Autor Tópico: Política - Erenice Guerra e o tráfico de influência no governo do PT  (Lida 658 vezes)

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Offline Geotecton

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Política - Erenice Guerra e o tráfico de influência no governo do PT
« Online: 10 de Outubro de 2010, 19:04:23 »
Citação de: O Estado de São Paulo
Nomeado de Erenice nos Correios fecha contrato superfaturado em R$ 2,8 milhões

Documentos obtidos pelo jornal mostram que a nova direção da estatal, nomeada por Erenice Guerra, manobrou para ressuscitar, em agosto, uma licitação que havia sido cancelada três meses antes pelo comando demitido da estatal

O presidente dos Correios, David José de Matos, e a diretoria da estatal aprovaram um contrato superfaturado em R$ 2,8 milhões para favorecer uma empresa de carga aérea.

Documentos obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo mostram que a nova direção da estatal, nomeada pela então ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, manobrou para ressuscitar, em agosto, uma licitação que havia sido cancelada três meses antes pelo comando demitido da estatal.

Os documentos da presidência dos Correios e os registros dos pregões revelam o esforço da nova diretoria, que assumiu no dia 2 de agosto, para, duas semanas depois da posse, entregar à Total Linhas Aéreas um contrato de R$ 44,3 milhões.

A licitação foi concluída em meio à crise que derrubou Erenice da Casa Civil. Coube ao presidente David de Matos e seus diretores aprovarem no dia 15 de setembro, um dia antes da demissão da ministra, a contratação da Total, como mostra a ata da 36.ª reunião interna do comando da estatal. O contrato foi publicado no Diário Oficial da União de 4 de outubro, um dia depois do primeiro turno eleitoral. No período de um ano, a Total vai transportar cargas dos Correios no trecho Fortaleza-Salvador-São Paulo-Belo Horizonte.

Tudo começou no dia 2 de junho, quando um pregão foi feito para o serviço pelo preço limite de R$ 41,5 milhões. A Total entrou sozinha no leilão e ofereceu R$ 47 milhões. A proposta foi recusada pelos Correios. “Solicito a redução do último valor proposto ao preço de referência, sob pena de ter sua proposta desclassificada do certame”, disse o pregoeiro, segundo registro eletrônico. A empresa não mudou o preço e a licitação foi anulada.

Para conseguir o contrato de R$ 44,3 milhões, na licitação de agosto - com posterior aprovação da manobra pela diretoria, em setembro -, a Total contou com o apoio de outro personagem central da crise dos Correios, o coronel Eduardo Artur Rodrigues Silva, então nomeado diretor de Operações.

Em agosto, o coronel foi procurado pelos donos da Total para tentar reverter juridicamente o pregão revogado em junho. A empresa MTA, que ganhara na Justiça uma licitação dos Correios, foi consultada sobre a possibilidade de orientar a Total a conseguir fechar esse contrato. O objetivo, naquele momento, era tentar transformar as duas empresas de carga aérea no embrião da unidade de logística que o governo pretende criar em 2011 - uma sociedade mista entre governo e empresas privadas avaliada em US$ 400 milhões.

A solução dada foi fazer uma nova licitação no dia 19 de agosto. Dessa vez, os Correios subiram de R$ 41,5 milhões para R$ 42 milhões o preço máximo para contratação. Mais uma vez, só a Total participou dos lances.

Chegou ao preço de R$ 44,3 milhões e avisou que não poderia mais reduzir o valor, apesar dos alertas do pregoeiro: “Solicitamos que a arrematante faça mais uma revisão em sua planilha de custos, reduzindo sua proposta para, pelo menos, o valor estimado da contratação.”

O artigo 48 da Lei de Licitações é claro. Diz que serão desclassificadas “propostas com valor global superior ao limite estabelecido”. Já o artigo 40 veda faixas de variação em relação a preços de referência. Diante do conflito legal, o resultado do pregão foi remetido ao coronel Artur, que era o diretor de Operações.

Num relatório de 13 páginas, a que o Estado teve acesso, ele deixa de lado os alertas no pregão e justifica a contratação da Total Linhas Aéreas por um preço R$ 2,8 milhões acima do valor estipulado na licitação revogada em junho e R$ 2,3 milhões superior ao preço definido no edital da segunda concorrência. Segundo ele, os métodos dos Correios para chegar a uma estimativa “não são absolutamente precisos”. “Fato este que permite a homologação excepcional de licitações por valor acima do previamente estimado em decorrência da variação normal de mercado e desde que haja interesse público”, diz.

