Autor Tópico: A última minoria  (Lida 1222 vezes)

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Offline Lion

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A última minoria
« Online: 26 de Outubro de 2010, 16:22:30 »
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Fábio Ulhoa Coelho - O Estado de S.Paulo

Quando Barack Obama, em janeiro de 2009, tomou posse como presidente dos Estados Unidos, a trajetória da luta pelos direitos da minoria registrou evento de simbolismo ímpar - um dos mais importantes cargos do mundo (se não o mais importante) era ocupado, a partir de então, por um negro.

Naquele momento acontecia algo absolutamente impensável há algumas décadas. E acontecia, pode-se dizer, com a naturalidade que devia mesmo caracterizá-lo. Ter-se dado pouca relevância à cor do novo presidente explica-se, exatamente, em razão dos avanços da luta pelos direitos das minorias. A falta de extraordinário destaque a essa particular circunstância revela o amadurecimento da sociedade norte-americana, cerca de meio século depois de deflagrado o movimento pelos direitos civis.

Sendo a assim chamada "raça" da pessoa em tudo irrelevante na avaliação da sua competência como chefe de Estado e de governo, não há mesmo nenhum motivo para dispensar a esse detalhe qualquer atenção desmedida.

A posse de Obama, no entanto, serve também a outra reflexão, igualmente importante para se compreender a trajetória da luta pelos direitos da minoria, para se perceber que, por mais eloquente que tenha sido, naquele momento, o resultado dessa luta, ela ainda não terminou. Há vários exemplos de representantes de outras minorias na chefia de governos e Estados em países democráticos. O gênero da pessoa, há tempos, não tem nenhuma importância na escolha de governantes e até mesmo a orientação sexual não é mais levada em conta em alguns lugares (na Alemanha, por exemplo).

O que demonstrou, na posse de Obama, que a luta pelos direitos da minoria ainda tem chão pela frente foi o acento dado à religião na cerimônia. Além do tradicional juramento com as mãos sobre a Bíblia, abriu-se a palavra à bênção de dois pastores. Sendo os EUA um Estado laico, a reverência dada à questão religiosa no transcorrer do ritual de transmissão da presidência liga-se a um aspecto importante da política: refiro-me ao preconceito contra uma minoria, os ateus.

Esse preconceito habita a política brasileira. É uma história de todos conhecida a tergiversação de Fernando Henrique Cardoso diante da pergunta do jornalista Boris Casoy, num debate entre os postulantes à Prefeitura de São Paulo em 1985, sobre se ele seria ateu. "Se não fosse, é óbvio que teria respondido, de modo direto e claro, à pergunta; se tergiversou, é ateu" - certamente foi isso que pensou algum eleitor. Nos anos seguintes, FHC visitou a Basílica de Nossa Senhora Aparecida no dia da padroeira. Independentemente da crença, ou não, que nutre ou nutria, em Deus, ele tinha de mostrar ao eleitorado que professava uma religião.

Mas por que a cor, o gênero e a opção sexual do candidato a cargos eletivos são, hoje, considerados atributos irrelevantes, mas a crença dele não? Por que o eleitor resiste a eleger um prefeito, governador ou presidente assumidamente ateu?

A questão surge como extremamente oportuna no interregno entre o primeiro e o segundo turnos da eleição presidencial em curso, quando, diante das dúvidas sobre a descriminalização do aborto, ganhou inusitada e inesperada relevância a crença religiosa cultivada pelos postulantes. Teria qualquer chance de se eleger um hipotético candidato à Presidência da República, no Brasil, que se apresentasse ao eleitorado como ateu?

Os ateus compõem uma minoria. São socialmente discriminados por suas convicções. Preferem, muitas vezes, ocultar a falta de crença na existência de um Deus criador e ordenador a se expor a tais discriminações. Mas, assim como a cor, o gênero e a opção sexual da pessoa, a falta de religião e de fé é atributo que não deveria pesar na hora da escolha dos governantes.

O preconceito contra os ateus origina-se da ideia de que a crença em Deus serve como freio moral. Assim, uma pessoa sem Deus seria desprovida de valores para discernir o certo do errado e, por isso, só conseguiria nortear sua conduta a partir de interesses egoístas. Essa ideia é falsa.

Quem respeita as normas de convivência social com medo da punição divina ou para obter beneplácitos celestiais é, sob o ponto de vista moral, uma pessoa bem mais frágil do que o ateu. Quando este age conforme tais normas, a despeito de qualquer temor de castigo ou desejo de recompensa futura, é porque está convencido da importância dos preceitos morais, tanto para sua própria vida como para a dos outros.

