Não é uma "generalização". É um fato que existem políticos que se acham "perfeitos".
Quando você diz: "os políticos são assim por definição", é generalização.
Não leia o que eu não escrevi.
Primeiro. Eu não fiz uma generalização. Eis a minha primeira postagem:
Existem políticos que começam a carreira se considerando uma espécie de "messias", o verdadeiro representante dos deuses.
Apresentam suas "idéias" baseadas na dicotomia 'bem-mal', estando ele, é claro, sempre do lado do 'bem'.
Eu não escrevi "Todos os políticos" ou sequer "A maioria dos políticos".
Segundo. Eu não afirmei que "os políticos são assim por definição". Eu usei a expressão "por definição" para reforçar algo óbvio que voce escreveu. Repare nas partes destacadas em negrito:
Não existe duas pessoas iguais, nem mesmo dois políticos iguais.
Correto.
Por definição.
Não é preconceito _Juca_. É a constatação do óbvio.
A constatação do óbvio seria dizer que a classe política faz pouco para melhorar sua imagem, usando esses fatos contra si mesmos, numa guerra fatricida.
Isto ocorre com frequência.
Repito, são as intituições que devem controlar os políticos e não o contrário.
A relação é simbiótica e retro-alimentadora. Foram homens que fizeram as instituições e estas auxiliam no controle dos homens que exercem o poder.
Quando vejo um político, dizendo que o problema são os outros políticos, só vejo oportunismo barato. Quando vejo um político falando que temos que reformar, melhorar as regras, e nossas instiuições vejo seriedade.
É exatamente o que eu escrevi. E tenho um exemplo visceral: Os membros do seu dileto partido. Entre 1980 e 2002 eles afirmavam que os grandes problemas nacionais vinham dos outros políticos e seus respectivos partidos. O que os fez mudar de opinião desde então, a ponto de se coligarem com os 'sarneys' da vida?
E sem dúvida que é necessário o contínuo aperfeiçoamento dos mecanismos que mantenham a integridade e a dignidade da democracia, principalmente em função de que vivemos em um país com fortes assimetrias sociais, no que tange à capacidade econômica, consciência política e formação ético-moral dos seus cidadãos.
Discordo.
Quem corrompe é o homem e não a instituição. Esta pode facilitar a corrupção, mas foi estruturada assim por... homens.
A instituição controla. O judiciário, a constituição, regulamentos, instituições fiscalizadoras...
E ninguém afirmou o contrário. Mas as instituições fiscalizadoras, principalmente o Judiciário, também são ocupadas por homens que decidem, em muitas oportunidades, sem levar o aspecto do "espírito" legal e sim pelo seu viés político. A história recente deste país está repleta de exemplos.
Aqui estamos transitando entre a ausência de ética e a ética utilitarista, pois o poder é exercido por homens e que lá chegaram pelas mais diversas formas.
Não vejo o contraponto.
Não ve?
Vou lhe dar um exemplo conspícuo.
O atual presidente da república lançou a campanha da então candidata (atual presidente eleita) há mais de dois anos e desde então vem fazendo propaganda sistemática dela, claramente infringindo a legislação eleitoral.
Esta optou por aplicar multas (8 ou 12, não me lembro do número exato) ao presidente por tal comportamento, que por sua vez tratava com total deboche as penalidades a ele impostas.
O judiciário poderia ter tomado medidas mais rígidas e não o fez. Porque?
Deste modo eu lhe pergunto: Como voce encaixa esta situação em seu sistema ético-moral?
Ao meu ver há somente duas maneiras: Ou reconhece que é anti-ético e assim "que se dane" o mundo OU "benthamniamente" afirma que este foi um mal menor porque o que se almejava era o "bem da maioria da população" (produto final).
Em tese eu concordo.
Voce consegue citar três nomes de pessoas que não se corromperam ao exercitar alguma forma de poder público?
E no que isso ajudaria o debate? a não ser que você parta do pressuposto que não existem pessoas incorruptíveis e que nunca falham.
Não _Juca_. Eu nunca afirmei que as pessoas são incorruptíveis e ou infalíveis. Pelo contrário.
Foi voce que afirmou que:
É preciso uma grande base moral para que alguém que detenha o poder não se corrompa, e essas pessoas existem, são de grande número, mas ninguém é infalível, nem mesmo eu ou você.
Apenas pedi que voce citasse 3 exemplos. Fico no aguardo.
Sem dúvida.
E isto somente reforça a idéia de que não são as instituições os "calcanhares-de-aquiles" das sociedades democráticas e sim a baixa grandeza moral dos seus homens públicos.
E isto talvez reflita a média do povo que constitui a sociedade.
Sem dúvida que força moral dos homens afeta as instituições, mas quando estabelecemos numa sociedade democrática que nossas instituições são as guardiãs daquilo que definimos como o aceitável, o que é bom e justo, são elas que devem ser o nosso alvo principal como forma de zelar por essas coisas.
Concordo _Juca_.
Mas as instituições e seus respectivos
corpus legais foram montados e são aplicados por homens.
E, infelizmente, eles violam as regras com frequência e, supremo maquiavelismo, escapam de punições usando de subterfúgios e de meandros legais especificamente criados para isto ou que, em algumas oportunidades, foram concebidas para defender o cidadão comum contra o poder excessivo de coerção do Estado.