Tailândia começa devolver 20 mil refugiados birmaneses a MianmarAs autoridades tailandesas começaram nesta terça-feira a devolver a Mianmar (antiga Birmânia) os 20 mil birmaneses que cruzaram a fronteira entre domingo e segunda-feira para fugir dos confrontos entre guerrilheiros de etnia karen e o Exército birmanês, informaram fontes oficiais.
Os refugiados birmaneses que buscaram abrigo em Mae Sot, no lado tailandês, foram colocados em caminhões e caminhonetes, alguns da Organização Internacional para as Migrações, para retornarem a Myawady, no outro lado da fronteira.
Com os poucos pertences que dispõem, garrafas de água, comida e esteiras de palha entregues pela Cruz Vermelha e outras organizações humanitárias, os refugiados entravam nos caminhões.
Alguns poucos militares supervisionam as operações. Na grande esplanada do quartel militar que abrigou a maior parte dos refugiados na noite passada permanecem entre 1 mil e 2 mil birmaneses.
As autoridades tailandesas determinaram que Exército birmanês retome o controle de Myawady, depois de os insurgentes, membros de uma facção dissidente do Exército Budista para a Democracia Karen (DKBA), impedirem essa ação durante a noite e madrugada desta terça-feira.
Entre outros pontos-chave da fronteira birmanesa entre domingo e segunda-feira, os rebeldes atacaram Myawady, a Passagem de Três Pagodas para protestar pelas eleições parlamentares organizadas pela Junta Militar birmanesa.
O partido apoiado pela Junta Militar de Mianmar (antiga Birmânia) anunciou nesta terça-feira que obteve 80% dos votos nas eleições do último domingo, enquanto a oposição democrática reconheceu sua derrota.
A ofensiva rebelde causou ao menos sete mortos e a fuga de 20 mil birmaneses para Tailândia.
O DKBA uniu-se à União Nacional Karen em 1995 e assinou cessar-fogo com o regime militar birmanês.
Diferentes guerrilhas étnicas birmanesas se prepararam e formaram alianças de ajuda para uma possível ofensiva do Exército birmanês após as eleições de domingo.
Mianmar é governada por militares desde o golpe do general Ne Win, em 1962.
Tailândia recebe em campos de refugiados há décadas cerca de 150 mil birmaneses.
O partido apoiado pela Junta Militar de Mianmar (antiga Birmânia) anunciou nesta terça-feira que obteve 80% dos votos nas eleições do último domingo, enquanto a oposição democrática reconheceu sua derrota.
A informação, divulgada pela emissora de TV estatal, teve como base declarações de uma autoridade do Partido da Solidariedade e Desenvolvimento da União, liderado pelo atual primeiro-ministro, o general reformado Thein Sein.
O Partido Democrático e a Força Democrática Nacional - as duas maiores formações da oposição -, por sua vez, admitiram sua derrota e reconheceram o triunfo dos generais.
Por enquanto, o anúncio do partido governista não foi confirmado pela Comissão Eleitoral, que continua com a apuração, embora os primeiros resultados deixem claro que os militares chegarão à vitória, para, em teoria, a partir de agora governarem como civis.
A Constituição de 2008 reserva ao Tatmadaw (Forças Armadas) no mínimo 25% das cadeiras em ambas as câmaras do Parlamento, composto por 440 deputados e 224 senadores.
http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=26274403