Autor Tópico: Plebiscito pelo fim do latifúndio  (Lida 1786 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline O Grande Capanga

  • Nível 39
  • *
  • Mensagens: 3.872
Plebiscito pelo fim do latifúndio
« Online: 27 de Agosto de 2010, 11:38:32 »
Ato concreto do povo brasileiro contra o latifúndio no Brasil, de 1 a 7 de setembro

O Brasil é o segundo país no mundo que mais concentra Terras, perde apenas para o Paraguai. Essa realidade pode começar a mudar com um limite determinado por lei às propriedades rurais. Vote no Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra

http://www.limitedaterra.org.br/noticiasDetalhe.php?id=241

Offline Matheus de Souza

  • Nível 11
  • *
  • Mensagens: 194
  • Sexo: Masculino
    • Twitter
Re: Plebiscito pelo fim do latifúndio
« Resposta #1 Online: 28 de Agosto de 2010, 15:17:05 »
Típica ditadura de maioria. Quer dizer então que se 51% da população quiser estuprar os 49% restante basta fazer um plebiscito e está tudo bem?
« Última modificação: 28 de Agosto de 2010, 15:22:33 por Matheus de Souza »
"Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias."

Mário Vargas Llosa

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re: Plebiscito pelo fim do latifúndio
« Resposta #2 Online: 28 de Agosto de 2010, 16:49:41 »
Basta ver quem está "apoiando" tal plebiscito para ver a real intenção!




Foto USGS

Offline _tiago

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 6.343
Re: Plebiscito pelo fim do latifúndio
« Resposta #3 Online: 28 de Agosto de 2010, 17:05:17 »
E qual a real intenção?

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re: Plebiscito pelo fim do latifúndio
« Resposta #4 Online: 28 de Agosto de 2010, 17:12:09 »
O de causar polêmica e não o de discutir uma reformulação do setor agrícola brasileiro, que contemple a agricultura familiar, o agronegócio e as demandas ambientais.
Foto USGS

Offline uiliníli

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 18.107
  • Sexo: Masculino
Re: Plebiscito pelo fim do latifúndio
« Resposta #5 Online: 28 de Agosto de 2010, 18:16:39 »
O de causar polêmica

Exatamente. Apenas causar polêmica, pois, como o que eles pedem é inconstitucional, fazer efeito é que não vai.

Offline Arcanjo Lúcifer

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 22.730
  • Sexo: Masculino
Re: Plebiscito pelo fim do latifúndio
« Resposta #6 Online: 28 de Agosto de 2010, 18:40:43 »
Basta ver quem está "apoiando" tal plebiscito para ver a real intenção!






Um motivo a mais para ser contra, se a bandidagem é a favor não pode ser bom.

Offline _tiago

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 6.343
Re: Plebiscito pelo fim do latifúndio
« Resposta #7 Online: 28 de Agosto de 2010, 18:49:42 »
Hum... :ok:

Offline calvino

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.387
  • Sexo: Masculino
Re: Plebiscito pelo fim do latifúndio
« Resposta #8 Online: 28 de Agosto de 2010, 23:59:20 »
Fora a grana que se gasta para fazer um plebiscito...
"Se a moralidade representa o modo como gostaríamos que o mundo funcionasse, a economia representa o modo como ele realmente funciona" Freakonomics.

Offline Dodo

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.304
Re: Plebiscito pelo fim do latifúndio
« Resposta #9 Online: 29 de Agosto de 2010, 01:54:11 »
O que vou escrever abaixo não é provocação. ok?

Sinceramente. não sei porque vocês se espantam tanto com isso!

Isso sempre foi tão "normal" no meio*: fim do latifúndio, políticas públicas, defesa das minorias, etc...

O discurso não mudou nem um pouco.

* sindicatos e similares.
Você é único, assim como todos os outros.
Alfred E. Newman

Offline calvino

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.387
  • Sexo: Masculino
Re: Plebiscito pelo fim do latifúndio
« Resposta #10 Online: 29 de Agosto de 2010, 14:26:13 »
Não nos espantamos, só nos revoltamos :hihi:
"Se a moralidade representa o modo como gostaríamos que o mundo funcionasse, a economia representa o modo como ele realmente funciona" Freakonomics.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re: Plebiscito pelo fim do latifúndio
« Resposta #11 Online: 29 de Agosto de 2010, 14:49:33 »
<a href="http://www.youtube.com/v/rahhLokLRNQ" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/rahhLokLRNQ</a>



Citar
[...] Portal - Em entrevista recente ao programa Jô Soares, o senhor disse que muitas famílias depois de assentadas, não ficam na propriedade, vendem, alugam ou repassam a terra. Por que isso ocorre?