O parecer do ex-diretor foi então submetido em 15 de setembro ao comando dos Correios. David José de Matos, amigo e colega de Erenice desde os tempos em que trabalharam na Eletronorte, dirigiu a reunião que aprovou a contratação da Total por R$ 44,3 milhões, vigorando por 12 meses. O contrato foi publicado na semana passada. Na ata estão os nomes dele, do coronel Artur e dos diretores Décio Braga d Oliveira, Ronaldo Takahashi de Araújo, José Osvaldo Fontoura e Nelson Luiz de Freitas. No dia seguinte, Erenice Guerra pediria demissão da chefia da Casa Civil, em meio ao escândalo envolvendo assessores e parentes dentro do governo.

O coronel Artur demitiu-se no dia 19 de setembro, depois de o Estado revelar que era testa de ferro de um empresário argentino na MTA, outra empresa contratada pelos Correios e personagem da queda de Erenice Guerra da Casa Civil. Um filho de Erenice, Israel, fez lobby e cobrou propina para ajudar a MTA.
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Offline calvino

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Re: Política - Erenice Guerra e o tráfico de influência no governo do PT
« Resposta #1 Online: 20 de Outubro de 2010, 12:44:48 »
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Ouça o áudio da entrevista em que Roberto Rocha revela ter pago propina na Casa Civil

 Na edição desta semana, VEJA revela que o deputado e empresário Roberto Rocha, do PSDB do Maranhão, foi extorquido pela Casa Civil, em 2007, para resolver um problema no governo federal. O achacador foi Vladimir Muskatirovic, advogado e atual chefe-de-gabinete da Casa Civil, apadrinhado pelas ex-ministras Dilma Rousseff e Erenice Guerra, com as quais trabalha desde o começo da administração petista.
 
Conhecido como “Vlad”, o assessor cobrou 100 000 reais de propina do deputado Rocha. Era a taxa para que a Presidência da República autorizasse uma transferência de cotas da TV Cidade, retransmissora da Record no Maranhão, da qual o deputado é sócio. Com o ato, Rocha passaria a ser o dono da TV.


Mais...


http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/ouca-o-audio-da-entrevista-em-que-roberto-rocha-afirma-ter-sido-extorquido-na-casa-civil
"Se a moralidade representa o modo como gostaríamos que o mundo funcionasse, a economia representa o modo como ele realmente funciona" Freakonomics.

Offline calvino

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Re: Política - Erenice Guerra e o tráfico de influência no governo do PT
« Resposta #2 Online: 20 de Outubro de 2010, 12:53:10 »
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Esquema de Erenice operava em outros dois órgãos da Presidência



Uma informação divulgada nesta quarta-feira dá uma nova dimensão do esquema de aparelhamento do estado montado sob a supervisão da ex-ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, revelado por VEJA no mês passado. Reportagem do jornal Folha de S. Paulo revela que a extensão do esquema de tráfico de influência operado pelo filho da ex-ministra, Israel Guerra, ultrapassou as fronteiras da pasta e chegou a outros dois órgãos da Presidência.

Conforme revelado por VEJA, Israel transformou-se em lobista em Brasília, intermediando contratos milionários entre empresários e órgãos do governo, mediante o pagamento de uma "taxa de sucesso". A propina era também distribuída a funcionários da Casa Civil para que eles mantivessem silêncio sobre esquemas de corrupção - ou colaborassem com eles.

De acordo com a reportagem da Folha de S. Paulo, Israel e sua turma utilizaram também os computadores e funcionários da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O esquema foi descoberto durante a sindicância interna do Planalto aberta para investigar o caso. Os resultados da investigação são mantidos em sigilo pelo governo.

As investigações apontam que o computador de Gabriel Laender, servidor da SAE, foi utilizado diversas vezes com a senha de Vinícius Castro, sócio de Israel na Capital, a empresa por meio da qual o grupo intermediava contratos com o governo e "vendia" a influência de Erenice aos seus clientes. Castro ocupava o cargo de assessor jurídico da Casa Civil, mas pediu demissão após a revelação do esquema. Era ele quem recebia – em encontros com empresários – a propina de 6% sobre o valor de negócios fechados com o governo federal.

