men they are not dating or may have met for the first time, also raised some controversy.)

In this morning’s discussion, Ms. Stepp said she did not embark on the story believing that there was such a thing as “gray rape.” She said, “For me, rape is rape. I really didn’t know what that term meant.”

But in the course of her reporting, Ms. Stepp said, she came across descriptions of “sexual encounters where usually both parties were very drunk and really didn’t know what they had said to each other the next morning.” In such cases, consent is uncertain. Such cases are more likely to emerge today, Ms. Stepp argued in the article, in an era when sexual boundaries and rules for women have loosened and when it has become socially acceptable for women to pursue casual sex.

“Girls go after guys just as often as guys go after girls these days,” Ms. Stepp said at the panel. In her article, she wrote, “The odd thing about the current equal-opportunity hookup culture is that a lot of guys may feel as uncomfortable and confused as their dates do when things end up in bed.”

Ms. Stepp’s article and her comments generated a wide range of reactions from the other panelists. Some panelists, in particular, were concerned that the concept of “gray rape” could be used to exonerate men from their culpability in violent sexual crimes.

“Rape is still rape,” said Neil Irvin, director of community education at Men Can Stop Rape, saying it almost “seems cliché” at this point to have to remind people that no means no.

Ms. Banfield pressed the issue. “Is it possible that you could acquiesce at the beginning of the evening and by the time you’re too drunk to be heard or understood, it would be unfair for men to try to decipher when the no ends up actually arriving?” she asked.

Joseph Samalin, who as a student at State University of New York at New Paltz and at Columbia University was active in groups that oppose women’s violence, did not buy that premise. “There were a lot of things in the article that concerned and frustrated me,” he said. He said that intentionally or not, the article might have the effect of suggesting that “you can be a woman in charge of your own sexuality … but not too much because these are the consequences that will happen to you.”

Mr. Samalin added: “We still need to hold a lot more men accountable for their actions, their behaviors and the violence they commit. I’d rather be at a panel here on that.”

Ms. Banfield maintained that gray areas remained one of the most fraught areas in discussions of sexual violence, especially on college campuses. She cited the case of Adam Lack, a Brown University student who in 1996 was accused by a fellow student of sexual misconduct. The accuser said she could not remember the events of the evening but said she was too intoxicated to be able to consciously consent to sex. Mr. Lack maintained that the student had initiated the sexual encounter and that he was not aware she was drunk. No criminal charges were brought, but Mr. Lack was subjected to academic discipline.

Chitra Raghavan, a John Jay psychologist who conducts research on intimate-partner violence and rape, said she did not accept the article’s argument that it has become socially acceptable for women to pursue casual sex.

“I would respectfully disagree that women have been sexually empowered to hook up,” Dr. Raghavan said. “What’s happened is that women are not legislated anymore. There’s a huge difference for it to be legal for women to pursue sex and for it to be socially acceptable for women to pursue sex.”

Many studies have shown that rapes often do not involve physical violence or coercion, because the mere threat or potential for physical harm is enough to make victims submit, she said. Dr. Raghavan also said that studies have shown that women’s sexual interactions do not change appreciably if they have been drinking and that serial rapists maintain (inaccurately, of course) that their victims did not resist and in fact wanted to be raped. She said that the discussion of alcohol “is endemic of how we blame women,” saying that such blame could lead to a viewpoint like: “Women hook up, get drunk and then say they don’t want sex. Tell them to cross their legs and put on a chastity belt!”

Katie Gentile, who directs the Women’s Center at John Jay, cited research by David Lisak, a psychologist at the University of Massachusetts at Boston, who has done extensive research on convicted sex offenders as well as ordinary men on college campuses.

“Men use alcohol all the time to ply their dates, whether they are drunk or not,” Dr. Gentile said. “It is the way in which they get their dates to be submissive enough to get raped.”

