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Bônus demográfico
« Online: 03 de Novembro de 2010, 15:56:57 »
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Brasil tem 15 anos para colher bônus da força de trabalho

Para especialistas, aumento da população em idade ativa aliado a investimentos em educação pode impulsionar desenvolvimento

O Brasil atingiu nesta década o que os economistas consideram um momento-chave para o desenvolvimento de um país: já há mais pessoas em idade economicamente ativa do que dependentes (fatia que inclui jovens e idosos). Esse fenômeno, também conhecido como bônus demográfico, é único e não dura muito - segundo especialistas, o bônus brasileiro deve se estender, no máximo, por 20 anos.

Veja gráfico

Ter uma parcela da população em plena atividade superando a camada de dependentes costuma ser benéfico ao desenvolvimento de um país. Essas pessoas, via de regra, geram maior riqueza e pagam impostos. Depois, quando se aposentam, elas vão descansar, mas, por outro lado, passam a sobrecarregar o sistema de bem estar social - e é por isso que o Brasil precisa correr para aproveitar essa vantagem demográfica momentânea.

“O País vive atualmente o melhor momento demográfico de sua história e conta com, pelo menos, outros 15 anos favoráveis”, diz o professor de mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) José Eustáquio Diniz Alves.

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Em 1980, havia cerca de 70 milhões de brasileiros em idade economicamente ativa, na faixa entre 15 e 64 anos. Este ano, esse contingente já passa de 130 milhões e pode atingir o seu ápice por volta de 2030, quando o Brasil terá cerca de 150 milhões de pessoas em idade produtiva, segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No Brasil, o bônus demográfico começou há aproximadamente dez anos, mas o País só conseguiu as vantagens dessa marca entre 2004 e 2008, período de crescimento econômico mais acelerado e de inclusão social, afirma Diniz Alves.

Mas o País precisa se preparar para o futuro. “Em geral, o bônus demográfico tem uma extensão de 50 a 60 anos. No Brasil, a razão de dependência demográfica já está em valores baixos e atingirá o menor valor entre 2020 e 2025. A partir daí, o peso da dependência dos idosos vai crescer continuamente fechando a janela de oportunidade”, explica o demógrafo Diniz Alves.

Na avaliação dos especialistas, para que a janela do bônus demográfico não seja desperdiçada é necessário um forte investimento em educação. Esse fenômeno precisa garantir uma boa qualificação para a farta mão de obra disponível e um mercado de trabalho com grande oferta de vagas, capaz de absorver as pessoas em idade produtiva.

De acordo com Diniz Alves, para um aproveitamento adequado das boas condições demográficas, é preciso manter um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de no mínimo 5% ao ano até 2025. E o avanço precisa ocorrer com inclusão social, sustentabilidade ambiental e altos investimentos em educação de qualidade.

Para Roberto Luiz do Carmo, pesquisador do Núcleo de Estudos da População (Nepo) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Brasil ainda carece de uma perspectiva de planejamento de mais longo prazo, principalmente na área educacional.

“Tivemos ganhos importantes em termos educacionais nas últimas décadas”, disse Carmo, lembrando, no entanto, que mais da metade da população em idade de frequentar o ensino médio está fora da escola. “Se os jovens não forem preparados agora, estaremos jogando a questão para frente."

Planejamento para educação e saúde

Para Luiz Antônio de Oliveira, coordenador de população e indicadores sociais do IBGE, uma taxa menor de fecundidade vai permitir um melhor planejamento das políticas educacionais e de saúde do País. “Na área de saúde pública, por exemplo, deve haver uma mudança no foco: antes, estava voltado para a erradicação da mortalidade infantil, mas deverá ser centrado no atendimento às necessidades da população idosa”, disse.

Com o aumento no número de idosos, o Brasil estará obrigado a mudar as regras da Previdência Social e as políticas públicas de saúde voltadas para a população idosa. Em 1980, havia no País 1,4 milhão de pessoas com 75 anos ou mais. Pelas projeções do IBGE, esse contingente deve saltar para 23 milhões de pessoas nessa faixa etária em 2050, período que a população deve se estabilizar e boa parte da força de trabalho começar a se aposentar.

“Se o Brasil desperdiçar o período do bônus demográfico, o envelhecimento poderá se tornar um fator de agravamento da situação social e de rebaixamento das perspectivas do país na comunidade internacional”, disse Alves.

http://economia.ig.com.br/brasil+tem+15+anos+para+colher+bonus+da+forca+de+trabalho/n1237814998689.html
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Famílias menores facilitam planejamento de políticas públicas

Média de dois filhos por casal, que seria alcançada em 2016 no Brasil, acabou sendo atingida em 2005, segundo o IBGE

O engenheiro eletricista Paulo Bento é o sexto entre nove filhos em uma família paulistana com origens no interior do Estado de São Paulo. Paulo é casado com a administradora de empresas Márcia Santos, a quinta de sete filhos. Ambos estão acostumados com famílias numerosas: a mãe de Márcia teve 11 irmãos e o pai de Paulo passou a infância na década de 1930 com mais oitos irmãos.

Ao contrário do que ocorreu nas famílias de ambos, compostas por muita gente, Paulo e Márcia têm apenas duas filhas, as gêmeas Ana e Clara com cinco anos. “Já pensamos na hipótese de tentar ampliar a família, mas essa ideia foi logo descartada”, diz o engenheiro. “Com a renda mensal que temos hoje, não conseguiríamos manter o mesmo padrão de vida e o investimento necessário na educação das crianças”, acrescenta .