Graziano: Isso ocorre, primeiro, porque muitas famílias não têm aptidão e nem cultura rural para lidar com a terra. Ou já perderam os vínculos que tinham com o campo ou nunca tiveram sequer um vínculo com a agricultura, com a terra. Para ser agricultor é necessário cultura, aptidão, não é qualquer um que pode virar agricultor. A atividade agrícola não é como essas profissões urbanas, em que as pessoas podem ser treinadas para desempenhar o trabalho. O trabalho de quem mexe com a terra é no sol, isolado, é distante, não tem sábado, não tem domingo. Então é tudo diferente. E todos esses fatores determinam uma certa cultura, uma forma de viver. Essa é a principal razão. A segunda razão é que muitas dessas pessoas assentadas são colocadas em projetos que não possuem finalidade econômica, isto é, o projeto não se destina a alguma coisa, não tem um propósito senão colocar, simplesmente, essas pessoas assentadas para ver o que acontece. Não existe começo, meio e fim; não tem a parte seguinte, a parte final, que é o mercado. Então se os assentados já não têm aptidão, não encontram mercado e não sabem como e o quê produzir, eles se sentem desarticulados de uma agroindústria ou de uma cooperativa, por exemplo. Não há uma perspectiva animadora de quem sabe vender ou exportar a produção. O que acontece, então, é que o sujeito fica lá um ou dois anos e não agüenta. Vende, abandona, aluga a propriedade. E o governo não tem como controlar esse movimento porque muita coisa já foi feita neste contexto. Só no governo Fernando Henrique foram assentadas mais de 500 mil famílias. A estrutura governamental não dá conta de cuidar disso. E também não quer muito.

http://www.fazendeiro.com.br/noticias/Entrevista_Neto.asp

Citação de: Xico Graziano
[...] A unanimidade política se provou no Estatuto da Terra, promulgado pelo regime militar em novembro de 1964. Nem a turma da direita, que chutou a democracia no golpe, se opôs à desapropriação do latifúndio, um obstáculo ao progresso.

A nova lei deu nome aos bois. Os latifúndios passaram a ser divididos em dois grupos: "por dimensão" e "por exploração". No primeiro caso, 600 módulos de terra eram o limite de sua extensão, área situada entre 20 mil e 50 mil hectares, dependendo da região. Maior que isso, poderia ser desapropriado para reforma agrária. Terra dividida.

Já os latifúndios "por exploração" precisavam, independentemente de seu tamanho, provar que eram produtivos. Daí surgiram os índices de produtividade que o Incra utiliza, até hoje, para caracterizar a função social da propriedade rural. Se estiver ociosa, com baixa produção, pau nela. Vai para o assentamento dos sem-terra. Muito bem.

Dois cadastramentos gerais foram realizados naquela época. As estatísticas eram devastadoras, configurando forte concentração da estrutura agrária. Em 1984, atualizados, os dados serviram para fundamentar o plano de reforma agrária da Nova República. Eles mostravam que os latifúndios se apropriavam de 90% do território. Um escândalo.

O cadastro indicava existirem 305 latifúndios "por dimensão", que, somados, detinham área maior do que a explorada, na outra ponta, por milhões de pequenos agricultores. Ninguém poderia concordar com isso. Reforma agrária já.

Se a ditadura não aplicou, na prática, o Estatuto da Terra, a democracia, restabelecida, o faria. Assim, há 25 anos, se iniciava a fase moderna da reforma agrária brasileira. Seus resultados, sofríveis, frustraram as expectativas, transformando a prometida redenção da miséria rural numa polêmica interminável. Por quê?

Duas explicações importam aqui. Primeiro, destrinchando as estatísticas oficiais, verificou-se que, entre os latifúndios "por exploração", 700 mil detinham área menor que 100 hectares de terra. Quer dizer, eram "pequenos" latifúndios. Um contrassenso incompreensível. Segundo, entre os grandões, apenas um ou outro acabou efetivamente desapropriado na reforma agrária, por uma razão elementar: dificilmente eles eram encontrados nas vistorias de campo. Representavam enormes terras griladas, cadastradas no Incra, porém fictícias. Latifúndios "fantasmas".

O equívoco desnorteou os agraristas. Estava em curso um processo de modernização agropecuária que, hoje, caracteriza o capitalismo no campo. Nos últimos 30 anos, o latifúndio transformou-se em grande empresa rural, mantendo-se grande, mas tornando-se produtivo. Integrado com a agroindústria, ao lado de fortes cooperativas, constitui o complexo chamado agronegócio.

Após a Constituição de 1988, mudou a lei agrária. Desapareceram as antigas denominações do latifúndio, substituídas pela nova caracterização econômica da grande propriedade: produtiva ou improdutiva. Até hoje, entretanto, o conceito histórico, tão marcante, permanece sendo utilizado. E, infelizmente, deformado.

João Pedro Stédile, ideólogo do MST, caracteriza atualmente o latifúndio como a propriedade rural que, embora cultivando café, soja, cana, eucalipto, ou utilizada na pecuária, ocupe área superior a mil hectares. Ponto. Não interessa se utiliza tecnologia, paga bem aos empregados ou conserva o solo. Importa apenas o tamanho, aliás, bem abaixo dos antigos latifúndios "por dimensão".