Dr. Gentile said that rape is one of the crimes least likely to be falsely reported and one of the crimes for which prosecutors find it most difficult to secure a conviction. “I see on average two women a week for what is obviously a rape,” she said, and yet in five years, none of the students has ever decided to press charges and bring a case in the law-enforcement system — even at a college that is dedicated to studying criminal justice.

Dr. Gentile also cited research by Michelle Fine, a psychologist at the Graduate Center of the City University of New York who has studied sex-education curricula. The message in most of these educational materials, Dr. Gentile said, is: “Girls, you better be careful, because you’re in charge of the sexuality of men and you’ve got to control them. Across the board in these curricula, they are not taught sexual responsibility in these relationships.”

Linda Fairstein, who was chief of the sex crimes unit at the Manhattan district attorney’s office for 25 years, until 2002, said she did not believe the article introduced anything new from a legal standpoint.

“Certainly, in the criminal justice system there’s no such thing as gray rape,” said Ms. Fairstein, now a media consultant and crime novelist. She added: “Gray rape is not a new term and not a new experience. For journalists, it may be, but for those of us who had worked in advocacy or law enforcement, this description of something being in a gray area has been around all the time. It’s always been my job in law enforcement to separate out the facts.”

Ms. Fairstein said the present discussion evoked the debates that followed “The Morning After: Fear, Sex and Feminism,” the 1994 book by Katie Roiphe, who famously asserted, “There is a gray area in which one person’s rape may be another’s bad night.”

The prosecution rate for rapes by strangers is “astoundingly high,” Ms. Fairstein said, while date rape remains a fairly new concept. “It wasn’t even a term when I started prosecution in 1972,” she said.

Alcohol and drugs inevitably complicate acquaintance rape cases, Mr. Fairstein said, describing the concept of an alcohol blackout — “a period of amnesia during which the person is actively engaging in behaviors — walking, talking — but the brain is unable to form new memories of the event, leaving the person unable to recall the events once they are no longer intoxicated.” In such cases, investigators must try to talk to witnesses and reconstruct what happened.

Mr. Laurino, the county prosecutor, said that the recreational use of drugs and alcohol had started to amount to a “public health crisis,” citing statistics that 30 percent of women who are examined for sexual assault report having used alcohol and that another 6 to 7 percent report having used some drugs. Mr. Laurino said that Dr. Lisak’s research showed that even the “nice guy next door” will use alcohol strategically. “The predator uses alcohol because they know it’s going it impair the credibility of the victim, which is extremely important,” he said.

Mr. Laurino cited examples of “undetected rapists — the small minority of men who have committed hundreds of rapes on campuses.” Such predators often have “sophisticated strategies” for sexual exploitation that involve deceiving women into imbibing strong alcoholic beverages. “The majority of men who do not commit sexual assault who do not batter or abuse women really need to hold a small minority of men accountable,” he said.

Dr. Gentile noted that many clubs and bars have rules that allow girls and women to drink free of charge. Every week at John Jay, she said, promoters from clubs hand out cards that state, “Ladies get in free.” She added, to a loud round of applause, “That is a date-rape drug.”

Dr. Raghavan said that some women do feel ambivalent about negotiating sexual relationships with men. She said: “They want to be able to say no but still maintain a particular kind of image: ‘I don’t want to have sex with you, but there’s nothing wrong with my sexuality.’ They don’t have the vocabulary to articulate no. Or they’re saying no, but it’s not in a vocabulary that’s being heard.”

Interestingly, it was the two male antiviolence activists, Mr. Irvin and Mr. Samalin, who seemed to take the hardest line on male violence.

Mr. Irvin spoke of a “culture of masculinity that says we take advantage of women’s bodies because we’re men,” while Mr. Samalin said, “The majority of men who aren’t committing violence are still benefiting from a society that’s based on male privilege, power and entitlement.”