O preconceito contra o ateísmo talvez não seja perceptível no dia a dia. Afinal, não se divulgam discriminações no trabalho, em ambientes sociais ou manifestações culturais. Durante as eleições, no entanto, o preconceito aflora de modo avassalador.

José Serra, em Goiânia, beija o rosário e Dilma Rousseff vai à missa no Santuário de Aparecida - manifestações de religiosidade explícita tornam-se tema obrigatório de campanha, para que os candidatos (ateus ou crentes, pouco importa) possam defender-se eficazmente do preconceito contra o ateísmo.

E enquanto vicejar este preconceito, há sempre o risco de o debate político se contaminar por obscurantismos e fundamentalismos, desviando a atenção da campanha eleitoral para assuntos que fogem aos que realmente interessam ao País. O combate ao preconceito contra os ateus contribui, portanto, para o fortalecimento da democracia. Aliás, fortalece-a o combate a qualquer preconceito.

E assim como a emancipação da mulher é do interesse também dos homens, e o fim do apartheid não trouxe proveito somente aos diretamente prejudicados por essa nefasta política racial, também aos crentes interessa a superação dos preconceitos contra os ateus. Ganharíamos todos nós, os brasileiros, cuja significativa maioria tem religião e nutre fervorosa fé em Deus, se mais este preconceito fosse extirpado da política.

JURISTA, É PROFESSOR DA PUC-SP

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101025/not_imp629384,0.php

Offline uiliníli

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Re: A última minoria
« Resposta #1 Online: 26 de Outubro de 2010, 16:34:16 »
:clap: Algum progresso já está sendo feito, se  um dos principais jornais do país já está até reconhecendo a existência do problema. Sugiro que os colegas mandem e-mails parabenizando a jornal, pretendo fazer isso também :ok:

Offline Dbohr

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Re: A última minoria
« Resposta #2 Online: 26 de Outubro de 2010, 16:42:32 »
Louvável, mesmo! :ok:

Offline calvino

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A última minoria (ateus)
« Resposta #3 Online: 26 de Outubro de 2010, 16:59:52 »
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A última minoria

Fábio Ulhoa Coelho - O Estado de S.Paulo

Quando Barack Obama, em janeiro de 2009, tomou posse como presidente dos Estados Unidos, a trajetória da luta pelos direitos da minoria registrou evento de simbolismo ímpar - um dos mais importantes cargos do mundo (se não o mais importante) era ocupado, a partir de então, por um negro.

Naquele momento acontecia algo absolutamente impensável há algumas décadas. E acontecia, pode-se dizer, com a naturalidade que devia mesmo caracterizá-lo. Ter-se dado pouca relevância à cor do novo presidente explica-se, exatamente, em razão dos avanços da luta pelos direitos das minorias. A falta de extraordinário destaque a essa particular circunstância revela o amadurecimento da sociedade norte-americana, cerca de meio século depois de deflagrado o movimento pelos direitos civis.

Sendo a assim chamada "raça" da pessoa em tudo irrelevante na avaliação da sua competência como chefe de Estado e de governo, não há mesmo nenhum motivo para dispensar a esse detalhe qualquer atenção desmedida.

A posse de Obama, no entanto, serve também a outra reflexão, igualmente importante para se compreender a trajetória da luta pelos direitos da minoria, para se perceber que, por mais eloquente que tenha sido, naquele momento, o resultado dessa luta, ela ainda não terminou. Há vários exemplos de representantes de outras minorias na chefia de governos e Estados em países democráticos. O gênero da pessoa, há tempos, não tem nenhuma importância na escolha de governantes e até mesmo a orientação sexual não é mais levada em conta em alguns lugares (na Alemanha, por exemplo).

O que demonstrou, na posse de Obama, que a luta pelos direitos da minoria ainda tem chão pela frente foi o acento dado à religião na cerimônia. Além do tradicional juramento com as mãos sobre a Bíblia, abriu-se a palavra à bênção de dois pastores. Sendo os EUA um Estado laico, a reverência dada à questão religiosa no transcorrer do ritual de transmissão da presidência liga-se a um aspecto importante da política: refiro-me ao preconceito contra uma minoria, os ateus.

Esse preconceito habita a política brasileira. É uma história de todos conhecida a tergiversação de Fernando Henrique Cardoso diante da pergunta do jornalista Boris Casoy, num debate entre os postulantes à Prefeitura de São Paulo em 1985, sobre se ele seria ateu. "Se não fosse, é óbvio que teria respondido, de modo direto e claro, à pergunta; se tergiversou, é ateu" - certamente foi isso que pensou algum eleitor. Nos anos seguintes, FHC visitou a Basílica de Nossa Senhora Aparecida no dia da padroeira. Independentemente da crença, ou não, que nutre ou nutria, em Deus, ele tinha de mostrar ao eleitorado que professava uma religião.