Ora, o modelo agrícola do País, ainda concentrador, pode ser criticado. Mas o latifúndio sempre caracterizou relações atrasadas de produção, mau uso da terra, servilismo. Confundir a empresa capitalista no campo com a propriedade oligárquica entorpece o raciocínio. Latifúndio produtivo soa ilógico.

Curiosa a mente das pessoas. Há quem, não percebendo que o mundo mudou, repete o mesmo chavão a vida toda. Tromba com a realidade. Outros, mais inteligentes, sabem das mudanças. Mas, para manter o discurso atrasado, escondem-se na mentira dos conceitos. Deturpam a realidade.

 

Publicado em O Estado de S. Paulo




Citar
AUGUST 26, 2010

Brazil's Agricultural Miracle

[...]


The basic ingredients of Brazil’s success—agricultural research, capital-intensive large farms, openness to trade and to new farming techniques—should work elsewhere.

The increase in Brazil’s farm production has been stunning. Between 1996 and 2006 the total value of the country’s crops rose from 23 billion reais ($23 billion) to 108 billion reais, or 365%. Brazil increased its beef exports tenfold in a decade, overtaking Australia as the world’s largest exporter. It has the world’s largest cattle herd after India’s. It is also the world’s largest exporter of poultry, sugar cane and ethanol (see chart 2). Since 1990 its soyabean output has risen from barely 15m tonnes to over 60m. Brazil accounts for about a third of world soyabean exports, second only to America. In 1994 Brazil’s soyabean exports were one-seventh of America’s; now they are six-sevenths. Moreover, Brazil supplies a quarter of the world’s soyabean trade on just 6% of the country’s arable land

[...]

http://nextbigfuture.com/2010/08/brazils-agricultural-miracle.html

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re: Plebiscito pelo fim do latifúndio
« Resposta #12 Online: 16 de Outubro de 2010, 03:06:32 »
Citar

14/10/2009 às 5:55
Mal-aventurados os miseráveis de João Pedro Stedile. Porque eles não serão consolados.

<a href="http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/files/2009/10/mst-1-producao-na-propriedade2-480x313.png" target="_blank" class="new_win">http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/files/2009/10/mst-1-producao-na-propriedade2-480x313.png</a>

Há quase 15 anos, fiz uma reportagem sobre o MST para a revista República e afirmei que o movimento havia se transformado no maior produtor de… IDEOLOGIA do país! Isto mesmo. O MST não produzia arroz, feijão, milho, batata ou soja. Produzia miséria e mistificação, mas resistência — ao capitalismo, bem entendido, e, portanto, à civilização. Uma década e meia depois, a realidade é rigorosamente a mesma, mas ampliada. O movimento se transformou no maior latifúndio improdutivo do país. E num poderoso multiplicador da pobreza.

Não se trata de chute, gosto ou discurso ideológico para confrontar a Teologia da Invasão. O que se tem é uma pesquisa feita pelo Ibope, encomendada pela Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária. Mais uma vez, a senadora Katia Abreu (DEM-TO), que preside a entidade, faz a coisa certa. Em vez de bater boca com mistificadores; em vez de contestar o coitadismo da violência, decidiu revelar a realidade em números. E eles são estarrecedores&nbsp;&nbsp;(Clique aqui com o botão direito e salve a pesquisa Ibope na íntegra ou Clique aqui e confira o resumo)

<a href="http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/files/2009/10/mst-10-renda-compos-480x350.png" target="_blank" class="new_win">http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/files/2009/10/mst-10-renda-compos-480x350.png</a>

Nada menos de 37% dos assentados não produzem rigorosamente nada. Apenas 27,7% fazem o bastante para sustentar a família e vender algum excedente. Não conseguem o suficiente nem para as bocas da casa 10,7% dos assentados, e só 24,6% dão ao menos o que comer aos seus com o que extraem da terra. Isso faz com que 49% da renda dos assentados não tenha origem na terra, sendo necessárias as mais variadas formas de complementação: Bolsa Família, seguro-desemprego, trabalho assalariado fora da propriedade etc.

Tudo mais ou menos explicado quando se constata que apenas 15% dispõem de trator. Na MSTelândia, os instrumentos de trabalho predominantes ainda são a enxada, a pá e a foice. Os padres de invasão tentam enfiar um martelo ali, mas só conseguem multiplicar a pobreza sob o signo de sua cruz vilipendiada.

<a href="http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/files/2009/10/mst-2-ferramentas1-480x455.png" target="_blank" class="new_win">http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/files/2009/10/mst-2-ferramentas1-480x455.png</a>

O descontrole do governo é tal, que, a rigor, boa parte das propriedades são ilegais: 46% compraram a terra de terceiros. Ou seja: o assentado original a vendeu - e é bem provável que alguns tenham voltado a se abrigar sob os plásticos pretos de Stedile.