O casal de São Paulo ilustra bem a mudança pela qual passa o Brasil, chamada de bônus demográfico pelos especialistas, e que está alterando o perfil das famílias com a queda das taxas de fecundidade. De acordo com as projeções demográficas do IBGE, a média de dois filhos por casal seria alcançada por volta de 2016, mas essa marca acabou sendo atingida já em 2005.

Menos filhos, mais educação

Segundo os analistas, os reflexos dessas mudanças na estrutura demográfica são famílias menores e com maior potencial para poupar, o que ajuda o País a acumular capital para financiar investimentos.
Ainda de acordo com os especialistas, as famílias menos numerosas tendem a ampliar os investimentos na educação dos filhos e na aquisição de bens e serviços de maior valor agregado, o que, ao longo dos anos, também gera estímulos à economia.

Para Luiz Antônio de Oliveira, coordenador de população e indicadores sociais do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa tendência de queda na taxa de natalidade foi influenciada, em parte, pela maior presença da mulher no mercado de trabalho a partir da década de 1980. “Essa menor taxa de fecundidade vai permitir um melhor planejamento das políticas educacionais do País e de infraestrutura básica”, disse.

http://economia.ig.com.br/familias+menores+facilitam+planejamento+de+politicas+publicas/n1237814990531.html
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Países se beneficiaram com mudança na estrutura demográfica

PIB da Coreia do Sul saltou de US$ 3 bilhões em 1965 para US$ 263,7 bilhões em 1990, durante o período do bônus populacional


Jovens coreanos acessam a internet pelo celular: país asiático soube aproveitar a oportunidade para melhorar sua estrutura social

Países como Estados Unidos, Alemanha, França, Japão e Coreia do Sul já viveram os efeitos do bônus demográfico. Em diferentes épocas, eles conseguiram consolidar as bases para o crescimento e melhorar a estrutura social com distribuição de renda, aliada a uma oferta de melhores serviços nas áreas de saúde e educação.

A Coreia do Sul, por exemplo, passou pelo bônus demográfico de 1965 a 1990. Segundo estimativas de alguns analistas, aproximadamente um terço do crescimento econômico verificado pelo país asiático naquele período pode ser creditado à mudança na estrutura etária da população.

Em 1965, o Produto Interno Bruto (PIB) coreano era de US$ 3 bilhões, cifra que passou a US$ 263,7 bilhões em 1990. Mas o resultado, segundo os especialistas, talvez não tivesse sido tão positivo caso não fosse acompanhado de investimentos em educação, que no caso da Coreia foi de cerca de 10% do PIB do país nesse período de 25 anos.

Nos casos da Alemanha e do Japão, segundo o professor de mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) José Eustáquio Diniz Alves, o melhor aproveitamento do bônus demográfico ocorreu na década de 1960. Em ambos os casos, a queda acentuada da fecundidade aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial.

“Mais recentemente, os tigres asiáticos como a Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong e Cingapura são bons exemplos do aproveitamento do bônus demográfico. Eles mantiveram taxas de pleno emprego durante décadas e investiram pesadamente em educação de qualidade e na produtividade da força de trabalho”, disse.

Mas o país que tem mais chamado a atenção dos estudiosos dos movimentos populacionais é a China, que implantou uma política drástica de controle da natalidade na década de 1970, com a premissa de apenas um filho por casal. Agora, os chineses colhem os benefícios de uma estrutura etária extremamente favorável ao desenvolvimento econômico com forte crescimento do PIB.

“Calcula-se que 30% do crescimento do PIB chinês se deve exclusivamente ao bônus demográfico. Não por acaso, o país retirou cerca de 400 milhões de habitantes da situação de pobreza nos últimos 30 anos”, acrescenta Alves.

http://economia.ig.com.br/paises+se+beneficiaram+com+mudanca+na+estrutura+demografica/n1237815022976.html

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Offline André Luiz

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Re: Bônus demográfico
« Resposta #1 Online: 03 de Novembro de 2010, 21:13:35 »
Para desespero dos carolas

Offline Luiz F.

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Re: Bônus demográfico
« Resposta #2 Online: 03 de Novembro de 2010, 23:38:25 »
Essa questão do bonus demográfico é interessante e agora seria a hora pra se pensar em uma reforma previdenciaria no Brasil para se aproveitar os frutos dessa grande PEA. Além é claro de uma grande reforma no sistema educacional do país.

Mas se for depender dos politicos que nós temos ::)
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Offline Cumpadi

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Re: Bônus demográfico
« Resposta #3 Online: 04 de Novembro de 2010, 21:26:29 »
Bonus demográfico por 15 anos = PT no governo nos próximos 19 anos :D
http://tomwoods.com . Venezuela, pode ir que estamos logo atrás.

Offline HSette

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Re: Bônus demográfico
« Resposta #4 Online: 04 de Novembro de 2010, 22:15:46 »
Essa questão do bonus demográfico é interessante e agora seria a hora pra se pensar em uma reforma previdenciaria no Brasil para se aproveitar os frutos dessa grande PEA. Além é claro de uma grande reforma no sistema educacional do país.

Mas se for depender dos politicos que nós temos ::)

Acho que você citou os dois pontos fundamentais para esse momento, Luiz.

Uma reforma da Previdência é inevitável, e terá que ser encarada mais cedo ou mais tarde.

Mas mais importante acho que é uma reformulação de nosso sistema educacional. A economia brasileira já se ressente de pessoal mais qualificado, e se não for providenciada logo uma solução para isso, mais rápido do que se pensa chegaremos a um gargalo intransponível.

E aí, mais séculos e séculos de eterna dependência de insumos tecnológicos de origem externa. Haja exportação de bens primários para sustentar isso. Recursos naturais acabam.
"Eu sei que o Homem Invisível está aqui!"
"Por quê?"
"Porque não estou vendo ele!"

Chaves

 

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