Segundo a reportagem, a sindicância apurou ainda que 12 computadores foram utilizados com as senhas de Castro, de Erenice e de Stevan Knezevic, o terceiro sócio de Israel na Capital. Uma das máquinas estava localizada no Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) - órgão da Presidência que é membro do Sistema Brasileiro de Inteligência, subordinado ao GSI. Knezevic ocupava um cargo de assessor no Sipam até 17 de setembro, quando pediu exoneração e voltou à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que havia cedido o funcionário à Presidência. Os responsáveis pela sindicância, porém, ainda não decidiram se vão abrir os arquivos dos computadores ou se a tarefa ficará a cargo da Polícia Federal, que também investiga o caso.

O prazo inicial para que a comissão de sindicância apresentasse suas conclusões sobre o esquema terminou no domingo, mas foi prorrogado por mais 30 dias. Com o adiamento, a decisão do ministério sobre o caso só será conhecida depois do segundo turno da eleição presidencial.


Fonte
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Offline Geotecton

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Re: Política - Erenice Guerra e o tráfico de influência no governo do PT
« Resposta #3 Online: 20 de Outubro de 2010, 15:08:43 »
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Esquema de Erenice operava em outros dois órgãos da Presidência

[...]
De acordo com a reportagem da Folha de S. Paulo, Israel e sua turma utilizaram também os computadores e funcionários da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O esquema foi descoberto durante a sindicância interna do Planalto aberta para investigar o caso. Os resultados da investigação são mantidos em sigilo pelo governo.
[...]

Só falta alguém do PIG insinuar que o chefe-mor estava envolvido.

Resposta-padrão dele:

"Eu não sabia de nada". :twisted:

É o PIG. Sem dúvida. ::)
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Offline Diegojaf

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Re: Política - Erenice Guerra e o tráfico de influência no governo do PT
« Resposta #4 Online: 20 de Outubro de 2010, 18:41:47 »
E agora o MPF pediu que seja devolvida a grana do concurso dos Correios. Tem gente espumando de raiva.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Geotecton

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Re: Política - Erenice Guerra e o tráfico de influência no governo do PT
« Resposta #5 Online: 24 de Outubro de 2010, 09:47:42 »
Interessante que até o momento o escândalo Dilma/Gemini teve pouca repercussão, principalmente pelo fato de que a "candidata-do-Caco" criticou o seu oponente, acusando-o de "querer privatizar" a Petrobrás.

Citação de: Jorge Serrão
Ao acusar insistentemente o tucano José Serra de ser favorável à privatização de setores da Petrobras, Dilma corre um forte risco: ter que explicar, nos debates e fora deles, o que a levou, como Ministra de Minas e Energia e Presidente do Conselho de Administração da Petrobras, a avalizar a constituição da Gemini – sociedade por meio da qual a Petrobras transformou uma empresa pertencente a um grupo norte-americano a maior beneficiária de nosso gás natural liquefeito (GNL).

Tal privatização promovida pessoalmente pela Dilma e sua equipe é o fato objetivo que o engenheiro João Vinhosa alerta ao presidente Lula em carta encaminhada nesta quarta (13 de outubro). No documento, Vinhosa sugere ser intimado pela Polícia Federal para falar sobre o tráfico de influência na Casa Civil no Caso Gemini. Releia os artigos deste Alerta Total: Lula, tráfico de influência e Gemini e Dilma, Erenice e Gemini: mais escândalo, além de Geminigate (Parte I), Geminigate (Parte II), Geminigate (Parte III) e Geminigate (Parte IV).

Será que as autoridades têm coragem de convocar o engenheiro Vinhosa para falar do tema que comprova a privataria petralha, em meio ao segundo turno eleitoreiro?

E será que o candidato tucano José Serra, que parece não ter vontade de ganhar a eleição, vai ter coragem de usar o Caso Gemini para enquadrar Dilma nos debates?

Fonte.
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Offline Sofista

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Re: Política - Erenice Guerra e o tráfico de influência no governo do PT
« Resposta #6 Online: 24 de Outubro de 2010, 11:18:57 »
Interresante como a opnião pública é avessa as privatizações, ou será que não é?Pois empressas publicas são malefício óbvio para demogracia e para politica em uma visão minimalista da gestão publica e é urgente num país que sofre horrores com a corrupção como nosso. E nossos candidatos, principalmente o Serra tem medo de assumir tal opnião. O ibope/vox populi estes institutos de pesquisa será que não poderiam fazer uma pesquisa de opnião pública sobre o que as pessoas acham sobre as privatizações?
Quem sou eu?Entre os crente sou ateu, entre ateus sou um crente.

 

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