<a href="http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/files/2009/10/mst-3-propriedade-480x354.png" target="_blank" class="new_win">http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/files/2009/10/mst-3-propriedade-480x354.png</a>

Mas o governo zeloso, tão dedicado a repassar uma grana preta às entidades do MST, ao menos cuida do crédito, certo? Errado! Nada menos de 75% não têm financiamento do Pronaf; 21% têm e estão em dia, e 4%, em atraso.

E aquele estupendo trabalho de alfabetização do MST, naquela mistura ensandecida de Jesus Cristo com Mao-Tse Tung? Há trabalho infantil em 19% dos assentamentos, e 68% dos entrevistados — com mais de 18 anos sempre — são analfabetos. As condições sanitárias mostram o desastre do Brasil nesta área: 14% dos domicílios não têm banheiro ou qualquer instalação sanitária. Entre os outros 86%, 63% utilizam fossa rudimentar.

Paraíso da miséria
 Eis aí a sociedade que estes monopolistas da bondade — Stedile e seus sacerdotes da Teologia da Invasão — estão construindo. A miséria dos assentamentos e a abjeção dos acampamentos é sua matéria-prima. Quando eu contestava, no passado, certo padre aqui em São Paulo que fazia dos miseráveis o seu porta-estandarte e das crianças que moram nas ruas o seu abominável “vinde a mim os pequeninos”, acusei-o de privatizar os pobres. É isto: Stedile precisa parar de privatizar a miséria rural, de transformá-la em poesia revolucionária. Sociologia e teologia bastardas se juntam para tentar tomar o lugar de políticas públicas.

É evidente que o modelo de reforma agrária é um desastre. Aliás, o seu fracasso é um enorme sucesso, não é mesmo? Ainda ontem, falando no Congresso, Guilherme Cassel, o patético ministro do Desenvolvimento Agrário, fez a&nbsp;defesa dos “movimentos sociais” — como se alguém estivesse contra eles. Não! O que se combate é esta formidável máquina de torrar dinheiro público e produzir pobreza em que se transformou a união de MST, Teologia da Invasão e governo federal. Criem vergonha na cara, senhores! Libertem os pobres!

E por que as coisas estão nesse pé? Porque à privatização da miséria comandada por Stedile correspondeu a terceirização da reforma agrária. O governo a entregou ao MST. É ele quem decide tudo — incluindo o uso dos recursos que deveriam servir de incentivo aos assentados. Esse controle se dá por meio de cooperativas e das tais entidades de fachada. Ocorre que o propósito do movimento é invadir e não consolidar a posse da terra e a produção. Explica-se: cada assentado é, potencialmente, um invasor a menos. Segundo as leis do MST, quem obtém a posse da terra está obrigado a continuar no movimento em benefício dos companheiros acampados. É um ciclo que se auto-alimenta; não tem fim. Quando falta mão-de-obra invasora, o MST vai buscá-la na periferia das cidades médias. Há sem-terra que nunca plantou um pé de couve. Não por falta de terra. É que não saberia distinguir a verdura de um pé de língua-de-vaca (é uma planta, leitor!).

Os oito mil assentamentos no Brasil ocupam 80,6 milhões de hectares. É terra para chuchu. Abrigam 875 mil famílias. Apenas 240 deles conseguiram alguma autonomia. E, atenção!, nem assim conseguem gerar a renda necessária para os assentados.

Mas Stefile, o PT e as esquerdas de modo geral não querem mexer no modelo. Os assentados são os seus miseráveis de estimação. E, em muitos casos, o seu ganha-pão. O pão que falta àqueles que ele pretendem “libertar”! Por Reinaldo Azevedo

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re: Plebiscito pelo fim do latifúndio
« Resposta #13 Online: 16 de Outubro de 2010, 03:06:51 »
Citar
Terça-feira, 4/3/2003
A verdade sobre o MST

Félix Maier     
            
+ de 7700 Acessos
+ 5 Comentário(s)

O jornalista Nelson Barreto, em palestra realizada para membros do Instituto Liberal de Brasília, no dia 20 de fevereiro do ano em curso, discorreu sobre uma tese de mestrado que defendeu perante a Universidade de Brasília (UnB), no curso de jornalismo, que trata da "reforma agrária" brasileira, mais especificamente, o MST.

Para tal trabalho, Barreto viajou mais de 20 mil km pelo Brasil, do Nordeste ao Rio Grande do Sul, visitando muitos acampamentos e assentamentos tidos como "modelos".

Iniciou o apresentador dizendo que a primeira reforma agrária ocorreu no México, em 1915, seguido da Rússia, em 1917. Reformas agrárias foram também implantadas em todos os países comunistas do Leste europeu, na China comunista, na Colômbia, no Peru (feita pelos militares), no Chile. Todos esses projetos fracassaram rotundamente. Em 1999, o Egito revogou a reforma agrária iniciada por Násser, no início da década de 1950.