Ms. Fairstein said that although acquaintance rape is underreported, there is a higher rate of false reporting (about 9 to 10 percent) for acquaintance rape than for most other crimes. Complicating the difficulty of proving acquaintance rape is the lack of physical evidence in some cases. Ms. Fairstein cited the recent example of the decision by prosecutors in Santa Clara County in California, not to prosecute several athletes at De Anza College who were implicated in an assault on a 17-year-old female.

“Do I think she was raped?” Mr. Fairstein asked. “Yes. Do I think anyone can prove it? Who can you charge?”



http://cityroom.blogs.nytimes.com/2007/10/15/gray-rape-a-new-form-of-date-rape/





Citar
Date-rape drink spiking – is it real?

Anna Sandiford Nov 10
2 Comments

Whether or not date-rape drink spiking is a real problem or not is a debate I have been following for some years now.  An article in the UK Daily Mail suggests that it is actually a minor problem and is far out-weighed by the problem of heavy alcohol consumption (see Are date rape spiked drinks an urban myth?).  My casework experience bears this out and I agree with the forensic scientist stated in the article, Mike Scott-Ham, who is a very  experienced forensic scientist.

Sad to say that I have been involved as forensic science consultant on many rape cases in the past, all of them without exception having involved excessive alcohol consumption on the part of both parties.  There was one memorable case where an allegation of rape was made that didn’t involve alcohol but it was completely fabricated, which was borne out in court during the trial.
As a woman, I am sometimes expected to champion the cause of women’s rights and the problems of female oppression.  Unfortunately, on the date-rape drug debate I cannot fight the corner and don’t feel that I should be expected to do so.  Rape is a very real problem and everything possible should  be done to deal with the problem and prevent it, where possible.  However, excess alcohol consumption has indeed sky-rocketed in recent years, particularly amongst women.  This to me represents the far greater risk – alcohol can affect the same person in different ways on different occasions; excessive alcohol consumption will lead to varying degrees of incapacitation, even in someone who considers that they can take their drink.

A hair strand test can be undertaken to determine whether or not drugs could have been taken by a Complainant at around the time of an alleged incident.  There are a couple of independent organisations undertaking such work, but no independent companies in NZ (as far as I am aware – I am happy to stand corrected).  Of the cases where I have suggested hair samples be analysed, no drugs have been detected, only normal levels of GHB (because the body naturally manufactures the substance and its presence is to be expected in hair strand samples).  I have also been involved, as an expert witness, with thousands of drink drive cases, in which some Defendants (always women) alleged that their driving was affected by their drinks having been spiked with date rape drugs – in not one case was this ever found to have any foundation.
To my mind, the closing line of the article says it all: “whatever the risks of the drink spiker coming after you – the chances are that alcohol will get to you first”..


http://sciblogs.co.nz/forensic-scientist/tag/date-rape-drug-urban-myth/

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #14 Online: 26 de Maio de 2011, 12:21:30 »







O que vocês pensam desse enfoque, "mulheres, não se preocupem, enxam a cara, a culpa não é sua, então ajam como se vivêssemos num mundo ideal onde não existem estupradores que não vão te pegar quando você estiver vulnerável, principalmente se fizermos cartazes como esses pedindo para não estuprar"?

Eu acho ridiculamente inútil tal abordagem, "por favor, sr homem educado, não estupre", e potencialmente desastrosa se combinada a de "beber não é crime, estupro sim".

É insano ter que explicar uma verdade auto-evidente, mas parece ser necessário, que é claro que o fato da mulher estar caindo de bêbada não legitima que ela seja estuprada. Por algum motivo, é muito comum as pessoas entenderem dessa maneira. Por algum motivo, tal falha no raciocínio não existe com qualquer outro crime, para as quais pensar em prevenção focando-se no comportameno da potencial vítima e como evitar estar vulnerável não costuma ter a assunção de estar se culpando a vítima. Ex.: estacionar um carro em um estacionamento pago, de preferência recomendado, em vez de na rua, especialmente em lugares com menor policiamento e movimento de pessoas. Ninguém assume que você esteja sugerindo que o ladrão tem o direito de roubar, que a pessoa que esquece as chaves no carro "estava querendo" que roubasse e etc. Mas por algum motivo, quando o assunto é estupro, é comum que as pessoas se tornem idiotas e tenham as interpretações mais estapafúrdias de tudo.

