Um tanto faz ...
(Um pensador humano escapou da boca da efígie)
Na ancestralidade humana ...
Perplexo diante das intempéries da Vida o ser humano, aturdido por sentimentos intensos em seu íntimo e, o rigor inescapável da consciência ... Viu o tanto faz da vida ...
Para não esmorecer e para não desesperar projetou um sonho em uma esperança pessoal;
A esperança pessoal de uma continuidade (e sobrevivência) tornou-se uma fé compartilhada, e por conta disso, inventou algo mais duro que a vida, inventou deus.
Porque de fato a vida não precisa de deus, como também nenhum ser humano precisa e nem admite que crença alguma de outros modifique sua fé própria (o jeito com que justifica suas ações; porque o deus da cabeça de um não é o deus da cabeça de outro).
Assim, como Sociedade, o ser humano criou símbolos com os quais justifica o andar da vida.
A Sociedade (então organizada) preestipulou três prumos simbólicos para coadunar suas ações: O Ponderador, o Executor, e o Legislador.
Através deles todos os conselhos se pautam e se dispõem. Esses prumos estão intrinsecamente ligados à vida pessoal de qualquer indivíduo (pois foram gerados dentro da reflexão do indivíduo da espécie humana: desde o seu estado destacado em sua solidão à enormidade de vaidades que o acompanha quando está envolto em sua associação civil); e esses prumos são o norteamento da Educação e da Política.
Quando grupos de indivíduos apropriam-se de símbolos para massacrar a Sociedade em favor de seus grupos, a Civilização se retrai para reagir; porque sente a efígie soberana que criou para protegê-lo ameaçar a si, à espécie, e à Civilização.
E a transformação social se impõe por ingene constituição da mentalidade humana. É o fator que irrompe o Desenlace.
(quando, ao ver no negrume da garganta da efígie não a fresta projetora de rumos e luminosidade, mas vendo os dentes fecharem sobre si e sobre sua Sociedade, o pensador prumou uma agulha e espetou o céu da boca que em avidez por morte e escravidão fechava, e a efígie estancou e reparou – em sua feiúra --- que não era maior que o vigor da Vida).
Pra quantas reflexões se fizer, em todas as idades, a partir dos seis anos, este texto se propõe para ser lido.
Haddammann Veron Sinn-Klyss
10 de agosto de 2010
Depois que este texto foi publicado no site Deusilusão um surto de elementos "matadores" entrou nos comentários do site; algo afetou dramaticamente o meio deles.