No Brasil, a reforma agrária, como a conhecemos, tem sido apoiada por todos os últimos presidentes, a começar por Tancredo Neves, e continuando por Sarney, FHC e, agora, Lula. O movimento agrário começou a tomar vulto com o MST, a partir de 1985, com o apoio da ala progressista da Igreja Católica, especialmente a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs).

"Toda revolução deve se basear na reforma agrária" - sentenciou Che Guevara, atual patrono do MST. O sistema em que se baseia o MST - o minifúndio - está em decadência no mundo inteiro. Nas últimas décadas, o avanço tecnológico no campo reduziu drasticamente o número de agricultores, que hoje produzem muito mais com muito menos pessoal. No Brasil, há ainda em torno de 5,5 milhões de propriedades. Os EUA, um dos maiores produtores de gêneros alimentícios do mundo, devido à sua alta tecnologia, têm menos de 2% de sua força de trabalho ocupada na agricultura. Naquele país havia 6 milhões de propriedades, hoje existem apenas 1 milhão.

O INCRA, ao cadastrar as propriedades brasileiras, muitas vezes emite dados incorretos, com erros grosseiros, pois se baseia em cartórios com documentos desatualizados ou falsos. Por exemplo, pôde ser constado um erro grave em São Paulo, Estado que tinha, segundo o INCRA, uma área duas vezes maior do que a realidade. Os tais 32 "latifúndios" que o INCRA dizia existirem no Estado nunca foram encontrados...

Durante o Governo FHC, 30 mil produtores rurais entregaram um manifesto ao Ministro da Agricultura, Andrade Vieira, para estudar os resultados da reforma agrária em andamento e corrigir o sistema, ou mesmo acabar com tal reforma, já que não vinha dando o retorno esperado, apesar das altas somas de verbas empregadas no projeto.

Durante os dois mandatos de FHC, foram assentadas 600 mil famílias, ao custo de aproximadamente R$ 20 bilhões (!!!), em uma área de 20 milhões de hectares, que eqüivale à área do Estado do Paraná. O MST tornou-se, assim, o maior latifundiário do Brasil, depois dos indígenas, também assentados em vastas reservas. Por exemplo, os Ianomâmis, com uma população pouco acima de 10 mil pessoas, têm um Portugal inteiro à sua disposição - o maior latifúndio do planeta.

Mostrou Barreto um slide de uma manchete do jornal Correio Braziliense, "Reforma agrária rende R$ 120 milhões por ano". Na verdade, o CB apenas estava fazendo uma propaganda enganosa, já que apenas 6,5% das famílias conseguem auferir uma renda de R$ 250,00 por mês. Para provar que o atual sistema de reforma agrária é o mais acabado fracasso já havido em nosso País, basta dizer que o MST, com todas as terras ocupadas equivalentes - como se disse - a um Paraná inteiro, praticamente nada produz, ao contrário do próprio Paraná, cujos produtores, fora do esquema da "reforma agrária" do MST, ocupando 1/3 da área do Estado, produzem 20% de toda a produção agrícola do País, ajudando o Brasil neste difícil momento a obter preciosas divisas no exterior.

Nos 4.000 assentamentos do MST hoje existentes no País, 80% dessas famílias somente sobrevivem graças à ajuda do Governo. São os novos "funcionários públicos", como dizia FHC, com direito a receber sua "pensão", que está se tornando vitalícia, já que nunca conseguem sua emancipação. A verba que o Governo FHC destinou a cada família assentada, a título de auxílio habitação e despesas iniciais para o plantio, foi em torno de R$ 50.000,00. Porém, essa verba foi desviada, por muitos assentados, para a aquisição de uma TV e de uma parabólica! Casas de alvenaria, que começaram a aparecer nos assentamentos durante o Governo FHC, ainda são uma raridade. O dinheiro foi torrado, porém a maioria dos barracos continuam com lona e barro batido, não há mesas nem cadeiras em muitas residências, poucas plantações são realizadas.

Os créditos destinados aos "agricultores" do MST, provenientes do Banco do Brasil, normalmente não são honrados. Mesmo quando há parecer técnico contrário à liberação de mais verbas para os assentados com dívidas, vem uma ordem superior para que mais dinheiro seja drenado para o ralo sem fundo do MST. Afinal, os "acantonamentos" em frente aos bancos, ou invasão dos mesmos pela horda furiosa que empunha foices e facões, é uma pressão que Governo estadual nenhum se permite contrariar.

Ao PROCERA, igualmente, ninguém paga. Somente 1 entre 1.000 (o,1%) honra seu compromisso. E o dinheiro do contribuinte continua fluindo para o ralo.

"O boi expulsa o homem do campo" - diz uma ladainha do "messetê". Os líderes do MST associam a criação do gado a coisa de "latifundiário", portanto, algo que deve ser combatido com o máximo rigor. Porém, chegou-se à conclusão de que, em muitos acampamentos, são as poucas vaquinhas existentes que garantem o leite das crianças.