Há qualquer razão concebível para que o apelo ao estuprador seja mais efetivo do que um apelo análogo ao ladrão de carros, ao político corrupto, à mãe que tortura o seu filho? Ou é apenas "pensamento positivo", whishful thinking?

Offline Diegojaf

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 24.204
  • Sexo: Masculino
  • Bu...
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #15 Online: 26 de Maio de 2011, 12:58:45 »
No caso dessa abordagem de que a vítima não é culpada, deveria ser orientada mais a políciais e profissionais de saúde que atendem essas vítimas. Já vi e ouvi diversos casos onde a vítima acabou sendo questionada quando foi reportar o caso sobre o que estava vestindo, ou se havia dado alguma forma de sinal que fosse entendido como convite pelo autor. É tosco.

Certa vez tive que tirar um colega de dentro da viatura e pagar pau pra ele na frente da vítima de um caso "Maria da Penha" porque ele começou a dar lição de moral pra mulher que apanhou porque não tinha feito o jantar do marido, dizendo "como esposa e mãe, a senhora tem obrigação de cuidar do seu marido" (que tinha chegado bêbado e descido o cacete nela, que trabalhava o dia todo pra sustentar o vagabundo desempregado e 4 filhos). Disse pra ele"Velho, na minha frente, você NUNCA MAIS conversa com vítima nenhuma. A mulher apanhou do cara e você ainda vem pregar pra ela?!?". Felizmente o cara nunca mais trabalhou comigo depois disso, pois pedi que arrumassem outro parceiro pra ele. Falta de preparo puro somado com excesso de opinião pessoal no exercício da função.

Uma propaganda dessas funcionaria melhor colada nas delegacias, quartéis e hospitais pelo menos para que o policial, médico e enfermeiros parassem pra pensar 5seg antes de falar besteira.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #16 Online: 26 de Maio de 2011, 13:56:09 »
No caso dessa abordagem de que a vítima não é culpada, deveria ser orientada mais a políciais e profissionais de saúde que atendem essas vítimas. Já vi e ouvi diversos casos onde a vítima acabou sendo questionada quando foi reportar o caso sobre o que estava vestindo, ou se havia dado alguma forma de sinal que fosse entendido como convite pelo autor. É tosco.

Eu dei uma lida num "guia de bolso" sobre esse tipo de interrogatório em questão e tem detalhes bem minuciosos que dificilmente vão passar pela cabeça da pessoa mais bem intencionada.

Mas aproveitando que você é da área, qual é sua opinião sobre um dos casos relatados num dos posts acima, da garota que relata a indignação do seu interrogatório, que pareceu invasivo e descabido em várias perguntas, e no fim, termina com, "e ao meu estuprador, o que perguntaram? Nada."

Eu não descarto de maneira alguma a possibilidade de ter sido feito um trabalho porco e injusto e praticamente estarem condenando a vítima, se aproximando da prática de países do oriente médio. Mas ao mesmo tempo, pelo que é passado, eu simplesmente não tenho como saber se poderia ser muito diferente. A minha suspeita é que o acusado (que acho que nem é tecnicamente um "acusado" nesse estágio) simplesmente não poderia ser interrogado ainda mesmo, pela ausência de qualquer prova. Só facilitaria a defesa, e talvez até desse munição para um processo de difamação.

