Me parece que ele tem o melhor diálogo possível. É a minha opinião de um devoto do ateísmo
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E não vejo exemplo mais grandioso de diálogo do que Dawkins. Ele leva muito a sério o teísmo e procura sempre refuta-lo
Eu não acho que o Dawkins faz algo de errado, mas alguns religiosos acham (seria interessante saber se alguém já fez alguma estimativa ou pesquisa sobre a %), logo se além do que ele já faz muito bem, ele conseguisse passar mais explicitamente alguma mensagem de que a posição dos ateus tb pode ser de boa vizinhança com os religiosos, isso poderia ser de uma utilidade extra tanto para um diálogo mais produtivo quanto para a própria melhor aceitação e até da "conversão" dos religiosos para com o ateismo. Claro que é só uma especulação minha.
Não vejo proposta mais consensual para o bem da humanidade do que o "laicismo familiar". Somente com um postura de respeito para com o indivíduo é que podemos conseguir eliminar a hereditariedade do virus da fé ruim.
É o nosso (laico) ponto de vista geral, que eu concordo pois vejo como sendo mais realista e racional. Mas não é necessariamente para os religiosos em alguns aspectos. Digo alguns, pq os religisos ocidentais são, digamos, 90% laicos. Só que eles tem o direito de serem esses 10% não laicos, e acho que cabe a eles e nós, os 99,99% laicos, procurarmos as melhores formas de convívio.
Eu também acho que o confronto predomina nas relações. Mas a maior responsabilidade por este comportamento é dos religiosos, pois a maioria deles quer que os ateus sejam "não-militantes". Ora, o ato de pedir (exigir?) que uma minoria não se manifeste é o mesmo que pedir a sua virtual capitulação, pois os meios de doutrinação disponíveis pelos religiosos é muito mais amplo que os meios que os ateus tem para contestar esta massiva ideologização.
Eu tb acho que a birra ateu-religiosos é mais devido aos religiosos do que nós ateus, por isso sou ateu, pois acho a nossa posição mais razoável. Agora, vamos supor que 90% dessa birra seja por conta dos religiosos e 10% por nossa conta, então se alguns ateus cuja voz ecoa na mídia como o Dawkins dissessem mais explícitamente e talvez mais didaticamente para os religiosos com menos capacidade de compreensão (sabemos que eles existem aos montes, hehe), a mensagem geral dele teria mais chances de ser melhor recebida pelos religiosos, e como disse o Adriano, o bem que essa mensagem pode trazer seria maior, em tese.
O que eu estou falando tb poderia servir para o discurso do dawkins pudesse contrabalançar ainda mais o discurso religiososo-fundamentalista, perante os não fundamentalistas.
Quero deixar claro que eu não sou defensor de uma posição de hostilidade gratuita com os religiosos, mas não posso me calar diante das arbitrariedades e manipulações cometidas despudoradamente por eles.
Claro, concordo. Essa minha posição é para sem deixar de estarmos dispostos a defesa de nossos valores laicos, lembrar aos religiosos, e a nós mesmos que temos a disponibilidade de consenso. Digo isso pq uma característica psicológica humana que é o de um certo exagero qdo em condições de conflito, acirrando o conflito além das causas reais do conflito (já li sobre pesquisas disso). Então para se minimizar essa tendência é necessário estar consciente dela e procurar sempre lembrar a nós mesmo e com quem estamos discutindo que há espaço para se avançar no consenso.
Talvez. Mas hoje eu não consigo vislumbrar mesmo em um futuro próximo, por exemplo, uma divisão clara entre religiosos e ateus no campo político, muito mais em função da falta de caráter e de tradição ideológica de nossos políticos do que pelas idiossincrasias e implicações de cada programa ideológico-partidário.
Sem dúvida que há muitos religiosos conciliadores. Talvez eles sejam a maioria. Mas o mais fundamental, em meu entender, é que as cosmogêneses são completamente antagônicas e não há como acomodar isto, porque no balanço final, ou os ateus estão certos (e os religiosos estão errados) ou não.
Será preciso uma "enorme dose de civilização" para que os dois lados possam conviver harmonicamente.
Vc não está sendo pessimista?
No seu entender, como é que Dawkins deveria se relacionar com os religiosos?
Eu acho que o Dawkins poderia incluir no final de suas exposições uma mensagem do tipo ... "olha, mas há como nós ateus e religosos buscarmos aparar as nossas arestas de convivência, pois o bom senso já nos mostrou que podemos superar as nossas diferenças" ... somente algo assim, pois muitas pessoas religosas e até algumas atéias não conseguem ver que a mensagem do Dawkins é compatível com isso.
É apenas lembrar isso, pois já vi no youtube algumas boas respostas do dawkins a perguntas mais enviesadas ou até bobas, onde o Dawkins foi só brincalhão ou refutador, mas se não lembrar o "povão" que nós ateus não estamos buscando o confronto, o "povão" acha que sim ... o marketing político sabem muito bem disso.
Olha, eu confesso a vocês que também achava que o Dawkins era agressivo demais. Daí eu li dois livros dele (O Relojoeiro Cego e Deus: um Delírio) e assisti ao documentário da BBC "Root of all evil?" e concluí que ele não é nada agressivo. Apenas aponta as coisas absurdas do raciocínio religioso e diz que se nós ateus quisermos ter nossos direitos reconhecidos para que nunca mais ocorra eventos como o do Datena na Bandeirantes temos que nos organizar.
E eu sou obrigado a concordar.
Eu tb não acho que o Dawkins seja agressivo, mas como alguns religosos acham (ou apenas pregam) que ele seja, então para a mensagem dele ser melhor aceita entre esse tipo de pessoas, eu acho que ele teria que sempre incluir uma frase de "paz" nas suas manifestações.
Do Datena eu não falo nada, pq não acho que ele tenha algo a contribuir para a humanidade, já o Dawkins sim. Por isso acharia legal se ele ou alguém do naipe dele procurasse fazer o que eu estou propondo.
Putz, escrevi demais.