A propaganda feita pelo MST e o INCRA sobre assentamentos "modelos" é eficaz, pois todos acreditam que são um paraíso na terra, a "canaã" prometida por frei Betto, um dos principais assessores do movimento. E a imprensa contribui para que todos acreditem nessa mentira. Porém, a mais inquebrantável fé acaba com uma simples visita a qualquer desses acampamentos.

Por exemplo, há um assentamento "modelo" no Rio Grande do Sul, de Annoni (nome do antigo proprietário), que já produziu até um filme, "Terra de Rose", que ganhou prêmio da CNBB. Porém, ao conhecer a realidade, Barreto afirmou que apenas 11% das famílias ficaram com o "filé mignon", pois têm cooperativa, máquinas agrícolas modernas e um até um mercado, tudo adquirido com dinheiro do INCRA. O restante dos assentados estão na miséria, vivendo na maior favela rural da América Latina. A principal fonte de renda desses miseráveis é a extração indiscriminada de madeira, promovendo uma devastação sem limites. Caminhões com toras foram vistos por Barreto, cujos colonos fugiram quando viram a máquina fotográfica. O tal supermercado, propagandeado pelo MST e pelo INCRA como uma espécie de "Pão de Açúcar" rural, com gôndolas e tudo, na verdade não passa de um armazém precário, num espaço de 6x6 metros, com os produtos expostos em precárias prateleiras...

Na Fazenda São Joaquim, no Ceará, Barreto viu uma devastação ainda maior. Um pomar de 5.000 pés-de-laranja foi colocado abaixo para fazer lenha. Os coqueiros foram cortados, para colher o coco. "Não sabemos se vamos ficar aqui mesmo..." - justificou um assentado. Das 140 vacas que havia no assentamento, a metade já morreu ou virou churrasco, pois a área é precária em vegetação para as reses.

Em um assentamento da Bahia, há também devastação florestal para fazer carvão, que é carregado em sacos no lombo de jegues até o comércio. O galpão do assentamento, que seria para guardar a produção colhida no assentamento, está vazio - como ocorre na maior parte dos assentamentos do MST. Mas, como disse um assentado, o galpão tem a sua utilidade, pois serve "pra dar uma sombrinha". As casas dos agricultores são verdadeiras taperas, porém não falta a antena parabólica... Meninos foram vistos trabalhando nas carvoarias do acampamento.

Em Promissão, SP, há um assentamento que leva o nome do Padre Josimo, assassinado por pistoleiros há alguns anos. A miséria campeia solta no local, a produção é nula, porém existe um forte intercâmbio com Cuba.

A FAO, órgão da ONU para a agricultura, fez, em 1991, um estudo em 44 assentamentos do MST, em que participaram veterinários, agrônomos e PhDs. A organização afirmou que a média de renda das famílias era de 5 a 6 salários mínimos, e que no assentamento São Pedro, perto de Porto Alegre, a renda era de 12 salários. A empulhação da FAO foi desmascarada pelos próprios assentados de São Pedro, que disseram a Barreto que mal conseguem sobreviver, nem energia elétrica há no local.

A "agroindústria" do MST também é alardeada pelo movimento e pelo INCRA como coisa de primeiro mundo. Porém, o que Barreto viu in loco foi um sistema de africanização de muitos assentamentos, que aliam a devastação a um sistema de indústria primitivo, sem valor econômico. Por exemplo, no Nordeste, muitas "indústrias" de doce de leite não passam de alguns galpões precários com pequenos tachos enegrecidos pelo fogo. O mesmo ocorre em Santa Catarina, com tachos semelhantes para fazer açúcar mascavo ou rapadura.

No Pontal do Paranapanema, foi tentada uma criação de bicho-da-seda, que seria um projeto formidável, destinado inclusive à exportação. Devido à falta de conhecimento do assunto, o projeto fracassou e foi abandonado, mais dinheiro público foi para o ralo da ganância e da incompetência. Aliás, a região do Pontal, outrora rica em produção agrícola, hoje está em plena decadência, com terras perdendo seguidamente o valor, devido às seguidas invasões do MST.

Tancredo já brandia seu discurso, "justiça para os posseiros". O que se vê em muitas fazendas tomadas por assentados é o líder ocupar a casa-sede, muitas vezes palacetes com dois andares, enquanto o resto mora em barracos precários. É a "dacha" destinada à "nova nomenklatura brasileira".

