27/10/2010 - 11h23
Morre o ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner
Do UOL Notícias*
Em São Paulo
Na foto, Kirchner fala para estudantes e professores do departamento de Política Latino-americana em Nova York, em setembro de 2010
O ex-presidente argentino Néstor Kirchner morreu na manhã desta quarta-feira (27) aos 60 anos em El Calafate, na província de Santa Cruz, na Argentina.
Kirchner foi hospitalizado às 8h15 (horário local) da manhã de hoje no hospital José Formenti, acompanhado por sua mulher, a atual presidente do país, Cristina Fernández Kirchner.
A agência estatal argentina Télam confirmou que a morte foi decorrente de um infarto, mas ainda não houve boletim médico oficial sobre o caso. Segundo o jornal Clarín, o político sofreu uma parada cardiorrespiratória com morte súbita e não pode ser reanimado.
O ex-presidente já havia passado por duas cirurgias de emergência somente este ano, em fevereiro e setembro. Mas foram para corrigir obstruções em artérias coronárias. Na última cirurgia, em 11 de setembro, Kirchner foi submetido a uma angioplastia e teve um stent (pequena prótese em formato de mola) implantado para impedir o fechamento de uma artéria coronária que se encontrava obstruída.
Biografia
Néstor Carlos Kirchner nasceu em 25 de fevereiro de 1950, em Río Gallegos, província de Santa Cruz, na Patagônia, sul da Argentina. Antes de chegar à presidência, foi advogado e governador da sua província natal por quase 12 anos.
Ele estudou direito na Universidade Nacional de La Plata, onde foi membro do movimento justicialista e depois da Juventude Peronista.
Em 1975, casou-se com Cristina Fernández, que conheceu no curso de direito. Logo após a formatura, em 1976, voltaram para Santa Cruz, onde trabalharam como advogados. Durante a ditadura militar argentina (1976-1983), Kirchner foi preso por um curto período de tempo por motivos políticos.
Em 1987, foi eleito prefeito de sua cidade natal Río Gallegos e, em 1991, conquistou o primeiro de três mandatos consecutivos como governador da província de Santa Cruz, onde governou até 2003. Como governador, foi um dos críticos da administração do ex-presidente Carlos Menem.
Ao lado do marido, Cristina se tornou um nome influente na política provincial -- em 2001, foi eleita para o Senado nacional.
Presidência
Apesar de pouco conhecido fora da província de Santa Cruz, Kirchner decidiu arriscar-se na candidatura à presidência em 2003. O governador recebeu o forte apoio do então presidente Eduardo Duhalde, figura-chave do partido peronista.
No primeiro turno, em abril de 2003, Kirchner ficou em segundo lugar, próximo ao ex-presidente Carlos Menem. Pouco antes do segundo turno, Menem retirou sua candidatura e praticamente deu a vitória a Kirchner, que assumiu a presidência em 25 de março de 2003.
Ele deixou o governo em dezembro de 2007 com popularidade em alta, apesar de ter sofrido várias críticas, principalmente por causa da queda do poder de compra dos argentinos. Segundo o instituto de pesquisa privado Ibarómetro, o presidente saiu do governo com imagem positiva para 55,3% dos argentinos.
Ele ainda fez sua sucessora, sua mulher Cristina Kirchner, eleita em 2007 com 45% dos votos no primeiro turno. Em 2009, durante o governo de Cristina, Néstor Kirchner tentou novo cargo político: foi candidato a deputado pela Província de Buenos Aires, a principal do país.
No entanto, devido à baixa popularidade do governo de Cristina, o ex-presidente não conseguiu vencer e acabou perdendo por uma "margem muito pequena" para o principal candidato da oposição, Francisco De Narváez, da aliança União-Pro.
Atualmente, Kirchner exercia a presidência da Unasul (União de Nações Sul-Americanas). Segundo analistas políticos, Kirchner era cotado para ser candidato às eleições presidenciais de 2011 na Argentina e era tido como bra
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2010/10/27/morre-o-ex-presidente-da-argentina-nestor-kirchner.jhtm