Tópico: Enchentes matam 140 pessoas na Índia

[Südenbauer]

27/07/2005  - 16h48
Enchentes matam 140 pessoas na Índia
da Folha Online

Enchentes e deslizamentos de terra mataram ao menos 140 pessoas na Índia nesta quarta-feira. Cerca de 10 mil pessoas foram retiradas de suas casas depois que a capital, Bombaim, ficou inundada, fazendo com que os transportes rodoviário, ferroviário e aéreo ficassem prejudicados.

Na vila de Juigaon, 150 km ao sul de Bombaim, equipes de resgate buscam sobreviventes e corpos depois que um deslizamento de terra soterrou mais de 30 casas na noite desta terça-feira. Autoridades estimam que cerca de cem a 150 pessoas foram atingidas pela avalanche de terra.

"O número de mortos pode subir porque estamos recebendo mais relatos de mortes de diferentes regiões e devido às grandes proporções do deslizamento", afirmou Krishna Vatsa, secretária de Estado de ajuda emergencial, à agência de notícias Reuters.



"Em Juigaon, estimamos cerca de cem mortos, mas as informações ainda estão chegando", afirmou Vatsa, acrescentando que, no Estado de Maharashtra, os mortos são 140 --40 deles em Bombaim.

O Exército, a Marinha e a Aeronáutica ajudavam nas operações de resgate, enquanto as enchentes varriam a costa de Maharashtra.

Segundo Vatsa, no sul de Bombaim --região mais afetada-- a situação já está melhor, as chuvas já cessaram e os níveis de água diminuem.

No entanto, as equipes de emergência enfrentam dificuldades, já que as chuvas interromperam seu sistema de comunicação e não é possível utilizar barcos nem aviões nas buscas, devido ao mau tempo.

Em Bombaim, segundo meteorologistas, as chuvas e ventos fortes devem persistir por ao menos 48 horas.

As redes elétrica e de telefonia estão cortadas na capital. Escolas foram fechadas e trens e ônibus não circulam pelo segundo dia.

Caos

Carros e ônibus foram abandonados no norte da cidade e milhares de transeuntes que passaram a noite em hotéis ou escritórios tiveram que andar ao menos 20 km do centro até suas casas.

Alex Anthony, 44, afirmou ter levado 14 horas para chegar em sua casa nesta quarta-feira, andando com água na altura do peito.

"Parecia um rio do lado de fora da estação", afirmou. "Bombeiros amarraram cordas a postes de luz e prenderam as pessoas para que não fossem levadas pela água", contou.

O comércio em Bombaim permanece fechado e os vôos com origem ou destino à cidade de 15 milhões de habitantes foram desviados ou cancelados. O governo decretou feriado hoje e amanhã no país, pedindo à população que fique em casa.

Fora da capital, as Forças Armadas usavam helicópteros para atirar mantimentos para a população ilhada nos distritos.

"A situação é tão grave... que não conseguimos chegar até as pessoas que estão nos distritos", afirmou o ministro indiano Vilasrao Deshmukh em entrevista à TV local.

O caos atingiu Bombaim, que já sofre com o excesso de população e com a infra-estrutura inadequada. Recentemente, autoridades começaram a demolir prédios antigos, em um plano ambicioso de US$ 6 bilhões para modernizar a cidade.

As enchentes do período das monções-- que tem início em junho e dura até setembro -- mata centenas de pessoas todos os anos na Índia.

Fonte: Folha On-line

[Poindexter]

"Grande coisa"... volta e meia há notícias similares.

Se não tivessem deixado a população chegar à 1 bilhão de habitantes, provavelmente o número de mortos seria bem menor. Além do mais, com relação à magnitude, dois dias de trânsito no Brasil matam mais que 140 pessoas.

[Südenbauer]

Enchentes deixam mais de 440 mortos no oeste da Índia[/size]

BOMBAIM (Reuters) - Quase 450 pessoas foram mortas por inundações e deslizamentos no oeste da Índia, e milhares permanecem ilhadas na quinta-feira na capital financeira do país, Mumbai, por causa das piores chuvas de monções já registradas na região.

