Emprestando ou não, acho que essa questão não tem muito a ver com o estoque da dívida da União.
Como eu disse antes, vejo análises completamente díspares entre os especialistas. E falo isso desconsiderando as análises político-ideológicas.
Em sua opinião, o que seria responsável por tamanha dispersão nas análises e conclusões dos especialistas?
Bom, dos que se dizem preocupados, normalmente aventam uma eventual piora no cenário internacional, o que poderia levar o país a enfrentar dificuldades no financiamento da dívida (via rolagem dos títulos), e consequentemente ter que torrar as reservas atuais, que no momento são confortáveis, ou então mandar os juros para a estratosfera, como foi feito no governo FHC.
Sob esse aspecto, seria mesmo bom ter cautela. E a única forma plausível, pelo menos por enquanto, para minimizar esse risco, seria o Estado diminuir o custeio, o gasto com a máquina pública.
Já os otimistas não vêem risco iminente de piora grave do cenário internacional, e ainda afirmam que o país está criando as condições para se garantir via balança comercial, investindo na infra-estrutura. Se fiam ainda no enorme crescimento que tem ocorrido em investimentos, por parte da iniciativa privada, em máquinas e equipamentos de produção, o que garantiria um eventual necessário esforço exportador.
É difícil, ainda mais para mim que não sou especialista no assunto, optar por um ou outro.
Acho que há muita ideologização dessa discussão, que sempre avança para a questão do papel do Estado na economia.