Quanto às perguntas, novamente, só tentando imaginar para que poderiam servir se não fosse uma tremenda incompetência e até mau-caratismo dos policiais (se é que eram policiais a fazer o questionário), talvez tivessem como propósitos 1 - ter alguma noção de onde buscar evidências (isso me parece praticamente inescapáevl), e 2 - hipótese mais "chutão", estão colhendo todos os dados necessários enquanto a memória está fresca e já inclusive tendo em mente argumentos que a defesa poderá explorar em caso de um eventual julgamento -- se conseguirem levar à julgamento.

Eu não sei, me parece razoável, mas pelo jeito é uma crimidéia supor isso como possibilidade. É mais provável, segundo uns, que o cara tivesse sido preso em flagrante ("flagrante tardio", dias depois, seja lá como for) e estivesse só relaxando numa sala, numa boa. Quiçá recebendo uma massagem.

Acho que até poderia acontecer um cenário revoltantemente não muito diferente desse, dependendo de quem for o cara ou seus pais, mas, pelo que é dito apenas na mensagem, não acho que dá para assumir que tenha havido qualquer coisa de mais grave além de não ter sido devidamente esclarecido o porque das perguntas mais estranhas e o porque do "acusado"/"suspeito" (qualquer que seja o termo para essa situação onde ainda não está em julgamento e nem em investigação propriamente dita, como parece ser o caso). E mesmo que tivesse sido feito, não acho exagerado supor que tivesse "entrado por uma orelha e saído pela outra", dependendo do estado de abalo emocional que a garota se encontrar quando foi fazer a denúncia.




Citar
Certa vez tive que tirar um colega de dentro da viatura e pagar pau pra ele na frente da vítima de um caso "Maria da Penha" porque ele começou a dar lição de moral pra mulher que apanhou porque não tinha feito o jantar do marido, dizendo "como esposa e mãe, a senhora tem obrigação de cuidar do seu marido" (que tinha chegado bêbado e descido o cacete nela, que trabalhava o dia todo pra sustentar o vagabundo desempregado e 4 filhos). Disse pra ele"Velho, na minha frente, você NUNCA MAIS conversa com vítima nenhuma. A mulher apanhou do cara e você ainda vem pregar pra ela?!?". Felizmente o cara nunca mais trabalhou comigo depois disso, pois pedi que arrumassem outro parceiro pra ele. Falta de preparo puro somado com excesso de opinião pessoal no exercício da função.

Que deprimente isso. Tinha que haver um tipo de sistema de "denúncias" internas para esse tipo de coisa, não necessariamente para alguma espécie de punição, mas sei lá, no mínimo um tipo de cursinho sobre o tema. Se bem que já ouvi falar de uma professora de direção (da parte teórica, que se tem que assistir quando se tem N pontos na carteira), que é comum policiais reincidentes, que dizem que não tem jeito, estão acostumados a dirigir quase como dirigem em perseguição, então sempre voltam para lá. Complicado. Se bem que, são coisas bem distintas... então talvez não seja de se esperar que não dê em nada.
 

Citar
Uma propaganda dessas funcionaria melhor colada nas delegacias, quartéis e hospitais pelo menos para que o policial, médico e enfermeiros parassem pra pensar 5seg antes de falar besteira.

Acho que teria que ser "outra coisa" completamente, porque isso aí continua sendo meio ridículo mesmo nessa situação.

Offline Diegojaf

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 24.204
  • Sexo: Masculino
  • Bu...
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #17 Online: 26 de Maio de 2011, 14:55:24 »
Problema é que você vai encontrar pessoas que levam suas criações pro trabalho. Foda quando o cara fala: "onde já se viu, puta estuprada?" ou "ahh, ela dava pra todo mundo, uma hora ia acontecer...".

A linha de questionamento pra verificar o comportamento da vítima pode ser útil pra verificar o modus operandi do criminoso e checar se existe alguma semelhança com casos passados e servir de referência para investigações futuras e até mesmo para prevenção, sem dúvida. Mas algumas das perguntas ali são estúpidas diante do fato que o possível estuprador era conhecido.