Metade das mortes ocorreu em Mumbai, uma cidade de 15 milhões de habitantes onde o transporte aéreo, rodoviário e ferroviário começa lentamente a ser restabelecido, após dois dias de graves transtornos.

"A cidade está certamente voltando ao normal", disse um funcionário da Defesa Civil, acrescentando que o saldo oficial de vítimas está em 444. "Mas pode muito bem subir", declarou.

Ainda sob chuva, as equipes de resgate tentam recuperar os corpos de cerca de cem pessoas soterradas por uma avalanche de lama em uma aldeia 150 quilômetros ao sul de Mumbai (ex-Bombaim).

Centenas de funcionários chegaram a Mumbai na quinta-feira após serem resgatados de uma plataforma de petróleo da costa oeste indiana, que pegou fogo após ser abalroada por um barco de apoio, que estava à deriva por causa da tempestade. Doze pessoas morreram.

As conexões telefônicas em Mumbai estão precárias, as escolas permanecem fechadas, e os usuários do transporte público tiveram o terceiro dia de transtornos, pois muitos trens e ônibus não circularam. O aeroporto, o mais movimentado da Índia, voltou a autorizar decolagens, após dois dias de paralisação.

Carros foram abandonados na zona norte e milhares de pessoas, receosas do perigo e da distância da caminhada, passaram uma segunda noite dormindo em escritórios e hotéis.

Os canais noticiosos transmitiram centenas de mensagens de texto de pessoas preocupadas em busca de seus parentes.

O mercado financeiro da cidade ficou fechado. Como na véspera, o governo do Estado de Maharashtra decretou feriado na quinta-feira e aconselhou a população a não sair de casa.

Na aldeia de Juigaon, 150 quilômetros ao sul, as equipes continuam em busca de mais corpos. Estima-se que entre 100 e 150 pessoas tenham sido atingidas pelo deslizamento de terça-feira.

Outro deslizamento ocorreu em uma favela perto de Andheri (um subúrbio de Mumbai), matando pelo menos 36 pessoas. Acredita-se que haja ainda dezenas de outras vítimas soterradas.

Na zona norte de Mumbai, foi registrada uma precipitação pluviométrica recorde na terça-feira, 940 milímetros, que é quase metade do que se espera habitualmente em toda a temporada das monções, que dura quatro meses. Os meteorologistas prevêem mais chuvas para os próximos dois dias.

Milhares de pessoas foram retiradas de suas casas na quarta-feira, quando as ruas da cidade viraram córregos. Outras dezenas de milhares ficaram ilhadas.

Na principal estação ferroviária, poucas linhas locais funcionavam. Mesmo assim, centenas de passageiros estavam na plataforma, aguardando a partida dos trens de longa distância.

Nand Ramesh, 20, que foi a Mumbai procurar um emprego que não apareceu, queria voltar para Orissa, o seu Estado no outro lado do país, mas não tinha passagem. "Disseram-me que era a cidade das oportunidades. Não sei se foi minha falta de sorte. Eu não tenho dinheiro e não tenho como ligar para casa."

Os táxis eram raros, e as pessoas obrigadas a passarem duas noites em hotéis e escritórios saíram para comprar roupas e lotar bares e restaurantes. Muitos caixas eletrônicos ficaram sem dinheiro.

Moradores da periferia disseram estar recebendo uma água preta e malcheirosa. Há relatos de que tubulações se romperam, o que misturou a água tratada ao esgoto.

Essa situação caótica mostra que Mumbai ainda é uma cidade complexa, apesar de um ambicioso plano das autoridades para gastar 6 bilhões de dólares e transformá-la em uma "nova Xangai".

As monções, que vão de junho a setembro, provocam anualmente terríveis inundações na Índia, que matam milhares de pessoas e perturbam a rotina de todo o país.

(Reportagem adicional de Suresh Seshadri, Rina Chandran e Atul Prakash)

Fonte: Ultimo Segundo

[Poindexter]

Problema delas.