Tópico: Milionários estão por trás de movimentos norte-americanos de ultradireita

[_Juca_]

Milionários estão por trás de movimentos norte-americanos de ultradireita

Paul Krugman

http://noticias.uol.com.br/blogs-colunas/colunas-do-new-york-times/paul-krugman/2010/10/05/milionarios-estao-por-tras-de-movimentos-de-ultradireita-norte-americanos.jhtm

Uma nota para os ativistas do Tea Party: esse não é o filme que vocês estão pensando. Provavelmente vocês imaginam que estão estrelando "O Nascimento de uma Nação", mas na verdade são apenas figurantes em um "remake" de "Cidadão Kane".
É verdade, houve algumas mudanças na trama. Na original, Kane tentava comprar um alto cargo político para si mesmo. Na nova versão ele apenas coloca os políticos em sua folha de pagamentos.
Eu digo isso literalmente. Como o site "Politico" indicou recentemente, todo candidato importante para a nomeação presidencial republicana em 2012 que não está atualmente em um cargo e não se chama Mitt Romney é hoje um colaborador pago da Fox News. Hoje, magnatas da mídia com frequência promovem as carreiras e as campanhas de políticos que eles acreditam que servirão a seus interesses. Mas enviar cheques diretamente para favoritos políticos leva a coisa a um nível totalmente novo de descaramento.
Possivelmente isto não deva causar surpresa. O conservadorismo americano moderno é, em grande medida, um movimento moldado por bilionários e suas contas bancárias, e pagamentos garantidos para os ideologicamente leais são uma parte importante do sistema. Cientistas dispostos a negar a existência da mudança climática causada pelo homem, economistas dispostos a declarar que os cortes fiscais para os ricos são essenciais para o crescimento, estrategistas dispostos a oferecer explicações para guerras eletivas, advogados dispostos a fornecer defesas da tortura - todos contam com o apoio de uma rede de organizações que podem parecer independentes na superfície, mas são amplamente financiadas por um punhado de famílias ricas.
E essas organizações há muito fornecem abrigo para figuras políticas conservadoras que não exercem cargos atualmente. Assim, quando o senador Rick Santorum foi derrotado em 2006, conseguiu um novo emprego como diretor de um programa de Inimigos da América no Centro de Políticas Públicas e Ética, um grupo de pensadores que recebe financiamento das fontes habituais: os irmãos Koch, a família Coors e assim por diante.
Hoje Santorum é um desses colaboradores pagos pela Fox que contemplam uma campanha presidencial. Qual é a diferença?
Bem, por um lado a Fox News parece ter decidido que não precisa mais manter a pretensão de ser apartidária.
Ninguém que prestava atenção jamais duvidou de que a Fox é, na verdade, uma parte da máquina política republicana; mas a rede - com seu slogan orwelliano, "justa e equilibrada" - sempre negou o óbvio. Oficialmente, ainda nega. Mas ao contratar esses candidatos republicanos, enquanto ao mesmo tempo faz contribuições milionárias para a Associação de Governadores Republicanos e a Câmara do Comércio dos EUA, violentamente anti-Obama, a News Corp. de Rupert Murdoch, que é dona da Fox, dá sinais de que não sente mais necessidade de fazer qualquer esforço para manter as aparências.
Outra coisa também mudou: cada vez mais a Fox News passou de meramente apoiar candidatos republicanos a ungi-los. Christine O’Donnell, a irritada vencedora da primária republicana para o Senado em Delaware, é muitas vezes descrita como candidata do Tea Party, mas diante da publicidade que a rede lhe deu ela poderia igualmente ser descrita como candidata da Fox News. De qualquer modo, não há muita diferença: o movimento Tea Party deve grande parte de sua ascensão à entusiástica cobertura da Fox.
Como disse o analista político republicano David Frum: "Os republicanos originalmente pensavam que a Fox trabalhasse para nós, mas agora estamos descobrindo que nós trabalhamos para a Fox" - literalmente, no caso de todos aqueles esperançosos presidenciáveis não-Mitt Romney. Aliás, dias depois Frum foi demitido pelo Instituto de Empresas Americanas. Os conservadores criticam a Fox sob seu próprio risco.
Assim, o ministério da Propaganda na verdade assumiu o controle do Politburo. Quais são as implicações?
Talvez a mais importante é perceber que quando bilionários colocam seu poder por trás da ação "de base" da direita não se trata apenas de ideologia: também tem a ver com negócios. O que os irmãos Koch compraram com suas enormes doações políticas é, principalmente, liberdade para poluir. O que Murdoch está adquirindo com seu papel político expandido é o tipo de influência que permite que seu império da mídia faça suas próprias regras.
Assim, no Reino Unido, um repórter do "News of the World", um dos jornais de Murdoch, foi apanhado invadindo o correio de voz de cidadãos importantes, incluindo membros da família real. Mas a Scotland Yard mostrou pouco interesse por ir ao fundo da história. Hoje o editor que dirigia o jornal quando ocorreu a invasão é chefe de comunicações do governo conservador - e esse governo está falando em cortar o orçamento da BBC, que é concorrente da News Corp.
Por isso, pense naqueles cheques para Sarah Palin e outros como investimentos inteligentes. Afinal, se você é um tubarão da mídia, é sempre bom ter amigos em altos cargos. E os amigos mais confiáveis são aqueles que sabem que devem tudo a você.
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