Mas por que a cor, o gênero e a opção sexual do candidato a cargos eletivos são, hoje, considerados atributos irrelevantes, mas a crença dele não? Por que o eleitor resiste a eleger um prefeito, governador ou presidente assumidamente ateu?

A questão surge como extremamente oportuna no interregno entre o primeiro e o segundo turnos da eleição presidencial em curso, quando, diante das dúvidas sobre a descriminalização do aborto, ganhou inusitada e inesperada relevância a crença religiosa cultivada pelos postulantes. Teria qualquer chance de se eleger um hipotético candidato à Presidência da República, no Brasil, que se apresentasse ao eleitorado como ateu?

Os ateus compõem uma minoria. São socialmente discriminados por suas convicções. Preferem, muitas vezes, ocultar a falta de crença na existência de um Deus criador e ordenador a se expor a tais discriminações. Mas, assim como a cor, o gênero e a opção sexual da pessoa, a falta de religião e de fé é atributo que não deveria pesar na hora da escolha dos governantes.

O preconceito contra os ateus origina-se da ideia de que a crença em Deus serve como freio moral. Assim, uma pessoa sem Deus seria desprovida de valores para discernir o certo do errado e, por isso, só conseguiria nortear sua conduta a partir de interesses egoístas. Essa ideia é falsa.

Quem respeita as normas de convivência social com medo da punição divina ou para obter beneplácitos celestiais é, sob o ponto de vista moral, uma pessoa bem mais frágil do que o ateu. Quando este age conforme tais normas, a despeito de qualquer temor de castigo ou desejo de recompensa futura, é porque está convencido da importância dos preceitos morais, tanto para sua própria vida como para a dos outros.

O preconceito contra o ateísmo talvez não seja perceptível no dia a dia. Afinal, não se divulgam discriminações no trabalho, em ambientes sociais ou manifestações culturais. Durante as eleições, no entanto, o preconceito aflora de modo avassalador.

José Serra, em Goiânia, beija o rosário e Dilma Rousseff vai à missa no Santuário de Aparecida - manifestações de religiosidade explícita tornam-se tema obrigatório de campanha, para que os candidatos (ateus ou crentes, pouco importa) possam defender-se eficazmente do preconceito contra o ateísmo.

E enquanto vicejar este preconceito, há sempre o risco de o debate político se contaminar por obscurantismos e fundamentalismos, desviando a atenção da campanha eleitoral para assuntos que fogem aos que realmente interessam ao País. O combate ao preconceito contra os ateus contribui, portanto, para o fortalecimento da democracia. Aliás, fortalece-a o combate a qualquer preconceito.

E assim como a emancipação da mulher é do interesse também dos homens, e o fim do apartheid não trouxe proveito somente aos diretamente prejudicados por essa nefasta política racial, também aos crentes interessa a superação dos preconceitos contra os ateus. Ganharíamos todos nós, os brasileiros, cuja significativa maioria tem religião e nutre fervorosa fé em Deus, se mais este preconceito fosse extirpado da política.

JURISTA, É PROFESSOR DA PUC-SP


Fonte
"Se a moralidade representa o modo como gostaríamos que o mundo funcionasse, a economia representa o modo como ele realmente funciona" Freakonomics.

Offline calvino

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Re: A última minoria (ateus)
« Resposta #4 Online: 26 de Outubro de 2010, 17:05:18 »
Bom, já vou deixar minha opinião como cristão.
Concordo que vocês sofrem preconceito, e que essa prostituição e incoerência religiosa dos candidatos é ridícula, mas como disse a candidata Marina Silva: Estado Laico não é estado ateu.

No artigo o autor parece dar a impressão de que o candidato só respeitará o laicismo se não manifestar sua religião, por respeito aos ateus e às outras religiões. Discordo disso. O que precisa haver é transparência e coerência quando o candidato manifestar sua crença, ou a falta dela.
"Se a moralidade representa o modo como gostaríamos que o mundo funcionasse, a economia representa o modo como ele realmente funciona" Freakonomics.