De acordo com as perguntas, fica meio claro que se tratou de um date-rape e que o estuprador era alguém conhecido, então muito ali era dispensável e, diante da identificação positiva da vítima, deveriam questionar o suposto autor. Diante de uma acusação, a outra parte deve ser procurada se estiver em local conhecido. Claro que existe o princípio da não culpabilidade, mas se houve a denúncia, deve haver uma investigação, certo? E ela deve envolver o questionamento a testemunhas e ao acusado.

A crítica me parece ser que as perguntas foram feitas em um tom de descrédito dela, do tipo: "Pára de show, você tem o cara no facebook, no celular, chamou ele pra sair e agora fica chorando porque ele te deu uns pegas? Me ajuda aí...". Uma situação pós estupro é grave. A pessoa costuma estar em estado de choque e qualquer insinuação ou até mesmo um tom de voz mais jocoso é mais do que suficiente para que a vítima se torne nada cooperativa e até mesmo agressiva, como se os próprios policiais estivessem contra ela pelo fato do acusado ser homem.

Durante o curso básico de formação, policiais passam por dezenas de horas de treinamento sobre como lidar com vítimas, como negociar com pessoas sob efeito de situações traumáticas e o escambau. Isso com vista a treinar um lado empático ao menos pra evitar constrangimentos como o que eu citei entre o meu colega e uma vítima. Essa empatia no entanto, nunca deve ser excessiva, senão passa-se a tomar as dores da vítima e aí a coisa realmente desanda.

Da mesma forma, com a vítima no hospital, para colher depoimentos, dei de cara com enfermeiras e médicas dando risinhos maldosos e dizendo: "mas com aquela roupa, ela queria o que?". E se mulheres pensam assim, fica complicado mudar essa forma de pensar.


___________________________________
Quanto a "dirigir feito perseguição", acho difícil o cara ter esse problema. Situações que exigem esse tipo de direção não acontecem todos os dias e quando ocorrem, a forma como tem sido feita hoje é realizar o cerco e bloqueio, sem sair igual a um retardado atrás do sujeito já que se bater a viatura, o policial é responsável pelo pagamento. Salvo em situações de "prioridade" (troca de tiros ou ameaça eminente a outro policial ou vida de alguém), ninguém mais anima a sair desembestado pelo trânsito.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #18 Online: 26 de Maio de 2011, 15:57:50 »
De acordo com as perguntas, fica meio claro que se tratou de um date-rape e que o estuprador era alguém conhecido, então muito ali era dispensável e, diante da identificação positiva da vítima, deveriam questionar o suposto autor. Diante de uma acusação, a outra parte deve ser procurada se estiver em local conhecido. Claro que existe o princípio da não culpabilidade, mas se houve a denúncia, deve haver uma investigação, certo? E ela deve envolver o questionamento a testemunhas e ao acusado.

Não questiono as bases disso, mas me pergunto se, antes disso, não é interessante já ter por onde começar a procurar alguma evidência (ou testemunhas), em vez de ir correndo para o suposto autor e essencialmente esperar que confesse. O que eu imagino que não seja difícil de acontecer num caso desses, é, simplesmente se alertar o criminoso, e dar tempo dele pensar em trezentas argumentações possíveis, se bobear, combinar com amigos para servirem de testemunha e etc, enquanto que se fosse feita uma investigação antes disso, a coisa já poderia ser mais complicada de se ocultar, era pego "de surpresa".

Sem falar que, ao menos nos EUA, se não me engano, antes de haver uma acusação propriamente dita, o cara pode simplesmente se recusar a responder qualquer coisa. Ficaria ele lá sentado e o advogado dele dizendo que ele não é obrigado a responder nada.

Em que "estágio" da coisa haveriam promotores já preparando o material para um eventual julgamento? Se bem que possivelmente há diferenças aqui e nos EUA.