[Geotecton]

Milionários estão por trás de movimentos norte-americanos de ultradireita

Fonte

[...]
Possivelmente isto não deva causar surpresa. O conservadorismo americano moderno é, em grande medida, um movimento moldado por bilionários e suas contas bancárias, e pagamentos garantidos para os ideologicamente leais são uma parte importante do sistema. Cientistas dispostos a negar a existência da mudança climática causada pelo homem, economistas dispostos a declarar que os cortes fiscais para os ricos são essenciais para o crescimento, estrategistas dispostos a oferecer explicações para guerras eletivas, advogados dispostos a fornecer defesas da tortura - todos contam com o apoio de uma rede de organizações que podem parecer independentes na superfície, mas são amplamente financiadas por um punhado de famílias ricas.
[...]

Aqui há claramente um viés ideólogico oposto ao que se está denunciando, pois há muitos cientistas de primeiríssima linha com reais dúvidas de qual é a proporção da influência da humanidade nas atuais alterações climáticas.

[Buckaroo Banzai]

Segundo tudo o que costumo ler, são muito poucos mesmo:

Sometimes the raw numbers are better than a percentage
By Phil on June 24, 2010 1:18 PM

A NY Times Environment blog entry summarizes an article in Proceedings of the National Academy of Sciences that looks into whether there really is a "scientific consensus" that humans are substantially changing the climate. There is. That's pretty much "dog bites man" as far as news is concerned. But although the results of the study don't seem noteworthy, I was struck by this paragraph in the blog writeup, which is pretty much a quote of the PNAS article:

For example, of the top 50 climate researchers identified by the study (as ranked by the number of papers they had published), only 2 percent fell into the camp of climate dissenters. Of the top 200 researchers, only 2.5 percent fell into the dissenter camp. That is consistent with past work, including opinion polls, suggesting that 97 to 98 percent of working climate scientists accept the evidence for human-induced climate change.

Two percent of the top 50, that's one person. And 2.5 percent of the top 200, that's five people. As a general rule, when the numerator in count data is very small, or when the denominator is fairly small, I prefer to see the numerator and denominator separately rather than a percentage. If someone says "this guy has been making more than 80% of his free throws this post season," I want to know if that is 6/7 or 17/20. So I think they should say 1/50 and 5/200, rather than 2% of the top 50 and 2.5% of the top 200. Yes, I understand these are mathematically identical, but I betcha a lot of people see "2% of 50" and don't realize that's one person, even though they'd realize it if they thought about it for just a second.

By the way, one guy (I assume it's a guy, most of them are guys) has over 850 climate-related publications. Fourteen people have over 500 publications each (one of these is the "dissenter" among the top 50). Jeez. Andrew might attain this sort of level if he keeps up as his current rate, but for most of the rest of us this is ridiculous. Quite a selection effect, too: it'd be pretty much impossible to be considered as one of their "top 50" climate experts if you are under 45 years old.

http://www.stat.columbia.edu/~cook/movabletype/archives/2010/06/sometimes_the_r.html

E não é o único estudo fazendo uma avaliação sobre o que seria o consenso com resultados que mostram uma esmagadora maioria "pró" influência humana -- se bem que eu mesmo não vi o estudo e pode ser que muitos apenas levassem isso em consideração e lidassem com outras coisas relacionadas, em vez de serem estudos de atribuição especificamente.