Offline Lion

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Re: A última minoria
« Resposta #5 Online: 26 de Outubro de 2010, 17:31:48 »
Sugiro que os colegas mandem e-mails parabenizando a jornal, pretendo fazer isso também :ok:
Já enviei o meu comentário. :)

Offline Osler

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Re: A última minoria (ateus)
« Resposta #6 Online: 26 de Outubro de 2010, 18:03:22 »
Não vejo nada demais em um candidadto a qualquer cargo público manifestar sua preferência religiosa.
Acho que ele pode fazer um discurso político misturado como o religioso, embora não deva.
Sou contra qualquer manifestação religiosa somente quando passa a ser funcionário público e encontra-se no exercício de sua função.
Se o Lula quiser usar crucifixo, ir  amissa aos Domingos, baixar santo, rezar apontado para Meca problema dele, contanto que seja na hora de folga dele - se bem que no caso do Lula "hora de folga" deve durar umas 24 horas por dia.
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline uiliníli

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Re: A última minoria (ateus)
« Resposta #7 Online: 26 de Outubro de 2010, 18:10:24 »
Tópico duplicado. E acho que o que o autor quis dizer é que num estado realmente democrático e laico, os candidatos não precisarão dissimular uma fé tão ostensiva quanto falsa devido ao medo de parecerem ter o "grave defeito" de não serem religiosos. E isso é bom tanto para os ateus, que quando isso acontecer terão enfim sido assimilados, quanto para os religiosos, que não terão mais sua fé manipulada de forma tão indecente quanto estamos vendo.
Ninguém aqui exige que os candidatos sejam ateus, vide a vocação que a Marina recebeu de gente daqui. Eu mesmo me arrependi de não ter votado nela e votaria diferente hoje. Tudo o que nós ateus, como vocês cristãos, como todos os brasileiros queremos essa transparência e coerência que você mencionou, mas ela só existirá quando a sociedade aceitar inclusive o direito das pessoas não crerem, o que hoje é inaceitável.

Offline Memphis Belle

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Re: A última minoria (ateus)
« Resposta #8 Online: 26 de Outubro de 2010, 22:24:28 »
Em outro tópico por aí, já falei algo parecido com o que direi agora: todas as minorias ou classes discriminadas socialmente, travaram grandes batalhas para se posicionarem. E conforme a minoria, ainda trava batalhas dentro de uma grande guerra. Infelizmente, aos amigos ateus, será dado mais 'espaço' e direitos, conforme sua disposição no posicionamento pessoal. Digo isso, porque ainda tem muito ateu que prefere o conforto da omissão a assumir-se como tal, ao desconforto de tudo o que pode passar a ser exposto, se assumir-se como ateu. Esta conquista de que fala o texto, há de ser suada e um tanto sacrificada, mas a história nos dá bons exemplos de luta e vitória. Há espaço para todas as identificações ideológicas. E para o ateísmo, certamente também.
Não falo por conhecimento estatístico, mas por conhecimento do meu entorno. Há muito mais ateus do que supostamente se crê. Então que comecem a dar as caras.
Com carinho e desejos de Paz e Bem,
Memphis.
"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele ou por sua origem, ou sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender.
E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto.
A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta."
(Nelson Mandela)

Offline Sofista

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Re: A última minoria (ateus)
« Resposta #9 Online: 27 de Outubro de 2010, 12:52:28 »
Bom, já vou deixar minha opinião como cristão.
Concordo que vocês sofrem preconceito, e que essa prostituição e incoerência religiosa dos candidatos é ridícula, mas como disse a candidata Marina Silva: Estado Laico não é estado ateu.
Laico é sem influência religiosa e mantendo uma postura de neutralidade em relação as questões religiosas. Por exemplo não daria pra dizer que estado socialista da antiga Russia era laico.
Laico é o que Raul Seixas propunha em sua musica Novo Aeon" – "Querer o meu não é roubar o seu / pois o que eu quero é só função do eu / sociedade alternativa, sociedade novo aeon / é um sapato em cada pé / é direito de ser ateu ou de ter fé / ter prato entupido de comida que cê mais gosta / é ser carregado e carregar gente nas costas / direito de ter riso, de prazer / e até direito de deixar Jesus sofrer."
Quem sou eu?Entre os crente sou ateu, entre ateus sou um crente.

Offline Geotecton

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Re: A última minoria
« Resposta #10 Online: 27 de Outubro de 2010, 13:49:04 »
Para a média dos cidadãos brasileiros entre as classes E, D, C e B, é um "demérito" muito maior ser ateu do que ser homossexual, por exemplo, porque a doutrinação religiosa tornou esta opinião parte importante do sistema de pensamento deles. E isto explica o porque FHC teve que responder daquela forma.

A politicalha religiosa deve rir muito da delicada situação dos políticos ateus.
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Offline West

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Re: A última minoria (ateus)
« Resposta #11 Online: 27 de Outubro de 2010, 22:49:10 »
O ateísmo é apenas uma opinião sobre algo tão desimportante como superstições, crendices e afins que quase todos os ateus estão se lixando de serem considerados minoria, maioria ou o escanbau.
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
Agora não se acham nem no céu."
__________
Provérbio Iídiche.

"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não
existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento.
Entres elas, o fato de que eles nunca aparecem."
__________
Protágoras.Ensaio sobre os deuses. Séc. V a.C.

 

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