 

Citar
A crítica me parece ser que as perguntas foram feitas em um tom de descrédito dela, do tipo: "Pára de show, você tem o cara no facebook, no celular, chamou ele pra sair e agora fica chorando porque ele te deu uns pegas? Me ajuda aí...". Uma situação pós estupro é grave. A pessoa costuma estar em estado de choque e qualquer insinuação ou até mesmo um tom de voz mais jocoso é mais do que suficiente para que a vítima se torne nada cooperativa e até mesmo agressiva, como se os próprios policiais estivessem contra ela pelo fato do acusado ser homem.

Durante o curso básico de formação, policiais passam por dezenas de horas de treinamento sobre como lidar com vítimas, como negociar com pessoas sob efeito de situações traumáticas e o escambau. Isso com vista a treinar um lado empático ao menos pra evitar constrangimentos como o que eu citei entre o meu colega e uma vítima. Essa empatia no entanto, nunca deve ser excessiva, senão passa-se a tomar as dores da vítima e aí a coisa realmente desanda.

É realmente complicado. Esse tipo de coisa, com esse grau de informação, para mim fica simplesmente impossível fazer um "julgamento", ter uma "conclusão" quanto ao que ocorreu. Pode ter sido uma baita porcalhada ou algo mal explicado. Ou ainda, até totalmente fake, ser só um texto que alguém escreveu na internet, por que não. Mas sei lá, só de mencionar qualquer coisa que não seja, "oh mas que abominação! Malditos policiais, deveriam ser expulsos", você vira advogado amigão do coitado injustamente acusado de estupro e promotor da inescrupulosa vagabunda fingida de vítima.  |(



Citar
Da mesma forma, com a vítima no hospital, para colher depoimentos, dei de cara com enfermeiras e médicas dando risinhos maldosos e dizendo: "mas com aquela roupa, ela queria o que?". E se mulheres pensam assim, fica complicado mudar essa forma de pensar.

Alguém deveria lembrá-las de que tem gente com tara por enfermeiras também.  :(

Eu não duvido nada que pudesse ter ocorrido algo assim mesmo. Só acho que é um caso bastante peculiar, uma denúncia atrasada e sem evidência alguma. Não digo de forma alguma que um tom de deboche teria sido merecido, só acho que ele não precisa nem existir para que as pessoas assim enxerguem.

O quanto de fato é comum, eu não sei. Mas não me surpreenderia se fosse muito comum. Mas será que é comum a ponto de ser "universal", a resposta mais provável para uma situação dessas? Equipes bem preparadas de fato conseguem confortar e esclarecer a vítima em 100% das vezes? Isso eu acho mais improvável ainda. Mas claro que posso estar enganado. Em tal caso, deve ser bem interessante a metodologia, e me pergunto por que não seria mais divulgada. Inclusive ao público geral, a quem também pode ser útil de vez em quando.

 


Citar
___________________________________
Quanto a "dirigir feito perseguição", acho difícil o cara ter esse problema. Situações que exigem esse tipo de direção não acontecem todos os dias e quando ocorrem, a forma como tem sido feita hoje é realizar o cerco e bloqueio, sem sair igual a um retardado atrás do sujeito já que se bater a viatura, o policial é responsável pelo pagamento. Salvo em situações de "prioridade" (troca de tiros ou ameaça eminente a outro policial ou vida de alguém), ninguém mais anima a sair desembestado pelo trânsito.

Vai ver varia de lugar para lugar. Ouvi dizer que aí em BH (acho, talvez fosse no Paraná? Ou em Brasília?) os motoristas de modo geral (incluso não policiais) têm até o costume de parar antes da faixa ao ver pedestres se aproximando. Por aqui (SP, e imagino que muito do resto do país) isso é mais como se falar de algum costume estrangeiro excêntrico, meio como "ah, quer dizer que na Inglaterra é obrigatório levar um estepe também na moto?".

