Tenho uma família gigantesca, então tenho alguns desses casos como experiência. Além do que já vi no trabalho. Desses, os que mais se assemelham ao seu caso são os seguintes:
1) Um primo meu, engenheiro muito talentoso. Projetava bancos até o fim da década de 80 quando começou a entrar na cachaça. Perdeu tudo, emprego, família, casa. Hoje beirando os 50 anos, mora com os pais e vive de bicos para sustentar o vício, que infelizmente não se limita mais somente a cachaça.
Quando ele começou com isso, eu era muito novo para ter qualquer palavra sobre o assunto, mas a família achava coisa normal ele beber até cair pelos cantos, mesmo porque ele já tinha idade para fazer o que bem entendesse.
Faz coisa de uns 10 anos, já morando com os pais, ele começou a usar maconha e algum tempo depois, crack. Em 2007, enquanto trabalhava, minha tia (já com quase 80 anos agora) me ligou desesperada porque ela tinha se trancado no quarto com o marido (sequelado por um AVC) e ele estava tentando derrubar a porta com uma faca na mão. Chegamos lá em menos de 5min e eu acho que eu nunca dei uma surra tão bem dada em alguém na minha vida. Ele saiu de lá arrastado e algemado. Joguei ele na traseira da viatura e levei ele diretamente pra uma clínica, de onde ele fugiu 3 dias depois.
De lá para cá, ele entrou e saiu diversas vezes de várias clínicas. Nunca com um resultado que durasse mais do que poucos meses. Ele já não fala mais coisa com coisa e perdeu o juízo completamente.
2) Minha irmãdrasta (filha do meu padrasto) tem 31 anos de idade. Sempre foi nojentinha e metida a rica, mas nada fora do normal e como mora com a mãe, nunca me causou qualquer estresse. Em 2004, meu padrasto recebeu uma herança, coisa sem noção de tanto dinheiro e ela ficou meio deslumbrada em gastar tudo o que pudesse. Calças de R$400, gastar R$1000 em um fim de semana era coisa normal pra ela, mas meu padrasto nunca foi bom administrador e a grana acabou em pouco tempo, mas ela não deixou a companhia dos playboyzinhos e das patricinhas com quem começou a andar. Faz uns 2 anos, a situação dela se deteriorou de uma vez. Todo mundo achava que o negócio dela era só bebida e festa, mas se descobriu que ela estava viciada em cocaína e antidepressivos. De lá pra cá, ela já foi internada 4 vezes, saiu, melhorou por um tempo, encontrou Jesus mas agora já está internada de novo e dessa vez, sem previsão para sair. O pai foi um relapso a vida inteira cujo conceito de criar filho é dar dinheiro sem questionar pra que. Agora ela quer ir pra uma clínica de R$7000 por mês e diz que só aceita se tratar lá. O pai dela tá completamente perdido.
Enfim, com tudo que eu já vi nessa área, uma coisa é mais que certa. Se a pessoa não quiser ajuda, ninguém vai fazer ela melhorar na marra. Pode internar, exorcizar, eletrocutar, que seja. Se a pessoa não for por vontade própria, não vai resolver. Então o primeiro passo é botar na cabeça do seu irmão que ele precisa de ajuda, e pelo seu relato, ele ainda parece gostar dessa vida. Se esse for o caso, você pode fazer muito pouco por ele, a não ser que você esteja disposto a realizar uma intervenção nele pelo fato de se tratar de ébrio contumas, o que o torna relativamente incapaz e que lhe daria poderes para deixá-lo internado à força por tempo indeterminado.
Em MG existem boas clínicas para recuperação relativamente baratas e que se você se interessar posso te passar, mas como te disse, a não ser que ele tenha desejo real de melhora será perda de tempo, dinheiro e saúde mental da sua parte.