Isso, ao menos que no que se refere àqueles que defendam que a contribuição humana é negligenciável, pois, dentro dos que aceitam, obviamente deve haver os que discordam quanto ao grau, mas que não são propriamente rotuláveis como fazendo parte do grupo que se rotula de "céticos" nesse assunto, que, em linhas gerais, defende que, qualquer que seja o papel do CO2, não tem nada a ver com o aquecimento recente.


Vídeo da ótima série de Peter Hadfield (potholer54) que lida um pouco sobre isso:

<a href="http://www.youtube.com/v/qZzwRwFDXw0" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/qZzwRwFDXw0</a>

[_Juca_]

Milionários estão por trás de movimentos norte-americanos de ultradireita

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Possivelmente isto não deva causar surpresa. O conservadorismo americano moderno é, em grande medida, um movimento moldado por bilionários e suas contas bancárias, e pagamentos garantidos para os ideologicamente leais são uma parte importante do sistema. Cientistas dispostos a negar a existência da mudança climática causada pelo homem, economistas dispostos a declarar que os cortes fiscais para os ricos são essenciais para o crescimento, estrategistas dispostos a oferecer explicações para guerras eletivas, advogados dispostos a fornecer defesas da tortura - todos contam com o apoio de uma rede de organizações que podem parecer independentes na superfície, mas são amplamente financiadas por um punhado de famílias ricas.
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Aqui há claramente um viés ideólogico oposto ao que se está denunciando, pois há muitos cientistas de primeiríssima linha com reais dúvidas de qual é a proporção da influência da humanidade nas atuais alterações climáticas.

O que não deixa de ser uma opinião favorável aos grandes poluidores, certos ou não.

[Geotecton]

Milionários estão por trás de movimentos norte-americanos de ultradireita

Fonte

[...]
Possivelmente isto não deva causar surpresa. O conservadorismo americano moderno é, em grande medida, um movimento moldado por bilionários e suas contas bancárias, e pagamentos garantidos para os ideologicamente leais são uma parte importante do sistema. Cientistas dispostos a negar a existência da mudança climática causada pelo homem, economistas dispostos a declarar que os cortes fiscais para os ricos são essenciais para o crescimento, estrategistas dispostos a oferecer explicações para guerras eletivas, advogados dispostos a fornecer defesas da tortura - todos contam com o apoio de uma rede de organizações que podem parecer independentes na superfície, mas são amplamente financiadas por um punhado de famílias ricas.
[...]

Aqui há claramente um viés ideólogico oposto ao que se está denunciando, pois há muitos cientistas de primeiríssima linha com reais dúvidas de qual é a proporção da influência da humanidade nas atuais alterações climáticas.

O que não deixa de ser uma opinião favorável aos grandes poluidores, certos ou não.

Se voce quis dizer que isto gera uma dúvida favorável a eles, a resposta é: Talvez.

Mas a questão ambiental não se restringe às mudanças climáticas, pois o lixo, o desmatamento, a poluição dos corpos hídricos e a destruição dos biomas são tão ou mais importantes.

[Buckaroo Banzai]

Tem coisa assutadoramente podre que vejo sobre a fox news mesmo. Até recebe o apelido de "faux news".

[_Juca_]

Milionários estão por trás de movimentos norte-americanos de ultradireita

Fonte

[...]
Possivelmente isto não deva causar surpresa. O conservadorismo americano moderno é, em grande medida, um movimento moldado por bilionários e suas contas bancárias, e pagamentos garantidos para os ideologicamente leais são uma parte importante do sistema. Cientistas dispostos a negar a existência da mudança climática causada pelo homem, economistas dispostos a declarar que os cortes fiscais para os ricos são essenciais para o crescimento, estrategistas dispostos a oferecer explicações para guerras eletivas, advogados dispostos a fornecer defesas da tortura - todos contam com o apoio de uma rede de organizações que podem parecer independentes na superfície, mas são amplamente financiadas por um punhado de famílias ricas.
[...]

Aqui há claramente um viés ideólogico oposto ao que se está denunciando, pois há muitos cientistas de primeiríssima linha com reais dúvidas de qual é a proporção da influência da humanidade nas atuais alterações climáticas.

O que não deixa de ser uma opinião favorável aos grandes poluidores, certos ou não.

Se voce quis dizer que isto gera uma dúvida favorável a eles, a resposta é: Talvez.