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #19 Online: 26 de Maio de 2011, 16:03:48 »
Um caso recente que talvez possa ser exemplo de resultado infeliz em julgamento de estupro mais apressado, sem conseguir evidências sólidas, foi o da líder de torcida, que acusava um jogador da escola, só conseguiu condenar por agressão (de onde imagino que se deva a acordo por falta de provas e perspectiva de convicção pela acusação de estupro propriamente dito), saiu em liberdade, voltaram ambos para escola, ela se recusou a torcer alegremente cantando o nome dele, e agora está sendo processada pela escola.

Offline Diegojaf

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 24.204
  • Sexo: Masculino
  • Bu...
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #20 Online: 26 de Maio de 2011, 18:03:06 »
No Brasil o acusado também pode escolher responder somente eu juízo, mas via de regra isso não é algo muito inteligente a se fazer quando se é inocente. Se ele vai ser indiciado ou não, isso só começa depois da fase do inquérito, então pode demorar.

A polícia trabalha em vários campos, com testemunhas e exames periciais que irão dar sustentação ao indiciamento ou não do acusado.

Não dá pra adivinhar quando a vítima está fingindo ou não, mas eu particularmente prefiro partir da premissa que não e encaminhar o sujeito até o delegado para ser ouvido do que deixar o cara sair fora e depois ter que segurar uma omissão. No primeiro caso, existia a fundada suspeita.

Não dá pra acertar em nada 100%, seja no tratamento das vítimas, seja em quem diz que foi assaltado e na verdade perdeu o dinheiro apostando. Pra não colocar o nosso na reta, melhor tratar todo mundo da mesma forma, até que se suspeite ou prove o contrário, ninguém sente orgulho em ter sido estuprada e sai contando isso pra todo mundo.

______________________________

Se você pisar na faixa de pedestre em BH e o sinal estiver fechado pra você, o motorista acelera.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #21 Online: 28 de Maio de 2011, 20:17:16 »



[...]

A observação é correta mas a solicitação é ingênua.
Foto USGS


Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re: Campanha de prevenção ao estupro: "men can stop rape"
« Resposta #23 Online: 29 de Maio de 2011, 20:51:40 »
Citação de: Wendy McElroy
[...]

The fact that women are vulnerable to attack means we cannot have it all. We cannot walk at night across an unlit campus or down a back alley, without incurring real danger. These are things every woman should be able to do, but 'shoulds' belong in a utopian world. They belong in a world where you drop your wallet in a crowd and have it returned, complete with credit cards and cash. A world in which unlocked Porsches are parked in the inner city. And children can be left unattended in the park. This is not the reality that confronts and confines us.

Camille Paglia introduces a bit more reality into the discussion of rape. In her book, SEX, ART, AND AMERICAN CULTURE, she exclaims:

"Feminism keeps saying the sexes are the same. It keeps telling women they can do anything, go anywhere, say anything, wear anything. No, they can't. Women will always be in sexual danger...feminism, with its pie-in-the-sky fantasies about the perfect world, keeps young women from seeing life as it is." pg.50 Vintage Books, N.Y., 1992

Radical feminism paints a schizophrenic picture of women. They are free and complete sexual beings, who live in a state of siege. They are empowered persons, who are terrified to open their doors at night.  [....]


On the question of force, I think feminists desperately need to change their focus from the man to the woman. They should crying out for every woman to learn how to say 'no' as effectively as possible...and with deadly force if necessary. The true way to empower a woman and make her the equal of any man who would attack is to teach her how to use a gun and other methods of defending herself.

There is no argument: women should be able to walk down streets alone at night and be safe. Just as they should be able leave their apartments and car doors unlocked. Yet women who bolt their doors every night often refuse to learn self-defense because they don't believe they should have to. Because they should be able to feel safe, they refuse to take steps that would so dramatically acknowledge how unsafe they truly are.


[...]

http://www.wendymcelroy.com/rape2.htm


 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!