O parlamentarismo e a Common Law (discutido no outro tópico) estão entre os favoritos mundo afora, com várias vantagens apontadas quanto à flexibilidade e segurança. Porem, eu não apóio nenhum deles simplesmente porque ambos não respeitam um princípio que considero fundamental: a separação entre os poderes.
O parlamentarismo mistura o poder executivo com o legislativo nas mãos de um grupo (parlamentares). A Common Law mistura o poder legislativo com o judiciário nas mãos de outro grupo (magistrados). Por isso não me agradam.
No outro tópico eu me abstive de votar em reconhecimento à minha total ignorância sobre o assunto.
Sua observação faz muito sentido, os poderes se confundem um pouco, não são tão distintos entre si quanto no Presidencialismo. Mas meu apoio a esse sistema se deve a uma preocupação prática com a corrupção crônica e sistêmica que existe no sistema democrático brasileiro, pois o poder executivo e o legislativo são bastante interdependentes, apesar de separados: por um lado o governo sempre precisa de apoio do congresso para votar questões de seu interesse, haja vista a quantidade absurda de medidas provisórias de que ele precisa lançar mão para operar e que faz com que na prática o nosso executivo legisle. Por outro, o legislativo depende de aprovação do presidente para fazer o seu trabalho, já que no fim das contas os seus projetos precisam ser assinados pelo presidente e ele pode vetá-los.
Em nome dessa relação de interdependência entre os dois poderes, o presidente precisa construir um governo de coalizão para construir uma maioria nos parlamentos e aí surgem as negociatas, as trocas de favores, o fisiologismo e tantas dessas mazelas do nosso sistema. Num sistema parlamentarista é diferente, não pode existir mandatário sem maioria simplesmente porque ele só chega ao poder se já tiver essa maioria.