A titulação de terras praticamente nunca é feita aos assentados, já que não conseguem se emancipar, pois, como vimos, 80% deles não conseguem sequer arcar com a própria sobrevivência, dependentes eternos que são do Estado assistencialista. Muitos dos assentados, desiludidos, estão chegando à amarga conclusão de que nada valeram dez, quinze anos de invasões, marchas e manifestações, pois não possuem nenhum patrimônio, enquanto que parentes, que partiram para o trabalho por conta própria, hoje estão em situação muito melhor, trabalhando as suas próprias terras. A maioria dos assentados arrendam as terras a fazendeiros, ou trabalham para estes, desvirtuando completamente o destino das terras desapropriadas. Porém, os parcos recursos que recebem como "bóias-frias" é o que garante o sustento de muitas famílias assentadas.

Acrescentou Barreto, à guisa de informação, que nas favelas brasileiras a média de permanência do favelado é de cinco anos. Em cinco anos, o favelado já saiu da favela para uma casa decente, ou, no mínimo, conseguiu fazer benfeitorias consideráveis em seu "barraco". Nas favelas do MST, sem garantia da titulação da terra, o rancho em decadência apenas aumenta a agonia do assentado, cuja permanência naquele inferno parece ser eterna. Um slide de Barreto mostrou uma menina com uma tristeza infinita, denunciada pela sua boca caída, envelhecida precocemente, com o olhar alienado, traumatizada por viver naqueles quintos dos infernos.

A miséria existente na maioria dos assentamentos traz um ônus muito grande para as prefeituras locais, que são obrigadas a arcar com despesas variadas, como escolas, saúde e até alimentação, sem que haja qualquer tipo de ajuda financeira por parte dos assentados ou do Governo Federal.

Os empregados das fazendas, que não são do MST, normalmente, ficam ao lado dos patrões quando há uma invasão. Os invasores são trazidos de fora pelas lideranças do movimento, normalmente desempregados e desocupados que moram na periferia das cidades. "Não vou me juntar com esses vagabundos do MST" - dizem muitos trabalhadores rurais, solidários com os proprietários de terras.

Nos assentamentos, é proibido prosperar. Quem progride, construindo uma casa com mais conforto, ou adquire um trator ou um veículo, é perseguido pela liderança do MST. "O sujeito quer virar fazendeiro! Não passa de um pequeno-burguês!". Enquanto isso, os líderes fazem suas carreiras políticas, elegendo 2, 3 ou mais vereadores em muitos municípios.

"Nosso regime é de ditadura e escravidão" - afirmou uma assentada do Pontal. Ditadura, porque os assentados não podem progredir economicamente, como dito acima, submetidos que são aos rigorosos regulamentos dos chefetes do MST, com base na ideologia marxista, que acaba nivelando todos por baixo, na mais completa miséria; escravidão, porque ficam "amarrados" ao MST, pois, se saírem do assentamento, os trabalhadores perdem a última esperança, a de que algum dia possam receber a escritura de um pedaço de terra.

O Jornal do Brasil fez uma reportagem sobre assentados na região de Promissão, SP, dizendo que "fulano de tal vira agricultor", exaltando o rápido progresso do colono, que em pouco tempo já tinha parabólica em casa e uma caminhonete na garagem. Porém, era apenas mais um ato de desinformação, como normalmente ocorre com nossa mídia, hoje totalmente dominada pelas esquerdas. O tal "assentado" já tinha sua propriedade há muito tempo, sequer pertencia ao MST.

A Globo, para não ficar atrás na mentira, filmou em Pirituba uma plantação imensa, um tapete verde a perder de vista, dizendo que eram "terras da reforma agrária". Descobriu-se, depois, que tais terras pertenciam a filhos de holandeses, brasileiros natos, que passaram, depois da reportagem, a enfrentar também o problema de invasões do MST.

Barreto mostrou um slide em que havia uma placa comemorativa de inauguração de um assentamento, com dezenas de nomes. Hoje, somente 6 assentados ficaram para contar o que houve.

Para se fazer um censo da reforma agrária, foram gastos R$ 3 milhões. A grande descoberta foi que apenas 57% dos assentados possuem enxadas... Aliás, a primeira imagem de alguém com foice Barreto foi ver na "Terra de Rose", no Rio Grande do Sul...

Com Lula, o atual projeto de reforma agrária dificilmente será alterado, pois 50% dos postos do INCRA já foram entregues a líderes do MST, indicando que nada irá mudar para melhor. A primeira providência de Miguel Rossetto, Ministro da Reforma Agrária - que sempre foi a favor das invasões de terras do MST - foi acabar com o Banco da Terra, implantado por FHC, que tinha como objetivo fazer empréstimos monetários a pequenos produtores rurais, com prazo de 20 anos para pagar. Ou seja, o objetivo do Ministro é idêntico ao dos líderes do MST, ou seja, não tem o mínimo interesse em resolver o problema fundiário, pois o objetivo do MST é um só: "A nossa política não é dar terra. É conquistar o poder". Ninguém poderia ter sido melhor escolhido para o atual "petistério" do que Rossetto...

Em um assentamento do MST, há uma "Pousada do Colono". Um assentado sustenta a família alugando bóias (pneus de carros) a "turistas" que visitam o local. Plantar feijão, que seria "bão", nada.