Mas a questão ambiental não se restringe às mudanças climáticas, pois o lixo, o desmatamento, a poluição dos corpos hídricos e a destruição dos biomas são tão ou mais importantes.

Fato, sem dúvida. E acho que essas questões tem que ser tratadas no contexto ambiental único, pois uma não se desvincula totalmente da outra.

[Geotecton]

Tem coisa assutadoramente podre que vejo sobre a fox news mesmo. Até recebe o apelido de "faux news".

Não foi esta emissora que transmitiu aquele programa que insinua que o Obama era um "muçulmano terrorista travestido de americano" ou pelo menos um "simpatizante" com a causa?

[Buckaroo Banzai]

Não sei se foi aquilo exatamente, mas fazem coisas quase nessa linha. Vi que recentemente por exemplo reciclaram uma notícia de 2006 ou 2008, onde uns dois outrês supremacistas negros ficavam falando coisas sobre como que se tinha que acabar com a raça branca ou sei lá o que. Totalmente não-notícia, mas "usado" em algum contexto do tipo "os negros são uma ameaça" ou algo assim.

[Geotecton]

Não sei se foi aquilo exatamente, mas fazem coisas quase nessa linha. Vi que recentemente por exemplo reciclaram uma notícia de 2006 ou 2008, onde uns dois outrês supremacistas negros ficavam falando coisas sobre como que se tinha que acabar com a raça branca ou sei lá o que. Totalmente não-notícia, mas "usado" em algum contexto do tipo "os negros são uma ameaça" ou algo assim.

Putz.

Há cerca de dois anos eu li uma notícia sobre um destes indivíduos, e que é professor de história, se não me engano na Columbia University, em que ele prega abertamente a "superioridade negra" citando bobagens do tipo:

"Os brancos são das terras gélidas e são reservados, astutos, mentirosos, sisudos e gananciosos; ao passo que os negros são das terras ensolaradas e são extrovertidos, ingênuos, verdadeiros, alegres e generosos".

Tentarei resgatar o nome deste infeliz.

[Buckaroo Banzai]

Não era esse, sei de quem está falando, mas não lembro o nome (é conhecido como "black Hitler" ou algo assim, apesar de não ser o Robert Mugabe, que também faz o estilo, com direito a bigodinho até). Eram meio que uns neoblackpanthers, mais jovens que esse cara, no meio da rua.

[Buckaroo Banzai]

Kamau Kambon.

[Geotecton]

Kamau Kambon.

Não tenho certeza que seja o Kambon, pois eu me lembro que o dito cujo era professor em uma universidade do NE dos EUA e não do SE.

Mas a linha de "pensamento" (glup!) é semelhante.

[Dr. Manhattan]

Não é a primeira vez que os grandes empresários americanos tentam agir diretamente sobre a política de lá.
Na época do F. D. Roosevelt, eles até tentaram armar um golpe de estado! [1]
Esses sujeitos, junto com suas marionetes do Tea Party, não devem ser subestimados.


[1] http://www.huppi.com/kangaroo/Coup.htm

[O Grande Capanga]

Um bom filme/documentário que mostra a influências das grandes empresas sobre os governos (pelo menos no governo americano) é A Corporação.

No caso da Fox News, ela deveria exibir uma reportagem denunciando que um hormônio (ou outro medicamento) aplicados em vacas pra aumentar a produção de leite (se não me engano), poderia trazer sérios riscos à saúde do homem. A empresa que produz o medicamento é a Monsanto.

Pelo que me lembro, na emissora foi anunciado com dias de antecedência que iria passar o documentário. Aí a Monsanto resolveu ferrar com a Fox News, pois a Monsanto tinha muita propaganda nesse canal (pra quem não sabe, o aspartame é produzido pela Monsanto). Como a emissora não quis perder a grana da publicidade, ela, no final, não passou a reportagem. Sem contar que até que se resolveu não publicar a reportagem, ela teve que ser revisada umas 800 vezes (se não me engano) e demorou meses até ficar "pronta". Acho que foram os repórteres que desistiram no final.

No mesmo filme/documentário, mostra uma espécie de executivo que diz ter participado de uma reunião com o governo onde se encontravam diversas agências americanas (CIA, FBI, NSA etc.) e lobbystas de grandes empresas. Ele, ironicamente, se perguntou pra que precisavam de representantes desses grandes empresas nessa reunião...