Em outro assentamento, um colono não plantou, mas torrou todo o dinheiro emprestado pelo Governo. "Não gastei na plantação, não. Previ que ia chover muito"...

Em uma publicação do INCRA, feita em conjunto com a FAO, "A maior reforma agrária do mundo contemporâneo", são analisadas as causas da evasão dos assentamentos. A pergunta, segundo o próprio INCRA, está errada, pois deveria ser "por que ainda há pessoas que continuam assentadas?".

No final de sua exposição, Barreto afirmou que a maior parte das terras agrícolas do Brasil, situadas no cerrado, geralmente são bastante pobres, ácidas, porém, com correção feita com calcário, que é abundante em nosso País, e com técnicas modernas, consegue-se obter alta produtividade, entre as maiores do mundo. Além da produtividade, o clima, com muito sol o ano todo, favorece duas ou até três safras por ano, dependendo do produto agrícola plantado, o que não ocorre nas regiões frias do planeta, que normalmente têm terras mais férteis, porém quase metade do ano é coberta por neve. Já há muitos estrangeiros, como americanos, comprando terras no Brasil, devido às vantagens acima citadas.

Técnicas genuinamente brasileiras são adquiridas, muitas vezes, de forma empírica, porém não menos úteis. Por exemplo, descobriu-se que um tipo de besouro faz buracos na terra, verdadeiros túneis sem fim, por onde escoa a água da chuva, evitando enxurradas e a conseqüente erosão das terras. Chegou-se à conclusão que isso ocorre em terras que estejam a no máximo 600 metros de alguma mata ou bosque. Desta forma, muitos proprietários rurais passaram a criar faixas de matas a intervalos de 1.200 metros, conseguindo, assim, diminuir drasticamente a erosão do solo.

E são essas terras, altamente produtivas, que atualmente salvam o Brasil, dólares decisivos são auferidos com a exportação, cuja balança pendeu a nosso favor, não só com a valorização do dólar, mas também com a agroindústria que tanto se desenvolveu nos últimos anos. Da iniciativa particular, incluindo os "latifundiários", não do MST.

Aliás, o MST, em sua origem, tinha inegável apelo social, por querer "terra para quem quer produzir". O antigo lema "ocupar, resistir, produzir" foi substituído, posteriormente, por um contínuo enfrentamento da ordem pública, pois seus líderes desejam assumir o poder para lançar uma revolução comunista no Brasil. Che Guevara, Mao Tsé-Tung, Marighela, Marx têm seus nomes ou retratos em todos os acampamentos, incluindo escolas - aliás, Che Guevara é o patrono do MST, como já foi dito.

Segundo Barreto, a estratégia do MST é criar "enclaves" em todo o Brasil, que estão se espalhando rapidamente como erisipela, de tal forma que o movimento, revolucionário em sua essência, possa sufocar todo o empreendedorismo rural nacional, causando a paralisia, a miséria e a desordem em nosso País, objetivo final para o início da revolução comunista. Para isso, o MST está posicionado em assentamentos estratégicos, que ladeiam as mais importantes rodovias federais, redes de alta tensão, usinas hidrelétricas e outros pontos sensíveis. Ao MST não interessa resolver o problema agrário, pois o movimento perderia sua finalidade inicial.

Finalizando, o jornalista Barreto deu-nos preciosas informações de como andam muitas das cabeças pensantes da UnB e, por extensão, de nossas universidades. O professor-orientador de sua tese acolheu de bom grado o trabalho acadêmico, porém outros, que participaram da banca examinadora, teceram severas críticas ao trabalho. Um deles, marxista convicto, afirmou que a tese era "sem valor acadêmico", simplesmente porque o autor havia feito uma citação de Plínio Corrêa de Oliveira, ferrenho anticomunista, fundador da organização católica de direita, a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), criada em 1960. Sem rebater os fatos apresentados, o marxista disse que "a intenção oculta do trabalho é arrasar a reforma agrária". Acrescentou o indignado professor que não era contra alguém que dissertasse sobre tais temas, porém "é um pecado ter essas idéias dentro da UnB"...

A monografia de Barreto será publicada em abril. Torcemos todos para que o trabalho se torne um livro a ser distribuído por todo o Brasil, para provar que o atual projeto de reforma agrária não passa de um embuste, um fracasso total, que tem como único fim promover uma revolução comunista no Brasil.

E a mídia, o que tem a dizer sobre o trabalho de Barreto? Com a palavra a TV Globo, o Jornal do Brasil, o Correio Braziliense e todos os importantes órgãos de comunicação desse imenso País, que aos poucos vai-se "balcanizando" como a antiga Iugoslávia e a Palestina, com "bantustões" indígenas e sem-terras espalhados em todo o território nacional, formando Estados à parte do Estado brasileiro.

Félix Maier     
Brasília, 4/3/2003

http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=966



 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!